POV Jake

A corrida foi muito difícil, o Santiago estava grudado no Alec, ainda bem que eu consegui me manter e segurar o Caius, por que aquele lá é muito traiçoeiro, já havia dito ao Alec que precisávamos tomar cuidado. Nó ganhávamos do Caius na habilidade, pois esta era uma qualidade que ele não possuía, na verdade, nem sei se ele tem alguma qualidade. Já o Santiago também era muito bom e tinha conseguido vantagem sobre o mim quando um carro rodou na pista, atrapalhando as ultrapassagens. Até aquele momento estávamos Alec em primeiro lugar e eu em segundo, mas para evitar bater o carro, já que foi bem na nossa frente, com um piloto que estava acabando de sair dos boxes, tivemos de diminuir um pouco a velocidade, nisto o Santiago se aproveitou. Foi pura sorte dele. E eu preciso reconhecer que não briguei, fiquei um pouco receoso ainda.

Convenceram uma equipe de tv a mostrar bem minha mão na hora de receber o prêmio, mostraria a aliança e também quando eu abrisse o macacão, mostrar o lobo, a intenção era que ela visse, se não na tv, pelo menos em fotos.

Ela não foi à corrida e sinceramente isto foi um banho de água fria. Mas depois meus pais conversaram comigo, eles estava sorrindo muito.

– O que houve com vocês??? Parece até que beberam, ficam se rindo sozinhos...

– Não, meu filho, não bebemos. Mas estamos felizes, vocês foram muito bem! Você foi muito bem para esta volta as pistas! Estamos nos sentindo muito bem, somente isto.

– Vocês viram que os pais de Renesmee estão ai??? Será que ela ainda esta com catapora? Pois ela foi a única que não apareceu aqui hoje!

– Sim, nós conversamos com eles e sim ela ainda esta convalescendo da doença. Eles querem falar com você.

– Comigo? Eu espero que eles não me culpem por ela ter voltado daquele jeito, nem eu sei direito ainda o que aconteceu, como ela fez, sei lá...

– Não, menino, eles querem revê-lo, pois eles se lembram de você da época que você ficou um tempo com a Renata, quando estudou por aqui.

– Ah, sim, me lembro deles. Olá, Sr McCullen, Sra Bella.

– Que isso, rapaz! Nada de muitas formalidades! _me disse Edward.

– Ah, você lembrou de me chamar de Bella, mas pode ir tirando este senhora daí, me envelhece muito!

– Capaz, a senh....opa, você é muito jovem ainda, Bella.

– Bem, queremos lhe desejar tudo de bom neste retorno, hoje você já se superou, parabéns! E também queremos lhe dizer que não fique com caraminholas na cabeça, Renesmee é muito frágil psicologicamente falando, mas sabemos que você a fez muito feliz, você conseguiu o que ninguém mais conseguiu, que ela se aceitasse, se amasse, se admirasse e que ela lutasse por algo, por você, por ela, pelos be...bem, por todos nós... _isto foi Edward quem falou e me surpreendi muito. Notei que Bella lhe apertou a mão, mas continuou me olhando e sorrindo.

– Sim, Jake, podemos lhe chamar assim, certo? Bem, ela está bem, com catapora, mas bem, ela me disse que assim que conseguir se liberar do médico ela vai lhe procurar, ela pediu para você se concentrar, focar na sua volta, que você a espere, vocês precisam conversar e ela precisa muito que você tenha paciência com ela, que a escute, que a permita falar tudo o que ela tem a dizer.

– Com certeza, Bella! O que mais quero é conversar com ela, preciso entender!

– E você vai! Tenho certeza que você compreenderá tudo. Não se preocupe!

– Eu gostaria de ir vê-la, poderia ir até lá, só tenho corrida daqui uns dias, acho que dá tempo!

– Desculpe, Jake, mas eu não acho que seja uma boa ideia neste momento, ela está com uma doença contagiosa e tenho que admitir, ela ainda não está pronta, não está preparada psicologicamente para esta conversa. Você já esperou tanto tempo, não custa esperar mais uns poucos dias, não é??? _ Este foi Edward.

