A Profecia Do Lobo escrita por BlueMoon


Capítulo 7
Conhecendo mais um pouco de onde eu vim


Notas iniciais do capítulo

MALS PESSOAL ESSE CAPITULO FOI THE FLASH,MIL DESCULPAS



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Acho que já fazia 4 horas que eu estava caminhando pela aquela mata densa. Os poucos raios de luz penetravam pelas aberturas das copas das arvores torrando um pouco a minha cabeça, juntando isso com o tempo de caminhada, sim, eu estava exausta.

Com mais algumas passadas, paramos em frente a um local que parecia ser uma área de treinamento e mais a frente uma base, era grande e não conseguia dizer quantos andares possuía. Talvez o suficiente pra abrigar vários quartos pros integrantes.

_O corpo não está fazendo muito peso pra você?Principalmente depois dessa trajetória? –Questionou o druida me cutucando no braço que estava livre

_ eu já falei, sou forte, posso me virar sozinha – menti.

Queria negar, só que isso tem me incomodado faz um tempo e o suor era evidente no meu rosto. Geralmente eu lidaria por mais tempo com o peso. Torcia pra que o Ryan não percebesse. ´

_falando nisso, ele nem acordou ainda né? - Indagou curioso

_duvido que ele acorde tão cedo depois das mil cajadadas que a Arme deu na cabeça dele depois ter recobrado a consciência na caminhada. –afirmei

Começamos a rir depois de lembrarmos o incidente

_entendi – disse ainda contendo o riso – Não sei se já te disseram isso, mas tu tem cheiro de cachorro molhado.

Fudeu.

Comecei a suar frio e ameaçava deixar o corpo cair, por sorte ou pra minha surpresa senti um par de braços tirar o corpo que repousava no meu ombro. E o dono daqueles braços não era nada mais que nada menos que o dono do belo par de rubis.

Fiquei com um ar interrogativo e ninguém parecia ter percebido o feitio alem de mim e do Ryan. Ele se virou pra nós e murmurou pra que só eu e o druida escutássemos.

_não contem pra ninguém sobre o que acabaram de ver ou se não eu atiro nos miolos dos dois – ameaçou nos encarando seriamente.

Após der dito isso se virou e começou a caminhar

Comecei a observar o percurso que o caçador fazia até o QG sem dirigir nenhuma palavra a mim.

_ é impressão minha ou o Lupus acabou de ajudar alguém?Acho que comi os cogumelos venenosos do Sieghart por engano. – exclamou estupefato pelo o que tinha acabado de acontecer.

_O que estão falando de mim crianças? – perguntou o moreno pegando em cada um de nossos ombros e nos olhando com um ar sombrio fazendo com que nós nos assustássemos.

_ na-nada não sieg é que estávamos comentando sobre o Lupus- disse um pouco nervoso

_ e o que seria?- sua aura negra foi substituída por um semblante curioso.

E agora?Desviei o meu olhar pra todos os lados como uma tentativa de pensar em uma resposta esfarrapada ou no mínimo convincente. Olhei pro druida pra tentar encontrar um meio de escapar, mas este estava no mesmo estado que eu.

“estamos ferrados” pensei

Ia falar provavelmente a coisa mais idiota da minha vida, mas fui salva pela Mari que puxava o Sieg pela gola arrastando-o até o quartel.

_ Um momento Mari,pra que isso? – perguntou o moreno curioso pela atitude repentina da azulada.

_Se lembra daquele dia que você roubou um dos meus DK Mark III sem permissão e ainda por cima não me devolveu?- questionou a azulada indiferente

_Eu já pedi desculpas por aquilo e eu também falei que ele tinha sumido do nada! – exasperou um pouco assustado.

_Intrigante, um dia desses eu encontrei ele enterrado na parte de trás do QG e advinha?Ele estava cheio de imagens minhas e das meninas tomando banho alem de outras cenas um tanto quanto explicitas. – comentou sendo tomada por uma aura sombria, mas sem tirar o semblante neutro.

