The Lake House escrita por Valentinna Louise


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Hey :)
Postando o maior capítulo da fic e também o mais emocionante *----------*
Músicas do capítulo:
Radio - The Corrs (http://letras.mus.br/the-corrs/8621/traducao.html)
This never happened before - Paul McCartney (http://letras.mus.br/paul-mccartney/321938/)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/412824/chapter/12

Quinn

Estava comemorando com o pessoal da obra. Terminamos o 1° lote. Faltam 44. Estava sentada na caminhonete com Jackie na caçamba. De vez em quando eu levava ela pra obra, só pra não ficar sozinha em casa.

Estava distraída quando a porta do lado do passageiro bateu e eu vi Sam dentro da caminhonete.

“Hey Q..”

“Sam.. mas o quê?”

“Acabamos hein?” Ele parecia todo animado com a finalização daquele lote.

“Sim.. faltam 44..”

“Mas já é um começo...Hey Quinn vamos sair hoje a noite..” Jackie começou a latir alto na caçamba. Eu mal conseguia ouvir o que Sam dizia. E então ela saltou da caminhonete e eu gritei:

“Jack! Jackie!!” saí correndo atrás dela.

“Quinn!” Sam gritou atrás de mim e então ouvi os passos pesados. Continuei correndo atrás de Jack.

“Jackie!! Jackie!!”

Ela correu por uma ponte até eu perdê-la de vista. Até ouvir latidos. Corri na direção deles e vi Jackie parada em frente a um homem alto carregando uma caixa. E ela latia pra ele.

“Hey Jackie!”

“Opa.. essa cachorrinha é sua?” Ele me parecia vagamente familiar.

“É. É sim.. me desculpe eu... não sei o que deu nela..” Falei um pouco ofegante.

“Não tem problema.” Ele deu um meio sorriso. Fiz uma careta, mas acho que ele não reparou. Então abaixei para pegar Jackie.

“O que deu em você garota? Por que fugiu?”

“Devia tomar mais cuidado com ela... eu deveria ter um cachorro também.. aliás, pra minha namorada. Ela é louca por animais... “

Olhei mais uma vez pra ele, tentando lembrar de onde o conhecia.

“Nós já nos conhecemos?” perguntei.

“Acho que não. Finn Hudson.” Estendeu a mão desocupada pra mim.

“Quinn Fabray.” Apertei e fiquei olhando mais alguns instantes. Olhei para a caixa na mão dele e perguntei.

“Quer ajuda..?”

“Sim.. se puder..tem algumas sacolas no carro..” Peguei as sacolas no porta-malas e vi Sam correndo, completamente ofegante.

“Então, há quanto tempo mora por aqui..?”Finn perguntou,sem notar a aproximação de Sam.

“Eu? Há poucos meses... tenho uma casa no lago..”

“Sério? No lago? Mas que coincidência!”

“Quinn!!” Sam gritou. Ele estava vermelho quando parou de correr. Olhei pra ele e suspirei profundamente. “Hey.. ainda... bem.. que ..encontrou...”

“Pois é..” Falei. “Hum.. Finn.. Sam... Sam.. Finn..” Apresentei os dois.

“Prazer.” Finn estendeu a mão e Sam apertou. Sam olhou para a caixa na mão de Finn. “Eu espero que não pensem que eu vá beber tudo isso sozinho.. é que eu vou dar uma festa para uns amigos hoje a noite.. e vocês estão convidados também, se não tiverem planos é claro..”

Sam deu um sorriso enorme e disse:

“Mas é claro que viremos!”

Dei um sorriso amarelo pra Finn. Ele colocou a caixa no chão e abriu o casaco.

“Quinn, tome aqui meu cartão... talvez eu queira alugar uma casa no lago. Minha namorada, quase noiva, Rachel nunca gostou dessa casa aqui.” Arregalei os olhos para Finn ao ouvir o nome de Rachel. Era ele! Como não reparei antes! O cara da estação. “Vou procurar uma outra casa quando ela terminar a residência que faz em Madison... se souber.”

Fiquei estática alguns minutos apenas olhando para Finn. Um sentimento estranho tomou conta de mim e eu não sabia como reagir.

“Sim..er.. claro.. ela é médica?” Idiota. Idiota.

“Sim.. é..” Finn falou com um orgulho na voz.

Acho que Sam reparou que eu estava sem palavras e me chamou.

“Quinn.. Quinn..!!”

Saí do meu devaneio, enquanto Finn e Sam me encaravam.