Concordei com ele com um aceno de cabeça, meio a contragosto, mas concordei, afinal eu disse que não iria procurá-la, então ela que me procurasse, pelo menos tenho certeza que ela vai fazer isto, me procurar e assim já me acalmo um pouco.

– De qualquer forma, asseguro a vocês, eu a amo muito, não existiu e nem existirá outra mulher em minha vida. É ela quem preciso, quem amo e sempre será! Mas eu fiquei mesmo muito magoado, ela não confiou em mim, nem em meu sentimento, não acreditou em nada do que vivemos.

– Olha, Jake, eu lhe entendo. Será realmente muito importante vocês conversarem, somente ela pode lhe dizer o que vai diretamente ao coração dela. Posso lhe garantir que ela não confia, mas é em si mesma, que ela não se ama, mas ama você sim, que ela se culpa muito, que ela foge das situações por que ela não quer preocupar e nem envergonhar os outros, que ela jamais vai se colocar entre as pessoas, jamais fará com que alguém tenha que escolher entre ela e qualquer outra pessoa ou situação.

– Isto não pode continuar assim, pensei que ela estava bem, quando ela conseguiu emagrecer, se olhar no espelho...

– Não, Jake, é algo mais profundo que isto. Sim, ela conseguiu mudar a aparência, mas o psicológico dela, tipo o que ela pensa de si mesma, o que ela ainda vê em si mesma, continua sendo aquela Renesmee que era ridicularizada na escola e na faculdade, aquela que apanhou de um grupo de meninas no dia de seu aniversário e que para completar, afirmar o que ela pensava, ouviu muitas pessoas dizerem, sem nosso conhecimento, que fique muito claro, que ela destoava muito da família linda e maravilhosa que tinha, que ela envergonhava a todos nós.

– Oh, meu Deus!!! Quanta crueldade com uma pessoa tão maravilhosa como ela!!! _ esta foi minha mãe.

– Bem, nós já estamos indo, ainda temos que encarar um voo até Inverness! Até breve, Jake, você será sempre bem vindo em nossa casa, seja quando for!

– Até, espero vê-los em breve!

O assunto parou por ai. Eles se foram e eu me retirei para o hotel, estava muito cansado, mesmo com os treinos eu ainda não estava cem por cento. Nada errado com minha visão, sim com minha condição física, eu estava um pouco relaxado, ‘ta legal, muito relaxado, precisaria voltar com meus treinos de musculação.

A próxima corrida seria em Nurburgring. É, a pista maldita, então eu acabei por ir super cedo para a Alemanha. Isto fazia parte dos planos. Queria me preparar psicologicamente e fisicamente também. Queria treinar na pista para ver como eu reagiria com as imagens do acidente no local onde ele havia acontecido. Estava bem nervoso, tinha que reconhecer isto.

Não queria me mostrar frágil, mas eu estava com medo. Eu não sei como, mas fizeram uma reportagem comigo, falaram do acidente, eles me perguntavam como eu estava me sentindo e estas coisas todas, perguntaram se eu estava preocupado com a equipe Volturis, com seus pilotos. Me disseram para ter cuidado e tentar ficar calmo. Eu disse que estava calmo, mas foi visível que eu estava nervoso, agradeci pela preocupação e pela reportagem em si.

Finalmente chegou o dia. Eu estava um tanto calmo, nem entendia como eu estava tão tranquilo. Eu daria tudo de mim para fazer o melhor, para ser o vencedor eu precisava disto, naquele local, para mostrar a mim mesmo que eu já estava totalmente recuperado.

