Dia - X escrita por Chiye


Capítulo 8
Capítulo 8 - Comidas comestivelmente comestíveis.


Notas iniciais do capítulo

Hey, soube que ai onde vocês estão é feriado para a maioria das escolas. Legal. Adoro feriados. Você pode comer e dormir o dia todo sem ninguém te importunar com perguntas bobas. Mas si também que a maioria de vocês é estudante e provavelmente usa os feriados para colocar os trabalhos da escola em dia. Eu sei como isso é, é horrível. Já passei por isso, duas vezes ainda por cima. No ensino aqui da terra e na Academia.



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--Era apenas um humano que mudou a estrutura biocelular dos coelhos e os fez explodir. –Comentou O Doutor. –Pobres bichinhos.

--Coitadinhos. –Eu disse. Fiquei com muita dó dos coelhos que explodiram.

Estávamos voltando para a TARDIS depois de tudo o que ocorrera.

--Coitados. –Comentou Sarah. –Mas o que você fez com ele, o mágico?

--Digamos que apresentei ele a minha chave sônica e lhe disse que se tentasse algo assim novamente, ele era quem explodiria.

Nós três rimos enquanto O Doutor destrancava a TARDIS. Ele deixou Sarah passar primeiro, depois eu e entrou por ultimo, depois de segurar a porta da TARDIS, que havia balançado de repente, como se fosse se fechar.

--Doutor, podemos ir a outro planeta?—Perguntei antes de conseguir me conter.

--Poder nós podemos. –Disse ele. –Mas continua valendo aquela regra de que vocês tem que fazer tudo o que eu mandar.

Nós duas sorrimos em resposta.

A verdade, leitor, é que O Doutor é um velho solitário. Ele não queria abrir mão da companhia que havia encontrado. Não importava que fossemos jovens demais; Estávamos lá.

Depois de colocarmos nossas roupas habituais e eu levar um carrão d’O Doutor por ter saído no passado com um tênis do presente, pousamos. Nós três fomos em direção a saída e O Doutor escancarou a porta. Estávamos em um planeta de solo marrom com várias pessoas circulando entre tendas e mais tendas. A maioria era humano, ou pelo menos se pareciam com humanos, mas haviam também muitas outras espécies por ali.

--O que é aqui? –Perguntou Sarah, olhando tudo ao redor. A maioria das barracas vendia comida. Comidas realmente muito estranhas. Verdes, azuis, de bolinhas, compridas, finas, que se mexiam, que cheiravam mal e algumas que eu podia jurar terem me desejado bom dia.

--É o maior mercado de iguarias e especiarias do universo! –Explicou ele, feliz com nosso espanto. –Comida de todos os lugares e até de algumas épocas variadas. Ao invés de ir em algum lugar e almoçar, pensei que podíamos passar algumas horas experimentando coisas diferentes. Que acham?

--Ótimo. –Respondeu Sarah.

--Realmente muito bom. –Eu disse. Afinal, o que podia ser melhor que provar comida ALIEN que parecia viva? Eu te digo: Qualquer coisa.

O fato é que o lugar se provou realmente muito bom: Fora as comidas nojentas, havia coisas realmente muito gostosas, como um arroz marrom escuro que era um pouco cítrico e um doce no formato de bolinha que deixava a língua gelada mas era delicioso.

Mas havia algo estranho no ar. O Doutor analisava o ar e as barracas a cada minuto com sua chave de fenda sônica, as vezes soltando “oh!’s e as vezes soprando farelos para todo lado.

--O que está acontecendo? –Perguntei depois de uns minutos. Simplesmente não pude ficar parada vendo-o resmungar sozinho termos complicados.

--Não sei. –Respondeu ele. –Mas o ar tem pequenas correntes elétricas de tempos em tempos. Isso é bem estranho. Parece que todas estão indo para um mesmo lugar...

--É comum ter eletricidade no ar. –Disse Sarah. –Vi isso na aula de ciências.

--Não assim. –Respondeu O Doutor. Não todas indo exatamente ao mesmo lugar. –E voltou o olhar para sua chave sônica.

Eu e Sarah avistamos uma barraca de doces e fomos até lá. Um ALIEN gordo nos atendeu.

--O que é isso? –Eu perguntei, agarrando um doce aleatório.

--São feitos de fruta montreal de Alonigo, o planeta nebuloso.

Sarah pegou um também e provou.

--Huum. –Fez ela, engolindo. –Isso é muito bom, prove um pouco, Doutor... Doutor?

Mas o senhor do tempo não estava lá. Olhamos a toda volta, mas não o achamos.

--Onde será que ele...? –Mas um grito de coalhar o sangue cortou minha pergunta. Vinha de algum ponto a nossa direita, então corremos para lá.

Em uma praça a uma certa distância, havia uma enorme aglomeração de espécies. Nos esprememos entre elas e no centro de tudo estava...

