Ela sabia que ele estava acordado assim que abriu os olhos, girou seu corpo de forma que cada uma de suas pernas se encaixasse nos lados do corpo musculoso do moreno.

Marlene McKinnon olhou atentamente para o par de olhos azuis de frente para os seus castanhos e deferiu um rápido tapa na face do garoto, que gemeu de dor ao sentir a mão incrivelmente pesada – mesmo sendo pequena – da menina.

Foi a vez do dono de incríveis olhos azuis devolver o tapa, mas ao invés da face, atingiu a coxa da menina que mantinha a boca aberta de tamanha indignação, e para completar, apertou suas bochechas enquanto ria.

Ela deu um incrível pontapé em Sirius, que fechou a cara rapidamente. Levantou-se da cama num salto derrubando-a e após se recuperar, ela o acompanhou. Olhou-o desafiadora, ele devolveu o olhar.

O Black deu um soco em seu braço e ela fez um biquinho. Iria ficar roxo. Desde quando tinha dado intimidade a ponto de deixar que ele batesse nela? Ironicamente se lembrava de quando ela deu tamanha intimidade para ele, e que daria mais um milhão de vezes se fosse preciso.

Ele teve um de seus lindos olhos azuis atingidos pelo punho fechado da pequena, e a mesma recebeu um tapa forte e estalado seguido de um aperto em sua bunda. Revoltou-se. Distribuiu tapas, socos e arranhões por toda a extensão do peitoral do mais alto.

O casal de morenos olhou para o lado. O alvo? Um pequeno prato, que se sabe lá o motivo, encontrava-se na escrivaninha dele. Correram até o pequeno círculo de porcelana entre empurrões. Ele chegou primeiro. A pequena garota cambaleou com o impacto do prato sendo quebrado em sua cabeça.

Logo que ela se manteve estável novamente, correu atrás de sua calça jeans. Tinha um pacote de fósforos no bolso, porque aquilo estava lá? Bem, do mesmo jeito que o prato, ninguém sabia.

Ela ascendeu um e ele a olhou assustado. A garota, que tinha a mente tomada por milhões de pensamentos aleatórios, aproximava cada vez mais o palitinho da cama, desesperadamente ele se chocou contra ela, apagando a chama e prensando a garota contra o chão.

A morena olhava para os seus olhos, que estavam direcionados para os seus lábios, ela sorriu com isso.

Ficou sobre o moreno, deu-lhe um soco do seu maxilar e correu para a porta. Ela quase conseguiu, mas teve sua perna puxada pelo garoto, que tinha seu sangue espalhado pelo chão, derrubando-a. Ele correu na sua frente, mas a tranca não abria, tentou quebra-la, mas não adiantou de muita coisa.

Ele se ajoelhou para olhar melhor a tranca, mas recebeu um chute na boca, dado pela garota, que já tinha se recuperado da perna.

A olhou irritado e ela sorria divertida.

Então o beijo. Enfim o beijo.

E isso nunca mudava. Depois de tudo eles terminavam suados, machucados e feridos em uma cama, mas ainda assim felizes.

Porque para eles um beijo com um soco é melhor que nada.