The Lake House escrita por Valentinna Louise


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

:)



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Quinn

Acordei e olhei para uma das grandes janelas de vidro da casa. Era surreal. Eu parecia estar extremamente perto da natureza mas ao mesmo tempo longe, dentro de uma caixa de vidro. A visão do lago, recebendo os primeiros raios do sol era fascinante.

Logo me levantei e tomei um rápido café da manhã. Fiz uma anotação mental sobre passar em algum lugar para comprar comida, já que o que eu tinha ali não dava nem para o lanche.

Segui em direção ao meu local de trabalho. Um gigantesco canteiro de obras, onde estavam sendo construídas casas para um grande condo mínio de luxo.

Estava mostrando as plantas dos lotes para um nos mestre de obras, quando ouvi alguém me chamar. Olhei para fora do trailer, que servia de escritório, e vi Sam Evans.

Ele abriu um sorriso enorme enquanto eu ia na sua direção. Gostava muito de Sam, mas não do jeito que ele queria. Não aquilo não aconteceria:

“Ei Quinn...” Ele abriu os braços e me deu um abraço de urso.

“Fala Sammy..”

“Já fez sua mudança? Porque eu poderia desocupar um dos quartos lá na minha casa sem o menor problema pra você e - ...”

“Eu já consegui uma casa Sam. Muito obrigada mesmo assim. Consegui uma casa..”

“Onde?”

“Hum.. a Casa do lago.. sabe?” Respondi, colocando as mãos nos bolsos do casaco. O vento gelado bagunçava meu cabelo.

Ele me olhou como se eu tivesse falado em grego

“A casa do lago? Aquela casa de vidro estranha e poeirenta?E que parece que a qualquer momento vai despencar pra dentro do lago? Você enlouqueceu Quinn? Aquela casa é sem segurança e sem privacidade alguma!”

“Muito obrigada por se 'preocupar' comigo Evans, mas não é preciso. Sei me virar e me cuidar sozinha..”

“Se você diz...” Eu assenti positivamente. “Então.. huh.. tá afim de sair comigo? Sei lá.. nós poderíamos ir no novo bar que abriu, não muito longe daqui..”

“Sam, eu...” Como eu queria que ele não estivesse me chamando para sair..

“Como amigos Quinn... eu.. hum.. eu sei que você.. é bem.. você sabe o que eu quero dizer não é?”

“Sei sim Sam.. vou pensar no seu caso, pode ser?”

“Ok... qualquer coisa é só ligar..” ele me estendeu um cartão onde estava escrito “Samuel Evans, Engenheiro Civil” e o número de telefone.

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Rachel

Dia dos namorados. Argh. Coraçõezinhos até no corredor do hospital. Eu gosto de coisas fofas, mas tudo isso, esse dia era uma overdose.

Tudo estava incrivelmente calmo no hospital. Então liguei para meu papai Hiram, para ver se poderíamos almoçar juntos, ou tomar um lanche rápido, por conta do meu horário.

Combinamos de nos encontrar na praça, que não ficava muito longe do hospital. Cheguei lá e ele já me esperava, lendo um livro. Crime e castigo.

“Papai”

“Estrelinha! Como está?” ele me apertou em um abraço e eu relaxei por alguns instantes.

“Cansada, mas bem. E o senhor?”

“Como sempre minha querida.”

“e o pai?”

“Ele está lá. Não sai do quarto ainda. Está mais pálido do que aquele azul com o qual nossa casa foi pintada.”

Meus pais moram em uma casa grande, nos arredores de Kane, porém fazia muito tempo que eu não ia lá.

“Ele tem se alimentado pelo menos?”

“Sim, sim. Eu não o deixo sem as refeições. Ele está ficando cada vez mais rabugento, querida. Não seria a hora de você ir nos visitar?”

“Ahh papai, acabei de entrar no hospital.. pedir uma folga seria meio precipitado...”

“É sempre assim não é Rach? Uma hora é muito precipitado porque você acabou de entrar na faculdade, depois é muito precipitado porque começou sua residência... você já não tem mais espaço para a sua família não é?”

“Não seja tão dramático, papai.”