Começou a corrida e eu estava com a musculatura tensa, mas estava com a mente limpa. Larguei muito bem e Alec protegeu a minha largada. Nós fomos nos revezando toda a corrida. Faltando duas voltas para o final, eu estava em segundo lugar, o Alec em primeiro, ele queria que eu passasse ele e eu me neguei, disse que ele merecia, que nos éramos irmãos, primos, não somente parceiros de equipe e que aqui era por nós dois não por um só. Nisto vimos o Caius Volturi mandar o Felix Fuertes, da equipe Spania Motors, para fora da pista, o acidente foi horrível, me deu um clarão na mente, quase que travei o carro, porém o meu pai estava ligado em mim e falou uma simples palavra no ponto eletrônico, “Renesmee”, na hora acelerei e como o Alec também meio que travou o carro, acabei passando por ele. Eles acabaram por encerrar a corrida com uma volta faltando. Terminou comigo em primeiro e Alec em segundo, o Caius ficou em terceiro.

No pódio quando entregaram o troféu do Caius, todo o público e as outras equipes viraram de costas, ele saiu enlouquecido, gritando que acidentes acontecem, que ele não tinha culpa. Mas infelizmente neste momento chegou a notícia de que o Felix não tinha resistido. A equipe Volturi, ficou em choque, eles foram desclassificados nesta corrida, foram cobrados com relação às atitudes malucas de Caius. É, a coisa ficou feia para Arus e Marcus, os chefões da Scuderia Volturi. As equipes começaram a exigir perícias, exames, testes, mais uma infinidade de coisas, queriam tirar os Volturis da jogada. O James acabou ficando com a pontuação de terceiro lugar.

Haveria um intervalo de dois meses para tentarem resolver alguns destes problemas. Consequentemente poderia ficar um tempo em La Push.

O estranho é que, quando estávamos no aeroporto, minha mãe recebeu um telefonema e meu pai e ela acabaram por não embarcar com o restante da equipe. Não sei para onde eles foram. Eles embarcaram primeiro do que nós ainda. E pareceram muito nervosos, nem se despediram.

***** LDOT

POV Renesmee

Meus pais estavam muito mais tranquilos, eles me disseram que encontraram o Jake novamente agora como pai de seus netos e que gostaram muito dele, se deram muito bem.

Eu estava com 7 meses praticamente. Sinceramente não sei se conseguiria chegar aos nove meses, eu estava imensa, por incrível que pareça estava dentro do previsto. O meu problema era realmente meu psicológico. Qualquer alteração, já ficava com algumas dores e contrações.

Eu estava apavorada. A corrida se aproximava e seria em Nurburgring, a pista maldita. Além disto, o meu tempo se esgotava, e eu tinha medo de encontrá-lo. Sei que Billy não deixaria passar e eu o entendia, com certeza faria o mesmo por meu filho.

Eu estava sozinha, me sentia sozinha, mas eu precisava desses instantes de solidão para colocar minha cabeça em ordem, meu coração que apesar de amar intensamente ainda precisava cicatrizar tantas feridas. Meus pensamentos estavam um verdadeiro caos. Ainda bem que todos, apesar de não aceitarem, entendiam minha situação.

Afinal, ninguém estava na minha pele quando eu fui empurrada, quando eu fui ridicularizada, quando eu fui humilhada. Não, as pessoas não entendiam o porquê de eu ter fugido, mas esta impotência só sente quem realmente passa por isto. Eu preferia colocar todo esse caos em ordem dentro de mim antes de me ver frente a frente com Jake novamente, ele merecia isso. Ele merecia uma mulher com seus fantasmas se não exterminados, ao menos, adormecidos. Eu precisava dar pelo menos isso a ele depois de todo o sofrimento que eu sei, fui a única responsável, por fazê-lo passar.

Na semana da corrida tinha visto uma entrevista com o Jake, ele estava na Alemanha desde o término da outra em Silverstone. Ele dizia que estava calmo, mas eu via o medo em seus olhos. Oh, meu Jake, queria te abraçar agora e te acalmar!!!! Mas eu estava em casa. Todos os meus parentes estavam lá para ver a corrida. A tia Rose e o tio Emm tinham ido para a Alemanha estavam preocupados com o Alec, tia Renata e tio Royce também foram.

Eu disse que não veria a corrida, Anthony achou bom que eu não visse mesmo, fiquei no meu quarto, mas não aguentei, vi a corrida, com a tv no mudo, assim ninguém desconfiaria.

