Dia - X escrita por Chiye


Capítulo 4
Capítulo 4 - Stevan


Notas iniciais do capítulo

Estou na escola. É legal aqui.... mas no momento estou entediada.... É nisso que dá acabar a lição antes de todos... Mas o que posso fazer??



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Acho que uma coisa não ficou muito clara. Vocês devem estar imaginando que vigio as pessoas que fazem a série. Só isso. Mas não, não é só isso.

Quando essa história chegar ao fim, você verá que notei algo. Algo importante. Algo que posso antecipar. Notei que só entrei na TARDIS com O Doutor por que o conhecia de um programa de televisão. Notei que se não o conhecesse, provavelmente nunca teria entrado na nave. O plano dos senhores do tempo da instituição teria dado errado. Então eis o que eu fiz: Voltei a minha dimensão original, aquela que a história do meu eu humano está se passando, e criei o programa. Não com minhas próprias mãos. Moldei pessoas e elas moldaram a série. Ao longo dos anos, criando pessoas para fazer um programa de televisão para mim.

O programa iria crescer e eu teria que deixar. Afinal, e seria era bastante popular em Londres quando a conheci. Vários atores, idênticos ao Doutor na aparência e alguns até na personalidade. Desde crianças, eu os preparei. Fui moldando os eventos a sua volta para fazer com que tudo desse certo. A série foi o que foi. Uma cópia perfeita das primeiras trinta e quatro regenerações d’O Doutor. Vocês estão na décima segunda, se não me engano? Um programa de televisão normal, ninguém nunca desconfiaria.

A propósito, cometi um erro. Acho que deixei alguns momentos no tempo sem vigia e as pessoas que produziam a série na época bolaram a brilhante ideia que um senhor do tempo só pode se regenerar doze vezes. Não é bem assim. Não é nada assim, para falar a verdade. Não sei de onde tiraram isso. Não há um limite. Desculpe-me pela série, leitor. Erro meu.

O Doutor deixou um caderno inteiro cheio de cálculos e algumas estruturas montadas para os cientistas. Eles nos entregaram um teletransporte e uma braçada de coisas que eu não sabia o que eram, mas que ajudei O Doutor, que afinal só tinha dois braços, a carregar. Nos deram também mini mascaras de gás. Então, as seis da tarde, nós partimos. Ainda me lembro do robozinho vermelho dizendo Adeus e Ricardo acenando. Lembro da minha euforia na primeira viagem de teletransporte. Lembro que fiquei com muito medo e muito feliz ao mesmo tempo. Foi incrível sumir do Guardian’s e aparecer na nossa velha rua.

Fomos mais uma vez ao quintal de Sarah, agora escuro. O Doutor abriu a TARDIS com uma chavinha dourada e eu entrei. Os outros dois iam me seguir, quando...

–-Opa! –Disse O Doutor. Ele havia derrubado metade das coisas que segurava para impedir a porta da TARDIS de se fechar.

Nota: Sim, a TARDIS tentou deixar O Doutor para fora. É vital que você note isso, leitor. Não foi vento ou defeito coisa nenhuma; Foi a própria máquina do tempo tentando cumprir com o plano dos senhores do tempo da instituição. Por que era vital que ela conseguisse me levar, e somente eu, a um determinado lugar. Sem O Doutor, sem Sarah. Mas a maquina do tempo terá que fazer isso de forma cuidadosa, sem que O Doutor suspeite. Tudo teria que parecer natural.

O Doutor entrou junto com Sarah depois de recolher as coisas. Nós duas nos sentamos no chão perto do console, as vezes passando uma ferramenta para O Doutor enquanto ele ficava no sub solo da sala do console, fazendo coisas timelordianas. Lá pelas onze da noite, não aguentei mais.

–-Doutor, estou com fome. –Disse.

–-Eu também... –Comentou Sarah.

–-Podem pegar algo na cozinha. –Respondeu ele. —Entrem ali –E apontou para uma porta. –Virem a direita no primeiro corredor, depois esquerda na segunda porta. Vão chegar em um emaranhado de corredores, façam o seguinte: Direita, esquerda, esquerda de novo, direita e esquerda. Chegaram. Tragam algo para mim também, sim?

Ergui uma sobrancelha, mas o senhor do tempo não viu. Sarah me lançou um olhar significativo.

–-Mas... –Começou ela. Mas eu a interrompi.

–-Obrigado, Doutor. –E a puxei para a porta a qual ele indicara.

–-Por que você fez isso? –Perguntou Sarah assim que saímos do campo de audição do ALIEN.

–-Sarah, é a TARDIS! –Respondi, eufórica. –Podemos explorar tudo! E se ele nos encontrar, temos a desculpa perfeita: Nos perdemos.

Sarah riu, entendendo. Chegamos a uma bifurcação.

–-Mi-nha-mãe-man-dou-eu-es-co-lher-este-da-qui-mas-como-sou-tei-mo-sa-eu-es-co-lhi-es-te-da-qui. –E a mão de Sarah parou na direita.

