Silence escrita por Natmed


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Voltei :D Eu sei que demorei um tempinho para postar esse capítulo, mas como as aulas na faculdade começaram, o tempo que eu tinha para escrever diminuiu consideravelmente. Mas não vou abandonar a história. Pode ser que leve mais tempo para postá-los, mas pretendo postar o mais rápido possível. Enfim, espero que gostem, meus dois leitores kkkkk



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- O jantar está pronto! – gritou minha mãe ao pé da escada.

- Já vou descer! – gritei de volta, tirando o fone de ouvido e deixando de lado os meus livros que estavam abertos em cima da cama.

Apesar de estar tentada a seguir a suposição de Ashley, e inventar alguma desculpa para não ir à festa, eu pretendia falar com a minha mãe sobre o assunto.

Por dois motivos. Primeiro, quando Ash me perguntasse o que a minha mãe havia dito sobre a festa, e eu dissesse que ela não havia concordado, Ash iria saber que eu estava mentindo. Eu não era uma grande mentirosa, mas Ashley tinha o dom de descobrir sempre que eu o fazia. E segundo, eu merecia um pouco de diversão. Mesmo não sendo, particularmente o tipo de diversão que me agradava. Eu merecia um pouco disso. Ainda mais depois de saber que o Jack iria mora com a gente.

Resolvi testar o humor da minha mãe antes de entrar no assunto “ir a uma festa em um dia da semana”. Me sentei do lado oposto da mesa, ficando de frente para a minha mãe e Jack. Se eu me esforçasse o suficiente, eu quase poderia fingir que ele não estava ali.

- Então... como foi o seu dia, mãe?

- Foi bom filha. Um pouco cansativo, mas valeu a pena. Consegui fechar dois contratos. E Susan está um pouco mais organizada depois do contratempo que tivemos alguns dias atrás.

- Hum... que bom mãe.

- E o seu dia Lucy? Como foi? – disse Jack com um certo sarcasmo, que pelo visto minha mãe não notou.

- Foi muito bom Jack. – disse para ele, com um olhar raivoso. E vendo minha oportunidade acrescentei – Fui convidada para uma festa amanhã.

Minha mãe franziu o cenho.

- Uma festa? No meio da semana? Você sabe o que eu penso sobre isso Lucy.

- Não é... exatamente no meio da semana. Seria, se a festa fosse hoje.

Ela me olhou com cara de poucos amigos.

- Você sabe que essas “gracinhas” nunca te ajudam Lucy.

Ignorei o que ela disse, e continuei com o meu pedido.

- Além do mais, é só uma festa. E não é como se eu saísse todos os dias. Qual é, vai?!

- Porque você quer tanto ir nessa festa? Tem algum motivo em especial? – disse minha mãe, com um sorriso curioso no rosto.

- Essa coisa de motivo especial, é com a Ashley mãe. O cara em que ela está interessada vai dar a festa. E ela queria que eu e a Gabrielle a acompanhássemos.

- Se é ela que está interessada nesse cara, porque vocês duas tem que ir junto? – perguntou Jack, se intrometendo no assunto.

- Coisa de mulher. – Ou seja, não se meta, pensei comigo mesma.

- Ok... se você prometer não voltar tarde, e ligar para que a gente possa ir te buscar.

- Porque ela não pode pegar um táxi para voltar? – perguntou Jack franzindo o cenho.

- Eu não confio em táxis. Só porque você diz aonde quer ir, não quer dizer que eles realmente vão deixar você lá. Eu prefiro que ela ligue para a gente. Esse seu amigo que vai dar a festa, ele mora muito longe?

- Não, ele mora perto do seu escritório.

- Então tudo bem. A hora que você quiser ir embora você liga, e um de nós vai buscá-la. Só não invente de vir para casa tarde.

Olhei para o Jack que não gostou nem um pouco da possibilidade de ter que me buscar. Há! Ganhei, pensei comigo mesma, olhando para ele e dando um sorriso largo.

- Tudo bem!

- Eu adoro a tia Lauren! Eu não acredito que ela deixou você ir à festa! – disse Ashley, dando pulinhos de alegria.

- Credo Ash! É só uma festa. Não é como se eu tivesse ganhado na loteria. Se acalma. – disse tentando conter a euforia de Ashley. Até porque, as pessoas que passavam, já estavam nos olhando de maneira esquisita.

- Me desculpe por ficar feliz pelo fato de você ir à festa comigo. Não é sempre que isso acontece. Normalmente você inventa alguma desculpa para evitar esse tipo de coisa.

Eu não podia argumentar contra o que Ash havia dito. Porque ela estava certa. Eu sempre dava um jeito de escapar. Mesmo que as minhas desculpas não fossem as melhores.