A corrida começou tranquila, estava indo tudo muito bem, neste momento o Alec estava em primeiro e Jake em segundo, eles ficavam revezando. Quando faltavam somente duas voltas, um dos carros foi meio que de encontro a outro e o mandou para fora da pista, o acidente foi horrível, vi que o Jake quase parou, eu imagino o que não passou na cabeça dele, de repente ele acelerou, ficou próximo a Alec, passou por ele. Acabaram por encerrar a corrida mesmo faltando uma volta. Na hora do pódio os meninos lindos receberam o troféu, mas quando chegou na hora do loiro aguado lá, o público inteiro virou de costas inclusive as outras equipes. O piloto maluco, que descobri ser Caius Volturi, saiu gritando dizendo que acidentes acontecem. Nisto eu já estava descendo as escadas, meio apavorada. Quando botei o pé na sala, veio a notícia que o piloto espanhol Felix Fuertes, não havia sobrevivido ao acidente.

– RENESMEE!!!! _foi a última coisa que ouvi...

E eu não vi mais nada. As cenas do acidente deste piloto ficaram em minha cabeça, eu imaginava e misturava o acidente do Jake, ouvia os noticiários anunciando sua morte. Acho que morri...............

***** LDOT

POV Bella

Com tudo o que Renesmee estava passando e ainda me acontece este acidente a deixando transtornada. Ela desmaiou, consequentemente parou no hospital.

Os bebes foram obrigados a nascer, por cesárea, pois o corpo de Renesmee não estava respondendo a nada, havia entrado em uma espécie de coma. Devido ao descolamento de placenta, seria um risco permanecer assim, então optou-se pela cirurgia. Assim o organismo dela estaria livre para tentar se recuperar mais rápido.

Os bebês foram para a incubadora, ela entrou definitivamente em coma. Os médicos diziam que ela se recuperaria assim que o pico de stress estivesse estabilizado. Anthony explicou tudo para nossa família, de uma forma que todos pudessem entender o que tinha acontecido.

– Bem, ela teve um colapso nervoso. O acidente do piloto, na mesma pista em que o Jake sofreu o acidente dele, a morte do tal piloto... a cabeça dela confundiu e fundiu tudo e julgou que foi o Jake quem sofreu o acidente e consequentemente morreu. O corpo já estava em fadiga, déficit, então não suportou a carga e também toda a depressão, a situação pela qual ela esta passando foi demais, a carga foi forte demais para um organismo tão danificado...

– Rebecca, ligue para sua mãe, avise-os! _ Disse Edward.

Naquele mesmo dia eles chegaram ao hospital. Eles não haviam falado nada para ninguém, primeiro queriam saber o que tinha acontecido, como ela estava e como os bebês estavam. Depois de tudo explicado eles se reuniram, todos familiares que se encontravam na cidade se reuniram e chegaram a um consenso. Iriam avisar ao Jake. Seria um baque muito grande, mas ele tinha que saber que ela estava em coma e que ele tinha dois filhos, um menino e uma menina, Blacks legítimos com fartos cabelos negros. Tudo isto não deu nem 24 horas da corrida. Estávamos exaustos, não podíamos ficar no hospital com ela nem com os bebês, somente em horários especiais para os bebês e nos horários de visita para ela, então fomos para casa e Billy e Sarah foram conosco. Thony, já estava trabalhando neste hospital, mesmo sem estar completamente formado ainda, ele ficaria de olho por nós. Já em casa, Sarah tentou entrar em contato com Jake, mas estava difícil, ela não conseguia, era provável que ele estivesse em pleno voo...teríamos que aguardar.

***** LDOT

POV Pedro Fuertes

Eu, Pedro Fuertes e minha irmã Carmen Fuertes, hoje Denali, somos os donos da Equipe Automobilística Spania Motors. Somos espanhóis, mas nossa equipe é bem misturadinha! A sede de nossa equipe é em Madri. Porém Carmem ao se casar com Eleazar Denali, me deixou gerenciando tudo. Sou casado com uma francesa chamada Charlotte, ela me chama de Petter, acha que me chamando assim fica mais chique, adoro isto nela! Eu a chamo de Charlie.