Pude perceber por um momento, um brilho maníaco passar pelos olhos heterocromáticos da mesma.

_E-Eu posso ex-explicar- tentou falar desesperado.

_Como punição você vai ser minha cobaia por 1 mês,se reclamar eu falo sobre essas imagens para as outras. – disse a garota ajeitando os óculos segurando uma fita na outra mão.

O imortal não disse mais nada e deixou ser levado pela tecnomaga.

_A Mari pode ser assustadora às vezes – indagou assustado o ruivo ao meu lado.

_Eu que não queria estar na pele dele agora-falei também um pouco assustada e o druida só fez confirmar com a cabeça.

_Bem, vamos entrar logo, jaja vai ser a hora do almoço e nem falamos o relatório da missão pra Lothos. – comentou passando a mão na barriga em sinal de que sentia fome.

Entramos no local e por dentro era muito grande também, havia dois andares e dava pra perceber que também possuía vários cômodos. Nós estávamos na sala, mais a frente tinha cozinha e ao lado um corredor que deveria dar na sala da comandante.

Eu não tive muita escolha, então optei em seguir os integrantes. Depois de traçarmos o caminho por vários corredores e portas chegamos na sala de reunião.Uma grande mesa disposta com varias cadeiras na qual a maior era usada por uma mulher loira com olhos vermelhos iguais ao do Lupus.Ela trajava uma armadura vermelha com detalhes brancos,no cinto guardava um florete.Deveria ser a comandante.

Como não havia um lugar sobrando, fiquei encostada na parede esperando alguém se pronunciar ou começar o debate.

_Lothos,viemos de nossa missão para relatar o que ocorreu. – a primeira a se pronunciar foi a ruiva

_ prossiga. – disse a loira.

A ruiva lançou um olhar pro Ronan que logo entendeu e pegou uma papelada que deduzi ser o relatório.

_Pra começar, a infiltração foi um sucesso. E descobrimos que de fato o Astaroth esta tramando algo.Segundo arquivos, ele estava financiando uma serie de experimentos na fortaleza pra alguma finalidade.Encontramos salas com algumas câmaras,o que havia nelas era algo realmente perturbador.

Ele olhou pra comandante que apenas confirmou e fez sinal pra que continuasse

_ Nas câmaras haviam varias pessoas ligadas a tubos e fios. Mas o mais estranho era que não me pareciam ser humanos ou monstros. Era mais como se fosse uma mistura dos dois.

Todos ficaram de olhos arregalados menos eu. Apenas encarei o chão deixando minha franja cobrir os meus olhos.

_Infelizmente a ficha das pessoas que serviram de cobaia foi perdida junto com o conteúdo dos experimentos no desmoronamento. – finalizou dando um suspiro cansado.

Levantei os meus olhos pra comandante. Essa parecia um pouco aturdida e com um semblante serio. Ficou fitando o centro da mesa por alguns minutos.

_ não existe outro meio pelo qual poderemos saber qual era a finalidade dos experimentos? – questionou seria

_Pra nossa sorte, trouxemos o doutor-chefe que administrava as pesquisas e os experimentos, além de uma garota que afirma ter passado pelas experiências.

Agora a loira parecia ter notado minha presença logo decidi me aproximar pra que ela me visse melhor.

_ qual é o seu nome menina? – perguntou cravando seus olhos nos meus

_Lunna senhora. – respondi calma

_Poderia nos dizer o que se passava pela fortaleza?

Não falei nada no momento, percorri meus olhos por todos na mesa até parar na Arme que me olhava com cara “cumpra a sua parte no trato, por favor,”.

Pra falar a verdade eu não sabia se deveria ou não falar o que aconteceu, mas eu já tava metida nisso, espero que o pessoal me perdoe.

Dei um longo suspiro e me virei pra loira.