–-Vamos. –Eu disse, rindo.

Vimos realmente muitas salas: Uma enorme piscina, uma sala que parecia um fliperama ALIEN, uma sala que estava vazia e nenhuma de nós duas teve coragem de entrar depois que algo roçou nossos tornozelos. Achamos uma enfermaria, uma sala repleta de orbes de vidro, algo que lembrava uma sala de mainframes (aqueles computadores de grande porte) e a sala dos circuitos, na qual, avisadas pela série, não mexemos.

Depois de realmente muito tempo andando, vi uma porta azul. Aquela porta me chamou a atenção. Uma porta azul com um nome pintado nela. Um nome em Gallifreyan. Cutuquei Sarah e indiquei a porta, então fomos até lá. Coloquei a mão na maçaneta, girei-a, abri a porta e dei um passo.

Então estamos novamente na sala do console, na primeira porta na qual tínhamos passado. Eu ainda tinha a mão estendida. De um pouco mais adiante, ouvimos a voz d’O Doutor.

–-Por que demoraram? Hey, não trouxeram nada para mim, suas humanas...

–-Nos perdemos. –Eu disse, baixando a mão.

–-Ah... –Respondeu ele, parecendo desconcertado. –Nesse caso, vou com vocês.

E nós três fomos, juntos.

Uma coisa, leitor. A porta pela qual íamos passar. Na época eu não sabia, mas a porta que a TARDIS nos impediu de passar era o quarto d’o Doutor. A máquina precisava que eu entrasse ali, sim, mas somente eu, sem Sarah. Então ela nos teletransportou de volta a sala do console. Volto a dizer que na época eu não tinha ideia. E quando vivemos algo breve e que não sabemos o que é, esse evento tem grande probabilidade de ser eclipsado pela mente e jogado no lugar destinado às coisas esquecidas.

Acho que você deve estar curioso para saber como é a cozinha da TARDIS, não? Então eu digo. É um local imenso de paredes iguais as dos corredores, as quais acho que você, leitor, já conhece. O lugar inteiro cheirava a bolo e outras coisas muito boas. Havia, pelos vários metros da cozinha, armários nas paredes. Armários desaparelhados, sem maçaneta visível. Era incrível como vários armários diferentes produziam um efeito tão bom: Como se alguém tivesse gastado horas arrumando-os. Três paredes eram forradas com os armários, mas a quarta estava lotada com uma pia, um fogão e outras coisas que certamente eram ALIENS. Além de uma mesa de mármore no centro com cadeiras tão desaparelhadas quanto os armários.

Aquele dia, ou noite, depende do seu referencial, visto que estávamos em uma máquina do tempo, nós comemos muito. Muito mesmo. E era tudo delicioso. O Doutor mudou de assunto em velocidade de dobra quando perguntei se ele havia preparado a comida.

Algum tempo depois O Doutor voltou a sala do console conosco, dizendo que construiria quartos para eu e Sarah. Ótimo. Aquilo seria um convite para ficarmos mais tempo?

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Longe dali, um garoto um tanto despenteado acordou no meio da noite. Tivera um sonho estranho. No sonho, ele estava na linha de frente de uma guerra. Havia fugido para lá. Não devia estar lá por que era especial, mas fugira do laboratório e fora lutar na linha de frente. Por que o destino que o aguardava erra terrível. Terrível demais. Mas um grupo de sete pessoas conseguira o capturar e o levaram de volta ao laboratório, onde o deitaram em uma cama e o amarraram. Você já ouviu o resto dessa história atravez dos meus sonhos, leitor. Lembra? Relógio. Jovem senhora do tempo. Menina na terra que estava bem. Apenas passe certas palavras para o gênero masculino.

Esse menino, de cerca de dezessete anos, se chamava Stevan. Stevan Makinamaha. E não, ele não descendia de orientais. Era londrino. 

Ele tinha uma personalidade muito semelhante à minha e de mais alguém, que ainda vai aparecer: Não costumava se enturmar na escola, gostava de ficar sozinho, gostava de ficar em casa, odiava tomar sol, amava ler, não curtia sair na rua e não gostava muito de se socializar.

Estou te contando isso por que em breve ele irá entrar na história e é bom você já conhecê-lo, leitor. Por que ele entrará em um momento tenso, o qual seria chato quebrar para lhes contar quem o garoto é.

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Agora você precisa notar certas coisas, leitor: O Doutor nos deixou viajar na TARDIS fácil demais. Sequer tentou nos levar de volta para a época certa e nos expulsar da nave, mesmo sendo jovens demais. Há algo por trás disso. Uma nave, para ser mais exata. Uma pequena nave enorme.

O jovem Stevan viveu antes da era da televisão, então não tinha como ele ver a série. Não tinha como eu fazer uma série antes da época das TV’s. Mas eu resolvi isso. Muito bem resolvido. Você verá, leitor.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Preciso que a história chegue a mais pessoas...



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