Nós temos dois filhos, Santiago o primeiro piloto da equipe e Felix, segundo piloto.

Santiago foi adotado por nós quando fizemos uma viagem tipo safári pela África. Nós o encontramos em uma cabana de caça abandonada. Ele tinha quatro anos, estava quase morto de desnutrição e desidratação. O acolhemos e ele soube aproveitar a chance, resolveu ser uma criança feliz, um jovem feliz.

Porém Santiago sofreu muito por sua cor, foi abandonado pelos pais, deixado à própria sorte ou morte como eu digo, pois ele era muito pequeno, não tinha chance nenhuma de sair vivo deste abandono. Mesmo nós o adotando, tendo dado excelentes condições, ele foi muito discriminado, mas tudo isto passou, pois hoje ele é um orgulho para a Espanha, um excelente piloto que trouxe muitas vitórias para o país. Para nós ele sempre foi especial, guerreiro, vencedor, espetacular.

Ele é mais velho que Felix 5 anos. Sim, ele estava conosco há um ano e descobrimos que Charlie estava grávida, foi uma festa! E quando descobrimos que seria outro menininho, ficamos mais felizes ainda, pois agora Santiago não ficaria sozinho, teria alguém para brincar, amar, respeitar e ser respeitado, amado.

Charlie sempre evitava ver as corridas, ela preferia ficar num oratório que ela tinha mandado fazer especificamente para isto.

Nós sabíamos que a Scuderia Volturi era sórdida, inescrupulosa, não poupava esforços para se dar bem. Sabíamos que eles na verdade eram uma máfia italiana. Afinal só uma máfia, com muito dinheiro poderia ter comprado a tradicional Equipe Lambo, sim, a Lamborguini. Agora a sede da equipe ficava em Volterra, não mais em Modena. Cara, eles tinham muitos profissionais excelentes, não precisariam roubar projetos, fazer trapaças, este tipo de coisa. Então sempre ficávamos de olho. Nós tínhamos certeza que o acidente com o Lobo havia sido obra destes italianos maledetos.

Os grandes herdeiros do trono de Volterra, da Itália, os Volturis... parte da máfia La Camorra. Exatamente!!!

Caius Volturi, um dos três irmãos, é o primeiro piloto e Demetri Volturi é o segundo piloto. Demetri é filho de Arus Volturi, o mais velho dos irmãos.

Arus é casado com Sulpícia, uma italiana dona de um restaurante muito famoso, La Bella Italia, que possui franquias em muitos lugares, como Port Angeles, por exemplo.

Marcus Volturi é irmão de Caius e Arus, sua filha Chelsea é uma piloto de teste da equipe e sonha um dia poder correr como principal. Marcus é casado com Didyme, uma grega, que ao perder os pais herdou uma das empresas mais famosas em óleo de oliva e produtos derivados de oliveiras, exportando para todo o mundo. Com isto Marcus é muito ausente da equipe de corridas, pois fixou residência na Grécia, deixando que a filha assuma aos poucos seu lugar.

Caius Volturi é casado com Athenodora, outra grega, herdeira da ilha de Mikonos. Eles não têm filhos. Ele também é o mais novo dos Volturis e o mais maquiavélico. Athenodora é daquelas que nem pensa em filhos, não quer estragar o corpo, muito menos ter que aturar crianças. Ela e Charlie até conversavam, mas Charlie quando viu que ela era um coração vazio oco de sentimentos, ela se afastou, inclusive por que Athenodora sempre tratou Santiago muito mal.

Eu digo, tipinho de gente!!!

Porém estamos todos aqui reunidos para mais uma corrida, estamos em Nurburgring.

A Quillayute Racing, equipe típica norte americana, mas com os melhores carros e a melhor equipe nos dias de hoje, pertencente aos Blacks, estão com tudo, já ficaram com as melhores pontuações na primeira corrida, se continuarem assim teremos que lutar pelo terceiro lugar em diante para os pilotos e segundo lugar no mundial de equipes. Mas isto realmente não me importa, o que me importa é que estamos crescendo e um dia ainda seremos páreo para esta grande equipe. Nos cumprimentamos e partimos para os boxes, eu tinha muito respeito por eles, eram uma família muito unida, era sensacional, eu tentava imitá-los neste sentido, nos fazer ser um só, um grupo coeso, forte.

