A Profecia Do Lobo escrita por BlueMoon


Capítulo 8
Ponto de partida


Notas iniciais do capítulo

Tá gente eu sei que demorei e não morri,eu peço mil perdoes pelo atraso (como sempre).Só a situação do colegio ta meio complicada,ja que as provas vão começar semana que vem e não quero tirar nota baixa.Obrigada pela compreensão e pelos favoritos,principalmente os comentários.Espero que curtam o capitulo



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Até onde os meus sonhos poderiam me levar?

Sinto alguém me cutucando

_ei Lunna,acorda-falava alguem de uma maneira inquieta

Viro-me pro lado tentando ignorar a presença de outra pessoa na minha casa, devia ter gemido em protesto, pois a pessoa acabou de soltar um grunhido impaciente.

_Anda logo Lunna,você esta atrasada!Esqueceu-se de que dia é hoje? – pigarreou enquanto me sacudia impacientemente.

Eu não estava raciocinando muito bem no momento. Não me recordava de nada importante pra hoje.

Acabei por ceder e virei minha cabeça pro infeliz que estava me enchendo o saco naquela noite. Reconheci claramente o individuo.

_ah, boa noite Klaus-levantei uma mão e com a outra esfregava o olho esquerdo.

Klaus era do tipo musculoso, nada exagerado, a altura dele ultrapassava a minha por centímetros. Os olhos eram heterocromáticos que, diga-se de passagem, eram lindos, dourado e outro azul, pra completar possuía cabelos pretos rebeldes. Na maior parte do tempo era serio, entretanto tinha o seu lado gentil e amigável.

_boa noite uma ova, hoje é a nossa vez de patrulhar os arredores da cidade e a bela adormecida nem está pronta ainda. –gritava apontando pra algum lugar lá fora.

_o que?!!!- entrei em desespero, levantei em um salto e corri pro banheiro pra fazer a higiene.

Quando terminei o banho percebi que faltavam as minhas roupas e a toalha.

_droga-me dirigi a porta com intenção de pedir ao Klaus que as pegasse.

Mas antes de tocar na maçaneta, a porta se abriu um pouco revelando uma mão segurando uma pilha de roupas e uma toalha.

_sabia que ia esquecer-se disso- suspirou cansado - pra uma alfa você é bem esquecida.

Dei um leve sorriso pegando as coisas que ele me trouxe.

_detalhes a parte, obrigada alias.

_por nada

Fiz o que tinha pra fazer, dei mais uma checada no espelho e fiz um sinal de aprovação. Sai com o Klaus rumo ao coração da cidade.

Enquanto caminhávamos, fiquei olhando pros arredores analisando cada lugar. As ruas estavam bem mais animadas naquela noite, pessoas correndo pra lá e pra cá, carregando diversas coisas que desconhecia. Vielas enfeitadas com varias bandeiras, uma gama de cores me cercava.

_ainda não acredito que as tribos vão se unir-Klaus andava bastante irritado nesses dias, agora sabia o porquê de tanta raiva.

_Klaus isso é importante pra nós, você sabe disso – disse de uma maneira calma pra que ele não explodisse,adiantou de nada.

_Danem-se, eles mataram a minha família, tiraram tudo de mim!Recuso-me a aceitar que nós vamos firmar alianças com esses assassinos! – esbravejava em plenos pulmões chamando a atenção de todos por ali.

_Se acalme, por favor!Eu entendo o seu lado, mas também entenda que a existência de nossa raça é quase nula. – eu tinha um semblante triste, mas ao mesmo tempo sério. – eles também prometeram não derramar mais nenhum sangue pro nosso lado, é isso ou morte por traição.

_que seja.

Klaus parecia se acalmar aos poucos, porém, ainda me preocupava com o estado dele. Aproximei-me do seu corpo e o puxei pra um abraço apertado.

Os músculos que antes estavam tensos relaxaram totalmente. Ele passou seus braços ao redor da minha cintura e senti sua cabeça encostar-se ao meu ombro.

_Não precisa se segurar, apenas solte tudo-pedi passando a mão nas suas costas em incentivo.

Ele apertou ainda mais o abraço e começou a chorar. O meu ombro estava ficando cada vez mais molhado e pela primeira vez a pose de durão foi quebrada. Com o tempo os soluços foram diminuindo e logo nada mais era escutado.

Ficamos nessa posição até ele quebrar o silencio.

_obrigado-murmurou em um tom inaudível.

_só não guarde tudo pra si, pode contar comigo pra essas coisas – pisquei deixando ele um pouco corado.

