Além Da Escuridão escrita por HawthorneMark
Notas iniciais do capítulo
Nesse capítulo surge uma personagem que não existe no mundo de jogos vorazes. Essa personagem foi eu que criei apenas para que o Gale possa ter alguém com quem se relacionar.
Assim que terminou o banho, Gale se enxuga com uma toalha extremamente macia e a enrola na cintura e segue para o seu quarto. Sua cabeça estava latejando como nunca. A lembrança dos seus homens explodindo dentro daquele armazém não parada de persegui-lo. Tentando não pensar muito nisso, Gale entra quarto, tira a toalha e a joga no cesto e fica totalmente nu. Ele segue em direção à cama e se enfia debaixo dos lençóis. Gale gostava de dormir daquele jeito, isso fazia com que ele se sentisse livre, dava a sensação de que não tinha nada se apegando ao seu corpo e deixava os seus movimentos na cama mais confortáveis. Gale fechou os olhos por um momento tentando dormir e então ele ouve a porta do apartamento abrindo e um monte de sacolas sendo deixadas em cima da mesa. Não demora muito e uma mulher surge lentamente através da porta.
– Estou acordado, meu amor. - Sussurra Gale para a mulher.
Ela abre um sorriso pra ele e ele imediatamente o retribui, abrindo um enorme sorriso para ela. Seu nome era Ledu, uma linda mulher de 24 anos, longos cabelos negros, olhos de um verde claro e puro, a pela tão branca e lisa que quando Gale a conheceu pensou que ela seria geneticamente modificada pela capital. Ela era alta e um corpo perfeito. Se Gale não tivesse conhecido Ledu no distrito 2, teria pensado realmente que ela vinha da capital e era geneticamente modificada. Assim que chegou ao distrito 2, Ledu apresentou-se como uma guia de Gale. Os dois começaram a sair juntos para todo lugar e não demorou muito para que os dois estivessem apaixonados um pelo outro.
Lentamente, Ledu andou em direção à cama, tirou os sapatos e com a roupa que estava no corpo enfiou-se para baixo das cobertas. Ela se inclinou até Gale e o beijou amorosamente nos lábios. Um beijo lento e demorado. Gale segurou-a pela cintura e a puxou pra mais perto dele. Ledu apoiou suas mãos no peitoral de Gale e o acariciou e fico ali percorrendo com as mãos lentamente, descendo até o abdômen dele e subindo novamente para o peitoral.
– Como que foi o trabalho hoje?- Ela perguntou em um sussurro por cima dos lábios dele.
Ele suspira e então conta tudo o que aconteceu para ela. Quando contou sobre o terrível lagarto bestante, Ledu o abraçou com tanta força que esmagou o rosto dele contra os seus seios. Gale não conteve uma risada e então se livrou do abraço sufocante dela. Lentamente ele foi deitando ela e colocando seu corpo por cima, sem jogar todo o peso. Ele levou os lábios até o pescoço de Ledu e começou a mordiscá-lo e a distribuir vários beijos molhados. Seus lábios foram percorrendo ao longo de todo pescoço dela e foi descendo até chegar entre os seios dela.
– Não Gale, eu preciso tomar um banho primeiro – Diz Ledu se contorcendo para se Livrar do corpo dele e rindo ao mesmo tempo.
Ela o empurra e logo escapa da cama e corre em direção ao banheiro. Enquanto ela some pela porta, Gale esboça um sorriso bobo e fica lá deitado até que o sono o ataca e ele rapidamente perde os sentidos.
Gale acorda se sentindo completamente zonzo. Sua visão estava completamente embaçada e ele só conseguia ver o clarão que entrava pela fresta na cortina do seu quarto. Ledu estava deitada ao seu lado em um sono completamente profundo. Tentando não acordar ela, Gale escapou das cobertas e foi em direção a sua gaveta, onde pegou uma cueca preta e a colocou. Andou em direção à cozinha, abriu a geladeira e pegou a garrafa de leite que estava trincando de tão gelada. Gale levou à garrafa a boca e deu uma boa golada no leite. Sua visão aos poucos começou a se adaptar e então foi à sala e ligou a televisão. Normalmente Gale não gostava de assistir televisão, mas dessa vez ele parou e prestou atenção no programa. Era um talk show que sempre passava na televisão e dessa vez eles estavam passando algo sobre Katniss. O apresentador dizia que faziam dois anos desde que a garota em chamas havia cometido o ato de loucura de lançar a flecha contra a suposta sucessora de Snow. Na tela havia a imagem de Katniss apontando para o presidente Snow na época e de repente, como se algo tivesse tomado conta do corpo dela, Katniss lança a flecha diretamente no peito de Coin. Sem aguentar mais ver aquelas imagens, Gale desliga a televisão e fica ali na sala sozinho, apenas pensando.