Estava tudo preparado, conversei com o Billy e ele estava se mostrando muito preocupado com o Lobo.

– Petter, eu tenho muito receio que Jake tenha uma recaída hoje. Ele não falou nada, mas vejo em seus olhos a preocupação.

– Imagino, Billy, mas Jake é forte, determinado e vai superar mais esta etapa. Não se preocupe, ocorrerá tudo bem!

– Assim espero, Petter. E Charlotte como está? Já esta recolhida em orações?

– Sim. Hoje, particularmente, ela está muito nervosa, ela disse que esta com uma agonia, diz que algo vai acontecer. Chegou a pedir aos meninos para não correrem hoje. Até fiquei preocupado.

– Sarah também está muito preocupada, acho que é esta pista... será que teremos um jeito de deixá-la mais segura?

– Não sei, Billy, os meninos já revisaram muitas e muitas vezes estes trajetos, mas ainda não chegaram em um consenso, eles dizem que se mexer tira esta personalidade forte da pista, vê se eu posso com isto!

– Estes nossos meninos são todos uns loucos!

– Bem, vamos aos nossos afazeres, quem sabe depois não saímos todos juntos para comermos algo, como sempre fazemos???

– Pode ser, Petter! Até mais, amigo, até o pódio!!!

– Sim, Billy, até o pódio!

E assim começou todo o rebuliço que rola pelos boxes! Eu adoro tudo isto!!!

Estávamos indo muito bem, claro que Alec em primeiro e Jake segundo lugar, Felix estava em terceiro lugar e o Caius em quarto.

– Felix, cuidado, o Caius está bem atrás de você e você sabe que ele é louco, além de traiçoeiro.

– Ok, eu consigo!

Mas não conseguiu...

Caius avançou em direção ao meu filho, eles estavam a mais de 300 Km/h. Ele bateu o pneu dianteiro esquerdo no pneu traseiro direito do carro do Félix, jogando-o para fora da pista.

Eu ouvi um grito de dor e olhei para trás, era Charlie quem estava ali, olhando aquela cena horrenda.

A corrida acabou para mim, para todos nós, Santiago abandonou. Estávamos todos desesperados, os paramédicos já se dirigiam até o acidente. A corrida foi encerrada com uma volta a menos.

Fomos encaminhados ao ambulatório da pista, mas o helicóptero acabava de decolar levando Felix direto para o hospital.

– Petter, Pedro, nuestro chico!!!!!!

– Madre, padre, por favor, dime que esto no está sucediendo!!!! _chegou Santiago correndo, falando em espanhol, era assim quando ele ficava nervoso.

– Oh, hijo mío! Santiago, por favor, me abrazo! _ dizia Charlie, completamente descontrolada.

E realmente aquele foi o fim mesmo. Felix, o meu menino, não resistiu, morreu.

– Me desculpem! Fizemos todo possível, porém ele teve morte cerebral. Sentimos muito!

– Ahhhhh!! Hijo mío! Mi hijo! No! Por favor!

– Oh, Dios mío, mi hermano, mi hermano, mi hermano .............

Mas isto não ficará assim, eu exigirei respostas, eu exigirei novas regras, eu exigirei mais respeito nas corridas.

Levamos o corpo de nosso filho de volta para casa, a Espanha estava de luto, minha irmã e seus familiares vieram para o ato solene. Felix sempre disse que queria ser cremado quando morresse e que suas cinzas fossem jogadas no autódromo de Catalunya em Barcelona.

Recebemos um representante da Quillayute Racing, parece que houveram alguns problemas particulares para a família, então Harry Clearwater foi quem apareceu, se colocou a disposição e disse que podíamos contar com eles para qualquer coisa que precisássemos com relação ao que quer que seja. E eu pedi ajuda para tentar parar os Volturis. E ele disse que estavam prontos para isto.