Desfez o abraço e limpou os últimos vestígios de lagrimas que tinha no seu rosto dando lugar a uma expressão mais alegre.

_temos que ir, já de-deve es-estar começando. - pegou no meu braço me puxando pra um atalho entre as casas.

Passamos por vários lugares estreitos até darmos de cara com um aglomerado de pessoas, no centro de tudo isso tinha um pequeno palco no qual se encontrava um homem de aparência adulta fazendo a chamada.

Então tudo parou e viraram pra me observar. Entreolharam-se espantados.

Não era todo dia que um alfa saia pra fazer a vigia. Fizeram uma reverencia e tive que virar o meu o rosto pra esconder a vergonha, não pelas pessoas e sim pelo momento. Esse tratamento demasiadamente exagerado me deixava embaraçada.

Fiz um sinal pra que continuassem e assim foi feito. Voltou ao normal por enquanto.

Na medida em que o homem dizia os nomes, as respectivas pessoas levantavam o braço. Ficava meio que impossível falar o seu nome naquele mar de burburinhos. Cutuquei o moreno que estava do meu lado.

_Será que perdemos a vez?

_acho improvável, eles fa---é interrompido.

_Lunna, Klaus! –De repente surge um de cabelos castanhos se espremendo entre as pessoas até chegar a nós.

_Yo baka – respondeu o moreno de maneira natural

_Klaus você é tão malvado comigo, Lu-chan, não deixe ele falar essas coisas horríveis sobre mim- choramingava me abraçando.

_Ele diz isso, mas no fundo ele gosta de você Erick – fiquei passando as mãos nos fios achocolatados enquanto ria internamente.

Erick era o brincalhão da turma, não era forte, porem era bastante veloz e astuto. Os olhos azuis davam um contraste a mais na cor do cabelo. Era o mais baixo de todos nós. Tudo dava um ar mais fofo pra ele.

_nem ferrando, ei!Larga ela pirralho – com uma mão empurrava a cara do garoto e com a outra segurava meu ombro como apoio.

_Ta doendo, ai, ai! –por fim o Erick me largou e então começou um soltar de faíscas entre os dois.

Eu observava tudo com uma gota na cabeça. Já devia estar acostumada com essa cena. Até que uma voz grossa chamou pelo o meu nome, levantei o meu braço rapidamente braço pra indicar que eu estava presente.

De um por um meus amigos foram chamados e quando terminou a chamada, outro homem de cabelos grisalhos convocava as pessoas em pares. Pelo visto ia ser por duplas.

_Tomara que eu fique com um de vocês, seria meio bizarro ter alguém do seu lado inquieto pelo cheiro do seu sangue. –ansiei passando a mãos pelos braços sentindo arrepios só de pensar nessa ideia.

_Não se preocupe com isso Lu-chan, se alguém fizer mal a você, nos dois mataremos o desgraçado, não é mesmo Klaus-kun? – respondeu sorrindo de maneira acolhedora.

_Desde quando eu deixei você esse apelido? – questionou franzindo um pouco o cenho

_sem graça – inflou as bochechas fazendo biquinho

Ja ia começar outra briga de novo, quando o de cabelos grisalhos se aproximou de nós.

_Senhorita Lycan? – questionou segurando uma prancheta

_pois não? – olhei curiosa pro homem na minha frente.

_É uma honra ter a ilustre presença de vossa alteza aqui- ele fez uma breve reverencia e anotou algo na sua prancheta.

_Não há pra que tanto, quero ser útil de alguma forma – disse sinceramente.

_Entendo, de qualquer forma, a senhorita ficará com o Erick Luter,as rondas começaram daqui a 30 minutos,que será o tempo de averiguação da ficha de todos –ouvi alguém soltando um “YEAH” atrás de mim e outra voz dizendo um “hunf” –Espero que seja do seu agrado.

O mesmo ia fazendo outra reverencia só que impedi tal ato, dizendo que não precisava de tanta formalidade assim. Eu sou apenas um licantropo, não é mesmo?

Depois de certo tempo ele se afastou deixando eu e meus amigos sozinhos naquele mar de gente. Dirigi minha atenção para os dois atrás de mim. Por um lado estava Erick rodeado de energia positiva, mas em contraposto a energia que ficava perto de Klaus era mortal só de ficar perto.

_eu ficarei com a Lu-chan,não poderia estar mais feliz – e de novo ele começou a me abraçar quase me sufocando.

Klaus olhou nos meus olhos de maneira profunda. Juro que não consegui decifrar o que se passava pela mente dele naquele momento.