--Doutor! –Disse Sarah, baixinho, surpresa. Isso por que o senhor do tempo estava tombado por cima do corpo de uma menina de cerca de doze anos e a cena toda estava pintada de sangue. Ambos pareciam inconscientes. A cena ficou congelada por alguns segundos, até que uma mulher na platéia apontou para O Doutor e gritou “assassino!”

Várias pessoas se aproximaram e viraram tanto O Doutor como a menina de barriga para cima. Descobriu-se que o sangue era da menina, de um corte no lado da barriga. Os murmúrios começaram a percorrer toda a platéia, como um arrepio. Captei alguns deles. Ao que parecia, O Doutor tinha feito aquilo com a menina e as pessoas tinham visto. Corri até ele. Por que aquilo simplesmente não podia ser verdade. Porque nunca tentaria matar alguém. Me ajoelhei ao seu lado e comecei a sacudi-lo e chamá-lo. Por que não podia ser verdade, não podia....

Chegaram, do meu lado, umas pessoas de branco, colocaram o corpo da menina em uma maca e o levaram dali. Nesse mesmo instante, O Doutor abriu os olhos, bem devagar.

--O que houve? –Perguntou ele num sussurro.

--Não sei... –Por que era verdade, eu não sabia. O Doutor me olhava. Eram olhos inocentes.

Como se tivessem recebido uma ordem, todas as pessoas em volta começaram a gritar e xingar horrores. O Doutor não se levantou, continuou parado como alguém que tivesse acabado de acordar de uma anestesia. Não demorou muito e um grupo de ALIENS de farda azul o levantaram e o levaram dali. Fiquei parada por alguns instantes, até um deles dizer:

--Vocês poderiam vir junto por favor?

Eu e Sarah o seguimos, caladas. Ainda muito ao longe foi possível ouvir os gritos da multidão. Me lembro de ter ficado muito aliviada quando eles pararam. Chegamos a uma delegacia. Nos sentaram em frente a uma escrivaninha e ofereceram um pouco de água. O estranho é que não pareciam muito afim de prender O Doutor ou perguntar por que ele tentara matar a menina.

--O que houve? –Perguntou O Doutor novamente, já mais desperto. Ele olhava para suas roupas sujas de sangue. Um caso perdido. Ninguém conseguiria limpar aquilo. Ele parecia preocupado e confuso.

--Você já é o quarto esse mês... –Comentou um dos policiais. Devia ser o mais importante ali: Usava uma porção bem grande de distintivos.

--O quarto...?—Perguntou Sarah.

--O que o chefe quer dizer é que já aconteceram outros três casos de pessoas que machucaram alguém e não se lembram de nada. –Disse um policial bem jovem. –Todos os casos são bem parecidos: A vitima é alguém importante. O assassino, de algum jeito, os machuca seriamente e desmaia também. Depois não se lembra de nada.

--Mas machuca como?—Perguntei. –O Doutor não tinha nenhuma arma na mão!

--Exatamente!—Disse Sarah. Embora os policiais não o culpassem, ainda queríamos defende-lo.

--Esse é outro plano. –Disse o policial. –Nenhum dos suspeitos tinha armas. E mesmo que tivesse: O machucado das vitimas é sempre o mesmo, um furo de três milímetros de diâmetro. Não conhecemos nenhuma arma que tenha tal diâmetro.

--O que mais vocês sabem? –Perguntou O Doutor. Parecia muito bem agora.

--Desculpem. –Disse um terceiro policial. –Mas isso é tudo o que podemos contar.

--E acho melhor vocês ficarem aqui. –Disse o policial que parecia importante. –As pessoas lá fora podem tentar algo contra vocês. –Explicou ele ao ver nossas expressões.

Tivemos que ficar. Mas antes disso, tivemos que entregar celulares, pulseira e brincos e O Doutor teve que entregar sua chave sônica.

A “cela” era bastante confortável. Havia vários beliches, um banheiro e uma pequena sala improvisada. Havia também três pessoas. Os outros suspeitos, provavelmente. Houve um enorme momento desconfortável em que todos se encararam.

--Hã... Olá. –Foi O Doutor quem falou primeiro. Os outros três não falaram nada. Cada um continuou parado no seu canto, então nós três fomos até um beliche e nos sentamos na parte debaixo.

--Você realmente não se lembra de ter feito nada? –Perguntei. –Nem de ninguém ter feito nada?

--O que me lembro é que estávamos juntos e você duas foram até aquela barraca de doces... Então me lembro de ter acordado com você ajoelhada ao meu lado, Chiye.

--Preciso da minha chave de fenda sônica. –Disse ele. –Olhem, tenho que ficar aqui, sou suspeito, mas vocês duas podem andar por ai, não?

--Daremos um jeito. –Prometeu Sarah.

E demos.


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Notas finais do capítulo

Tô muito sem ideias do que escrever aqui embaixo... Acontece muito isso de ficar sem ideias... Huum... Estamos em 2013, não? Então acho que em breve terão algo muito especial na série. :D



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