- E então, o Jack já se mudou para a sua casa? – disse gabrielle mudando de assunto. Tive que agradecer a ela mentalmente por isso.

- Sim, ele se mudou ontem.

- Ele já começou a infernizar a sua vida? – disse Ashley em tom debochado.

- Ele me inferniza só pelo fato de respirar. Mas estou tentando agir com indiferença. Fingir que Ele não existe.

- E está funcionando?

- Está... até ele começar a falar.

Depois da escola fui direto para casa, torcendo para que aquele encosto não tivesse chegado ainda. Mas eu não tinha tanta sorte assim. Na verdade, acho que eu não possuía nenhuma. Assim que passei pela porta, dei de cara com o Jack conversando com alguém,

Tentei ir o mais rápido possível para a cozinha sem ser vista. Mas como eu disse, a sorte queria distancia de mim.

- Ô garota, você não tem educação, não?! Não vai me dar nem um oi?

Estava ficando difícil fingir que esse otário não existia. Fui lentamente até a sala, e pude ver com quem ele conversava. Era um homem, parecia ser mais novo que o Jack, tinha os olhos azuis claros, cabelo escuro e um sorriso amigável no rosto. Parecia um cara legal. E bonito.

Olhei para Jack com cara de nojo.

- De você eu quero é distancia. A minha mãe ainda não chegou do trabalho?

- Você está vendo ela aqui? – disse ele rindo e olhando ao redor da sala.

- Você é um otário mesmo. Não consigo entender o que a minha mãe viu em você. – disse com repulsa.

- Que tal... um homem bom e atraente. – disse Jack abrindo um sorriso. Enquanto o seu amigo só nos observava, contendo o riso.

- Querido... é meio que obrigação de mãe dizer que o filho é bonito. Portanto, não coloque tanto crédito nisso. E em relação ao “homem bom”... ele deve estar bem escondido.

O amigo de Jack começou a rir, quebrando o silêncio do ambiente.

- Gostei dela Jack. Muito prazer, eu me chamo David. – disse ele me estendendo a mão, com um sorriso contagiante no rosto.

- Prazer, Lucy. – disse apertando sua mão e correspondendo o sorriso.

- Hey David, tira o olho da minha enteada! Ela é muito nova para você. – disse Jack com falsa indignação. O fuzilei com os olhos.

- Só porque você mora aqui, não significa que eu seja alguma coisa sua.

David tossiu para disfarçar uma risada. Jack se aproximou de mim com um sorriso convencido no rosto.

- Eu sei que lá no fundo você me adora.

- Sai de mim encosto! – disse indo em direção à cozinha. – Você ofereceu algo para a sua visita? – gritei da cozinha.

- Não! Talvez ele esteja esperando VOCÊ oferecer algo a ele. – disse Jack rindo.

- Depois a mal educada sou eu! Você está com fome David? – gritei dando ênfase no “David”.

- Não obrigado Lucy. Mas eu aceito um copo d’água.

- Você bem que podia fazer um sanduiche para mim, hein?!

- Podia... mas não vou. – disse entrando na sala e entregando o copo para David.

- Obrigado. – disse David sorrindo.

- De nada. – disse retribuindo o sorriso.

- Você não presta para nada mesmo. – disse Jack irritado.

- Você tem mãos, faça você mesmo. – disse subindo as escadas e indo para o meu quarto

- Ashley, eu já disse, eu não preciso que você me empreste um vestido. Eu tenho roupa. – disse pela vigésima vez.

- Eu sei que você tem roupa Lucy. Eu só queria que você fosse... sabe... mais arrumada para a festa. Que você usasse algo além de jeans.

- Se eu prometer não usar jeans nessa maldita festa, você para de me ligar a cada... 10 segundos para saber que roupa eu vou usar?! - -perguntei irritada.

- Hey! Eu não ligo para você a cada 10 segundos!

Dei um suspiro.

- Ash, só nessa última hora, você me ligou 11 vezes.

- Tá, tá bom. Eu paro de ligar. Mas você promete mesmo não usar jeans?

- Prometo Ash.

- Ok. Usa uma saia. Daqui a 30 minutos eu passo aí.

- Ok. Tchau. – disse desligando o telefone, para que ela não tivesse a chance de falar mais nada.

Vesti a maldita saia que Ashley queria – na verdade nem lembrava que a tinha, ela estava jogada no fundo do armário. Ela era preta e um pouco rodada. Vesti uma meia-calça preta, um suéter cinza e uma sapatilha. Desci para esperar a Ashley. Exatos 30 minutos após ter desligar o telefone, Ash estacionou em frente a minha casa.

E assim que entrei no carro, aquela sensação estranha de dias atrás voltou. Talvez até, com mais intensidade.


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