Dia - X escrita por Chiye


Capítulo 7
Capítulo 7 - Os sonhos de Contte


Notas iniciais do capítulo

Estou parecendo um zumbi. Fiz maratona de animes. >
Sério, pareço o L.



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A silhueta voltou para Stevan outras três vezes mais. Contou-lhes histórias com doçura. Contou-lhe sobre um homem com dois corações chamado O Doutor. Um homem que tinha visto muitas belezas em sua caixa que viajava no tempo, mas que também vira muitas tristezas e desgraças em suas aventuras. Contou como O Doutor ficou sozinho depois que o lugar laranja se acabou e como achara algum conforto no lugar azul. Contou como pessoas do lugar azul passavam pedaços de suas vidas ao lado d’O Doutor. Algumas delas morriam, outras, não, mas todas sempre acabavam por deixá-lo.

Contou-lhe sobre uma guerra. Uma grande guerra. A ultima grande guerra, que envolveu pessoas do lugar laranja e de um outro lugar que a silhueta não quis mencionar o nome, mas o citou como repulsivo. Contou sobre como O Doutor ficara nas linhas de frente da batalha e como conseguira sobreviver. Não contara exatamente como ele sobrevivera, mas mencionara que de fato sobrevivera. Contou-lhe como o homem velho ficou solitário.

E contou-lhe sobre uma garota. Uma lenda. Uma lenda que ele conheceria e viveria. Por que aquelas histórias eram reais e aconteceriam um dia para ele. Com exceção da guerra, que já havia passado, embora Stevan não se lembrasse dela. A silhueta se emocionara ao dizer que ele, o garotinho, ajudaria a garota da lenda a encontrar sua consciência do lugar laranja e como, por um breve momento, eles seriam felizes. Estas foram as histórias que a silhueta lhe contou. Então ela sumiu e nunca mais apareceu, o que o fez se perguntar se ela teria realmente existido e ele não teria imaginado tudo.

Mas algo maior o dizia que não. O modo como as histórias mexiam com ele... Como se pudessem tocar as notas mais profundas do seu ser. Lhe causavam uma enorme tristeza e angustia, como se tivesse perdido alguém que amava, mas ao mesmo tempo lhe causavam um enorme bem estar, principalmente quando era falado sobre o lugar laranja.

Algum tempo depois, na escola, Stevan aprendeu que o lugar onde morava era um planeta. Um planeta azul. Ele o associou involuntariamente ao lugar azul da história e criou, em sua imaginação, outro planeta, um planeta distante, intocável e intangível onde as árvores se sacudiam com o vento dourado e o segundo sol se punha no sul. Um lugar onde tudo girava ao redor do tempo e os habitantes eram sábios e serenos. Stevan adorava pessoas sábias e serenas do mesmo modo que eu as adorava, leitor.

Na escola ele era especialmente sozinho. Nunca falava com ninguém e as pessoas raramente falavam com ele. Por que ele era o menino esquisito que todos tinham medo e implicavam. Era o menino bonito e quieto o qual todos comentavam. Todos os corpos do lugar laranja são assim, era sua justificativa. Ele era o menino que ficava sentado, sozinho, todo o dia com um caderno ao lado. Um caderno no qual anotou quatro histórias e dois sonhos.

No primeiro sonho, ele estava junto com duas garotas, uma delas da sua idade e a outra alguns anos mais nova. Ele só o sonhara uma vez na vida, mas de tanto o repetir, acabara decorando-o. Estavam em uma sala pequena e mal iluminada. Ouviam ao longe os sons da guerra. Logo tudo passaria... Logo tudo acabaria... Ficariam bem, ficariam bem e vivos... Não exatamente como pretendiam, mas ficariam... Apenas se você viveu uma guerra, leitor, sabe como é. O barulho das explosões e dos gritos guerreadores ao longe abafados pelo silencio das paredes e pela segurança. É uma sensação insuportável. A qualquer momento alguém pode morrer ou seu planeta pode ser tomado.

Até que uma explosão particularmente alta, considerando o som abafado e longínquo que produziam, fez os três se encararem. Fazia um bom tempo que não se encaravam. Estavam esperando os últimos ajustes nos planos dos senhores do tempo da academia.

--Queria estar na frente de batalha. –Comentou o menino que era Stevan, na época ainda Connte.

--Todos nós queríamos. –Comentou The Writer, uma garota da idade de Stevan. Olá, leitor. Sim, esse era meu Eu senhora do tempo. The Writer. Mais para a frente juro que explico por que alguns senhores do tempo tem “nomes” de profissões e outros, não. E não façam brincadeiras com os nomes. São um fardo que temos que abraçar.