“Bem.. foi um prazer conhecê-lo.” Falei.

“Igualmente..” Finn respondeu.

Saí andando, mas me virei e perguntei.

“Finn, a que horas é a festa?”

“às 20:00. É aniversário da Rachel.”

Dei um sorriso pra ele e Sam começou a me seguir. Assim como Jackie.

Eu iria conhecê-la.

–--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Rachel

18 de dezembro.

Para o resto do mundo, dia comum. Pra mim também, a não ser pelo fato de que era meu aniversário.

Nunca fui dada a comemorações, principalmente depois de mais velha. É só o dia em que eu nasci.

Saí do hospital e andei algumas quadras até encontrar um bar extremamente acolhedor aberto. Sentei e pedi uma taça de vinho branco. Merecia afinal.

O som ambiente era uma música antiga. The Corrs . Reconheci porque meu papai era fã incondicional deles. Engraçado como as primeiras estrofes da música praticamente me descreviam:

“It´s late at night, and i´m feeling down

There's couples standing in the street

Sharing summer kisses and silly sounds

So I step inside, pour a glass of wine

With a full glass and empty heart

I search for something to occupy my mind

But you are in my head

Swimming forever in my head

Tangled in my dreams

Swimming forever”

Dei uma risada baixa e tomei um gole de vinho. O bar estava vazio. Isso é deprimente.

Ouvi a sineta da porta tocar e alguém sentou ao meu lado dizendo:

“Bebendo sozinha em um bar após as 22:00 h vi contra todas as regras de etiqueta social!” Kurt chegou. Dei um sorriso e ele se sentou logo ao meu lado e pediu um vinho também.

“Vi que saiu mais cedo do hospital...”

“As consultas acabaram e eu fugi antes que me dessem um plantão.”

Rimos e Kurt perguntou:

“Não tem nada a ver com o fato de hoje ser o seu aniversário, Srta. Berry?”

Quase engasguei com o vinho.

“Não nada a ver..”

“Por que tão reclusa? Se tivesse dito teríamos feito algo lá no hospital.. Sue não ligaria e Mercedes iria amar fazer uma festa..”

“Pra quê? Aniversário é apenas uma data pra marcar o quanto estamos envelhecendo..”

“Credo Berry.. sabia que era reclusa, mas não tão soturna..” Kurt deu um longo gole e pediu mais. “E então..tenho visto que você escreve bastante no seu tempo livre no hospital... alguém especial?”

Ri da curiosidade de Kurt.

“Anda me stalkeando Sr. Hummel?

“Apenas observando...e então..algum namorado?”

“Não, na verdade.. tive um namorado há um tempo atrás, mas terminamos..”

“Qual era o nome dele?”

“Finn..”

“Hum.. Finn.. bonito nome.. mas acho que não é para o Finn que você escreve não é?”

“Não.. é para outra pessoa.. ela está longe..”

“Relacionamento á distância?”

“É pode se dizer que é assim sim... engraçado como as coisas são.. tinha Finn ao meu lado, ele me amava, mas eu o afastei de mim, o rejeitei . Sempre faço isso, afasto as pessoas. E para essa pessoa com quem me correspondo entregaria meu coração...” Desabafei. Kurt olhou condescendente pra mim e disse:

“Que poético.Você ao menos conhece essa pessoa?”

“Nós apenas conversamos por cartas...É bom.. é.. seguro..”

Kurt arregalou os olhos:

“Não vai me dizer que ele está na prisão? Você é dessas mulheres que se correspondem

com presidiários?” Comecei a rir alto.

“Não. ..e é uma mulher..”

“Hummm.. uma mulher? Minha nossa Berry ela é daquelas chefes lésbicas da cadeia que mandam e desmandam em todo mundo...?”

“Que fixação por presidiários! Não, não.. ela é arquiteta... tem uma casa no lago...”

Minha voz morreu quando percebi o que tinha acabado de dizer.

MERDA!

–-----------------------------------------------------------------------------------------------------

Quinn

Me arrumei pra ir a festa na casa de Rachel. Pra minha infelicidade Sam iria comigo.

Estava frio, então coloquei uma calça preta, botas, uma blusa de gola alta verde e um sobretudo preto por cima. Sam estava sentado na sala, com jeans e camisa xadrez verde e uma jaqueta no braço. Peguei o cachecol que Rachel tinha me enviado e coloquei no pescoço.