Recebemos também integrantes do comitê internacional e eles me falaram que as corridas estavam suspensas a pedido de todas outras equipes, com exceção é claro da Scuderia Volturi. Eles também se colocavam a disposição para tudo e já abririam inquéritos e reuniões, pleiteariam novas regras e mais um tanto de coisa. Vou ser sincero, me senti muito bem em ver todos empenhados, mas ao mesmo tempo triste, pois tivemos que ter uma perda, para mim, incalculável, para se tomarem providências... Infelizmente temos que continuar, não podemos parar. Esta é a vida...

Santiago entrou numa depressão muito séria, Charlie então, nem sai da cama. Eu espero com o tempo conseguir suportar tudo, porém tenho medo de fraquejar. Eu preciso ser forte e conseguir isto, por Felix, por meu filho!!!

***** LDOT

POV Santiago

Minha vida quando criança foi muito difícil, fui abandonado por meus pais biológicos em uma cabana de caça no meio da África. Eu tinha em torno de 4 anos, então era óbvio que eu não iria sobreviver.

Meu pai Pedro e minha mãe Charlotte, estavam viajando pela África e me encontraram. Lembro que eu não tinha mais força nem para chorar, eu nem sei como eles me encontraram naquela cabana abandonada. Eu estava faminto, quase louco de sede, não tinha forças nem para levantar e fugir se fosse o caso. Eu era tão pequenino, mas eu tenho estas lembranças cravadas em minha mente, tão fortes e devastadoras que me dói até hoje.

Mas sendo realista, eu aproveitei a chance, com certeza, fui abençoado por Deus. Pedro e Charlotte me acolheram, me deram tudo, desde o material até o espiritual. E eu me senti querido, amado, no fundo, eu me senti gente. Na época eu não entendia isto tudo desta forma, mas hoje, analisando tudo, eu só virei gente, só sou o que sou hoje por causa deles. Eu devo a eles minha vida, literalmente falando. E eu os amo muito, é tanto que chega a ser uma devoção.

Eu amo muito esta família que eu tenho, meus pais, meu irmão Felix. Com eles encontrei tudo, me encontrei!

Eu e Felix tínhamos uma parceria para brincar, para estudar, mesmo com esta diferença de idade, eu sempre fiquei muito com ele, eu era muito mirradinho, miúdo mesmo, tive até mesmo alguns problemas de saúde, acho que foram devido as condições subumanas que vivi quando era uma criança pequena, bem na fase de crescimento. Então eu sempre meio que esperei meu irmão em alguns fatores em minha vida. Eu só terminei o ensino médio quando Felix pode ir comigo, já havia repetido no ensino fundamental, então não estava muito a frente dele, resolvi esperá-lo, na faculdade também, entramos juntos e saímos juntos. Entramos na academia juntos, procuramos atividades para fazermos juntos. Quando eu falei que tinha o sonho de pilotar, continuar com o que nosso pai fazia e gerenciava, foi ele quem falou com papai, foi ele quem procurou treinamento adequado, foi ele quem fez tudo. Tínhamos entre 15 e 16 anos. Quando fizemos os testes, ficamos tão eufóricos, tão felizes que conseguimos. Eu tenho certeza que ele nem se empenhou tanto, por que este sonho era meu, mas ele me apoiou, foi comigo e acabou por conseguir entrar também. Papai foi muito claro, só ficaríamos mesmo como pilotos, se tivéssemos talento para isto, pois não era brincadeira, era profissional e muito perigoso, não poderíamos levar na brincadeira. Então encaramos com a maior seriedade possível, ainda mais sendo os filhos do dono, tínhamos que mostrar serviço e não brincar.

E já haviam se passado mais de 10 anos que éramos pilotos.

Neste início de temporada, estávamos tentando nos manter em boas colocações. A Quillayute Racing não brincava em serviço, eles eram os melhores do mundo e nos imitávamos eles, nas melhores intenções, é claro, éramos amigos e nunca faríamos algo para prejudicar nossos amigos. Já quanto a Scuderia Volturi, sabíamos que eles eram perigoso, peçonhentos e não mediam esforços para chegar onde queriam, muitas vezes utilizando-se de métodos escusos.