_ta, eu conto. –falei emburrada.

_ótimo, se puder fale tudo, estamos contanto com sua ajuda- pediu se ajeitando melhor na cadeira.

Escorei-me de novo na parede, pensava por onde começar.

_Provavelmente vocês já devem ter ouvido falar nas criaturas chamadas licantropos ou os famosos lobisomens, estou certa?

Como todos não disseram, considerei como um sim.

_São monstros fortes, inteligentes e com uma incrível vitalidade, os relatos do inicio de sua existência são raros ou até mesmo inexistentes.

_ Ótimo, mas queremos saber sobre os planos de Astaroth e não de contos de fadas. – disse o caçador de uma maneira fria.

_Só pra você saber isso esta relacionado com o Astaroth,então cala a droga da boca e me deixa continuar– vociferei me controlando pra não arrancar o pescoço dele.

Quando ele se aquietou eu prossegui.

_Como eu ia dizendo antes de ser interrompida pelo impaciente ai – olhei pro ser que me encara com cara feia – essas criaturas não são meros mitos como muitos acreditam, prova disso sou eu mesma. – apontei pra mim mesma.

A reação do grupo era de se esperar, estavam espantados com minha revelação menos a Rey, Ryan e o Zero.

_ Bem que a Grandark me disse que havia sentido uma essência estranha emanando de você, o mesmo deve ter ocorrido com a endless da Rey – disse calmamente.

_Eu também percebi que você tinha um cheiro estranho, então era por isso que você cheirava a cachorro molhado – declarou o druida um pouco surpreso com sua descoberta.

Todos estavam pensativos então forcei uma tosse para tirá-los de seus devaneios.

_ deixando isso de lado, Astaroth desejava esse tipo de poder, ele que ter um exercito de licantropos. Só que havia um problema.

Andei em direção a um mapa grande de Ernas que havia no centro na mesa enquanto vários pares de olhos me acompanhavam e comecei a deslizar minhas mãos por todo o papel.

_Como eu disse antes, os relatos da existência atual de nossa raça eram quase inexistentes e os continentes eram muito grandes pra procurar em cada canto. Mas Astaroth não desistiu. Contratou magos experientes para rastrear nossa localização e quase ia conseguindo se eu não tivesse intervido a tempo.

Dei uma pausa longa reunindo forças pra continuar.

_Naquele dia eu tinha saído pra vasculhar os arredores junto com um companheiro, quando eu vi intrusos não pensei duas vezes e os ataquei com o intuito de afasta-los ou no pior dos casos,mata-los.Eu falhei miseravelmente e fui capturada,pelo menos a localização da minha tribo esta segura junto com o meu amigo. – revelei com um olhar triste com um misto de satisfação.

_ o que aconteceu depois disso? – perguntou a loira ouvindo atentamente o meu relato.

_Levaram-me pra fortaleza e fizeram uma serie de perguntas pra saber onde os meus companheiros se encontravam. Logicamente eu mantive a boca fechada, então tentaram tirar a informação a força, perdi a conta de quantas vezes me torturaram e me jogaram na solitária. –dei uma risada sarcástica assustando a todos – Tolos. Mesmo que eu quisesse trair a minha terra natal eu não saberia a localização, pois provavelmente o meu líder já estaria sabendo do meu rapto e então mudaria a localização da tribo.

Olhei pro teto pensando um pouco onde eles estariam. Num lugar inacessível aos humanos talvez?

Fiquei triste com a ideia de que não acharia eles novamente.

Balancei a minha cabeça para afastar esses pensamentos e dar continuidade ao que eu estava fazendo.