“Acho que tem alguma coisa de errada com seu cachorro..” Sam falou encarando Jackie. Olhei pra Jackie e ela fez um barulho semelhante a um bufado.

“É uma cadela e não tem nada de errado com ela. Ela só não foi com a sua cara. Vamos?” dei de ombros. Jackie realmente parecia não gostar de Sam.

“Vamos..”

“Cuide da casa Jackie..” Jackie latiu feliz e fechei a porta.

“Vamos na minha caminhonete.” Sam deu risada. “O que foi?”

“Vamos no meu carro... faço questão..!”

Ele praticamente me empurrou na direção de um corvette preto e abriu a porta do passageiro pra que eu entrasse.

Durante todo o caminho, Sam falou. Sobre estudos, família, ex-namoradas. Foram os 20 minutos mais longos da minha vida. Com direito a uma imitação estranha do Harrison Ford.

A casa estava cheia de gente. Vários carros do lado de fora e Finn estava na porta sendo o anfitrião.

“Aah Quinn e Sam.. que bom que vieram.. entrem, entrem.. fiquem escondidos no canto, Rachel chegará a qualquer instante.”

Quando entramos estava tudo escuro, mas dava pra ouvir o burburinho de pessoas. Então Finn entrou logo em seguida e nos empurrou para o canto. No segundo seguinte alguém abria a porta.

“Finn?”

“SURPRESAAA!!!!” Todos gritaram... Inclusive Sam. Vi Rachel praticamente jogar para o alto os livros que segurava. Finn apareceu carregando um bolo enquanto Rachel ria sem graça. Ela não me viu. Também se visse não me reconheceria. Mas eu estava vidrada nela.

Alguns minutos depois, Finn a apresentava a todos enquanto eu era praticamente obrigada a aturar Sam e todas aquelas besteiras. Toda vez que eu olhava pra ela, me perdia em devaneios. Ela parecia não gostar daquilo. Dessa atenção toda. Suspirei profundamente e tomei um gole de cerveja. Estava tudo calmo por alguns minutos.

Até Finn trazê-la até onde eu estava.

“Hey Rach.. essa aqui é Quinn Fabray!” Era impressão minha ou ele estava levemente bêbado? “Sabe o que ela faz? Ela arquiteta! E tem uma casa no lago!! Isso não é um máximo..? Ela falou que ia nos ajudar a encontrar uma também.. ahh e esse é o Sam..”

Rachel deu um sorriso e nos cumprimentou com acenos de cabeça. Sam quase a ergueu do chão em um abraço. Eles se afastaram e eu continuei observando-a. Finn largou de Rachel para ligar o videogame dele e ir jogar com os amigos. Então vi sair sorrateiramente por uma porta na cozinha. Deixei minha cerveja no balcão e saí também.

Ela estava sentada em um dos degraus da pequena escada que dava acesso ao quintal. Me sentei do outro lado.

“Hey! Feliz..aniversário..” Falei, um pouco entusiasmada demais. Ela parecia cansada e deu um sorriso.

“Obrigada..”

“Hum.. é.. Quinn Fabray, muito prazer..” estendi a mão pra ela e ela olhou pra minha mão e depois para o meu rosto com uma careta de dúvida.

“É.. a arquiteta da casa do lago certo?”

“Certo..”

Ficamos olhando o quintal escuro e havia só o silêncio. Odiava isso. Decidi falar novamente.

“Conhece o livro Persuasão da Jane Austen?”

Rachel virou pra mim assustada. Me olhava como se duas cabeças tivessem acabado de crescer em mim.

“Como é que é?”

“Persuasão.. Jane Austen sabe? A mesma autora de Orgulho e preconceito..”

“É Claro que eu sei quem é a Jane Austen. Ela é minha autora favorita.. só não entendi a sua pergunta.. o motivo dela.. por que está me perguntando isso?”

Engoli seco.

“Uma amiga.. ela. me deu de presente esse livro e disse que eu iria gostar.. mas eu queria a opinião de mais alguém. E você me pareceu a pessoa certa pra isso.."

Rachel me olhava desconfiada e minhas mãos suavam.

“Ahh sim.. é bem.. eu amo essa história. É sobre espera....É a história de um casal que queria ficar junto, porém ainda não era o momento certo pra eles e então eles se separam. Anos depois se reencontram e tentam novamente, porém eles se perguntam se não esperaram demais, se não era tarde demais pra ambos.”

“Isso é triste.. por que gosta dele?” Falei sincera. Rachel sorriu.

“Realmente, é muito triste..”