Não sei por quanto tempo ficamos nessa analise profunda, mas quando menos percebi, o mesmo começou a andar em direção à cidade sem falar nada.

_o que será que deu nele? – questionou olhando pra onde Klaus caminhava sem entender nada.

_não faço a mínima ideia-milhoes de pensamentos passaram pela minha cabeça em busca de respostas, nenhuma parecia plausível o suficiente. Eu nunca iria entender totalmente o Klaus.

_Quer ficar andando comigo pela cidade enquanto não começa o nosso turno?- Ofereceu sua mão dando um sorriso amável pra quebrar o clima.

Aceitei sua mão de bom grado e ficamos andando pelas ruas animadas da cidade.

Diferentemente de antes, o ar parecia ter se acalmado um pouco, vi crianças correndo com pequenos fogos de artifício nas mãos, casais sentados nos bancos de um parquinho escondido no meio de tantas casas. Sorrisos, risadas, conversas animadas. Tudo era tão cheio de vida, nem parecia aquela cidade preocupada de algumas semanas atrás.

_Eu gosto desse clima, até parece que os nossos problemas somem né? – falei olhando pras lojinhas enfeitadas assim como todo o resto.

_eu também, fazia um tempo que a aldeia não ficava tão alegre assim.

Concordei mentalmente com essa afirmação. Sentei em um dos bancos da pracinha e fiquei observando as crianças brincando perto do lago, podia parecer estranho, só que constantemente elas ficavam alternando entre forma humana e de lobo.

Era algo perfeitamente natural, geralmente nessa idade não conseguimos controlar bem as transformações por causa das grandes taxas de adrenalina e quem seria a melhor pessoa pra ter grandes emoções se não as crianças?

_se lembra de quando você, eu e o Klaus brincávamos aqui? – era bastante nostálgica essa época.

_sim, também se lembra daquela vez que você mordeu o rabo do Klaus pensando que era um esquilo? – comentou segurando as risadas

_Nossa cara, eu jurava que ele ia perder o rabo depois daquela mordida, mas quem foi que mandou se esconder no arbusto e deixar o mesmo exposto. –bufei olhando pro lado tentando dar uma de inocente.

Olhamos um para o outro e começamos a dar risadas. Quando recuperamos o fôlego Erick me olhou com um ar de tristeza.

_Ei Lu-chan

_oi?

_Não sei por que, mas estou com um pressentimento ruim.

_algo de errado? – perguntei preocupada.

_Pode ser loucura, mas hoje eu acordei com um sentimento ruim, como se algo fosse ser retirado de mim. - fixou seus olhos nas mãos, fechando e abrindo-as constantemente.

_deve ser impressão sua, acho difícil algo dar errado nesse dia. – sorri pra lhe dar conforto.

_tem razão, bobagem minha. – passou a mão belos cabelos dando um sorriso torto.

(...)

Mas e se as suposições se tornam realidade?

Agora eu me encontrava bastante ferida com Erick ao meu lado no mesmo estado.

Estávamos nos escondendo de um grupo de pessoas desconhecidas, elas usavam equipamentos esquisitos e vestiam um traje preto com uma espécie de óculos no rosto, no qual o mesmo emitia uns bipes a cada segundo.

Se não fosse pela mata densa, Fenrir me livre de pensar o que seria de nós agora.

Pro nosso azar, o cheiro se aproximava cada vez mais. O som de passos já era audível e meus segundos pareciam diminuir com o tempo.

_Merda- praguejei tentando pensar em um plano pra eu e o Erick ficarmos seguros – Vamos Lunna,pense!

Olhei pra minha direita e vi Erick ofegante pela corrida que tivemos de fazer. Analisei o quanto estava machucado, cheio de hematomas e cortes profundos que não se curavam não sei por que diabos.

Se partíssemos pra cima seriamos mortos imediatamente. Foi ai que me toquei que havia algo que poderia ser feito, porem era muito arriscado.

_Erick, quero que escute atentamente ao meu plano-ordenei me virando um pouco atrás da pedra pra ver se eles estavam muito perto.

_Escute bem, eu vou servir de isca pros esquisitões ali e quando eles estiverem ocupados comigo, quero que você vá correndo até a aldeia reportando o ocorrido ao meu pai e ordenando pra que ele mude a localização da tribo. – falei cada parte lentamente pra que ele entendesse perfeitamente o plano.

Como resposta me encarou estupefato. Não esperaria que ele dissesse algo.Ia me levantar, entretanto, ele segura fortemente o meu braço impedindo de que eu seguisse adiante.