Mas eu tinha uma perdição, infelizmente nesta equipe, no time dos italianos maledetos como dizia meu pai. Chelsea era seu nome, com um rosto de deusa grega, cabelos cacheados, meio em um tom de mogno com reflexos avermelhados. Ela é piloto de testes da Scuderia Volturi. Filha de Marcus e Didyme. Entendem por que é minha perdição? Estes malditos mataram meu irmão!

Eu e Chelsea nos enrolamos há cinco anos atrás, sempre ficávamos nos cuidando antes disto, já havia rolado alguns beijos escondidos nos boxes de nossas equipes, muito mais na minha, pois o Felix nos acobertava. Até que chegou um dia, numa corrida espetacular, eu havia conseguido chegar em primeiro e Felix em terceiro! Nós estávamos muito, mas muito felizes e saímos para comemorar. Acabou que no restaurante onde fomos, ela estava lá, sozinha, aguardando enquanto tomava uma taça de vinho. Eu fui ao toalete, mas foi realmente um pretexto, Felix me ajudou muito, pois ele sempre soube e como eu, ele também achava que nossos pais não apoiariam, justamente por ela ser uma Volturi. Enquanto eu fui ao banheiro, Felix mandou um bilhete para ela, sem identificação, mas ela me disse que sabia que seria meu... ela disfarçou muito bem inclusive derrubou a taça de vinho que tomava, quando o garçom a servia novamente, para trocar de mesa. Pediu uma, bem próxima ao local onde eu tinha entrado. É claro que com isto ela se esgueirou e entrou banheiro nos empurrando para um box e trancando a porta.

Ela fez eu me sentar ali, na privada mesmo, sentou em meu colo e disse que já não conseguia mais fugir do que sentia, que estava insustentável, mas que sua família jamais aceitaria, ela sabia disto e não sabia mais o que fazer.

– Santiago, eu não consigo mais fugir disto...eu te amo muito, te desejo mais ainda, é uma tortura te ver somente de longe, sem poder chegar perto, falar com você direito, muito menos te tocar, te sentir...só estes poucos momentos furtivos já não estão sustentando mais os meus sentimentos!

– Chel, eu também não consigo mais! E se nos dois fugíssemos? Fossemos para outro país?

– Eu não posso, Santiago, meu pai confia em mim para ficar em seu lugar, ele acha que ainda pode segurar um pouco o Arus e o Caius...

– E o que eu faço com o que eu sinto, Chel??? Você acha que é fácil para mim? Pedro e Charlie, meus pais que me encontraram, me livraram da morte, me deram nome, família, tudo o que tenho e eu abro mão de tudo por você! É só você me pedir...

– Eu não posso...me desculpe... Por favor, vá ao meu hotel, por favor, preciso ter você, preciso de você! Não me deixe!

– Eu vou, Chel, mas eu não quero mais isto para mim... Pense bem, temos que fazer uma escolha! Eu já escolhi você! Basta você me escolher também!

Eles se ajeitaram e saíram muito discretamente, primeiro Santiago e então ela saiu, mas como Felix estava na porta, fez uma pequena confusão com Santiago e ela conseguiu sair mesmo sem ninguém ver.

E agora me acontece tudo o que aconteceu. O que eu vou fazer? Não existe a mais remota possibilidade de ficarmos juntos. Não existe mais nenhum tipo de ajuda que possamos ter. acabou-se...Virou nada!

Eu não tenho nem coragem de falar com ela, ela já me ligou muitas vezes, eu não atendi nenhuma...Mandei uma mensagem pedindo para ela me deixar em paz. Ela ainda insiste...

Eu não posso acreditar que ela tenha compactuado com o que aconteceu, não posso acreditar que ela soubesse do que aquele monstro louco iria fazer, ela não é assim, não faria isto.

Sinceramente, não sei o que fazer. Não posso e não devo mais ficar com ela, porém, o que eu faço com o meu sentimento e com o meu coração???