Dia - X escrita por Chiye


Capítulo 14
Capítulo 14 - Reencontro e explicações.


Notas iniciais do capítulo

Voltei, humaninhos. Estava lendo mangá. Realmente adoro isso!!



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Achei que quando tivesse corrido e entrado na TARDIS, O Doutor estivesse atrás de mim. Na hora eu estava cansada e com a vista turva, então tudo o que eu achei na hora, óbvio, não era de confiança. Agora que parei para raciocinar, foi isso que eu consegui concluir:

Eu não tinha realmente visto O Doutor me seguindo. Achei que ele tivesse entrado na TARDIS comigo por que ele realmente tinha estado comigo no começo do corredor. Então tudo o que eu fiz foi correr, entrar na nave e ligar o console, certa de que ele entraria atrás de mim e fecharia a porta. Eu não estava exatamente bem, não havia sido minha culpa.

É óbvio que isso não aconteceu. Afinal, acho que eu não teria desmaiado se a porta tivesse sido fechada. E quando digo isso, não falo da explosão. Sim, ela seria um incomodo, mas não me faria tanto mal. Tá, certa dor e queimaduras, mas não me faria desmaiar, não dentro da TARDIS. O problema é que a TARDIS foi feita para viajar de porta fechada; Se ela partir com a porta aberta, seus tripulantes ficariam expostos a radiação do vortex, o que faria qualquer um perder a consciência. Então é concluivel que alguém deixara a porta aberta.

Contei tudo isso a Sarah. Minha tese era terrível: Se O Doutor não entrara, teria ficado na explosão. Seria possível ficar bem dentro da TARDIS, mesmo com a porta aberta, mas, lá fora, na explosão real, acho que as coisas podiam ser um pouco diferentes.

Mas então um pensamento horrível me ocorrera. E se ele tivesse, por algum motivo qualquer, se atrasado e eu tivesse dado partida na TARDIS e o deixado para trás? Seria minha culpa... Essa era uma hipótese terrível...

–-Não foi sua culpa. --Disse Sarah. –Ele estava correndo também, acho que tinha tempo o suficiente para entrar, mas não o fez. Devia ter algum motivo.

Eu assenti, extremamente triste.

–-Preciso de água. –Disse. Fui até a cozinha e me servi. Casa de melhor amigo é assim: Meio que sua casa.

Depois me sentei-me à mesa.

–-Então você é... –Engrolou Sarah. –Hã...

–-Senhora do tempo. –Eu expliquei. Ela me olhou de maneira estranha. Achei normal: Eu era humana, depois mudei de espécie. É normal que ela estivesse surpresa. –The Writer.

–-O que você vai fazer agora? –Perguntou ela.

–-Não sei ao certo... –Respondi. O que era meio verdade: Na verdade eu não tinha a mínima idéia do que fazer. –Mas me diga o que aconteceu aqui.

Ela me contou que quando a TARDIS a havia abandonado, ela continuara no quintal, acalmando Black, o cachorro. Mas, menos de um minuto depois, a TARDIS retornara, com a porta aberta. Ela havia entrado, nervosa, e me encontrado desmaiada. Então me deitara e cuidara de mim. Senti que devia uma a ela, mas naquele momento não conseguiria fazer nada. Mas achei que pelo menos pudesse ser honesta: Contei sobre o que havia acontecido. Sobre os daleks, sobre Stevan que era Connte, sobre Mellany que era Mirai e sobre seus destinos terríveis. Havia tomado uma decisão: Não iria mais chorar. Era difícil, mas eu tinha essa habilidade desde que era humana.

Depois de mais alguns minutos, tinha bolado um plano: Precisava de um lugar para esconder a TARDIS. Iria voltar para casa com meus pais (meus pais humanos) e me dar um tempo para esfriar a cabeça. Mas onde a esconder? Eu podia colocar no modo inativo e ligá-la apenas de vez em quando, assim espécies xeretas (e perigosas) não viriam até mim. Poderia ir a algum lugar de vez em quando. Mas não seria tão divertido assim... Não sozinha...

Quando eu estava em Gallifrey, costumava sair escondida com minha TARDIS e viajar um pouco. Às vezes me pegavam, mas na maioria das vezes conseguia voltar sem ser notada. Até quebrei minha TARDIS um dia, saindo de um buraco de minhoca... Eu, Connte e Mirai tínhamos cada um uma TARDIS. Era muito divertido. Acho que todo mundo tem saudade da infância, talvez por que ela não volte. A minha estava selada e morta dentro de uma barreira temporal.

