LOGAN ON:

Assim que eu sai do quarto da Ashley, não vi mais ela o resto da noite. Nem para se despedir, ela apareceu. Não posso culpá-la, afinal eu a beijei. Eu nem sei porque fiz isso, afinal, pelo o que tudo indica ela vai ser minha futura meia-irmã. Ahh, que dane! Mas é que ela é muito gostosa, e eu realmente me interessei por ela naquele dia na balada.

Depois que saímos da casa dos Collins, fui para a casa do meu pai. Na verdade, não moro com ele, porque está sempre viajando e eu não gosto de ficar lá sozinho. Então, acabei indo morar numa casa bem grande, junto com os meus três amigos que estão na banda comigo. Mas, essa noite eu ficaria com o meu pai. Eu sei que ele também se sente sozinho naquela casa, afinal, sempre foi só eu e ele. Minha mão morreu quando eu nasci, nem sei como ela era, meu pai nunca me mostrou uma foto. Só sei o seu nome, Regina.

– Então filho, o que você achou dela? - meu pai perguntou tirando a gravata e sentando no sofá.

– Legal, vocês formam um casal interessante - respondi

– E das filhas dela? - meu pai perguntou. Será mesmo que ele queria que eu respondesse isso?

– Alice é um amor - respondi.

– E o que você achou da Ashley? Ela tem quase a sua idade - meu pai perguntou.

– Legal também - disse dando de ombros - Vou para o meu quarto, estou cansado. Tchau pai.

– Tudo bem, boa noite filho - ele respondeu enquanto eu já estava no meio do caminho.

Subi as escadas, e entrei no meu quarto, faz quatros que não moro mais aqui. É estranho ver que o quarto continua do mesmo jeito que eu deixei. Duas prateleiras enormes cheias de carros de controle remoto, um vídeo game antigo, vários jogos, e uma TV velha. Parecia que eu estava voltando aos meus 14 anos.

[...]

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Merda, esqueci de fechar a porcaria da cortina! Olhei para o grande relógio da parede, 10 da manhã, acho que nunca dormi tão bem na vida. Sempre vou dormir de madrugada, porque eu e os garotos ficamos ensaiando até tarde. Meu pai não estava mais em casa, deixou um papel na geladeira dizendo que teve que sair para resolver algo do serviço, ele era advogado. Já estava acostumado com a ausência dele. Deixei a chave dentro do vaso de flores (como eu sempre fazia) que ficava perto da porta de entrada. Peguei o meu carro que estava na garagem, e voltei para casa.

– Aleluia! Onde você tava seu gordo? - disse o Carlos quando me viu entrando na cozinha. Essa é a forma “gentil” dele me chamar.

– Bom dia para você também - disse - Tava na casa do meu pai, oras.

– Você dormiu lá? Você nunca dorme lá - James se intrometeu

– Mas eu quis ficar lá essa noite. Não posso cacete? - perguntei ficando irritado

– Claro que pode porra! - disse James colocando as mãos para cima em sinal de rendição.

– E aí, como foi o jantar na casa da Sra. Collins? - agora foi a vez de Kendall perguntar. Não respondi. Será que eu devia mencionar tudo o que aconteceu?

– Logan? Tá viajando? - perguntou Carlos, estalando o dedo na minha frente.

– Não, é que... - tentei falar.

– Fala logo! - disse Carlos

– Foi legal - respondi por fim

– Nossa, então por que você demorou tanto para responder? - perguntou James - Espera... Tem garota na área né? Ela é gata?

– James, vai se ferrar - respondi

– É isso sim! Eu te conheço Logan Mitchell. Anda, falo logo. É a sua futura irmãzinha né? - James perguntou curioso.

– Meia-irmã - corrigi. Ele deu de ombros. - Sim, é ela.

– Opa... conte tudo, não nos esconda nada! - disse Kendall animado. Respirei fundo.

– Vocês lembram daquela garota que eu falei que conheci na semana passada na balada, e que eu quase beijei? - perguntei

– Sim. E que te deu um bolo - Carlos disse zoando da minha cara. Revirei os olhos - Ok, o que isso tem a ver?

– Tem tudo a ver - respondi. Os três me olharam confusos - Porque a garota da balada, é... A filha da Sra. Collins.

– Que? - os três falaram juntos

– Você tá brincando né Logan? - disse Kendall

– Quem me dera... - respondi

– Pensa no lado bom, pelo menos agora você sabe onde ela mora. Ela não pode mais fugir de você - disse Carlos rindo. Olhei sério para ele, e ele parou de rir.

– Mas... - Kendall começou

– Mas que merda! Não quero mais falar sobre isso! - interrompi. E fui subindo as escadas e indo para o meu quarto. A única coisa que eu precisava agora, era explicar tudo que aconteceu.