--Mas A Instituição nunca nos deixaria ir. –Comentou a menina mais nova, Mirai. Tinha olhos amendoados e cabelos que lhe caiam até a cintura, em contraste com os cabelos curtos que eu tinha na época. Bem... Ainda os tenho. Se você já leu outra história que contei aqui, leitor, a história de John Smith e Rose Tyler, saberá onde já viu o nome Mirai antes.

Connte balbuciou qualquer coisa mas não fez mais nada, exceto apertar a barriga. Os três sentiam um enorme frio na barriga pois sabiam o que ia acontecer. Sabiam que Gallifrey queimaria. Estavam apenas esperando a hora certa.

Esse foi o primeiro sonho. Stevan o sonhou aos dez anos e anotou tudo em seu cadernos quando acordou. Associou também o nome que ele sabia no sonho, Gallifrey, ao lugar laranja. Agora tinha um planeta laranja chamado Gallifrey.

O segundo: Ele fugira da pequena sala, correra uma enorme distância e agarrara uma arma. Correu mais ainda e driblou os guerrilheiros que faziam a segurança dos civis. Estava quase chegando ao epicentro da batalha quando uma enorme explosão sacudiu tudo ao seu redor e o fez ficar tonto pela altura do barulho. Ele ia continuar sua corrida quando ouviu uma voz.

--Connte! –Ele se virou e me viu. Meu eu senhor do tempo, Writer. –Vou com você!

--Está louca? –Perguntou ele. –É perigoso! Você pode morrer! Você tem que...

Mas um som rouco de “Exterminar!” nos obrigou a recuar e se esconder atrás de uma pilastra que estava metade destroçada. Um batalhão de Daleks passou, acertando três senhores do tempo que passavam. Um conseguiu se regenerar e saiu, tonto, mas os outros dois receberam um segundo tiro no ato da regeneração e caíram mortos. Aqui vão duas maneiras de matar um senhor do tempo, leitor.

*Pare seus dois corações ao mesmo tempo. Isso impedira a regeneração.

*Lhe de um golpe fatal durante a regeneração. Ela será interrompida.

--Volte, Writer, é perigoso!

--Vamos morrer de qualquer jeito! –Exclamei. Não me sentia nada bem com aquela verdade. –Se não morrermos na guerra do tempo, irão nos matar, na Academia! E se por um enorme acaso conseguíssemos escapar dela, queimaríamos junto com o planeta. Quero fazer algo antes de morrer! Quero matar aqueles malditos Daleks!

E era verdade. Por que se não morrêssemos lutando, A Instituição nos mataria. Por que esse era o plano e era vital que o plano desse certo. Ficamos parados por um longo momento, então...

--Lorde Contte!Lady Writer! Venham cá! Agora! –Era Skarguillo, um dos senhores do tempo da Instituição. Nos levariam de volta. Mas, nos segundos em que olhei para Skarguillo, indecisa se corria ou não, Connte o fez. Escapou para o epicentro da batalha.

Olhei para a direção que ele tinha ido por alguns segundos, tempo o suficiente para Skarguillo me agarrar pelo braço.

--Você vem comigo. –Disse ele. Não gritava nem parecia bravo: Estava calmo e até um tanto trêmulo. Mas não consegui escapar. Simplesmente não tinha forças para mais nada.

Contte continuou em frente, a arma em punho, desviando dos pequenos grupos de daleks e senhores do tempo que passavam. A coisa ia ficando cada vez pior: Senhores do tempo empapados em sangue, daleks destroçados e corpos pelo chão. Ora, os corpos não podiam ser dos daleks.

--Eclodir realidade no setor E 15!—Berrou alguém bem no meio da batalha toda. Alguém com cabelos dourados e um corte que lhe atravessava o rosto e parte do peitoril que sangrava muito. Conhece a oitava regeneração d’O Doutor, leitor?

Contte explodiu um dalek com uma arma e se postou ao lado d’O Doutor, que parou um instante de gritar ordens e perguntou quem ele era e o que estava fazendo ali, rouco de tanto gritar ordens aos combatentes.

--Sou Contte! –Gritou ele. Era quase impossível ouvir outra pessoa, tamanhas eram as explosões e os gritos. –Vim ajudar!

Stevan acordara nessa hora, suado, trêmulo e com uma enorme ânsia de vomito. Arrepios lhe percorriam o corpo. Fora um sonho vivido. Tratou de procurar seu caderno e anotar o sonho bem depressinha, antes de sua mãe aparecer lhe repreendendo por estar acordado aquela hora.

Minha nossa, leitor. Me deixei distrair. Enrolei o capitulo inteiro e não voltei a história... Mas acho que esses detalhes serão importantes. A história fica para uma próxima vez. Só mais uma coisa. Sei que tudo fica meio confuso com isso de Chiye e Writer ou Stevan e Connte, mas peço que suporte isso, leitor.


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Notas finais do capítulo

Duvido você dizer chão sujo cinco vezes bem rápido. É impossivel.



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