“Não me leve a mal.. é uma história linda mas..” Rachel gargalhou.

“Verdade.. é terrível.”

“Bem.. você já teve uma experiência parecida?”

“Eu? Não, não...”

Voltamos ao silêncio. Não estava constrangedor. Eu só não sabia o que fazer perto dela.

“ Bem.. quando eu tinha 16 anos eu queria ser cantora. Mas não uma cantora qualquer. Uma cantora da Broadway. Tinha um cara que estudava comigo, o nome dele era Jesse St. James. Ele também queria ir pra Broadway e me convenceu a fugir com ele para NY. Eu era apaixonada por ele e então eu fui.”

“Eu adoro NY.”

“Ele foi meu primeiro amor. Provavelmente o único.” A última frase ela falou baixinho, como se fosse um segredo que apenas nós duas partilharíamos.

“Ele deve ter sido muito legal pra você ter fugido..”

“Foi incrível. Pelo menos durante 1 semana. Assim que meu pai, Leroy, descobriu onde eu estava pegou o 1° avião e me trouxe de volta. Bem, nunca mais ouvi falar de Jesse St. James e a Broadway se tornou apenas um sonho adolescente.”

“Incrível! Sério..você ainda canta..?” Perguntei timidamente e ela sorriu.

“Não, não.. faz anos que eu não canto. Desde que entrei para a faculdade de medicina..”

“E por que a medicina?”

“Porque eu admirava meu pai. Ele salvava vidas. Eu achava aquilo incrível. E então troquei os palcos pelas salas de cirurgia. E eu adoro isso.”

“Isso.. é lindo Rachel..”

“Obrigada. Porém logo depois que eu entrei na faculdade, meu pai adoeceu e soube que nunca mais poderia fazer cirurgias novamente. Ele entrou em depressão profunda...”

Rachel parou e me olhou, como se não soubesse o porquê de estar me contando tudo aquilo. Então ela se levantou e seguiu para uma parte iluminada do quintal. Eu fui atrás.

“Rachel..!”

Ela não se virou, mas respondeu.

“O que?”

“Eu...” Não tinha a menor ideia do que iria falar.

“Você...?”

Ouvi a melodia de uma música conhecida tocar e perguntei.

“Conhece essa música?” Eu gostava daquela música, era um pouco velha, mas era ótima pra dançar.

“Conheço..”

“Dança comigo?” Pedi, quase que involuntariamente. Rachel deu um grande sorriso e colocou a mão no meu ombro. Eu sorri retribuindo.

Senti Rachel estremecer levemente quando coloquei a minha mão na sua cintura. Ela encostou a cabeça no meu peito e começamos a nos balançar suavemente ao som da música. O cheiro dela me embriagava e o toque de Rachel me fazia suspirar. Eu não vi quando Rachel virou o rosto pra mim. Nós estávamos tão próximas que eu sentia sua respiração quente contra o meu rosto. No segundo seguinte eu fechei a escassa distância entre nós duas. Meus lábios encostaram suavemente nos de Rachel e ao contrário do que eu pensei, ela não se afastou. A mão no meu ombro subiu pra minha nuca e me empurrou para aprofundar o beijo. O beijo começou calmo, sem exigências, mas logo mudou para algo quase desesperado. O ar já estava ficando escasso. Mas nós nos separamos antes dele faltar.

“Rachel?!” A voz quebrada de Finn assustou Rachel que se afastou um pouco de mim. Olhei para o lado e vi que ele e Sam nos olhavam incrédulos. Eles poderiam estar ali o tempo inteiro que eu não teria reparado. Olhei para Rachel novamente e ela sorriu pra mim antes de falar com Finn.

“Hum.. Finn.. er.. Quinn estava me falando algumas coisas.. sobre a casa no lago..”

Eu quis rir. Gargalhar do que Rachel havia acabado de falar. Vi Finn ficar vermelho e Sam estava completamente sem graça. Ele apenas disse:

“Eu.. eu acho que é hora de irmos Q.”

Olhei pra ele e assenti. Era melhor ir antes de causar um problema maior. Me afastei de Rachel relutante. Ela ficou me olhando ir. Passei por Finn que bufava. Quando estava perto do carro olhei para trás e vi Rachel acenar discretamente pra mim, antes de Finn aparecer e levá-la pra dentro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então??
A música que as duas dançam (This never happened before) é da trilha sonora original do filme. Super recomendo :D
O que acham que vai acontecer a partir de agora???
Até o próximo :*