Depois de ficar um longo tempo pensando nas imagens que ele viu ali, Gale pega o telefone e decidido disca os números que tanto havia fugido. Há dois toques apenas e então uma voz masculina atende ao telefone.
– Alô? – Diz a voz do outro lado.
Gale não respondeu, ficou em silêncio. A voz no telefone disse alô mais uma vez e então Gale criou coragem para falar.
– Peeta? – Ele diz.
– Sim, quem gostaria? – A voz de Peeta soa um pouco mais baixa ao fazer a pergunta.
– É o Gale.
Silêncio. Gale consegue ouvir alguns passos e algo como se alguém tivesse largado o telefone em cima da mesa. Por alguns minutos ele permaneceu na linha e quando pensava que ninguém iria atendê-lo de novo a voz que tanto ele amava ouvir atendeu ao telefone.
– Alô?
Então ele não disse que era eu! Pensou Gale.
– Oi Catnip.
Silêncio novamente. Dessa vez foi Gale quem tomou o primeiro passo e começou a dizer.
– Sei que não dei mais noticias minhas e sei que sumi, mas eu tive os meus motivos...
– É, obrigado por fornecer ordens para ninguém passar o seu número pra mim. – Disse Katniss em um tom cortante e com amargura na voz.
– Eu sei Katniss, me desculpe, mas eu tive que fazer isso. Bem, eu liguei pra saber como você está. Eu estava vendo televisão e hoje faz dois anos desde que tudo aquilo aconteceu conosco.
Ela suspirou no telefone e deu uma risadinha baixa.
– Corre boatos sobre minha loucura ai no distrito 2?
– Acho que em todo lugar que tem televisão. Mas eu não estou no distrito 2 mais. Eu estou morando na capital e sou capitão da equipe de segurança. Da guarda que defende Panem. – Gale pausa pra dar uma risada irônica e continua a dizer – ou pelo menos era capitão.
– Era? O que houve?
– Perdi toda minha equipe em um ataque dos agentes Snow. Sobrevivi por pouco.
– Mas você está bem? – O tom de preocupação na voz dela era audível e isso fez com que Gale sorrisse.
– Sim Katniss, eu estou perfeitamente bem. E você pelo visto está conseguindo se recuperar bem, isso é ótimo.
Ela fica em silêncio, mas dessa vez não dura tanto tempo.
– Não há uma noite em que eu não sonhe com ela.
– Prim, eu penso muito nela também. – A voz de Gale agora era mais sombria e mais baixa.
– Estou feliz que tenha me ligado Gale. – Ela sussurra no telefone.
Gale não pergunta por que ela tinha sussurrado daquela forma, pois já sabia que ela não queria que Peeta ouvisse e pudesse ficar chateado por causa disso. De repente todos os momentos bons e ruins que teve com Katniss assolaram a mente de Gale. Todos os momentos praticamente os levavam a floresta e a antiga casa no lago que foi o dela que a havia levado ali. Gale se lembrou do momento antes de ser anunciado o massacre quaternário onde Katniss desesperadamente pediu para que ele fugisse com ela e toda a família para a floresta, longe da capital. Gale não conseguiu evitar uma risada baixa e então foi à voz dela que o tirou desses pensamentos.
– Porque está rindo?
– Porque eu estava lembrando como era a nossa vida antes. Agora algumas coisas que antes nos tirava o sono, hoje me fazem rir. – Diz Gale, imaginando a reação dela no outro lado da linha. Gale conseguia ver até um sorriso torto se formando no canto dos lábios dela. – Cuide-se Catnip.
– Cuide-se Gale.
Ao desligar o telefone, Gale deixou que ele caísse da sua mão e pousasse em cima da mesinha de vidro no centro da sala. Era estranho como Katniss não havia xingado ele ou simplesmente desligado o telefone. Mais estranho ainda foi esse impulso que ele segurou durante esses 2 anos cederem assim com tanta facilidade. Seria possível ainda sentir algo por ela? Gale se livrou desses pensamentos, levantou-se, vestiu-se e saiu.
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