Silence escrita por Natmed


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, voltei! Então, a partir de agora, a coisa fica um pouco tensa. Eu vou dar o meu melhor para escrever o resto da história da Lucy, mas eu nunca passei por uma situação como essa para saber realmente como as pessoas se sentem, quando passam por isso. Eu estou praticamente no campo das suposições. Eu sinto como se tudo o que eu vá escrever, vá parecer uma piada. Que não vá fazer jus com quem passou por isso de verdade. Mas como eu disse antes (ou melhor, escrevi) eu vou dar o meu melhor e trazer o máximo de realismo e humanidade ao resto da história. Só posso me basear em como eu acho que me sentiria se passasse por algo desse tipo. Estou tentando falar com um antigo professor de psicologia, para tentar dar mais autenticidade. Espero sinceramente que gostem. E agradeço pelos comentários.



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- Lucy?! O que você está fazendo aqui sozinha? – disse David saindo do carro.

- E-e-eu estava indo para casa. – disse abraçando o corpo, tentando me manter aquecida. Era o que acontecia quando se saia para a rua às 02:30 da manhã, de saia.

- Caminhando?! Você bebeu?! Tem alguma ideia de que horas são?! – disse David se aproximando de mim e analisando o meu rosto, com um ar preocupado.

- Sim, eu bebi. Mas não o suficiente para não saber o que estou fazendo. Sim, eu sei que horas são. Eu tenho celular, que marca a hora que é uma beleza. E sim, eu estou voltando para casa caminhando, graças ao seu amigo filho da puta que não atende o telefone.

- Onde você estava? Antes de me encontrar, eu quero dizer?

- Em uma festa, com umas amigas.

David deu um suspiro, desviando os olhos dos meus pela primeira vez desde que saiu do carro.

- Vem, eu te dou uma carona para casa. É perigoso você ficar andando sozinha na rua essa hora. – disse David me puxando em direção ao carro.

- Obrigada. – disse entrando no carro. Enquanto esperava ele fazer a volta e entrar no carro, aquela frase, dita tantas vezes pela mãe me veio em mente.

Não pegue carona com estranhos.

Mas ele não era um estranho. Era o David. Amigo do Jack. Eu deveria estar feliz por tê-lo encontrado, e estar grata por ele me dar uma carona. Tentei deixar pra lá essa sensação incômoda e me concentrar no fato de que em pouco tempo eu estaria em casa, e poderia esquecer essa noite. E quem sabe, odiar ainda mais o Jack.

- Tudo bem com você? – disse David me assustando, pois estava tão absorta em meus pensamentos, que nem notei ele entrar no carro.

- Hã? Sim, sim... eu estou bem. – disse sem jeito.

- Eu só preciso fazer uma parada antes de levar você para casa. Mas não vai demorar, eu prometo. – disse David sorrindo.

- Tudo bem. – disse retribuindo o sorriso.

Naquele momento, eu não soube dizer o porquê, mas aquela sensação estranha estava crescendo conforme avançávamos pelas ruas. Tentei iniciar uma conversa para me distrair.

- Então... hum... o que você estava fazendo lá, a essa hora? – disse me referindo ao lugar onde havia o encontrado. David me olhou sem jeito, fazendo com que eu me arrependesse de ter perguntado.

- Sinceramente?! Eu estava procurando alguém. – disse ele olhando para a estrada novamente.

Pelo modo como o seu rosto estava corando, eu pude entender o que “procurando alguém” significava. Apesar de não fazer sentido para mim. David era bonito, tanto de rosto quanto de corpo. Não fazia sentido ele procurar uma prostituta, podendo conseguir a garota que quisesse só com um sorriso. Seria esse o motivo dele ter parado o carro? Ele tinha me confundido com uma prostituta?! Oh meu Deus!

- Eu gostei do seu suéter. Ele fica bem em você. – disse David sorrindo para mim, e tentando olhar discretamente para as minhas pernas.

- Obrigada. – disse sentindo o meu rosto corar. David estendeu a mão e tocou a minha bochecha.

- Você fica linda quando cora. – disse ele me olhando ternamente.

- Obrigada. – disse olhando para as minhas mãos.

- Você e Jack não se dão muito bem, não é? – disse David acabando com o silencio constrangedor. O que lhe agradeci mentalmente.

- Isso é um eufemismo, sabia?! Ele simplesmente me odeia. Se pudesse, já teria se livrado de mim.

- Eu não acho que isso seja verdade. – disse David franzindo o cenho, e me fazendo arquear uma sobrancelha diante da credibilidade que ele estava dando ao Jack.

- Fala sério! Aquele otário tirou o telefone da tomada para que eu não conseguisse ligar para casa.

- Você tentou o celular da sua mãe? – disse ele franzindo o cenho.

- Sim, ele desligou o telefone dela também. Só o dele está ligado e ele não atende.

- Ok, talvez ele não esteja agindo de acordo com a idade dele. – disse David rindo.

- Falando em idade, quantos anos você tem David?

- Eu tenho 26. E você?

- 17.

- Você não parece ter 17. – disse David me olhando dos pés a cabeça.

- Quanto eu pareço ter? – disse sorrindo para ele.

- Com certeza mais do que 17. – disse David com um sorriso malicioso, estacionando o carro. Olhei para fora para ver onde estávamos.

– Eu não vou demorar, eu só preciso comprar uma coisa. Você quer algo? – disse ele colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

- Uma água, por favor. – disse sorrindo para ele.

- Ok. Eu já volto. – disse David saindo do carro e indo em direção ao posto de gasolina.

Comecei a me sentir inquieta dentro do carro, sozinha. Tentei achar algo para fazer enquanto David não voltava, e parecia que quanto mais eu tentava, mais eu tinha vontade de sair correndo dali. Peguei o celular de dentro da bolsa e tentei ligar novamente para casa.

- O que você está fazendo? – disse David do lado de fora do carro. Me assustando e fazendo com que eu derrubasse o celular.

- Oh! Você me assustou! – disse pegando o celular do chão. – Eu estava tentando ligar para casa.

- Por quê? - disse David franzindo o cenho e entrando no carro.

- Para avisar que eu estava com você.

- Ah.

- E a sua mãe atendeu? – perguntou David depois de um tempo.

- Não.

Me arrependi instantaneamente de ter respondido. Com uma sensação de ter dado a resposta errada.

- Hum... aqui está a sua água.

- Obrigada.

- Lucy... – disse David virando o corpo na minha direção. – Você precisa mesmo ir para casa agora? Eu realmente gostaria de ficar mais tempo com você. – disse ele colocando uma mecha de cabelo que insistia em cair, atrás da minha orelha.

Olhei para David que estava com um sorriso torto no rosto, e soltei a resposta mesmo sem ter total certeza.

- E-e-e-eu acho que posso ficar um pouco mais.

David abriu um sorriso de orelha a orelha e se virou para ligar o carro.

- Ótimo.

- Aonde vamos?

- Surpresa. – disse David ainda com o sorriso no rosto.


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