_Astaroth ficou furioso com a possibilidade de seu plano ir pelo ralo, entretanto, ele teve outra ideia. Ele deve ter pensado “Se eu não posso encontrar o meu exercito, criarei um com minhas próprias mãos”. Passou então a coletar amostras do meu DNA para fundir com os dos seres humanos a fim de criar outros licantropos. A mutação genética não estava dando certo, todas as cobaias tinham rejeitavam meu DNA com o experimento e acabavam morrendo. Isso de certa parte era previsto por mim e foi tudo esquematizado pra que isso ocorresse.

_Como assim “esquematizado”? – Foi à vez do imortal questionar com os braços cruzados e o cenho franzido.

_O efeito negativo foi causado simplesmente por essa coisinha aqui – respondi apontando pra uma pulseira de couro que se encontrava enrolada na minha mão.

_ e o que isso faz? – perguntou a tecnomaga curiosa

_Essa pulseira foi untada em ervas especiais. Ela tem a função de “desligar” algumas funções do meu material genético com apenas algumas palavras mágicas. Foi feita exclusivamente pelo o meu líder para cada um da minha tribo – abri um pequeno sorriso quando eu olhei pra pulseira, o velho pensava da segurança da nossa raça mais do que qualquer coisa-Vivemos em uma época que cada medida preventiva é pouco.Temos que esconder nossa verdadeira identidade pra não sermos alvos de pessoas como Astaroth.

_Então aquelas coisas que vimos no laboratório, eram experimentos de um plano doentio do Astaroth? – questionou o azulado indignado colocando uma mão no olho esquerdo e apenas assenti – esse homem me enoja.

_Mais cedo ou mais tarde aquelas criaturas iriam morrer, estavam incompletos. –indaguei séria- e também, se vocês não tivessem invadido o local, o velhote ia descobrir o motivo das falhas e possivelmente Ernas estaria um caos daqui a algum tempo.

O semblante de alguns era de perturbação ou incomodo, outros estavam bastante sérios como era o caso da comandante.

_De qualquer forma isso não é momento pra relaxar – comentou a loira apoiando o queixo com as mãos e passando rapidamente os olhos no relatório, chamando a atenção de todos.

_Astaroth não vai desistir tão facilmente. Ele vai querer ir atrás de Lunna pra continuar com os experimentos. – o moreno cruzou os braços com um olhar serio

_ então não seria melhor ela entrar pra equipe? – Azin tinha acabado de dar uma ideia que ficou como uma incógnita no ar.

Foi motivo de discussão na sala. De um lado Arme, Lire e Amy davam pulinhos junto do Lupus que olhava irritado pra minha cara enquanto Lass sorria cínico pra ele. Do outro lado, Elesis,Ronan e Sieghart cogitavam essa possibilidade,o resto estava indiferente ou cochichando entre si.

_Eu discordo com isso – fiquei passando a mão no cabelo freneticamente pra passar a certa raiva que tinha daquela ideia absurda – eu até aceitaria ficar,mas tenho coisas mais importantes pra eu resolver agora,eu preciso encontrar minha terra natal.

_ e como você pretende fazer isso? – questionou cinicamente o caçador-não foi você mesmo que disse que não sabia onde eles se encontram agora?Se duvidar, vai ser capturada novamente fazendo com que Ernas entre em perigo e tudo por causa da sua tolice e ingenuidade.

Isso foi a gota d’agua.

Parti pra cima dele com os olhos brilhando em um tom dourado e uma sede de sangue, mas fui parada por Elesis que colocou a espada na minha frente e outra apontando para o pescoço do Lupus.

_Isso não é hora pra briguinhas fúteis, se não pararem cabeças irão rolar – uma aura sombria envolveu a ruiva, isso sim tinha me dado medo.

_Elesis e Lupus estão certos Lunna – a comandante se levantou do seu assento e passou por mim tocando no meu ombro-sei que pode ser difícil pra você, mas pense bem sobre isso, dependendo da decisão não estará só afetando a Ernas, mas também a sua família.

A imagem da comandante tinha sumido na escuridão do corredor e uma duvida martelava na minha cabeça naquele momento.

E agora?


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