Passei três anos nessa vida de pessoa-normal-que-tem-uma-máquina-do-tempo-e-leva-uma-vida-dupla-de-humana-e-viajante-do-tempo. Viajei por lugares incríveis. Continuei indo a escola e morando com meus pais. Não podia simplesmente dizê-los que iria partir. Sem contar que não queria ficar vagando sozinha pelo espaço. Era muito mais agradável ficar ali, com pessoas que me amavam. Mas me atormentava o fato de que, um dia, eles iriam morrer e eu continuaria viva...

Eu prometi contar o significado dos nomes em Gallifrey. Bom, lá vai: Alguns senhores do tempo nascem predestinados a certas coisas, seja por profecias, seja por encargos familiares, seja por talentos que possui, o fato é que alguns nascem com o destino escrito. Daí dá-se seu nome. Por exemplo, O Doutor. Ele devia nascer, crescer se tornar um médico, um Doutor. Mas como toda regra tem sua exceção, ele virou um guerreiro e lutou na grande guerra do tempo. Mas é um belo exemplo.

Alguns tinham encargos familiares, como connte. Ele descendia de uma família nobre, portanto quando crescesse seria um conde. Daí usaram a variação de Connte, do Italiano. Já eu e Mirai tínhamos nossos nomes determinados por talentos que possuíamos. Mirai era realmente ótima com manipulação temporal, uma arte morta, de modo que podia chegar a manipular certos pontos do tempo. Daí veio o nome de Mirai, que significa futuro. Eu, por minha vez, escrevia. Já ouviu falar que as palavras tem poder? Eles realmente têm. Fui eu quem escreveu o discurso que levou Rassilon ao poder. Palavras podem derrubar impérios inteiros.

Por falar em Rassilon, existem certos senhores do tempo que não tem um futuro premeditado, que tem que escrever sua própria história. Eles escolhem seus nomes sozinhos, o que quiserem. Pelo fato de todo o planeta viver a observar o tempo, esse são menos comuns. Mas ainda sim existem e em uma parcela considerável.

Uma nota: A TARDIS voltou a falar comigo. Várias vezes inclusive. Prometo contar o por que disso mais para a frente, mas é possível que alguns de vocês já desconfiem. Apenas lembrem que a TARDIS falou comigo e nunca falou com O Doutor.

Três anos se passaram e eu andava pela rua, pensando. Fazia um dia frio e cinzento, do tipo que eu gosto. Estava realmente considerando a hipótese de partir para sempre; Contar a verdade aos meus pais e simplesmente... Ir. Seria difícil, sem dúvida, mas não poderia evitar o destino por muito mais tempo. Fui arrancada de meus pensamentos por alguém me chamando.

–-Chiye!

Eu me virei. Era um homem de cerca de quarenta anos que tinha cabelos marrons meio falhados e olhos muito negros. Tinha vários pontos queimados na roupa.

–-Quem é você? –Perguntei, sem se aproximar.

–-Sou eu! –Disse ele, parecendo muito alegre. –O Doutor!

Continuei parada. Mesmo entre senhores do tempo, leitor, a regeneração ainda gera certos inconvenientes. Podia ser ele, claro. Assim como podia ser alguma pegadinha de mau gosto.

–-É... É você mesmo?

–-Claro que sou! –Respondeu ele, ficando sério de repente. –Apenas diferente, oras. Se lembra? Daleks, fábrica, Stevan e Mellany?

Um golpe duro. Claro que eu lembrava. Foi um esforço monumental requerer uma ultima confirmação.

–-É você mesmo?

Ele balançou a cabeça afirmativamente.

–-Aulas de dicção. Dimensões. Relógios. Claro que sou eu, Chiye.

Eu corri os poucos metros que nos separavam e o abracei. Pouco me importei para o fato de estar chorando como uma louca no meio da rua. Era O Doutor.

–-Achei... Achei que estivesse morto. –Solucei.

–-Não. –Disse ele. –Definitivamente não estou morto.

–-Mas como...?

–-Te devo explicações. –Respondeu ele. –Que tal irmos até a TARDIS? Não vamos ser perturbados lá.

–-Deixei minha TARDIS a algumas quadras daqui. Podemos chegar bem rápido.

–-Sua TARDIS?—Perguntou ele. –Fiquei fora uma semana e você já se apossou dela?

–-Uma semana? –Gritei. –UMA SEMANA?

–-Talvez um pouco mais, a julgar pela sua reação... Mas ainda assim: Que história é essa de “sua” TARDIS?

–-Te devo explicações. –Sorri.


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Notas finais do capítulo

:3
Afinal, nem tudo dá errado sempre.
Sobre os três anos, não quero detalha-los muito.



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