Dia - X escrita por Chiye


Capítulo 18
Capítulo 18 - Penultimo


Notas iniciais do capítulo

Fiz um resumo do que aconteceu apenas para não deixar pontas soltas. Isso não é necessário para a história, mas gosto de fazer as coisas bem feitas.
Hey, para quem quiser entender melhor as dimensões, achei um artigo que explica isso de maneira bem simples:
http://super.abril.com.br/ciencia/segundas-dimensoes-446720.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super



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Primeiro eu iria acabar de contar a Stevan tudo sobre O Doutor e a TARDIS. Depois daríamos a noticia a seus pai e por últimos a meus próprios. Essa ultima parte seria de longe a mais difícil.

E, pela segunda vez, estacionamos na Mansão Makinamaha. O plano era voltar mais três noites, pois fora assim que Stevan narrara as histórias que ouvira.

Eu entrei novamente em seu quarto. Ele estava sentado em uma mesinha, colorindo. Quando me viu se jogou na cama e se enrolou. Eu apaguei as luzes. A ultima coisa que eu queria era que ele visse meu rosto.

–-Eu quero ouvir mais uma história. –Disse ele. –Minha mamãe falou que você não existe, mas eu sei que existe. Você pode me contar sobre o lugar laranja?

–-Amanhã, talvez. –Respondi. –Hoje vou lhe falar sobre uma pessoa. Essa pessoa viveu no lugar laranja.

Então eu contei sobre O Doutor. Sobre como ele não era humano, sobre como tinha dois corações, sobre como sentira falta do lugar laranja, sobre como roubara uma caixa azul que viajava e fugira com ela. Contei sobre como ele gostava do lugar azul e sobre os humanos que passavam algum tempo come ele. Stevan não quis me deixar ir embora, mas eu prometi que voltaria no outro dia.

E voltei.

Foi a vez de lhe contar sobre a guerra. Contei como a guerra envolveu o lugar laranja e outro lugar, extremamente repulsivo. Contei como O Doutor fugira das linhas de frente e sobrevivera. Não contei ao certo como, achei que seria demais para um garotinho ouvir sobre viagens no tempo e regenerações. Contei também sobre como O Doutor ficara solitário. E mais uma vez tive que prometer que voltaria no outro dia para ele me deixar ir.

No terceiro dia falei sobre mim mesma. Me situei como uma lenda, uma lenda que ele viveria e conheceria. Conheceria a garota e viveria a lenda. Não mencionei relógios nem fugas. Contei que ele havia vivido a guerra, mas não se lembrava, e que viveria as outras histórias. Seus olhinhos brilharam e ele perguntou se conheceria o lugar laranja. Com um esforço descomunal sorri e continuei, sem responder. Contei que ele ajudaria a garota a encontrar sua consciência e que, por um momento ínfimo, eles seriam felizes. Foi ai que eu quase chorei, pega por meu próprio exagero. Então me levantei para ir embora.

–-Volte! –Pediu Stevan, correndo até a porta. –Quero mais histórias, por favor.

–-Não posso. –Respondi. Ele fez cara de choro e me abraçou. Virei o rosto para cima, me sentindo a pessoa mais cruel do mundo, e o afastei.

–-Você vai me ver de novo, mas não vai saber que sou eu. –Respondi. –Mas por hora tenho de ir. – E corri.

Ele ficou parado, me chamando, até que sua mãe chegou e tentou convence-lo de que tudo fora um sonho.

Agora tinha de dar a noticia a sua mãe, muitos anos no futuro.

Sua mãe nos recebeu e informou que eu não poderia ver Stevan por que ele havia sumido a alguns dias. Ela e seu marido, Klaus, nos receberam na sala de estar. Então, mais uma vez, eu narrei toda a história. Queria que aquilo fosse rápido, por algum motivo era muito mais difícil dizer tudo a Esther. Talvez por que ela tivesse cuidado de mim quando eu era humana. A reação ela foi a mesma da mãe de Mellany.

–-Então ele está vagando por ai? –Perguntou ela.

Klaus não falou nada, apenas permaneceu com a cabeça apoiada nas mãos.

Fiz que não com a cabeça e O Doutor lhe explicou o que ocorrera. Quando ele acabou de contar tudo, fez-se silencio.

–-Acho melhor vocês irem embora. –Disse Esther. Klaus, seu marido, ainda não se mexera.

Ela abriu a porta para a gente sem dizer nenhuma palavra e sem derramar nenhuma lágrima. Isso foi o que mais me preocupou.

–-A senhora está bem? –Perguntei.

Ela bateu a porta e sumiu de vista. Nunca mais a vi depois desse dia.

–-Eles vão ficar bem. –Disse O Doutor. –Só precisam de um tempo.

Ah, claro. O tempo.

Voltamos para a TARDIS e nos dirigimos para a casa dos meus pais, o lugar que vivi minha infância humana.

Não quero narrar em detalhes como foi a conversa. Mas vou contar superficialmente o que aconteceu.

E lá fui eu narrar toda a história outra vez. Depois de contar tudo, disse a meus pais que eu não era mais humana e que não poderia ficar com eles para sempre. Garanti que ficaria bem com O Doutor e que voltaria para visitá-los algumas vezes. Tive que explicar que eles envelheceriam e morreriam e eu não. Jurei muitas vezes que voltaria para vê-los e que nunca os esqueceria. Mas não tinha condições de continuar ali, por mais confortável que fosse. Foi doloroso.

Por fim, quando estava saindo, lhes entreguei um amuleto vindo diretamente de Gallifrey, uma das poucas coisas que sobreviveram. O Doutor o havia recuperado antes de o planeta queimar. As pessoas costumavam dizer que trazia boa sorte, embora eu não acreditasse. Entreguei-lhes também um bilhete de loteria que os manteria bem pelo resto da vida.

Passei também na casa de Sarah e a convidei para uma viagem conosco. Ela topou. Por muitos anos continuei nessa rotina: De vez em quando voltava da dimensão do Doutor e rever meus pais e Sarah, que as vezes vinha conosco por um ou dois dias. Até minha primeira regeneração. Depois disso não voltei mais. Sinto falta deles até hoje, leitor.

Restam algumas poucas coisas para lhes contar. Coisas essas que podem ser resumidas em um só capítulo. Eis algumas delas:

1 – Como eu estou hoje em dia;

2 – A menina que preciso que fique sabendo dessa história;

3 – O dia em que briguei com O Doutor e;

4 – Algumas explicações sobre a série e a linha temporal do Doutor, a minha e a de Gallifrey.

Há algo sobre a série que posso antecipar: É muito difícil controlar ações a distancia. Foi uma coisa que eu aprendi em Gallifrey e uso até hoje. Mas os humanos são seres de personalidade forte e mudaram algumas coisas na série, coisas essa que vou esclarecer. Desculpem por isso, erro meu.


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Notas finais do capítulo

Citei uma menina que precisa saber sobre a história. O que acontece é a alguns meses uma fenda se abriu no tecido da realidade. Era uma fenda pequena que poderia engolir o sistema solar dessa dimensão. Então nós viemos resolver. E houve uma menina que nos puxou para fora de uma explosão na hora certa. Então nós corremos para a TARDIS. Ela estava hestérica e disse que me conhecia de uma fan fic que lera na internet. Ela me disse o nome do site(esse site), o país (esse país) e o ano(esse ano). Ela, assim como eu, só ajudou O DOutor e a mim por nos conhecer. ENtão, para evitar um paradoxo, criei a história e seria legal saber se ela já a encontrou.



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