Silence escrita por Natmed


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Parei em frente à porta da minha casa, quando voltei da escola, e tomei uma respiração profunda antes de abrir a porta. Esperava que o episódio de hoje de manhã já estivesse esquecido. Eu não estava a fim de discutir com a minha mãe. Porque ela não podia reagir como Ashley e Gabrielle reagiram, quando eu contei o que havia acontecido com o meu rosto? Acreditaram em mim e não fizeram perguntas. Exceto se estava doendo. Tudo bem que a minha mãe era advogada, e talvez já tivesse lidado com pessoas que passaram por esse tipo de coisa... mas estava tão óbvio assim? Ia levar um bom tempo até eu sair pulando de alegria por ai, mas eu também não estava me esvaindo em lágrimas. Pelo menos não na frente dela.

– Lucy, é você? – gritou minha mãe da sala.

Hora do show, pensei comigo mesma soltando um suspiro.

– Sim, mãe.

– você pode vir aqui um minuto? Nós precisamos conversar.

– Ótimo. – sussurrei baixinho. – Sim mãe, o que foi?

– Eu gostaria de uma explicação para o que aconteceu hoje de manhã.

– Uma explicação? Tudo bem. Aparentemente alguém desligou o seu celular ontem à noite e o ligou hoje pela manhã.

– Lucy... – disse minha mãe soltando uma respiração profunda. – Só tinham duas pessoas nessa casa ontem à noite. Jack e eu, e ele não desligaria o meu celular sabendo que você iria me ligar.

– Olha mãe, eu lhe dei a explicação que você queria. Se você acredita ou não, já é escolha sua.

– O que deu em você Lucy, para estar agindo desse jeito?!

– Que jeito mãe?! – disse frustrada.

– Assim! Falando comigo e com o Jack desse jeito! Vocês sempre se deram bem.

Soltei uma risada amarga. – Nós sempre nos demos bem na sua frente mãe. Eu só o aguento, por sua causa. Porque por mais impossível que isso pareça para mim, ele faz você feliz.

Eu não tinha ideia de onde tinha vindo aquilo. Pensei que nunca fosse admitir para minha mãe o que eu realmente pensava do namorado dela, mas me senti um pouco mais leve por ter dito.

– Eu pensei que você gostasse dele. – disse ela franzindo a testa confusa.

– Não mãe, eu não gosto.

– Oh.

Eu podia ver pela expressão no rosto dela que ela estava triste pelo que eu havia dito. Eu não queria ver minha mãe magoada – só o que eu estava sentindo, já valia para nós as duas – mas também não aguentava mais manter tudo para mim. Alguma coisa dentro de mim me impulsionava a falar antes mesmo que eu me desse conta do que estava dizendo.

– Mãe, esquece essa história tá? Já passou. Vamos deixar as coisas como estão. Me desculpa por ter sido grossa com você. E eu vou tentar ser mais educada com o Jack.

Será que ela havia entendido o duplo sentido na minha resposta?

– Tem mais alguma coisa incomodando você? Além de não gostar do Jack?

Ao que parecia eu teria que me esforçar mais para esconder dela o turbilhão de emoções no qual eu estava. Ela prestava atenção em tudo. Até porque, era o trabalho dela ser tão observadora assim.

– Você parece... triste.

– Eu só estou cansada. É melhor eu subir, eu tenho lição de casa para fazer.

– Tudo bem. Eu chamo você quando o jantar estiver pronto.

– Está tudo bem, eu não estou com fome. Eu comi bastante hoje na escola com as garotas. – disse subindo as escadas para o meu quarto.

Eu era uma droga nessa coisa de disfarçar. Eu tinha muito que melhorar, mas eu não conseguiria me sentar em uma mesa para jantar e fingir que estava tudo bem. Pelo menos não agora.

Tudo bem, você consegue. Você só precisa descer, fazer o que você faz todos os dias e tentar ao menos esboçar um sorriso. Não é tão difícil assim. Assim que botei o pé para fora do quarto, sabia que não seria tão fácil como pensava. Cheguei à porta da cozinha e vi minha mãe enchendo uma caneca de café e Jack, lendo o jornal. Não havia me acostumado ainda com o fato desse ser desprezível estar morando com a gente. Talvez nunca me acostumasse. Mas não havia muito que eu poderia fazer em relação a isso.

– Bom dia filha. Se sente melhor?

– Sim, claro. – disse com um pequeno sorriso, que mais parecia uma careta.

– É melhor você tomar o seu café da manhã logo, ou você vai se atrasar para a escola.

Sentei-me a mesa e passei mais tempo brincando com o meu café da manhã, do que comendo-o.

– Lucy eu gostaria de conversar com você hoje, a hora que você chegar da escola. – disse Jack.

– Que tanta coisa vocês tem para falar comigo? E porque não pode ser agora?

– Eu prefiro que seja hoje à noite. Se estiver tudo bem para você.

– E eu tenho escolha? – sussurrei baixinho. Mas ao que parecia, alto o suficiente para que a minha mãe ouvisse.

– Lucy.

– Tá, tudo bem. Vamos conversar hoje à noite.

– Muito obrigado. – disse Jack se levantando de sua cadeira com uma caneca de café na mão. Antes que me desse conta, Jack estava de pé ao meu lado, com uma mão no meu ombro. O que causou uma reação automática do meu corpo. No momento em que ele colocou sua mão no meu ombro, todo o meu corpo congelou durante alguns segundos, antes que eu me desvencilhasse dele com as mãos trêmulas.

– De nada. – disse gaguejando. – É melhor eu ir. A gente se vê mais tarde.

Corri em direção à porta e assim que cheguei ao meu carro, desabei no banco e coloquei para fora todas as lágrimas que estava segurando.


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