“É a suja falando do mal lavado. Querida, você precisa notar que nós estamos aqui ainda. Tudo bem que seu pai tem os problemas de toc, mas ainda estamos aqui.”

“OK papai... eu já entendi.. vou ver com a minha superior o que posso fazer e..”

Um barulho de batida e gritos assustados me fizeram interromper a frase. Um acidente. Me levantei, largando meu lanche com o meu pai.

“Me deem licença, deixem-me ver... sou médica!”

Na rua, uma pequena multidão se formava. Havia uma vítima. O motorista desceu do carro parecendo desesperado e gritava:

“Ela passou na minha frente! E o sinal estava aberto pra mim... Oh Deus!”

Olhei para a vítima. Uma mulher, alta e loira, mas o cabelo estava cheio de sangue. Ela estava de bruços. Peguei o celular e comecei a discar o número da emergência:

“Alô? Aqui é doutora Rachel Berry. Estou na praça da fonte, próxima ao hospital. Houve um acidente e há uma vítima gravemente ferida. Preciso de uma ambulância e paramédicos urgentemente!”

Por algum motivo inexplicável, eu estava desesperada. Não quis virá-la, com medo de atingir seu ferimento com alguma sujeira da rua. Sim era uma situação que poderia causar esse tipo de reação, mas eu sou uma médica, devia estar mais calma, mas a cada segundo que passava, mais eu piorava. Segurei o pulso da moça. Estava fraco, quase parando. Olhei para papai que acompanhava tudo da multidão. As sirenes da ambulância já eram ouvidas. Olhei novamente para a moça e sussurrei:

“Aguente firme...”

Então, o pulso parou.

Mais tarde, no hospital.

Já estava sabendo que a moça não havia resistido. Obviamente, eu estava segurando seu pulso quando ela morreu. Uma sensação de impotência terrível tomava conta de mim. Fiquei distraída o resto do dia. O meu lanche com papai foi para o espaço e prometi compensá-lo por isso assim que possível.

Mercedes passou por mim, e deu um tapinha na minhas costas. O hospital inteiro já estava sabendo da médica que gritou com o paramédico que, depois de fazer massagem cardíaca, havia declarado a moça morta. No fim do meu turno, a Doutora Sylvester me chamou na sua sala.

“Berry, por favor, entre e sente..”

Fiz o que ela pediu. Ela tirou os óculos e me fitou:

“Você deve saber por que eu a chamei aqui não?”

“Tenho uma ideia.” Falei. “E me desculpe, eu não devia ter gritado com o paramédico. Ele estava fazendo o trabalho dele, e eu só estava lá... atrapalhando.”

“Não, não... apesar disso ter sido uma coisa estranha, não foi por isso que eu a chamei. O que você viu hoje.. foi chocante de certa forma. Era a primeira vez que presenciou a morte de alguém tão de perto?”

Apesar de ser médica, nunca havia presenciado a morte de alguém, muito menos segurado a mão da pessoa até a morte.

“Sim, foi...” um nó se formou na minha garganta.

“Berry, você é uma médica jovem. Fez sua residência em um lugar pequeno e depois veio para Chicago e para trabalhar no maior hospital daqui. É um choque de realidade. O acidente de hoje foi mais um entre muitos os que acontecem todos os dias. Eu tenho uma política de tratar muito bem meus subordinados, para que eles tratem muito bem seus pacientes, e você hoje, depois do almoço, estava dispersa, distraída e isso em um hospital, pode ser sinônimo de fatalidade”

“Me desculpe por isso também doutora eu..-”

“Não precisa Berry. Há quantos dias não tira folga completa, quero dizer, de todos os turnos?”
“Acho que faz uma semana e uns dois dias. Tenho tirado só a folga de turnos.”

“Tem parentes fora da cidade, ou algum lugar para onde possa ir, longe disso aqui..?”

“Tem meus pais em Kane, mas a viagem é cansativa... bem, tem um lugar sim...”

“Então amanhã, tire uma folga, descanse. Tente ocupar sua cabeça com outra coisa que não seja esse acidente, para que possa voltar completamente bem para o trabalho. Entendeu?”

“Sim senhora.”


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Até o próximo.. :)