_Eu não permitirei que você cometa uma loucura dessas Lunna,não quero que os meus amigos morram sem eu ter feito nada. –Seus olhos começaram a ficar marejados.

Segurei seu rosto com ambas as mãos de forma que ele me encarasse fixamente.

_Olha Erick,você terá feito algo se contar o que esta acontecendo ao líder,eu não me importo de morrer pelo bem da tribo,eles provavelmente querem os poderes dos licantropos – o mesmo já ia retrucar mas fui mais rápida – agora se você não fazer algo,minha morte terá sido em vão e centenas de pessoas arcaram com as consequências.

Grossas lágrimas encharcavam os meus dedos . Ainda segurando seu rosto, colei minha testa na dele.

_Eu não pretendo morrer tão facilmente, eu prometo que voltarei um dia. – dei um pequeno sorriso olhando profundamente nos seus olhos azuis.

_Adeus

Corri sem que deixasse falar nada, olhei pra trás e sua mão pairava no ar, como se quisesse me segurar. Desejei um “boa sorte” mentalmente.

Fechei os olhos. Respirei profundamente e quando os abri, estes revelavam uma cor dourada.

No percurso pulei por algumas pedras, me aproximando cada vez mais. Pulei o ultimo obstáculo e completei a transformação.

_Hora de brincar - pensei pousando suavemente no centro do grupo

A atenção foi logo imediata. Todos olhavam em espanto pro grande lobo preto-azulado com uma lua simbolizada na testa e olhos azuis safira.

_Capturem-na! – indicou um mascarado pro seus companheiros.

_Me peguem se for possível – logicamente eles não estavam me ouvindo, só outros licantropos podem escutar o que eu falo.

Sai em disparada na direção contraria da localização da tribo. Se era pra isca, tinha que sair bem feito. Como esperado, me seguiam.

_Não deixem ela escapar! – gritou um

Passei por algumas árvores, o vento gélido batia bruscamente nos meus pelos. Foi ai que dei de cara com um penhasco. Se ousasse em pular seria morte na certa, porém, se eu fosse capturada poderia ter a chance de o nosso segredo ser tomado.

Antes que eu tomasse uma decisão, alguma coisa tinha me picado na lateral do meu corpo. Dei meia volta e vários me cercavam.

_eu não vou morrer, não agora! – parti pra cima de um arrancando o braço esquerdo com a boca.

Sangue jorrava em grandes quantidades do local ferido e respingava no meu nariz. Ele urrava de dor. Simplesmente musica para os meus ouvidos.

Outros vieram por trás.

Reuni forças pra lutar, mesmo estando gravemente ferida não seria agora que iria perder uma boa briga. Continuei nesse ritmo, no entanto, a minha visão começou a ficar turva. Tentei me manter de pé o que era impossível.

Cai de lado e por fim senti mais nada. Nenhuma dor, nenhum sentimento. Apenas a escuridão me engolindo ao som de passos vindo em minha direção.

Eu voltarei um dia.

Levantei-me assustada.

Toquei no meu rosto sentindo o suor escorrendo pela testa. Olhei lentamente para os lados e vi que estava em um quarto sentada em uma cama.

_Era tudo um sonho então?-apertei os lençóis contendo as lagrimas que teimavam em cair – eu quero voltar pra casa.

De repente, veio em minha mente flashs do que aconteceram na tarde do dia anterior. Lembrei-me da proposta de Lothos e tinha que dar uma resposta hoje.

Entrei em profundo silencio e quanto terminei, sai da cama decidida. Tinha uma decisão em mente.

Abri a porta do quarto em direção à sala da comandante. Passei por alguns membros que me olhavam curiosos e nem fiz questão de retribuir o olhar.

Chegando ao destino, contei até três e abri a porta pra dar de cara com a comandante analisando algumas papeladas. Quando ouviu o barulho da porta sendo aberta dirigiu sua atenção a mim.

_Ja pensou no que fazer? –encarou-me seria

_sim – respondi sem hesitar.

_ e então?

_ eu vou entrar pra Grand Chase,com uma condição

_ e o que seria?

_Ja que vocês têm livre acesso por todo o continente, notei que poderia usar isso ao meu favor. Vou encontrar meu lar custe o que custar! – disse firmemente.

A loira deu um meio sorriso aprovando o que eu tinha falado.

_Bem vinda a Grand-chase,Lunna Lycan.


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Notas finais do capítulo

Lunna baba ovo da tribo



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