[...]

– Logan? - escutei alguém batendo na porta. Era o James.

– Vai embora porra! Quero ficar sozinho - respondi com a cabeça enterrada no travesseiro.

– Ei, não precisa ser grosso também - James disse - Eu só quero te ajudar

– Desculpa - falei - O que foi?

– Esse lance que você contou, é realmente complicado - disse James se sentando na ponta da minha cama. - Mas, você não disse como ela reagiu.

– Bom, o que posso dizer? Ela ficou chocada quando me viu, ficou fugindo de mim a noite toda, então fui atrás dela no quarto, conversamos um pouco e...

– E...? - James pediu que eu continuasse

– Beijei ela - falei rapidamente

– O que? Sério? Putz! - James disse, assenti - Tá, e depois?

– O telefone dela tocou, sai do quarto e não vi mais ela o resto da noite. Satisfeito?

– Não muito. Queria que vocês estivessem se dado bem né. Afinal, ela vai ser sua meia-irmã, como você mesmo disse - James respondeu.

– É, isso se meu pai realmente ficar com a Sra. Collins né. Afinal, ela não é a primeira namorada dele.

– Mas foi a primeira que você conheceu a família. Pelo jeito, eles estão firmes.

– Verdade...

– E agora, o que você vai fazer? Em relação a garota? Qual o nome dela mesmo?

– Ashley - respondi - Não sei. Acho que vou pedir desculpas e esquecer isso. Não tenho outra escolha.

– Acho que sim, mas como você vai fazer isso?

– Ainda não sei... Ideias?

– Ahh, deixa eu ver - James disse colocando a mão no queixo, fazendo uma cara de intelectual - Já sei!

– Fala! - exclamei

– Presta atenção... - ele disse.

ASHLEY ON:

– Me conta... Ele beija bem? - perguntou Sam.

– Não! - respondi mentindo. Sábado a tarde, Sam veio aqui em casa para eu contasse a ela sobre como foi o meu “belo jantar”.

– Eu sei que você está mentindo, porque ele tem cara que beija bem pra caramba!- disse Sam me cutucando. Estávamos no meu quarto.

– Olha, eu não quero mais falar sobre isso, ok? - falei cruzando os braços.

– Tudo bem então! - ela disse se rendendo. Alguém bate na porta.

– Quem é? - gritei sem sair do lugar.

– Sou eu mana - disse Alice. Sam se levantou e abriu a porta para ela - Chegou a correspondência, essas são para você.

– Obrigada Ali - disse pegando as cartas. Ela sorriu e saiu do quarto. Havia algumas cartas sem muita importância, apenas coisa da escola, estava esperando alguma resposta dos empregos que mandei currículo. Afinal, não posso trabalhar no pet shop para sempre, preciso de mais dinheiro, ganho muito pouco lá.

– Essa não eu não sei de onde é - disse. Havia apenas meu nome escrito na parte de trás, em uma escrita a mão. Abri o envelope e havia dois ingressos dentro.

– Ingressos? - Sam perguntou - De quem são?

– Não sei - respondi analisando os nomes das bandas, não conhecia nenhum deles. Era para a noite de hoje, e haveria vários shows.

– Ahh, Ashley? - Sam disse, olhei para ela - Acho melhor você ler isso.

– Onde você achou? - perguntei pegando um papelzinho que ela me entregou

– Estava dentro da carta - ela respondeu. Olhei o papel, nele estava escrito:

“Ashley, sinto muito por ontem. Para me desculpar, estou te dando dois ingressos, minha banda vai abrir o show essa noite. Convida a sua amiga Samantha para ir com você. Espero que me perdoe - Logan”

– Droga... - sussurrei baixinho.

– Então, você vai no show né? - Sam perguntou

– O que? Claro que não! Tá doida garota? - disse me exaltando.

– Eu acho que você deveria ir. - Ela respondeu. Revirei os olhos. - É sério. Você não pode ficar ignorando seu maninho, sua mãe vai desconfiar. Nós deveríamos ir.

– Você só ta dizendo isso, porque quer ir no show também né? - perguntei. Ela fez que não - Samantha Ann Evans...

– Ok, eu quero muito ir! - Sam confessou. - Talvez ele tenha uns amigos gatos para me apresentar...

– É, talvez - disse dando de ombros. Ficamos uns instantes em silencio.

– Então? - ela perguntou curiosa.

– Nós vamos - respondi por fim.

– Ai meu Deus sua linda te amo, vem cá me abraça! - Sam pulou em cima de mim e me abraçou quase me asfixiando. Ar, cadê você?

– Também te amo sua maluca! Agora me solta, quero respirar - disse, e ela revirou os olhos me soltando - Anda,vamos escolher as nossas roupas.