Lily Evans chorava baixinho em seu quarto. Tinha brigado com o Potter de novo, e com suas palavras mais que estúpidas ele tinha feito a ruiva derramar ainda mais lágrimas.

Ela odiava quando ele falava de mais, tinha vontade de bater, arranhar e machucar cada pequeno pedaço de pele exposta do garoto.

A garota sabia que ele era único, e que a vida seria incrivelmente sem graça sem ele, mas o moreno estava sempre cometendo erros e mais erros, e o resultado era a menina magoada. E ninguém nunca magoaria tanto a pequena Evans, porque o que ela sentia era amor, e tapa de amor pode até não doer, mas palavras como as que ele disse para ela, eram piores que a tortura mais dolorosa que pudessem lhe infligir.

Então ela parava pra pensar no lado dele um minuto, ele não tinha feito de propósito, ou tinha? Talvez ele só fosse muito lerdo. Fofamente lerdo, ela daria milhões de beijos e abraços no mesmo. Mas ele era realmente muito lerdo. Tão lerdo que queria enforca-lo até que qualquer sombra de vida tivesse se esvaído de seu corpo, para então matar-se também, pois não conseguiria viver sem suas piadinhas incrivelmente chatas e irritantes.

Ela se pegava confusa e irritada consigo própria, ele era um completo idiota e ela era outra completa idiota por estar apaixonada por ele. Perguntava-se muitas vezes por que não ia embora, por que não deixava tudo de lado e ia para longe dele e de tudo. E respondia rapidamente: Ela o amava. Odiava amá-lo, mas ainda assim o fazia.

Já no próprio quarto, James Potter se culpava por ter, mais uma vez, ofendido a ruiva que tanto amava. Ele devia pensar nela ao menos um pouco, tudo bem que ela não aceitava sair com ele, ou então falar com o mesmo no meio de muitas pessoas, o que importava era que ele a amava também.

Ele tentaria ser romântico por ela, ele faria qualquer coisa por ela, mesmo que incluísse tubarões e uma roupa de palhaço mergulhador. Porque ela merecia todo o amor do mundo, e ao menos tentaria ser menos egoísta, ele devia o mundo para aquela garota.

Ela poderia ter ido embora, ela poderia ter fugido com qualquer um, mas não. A ruiva, dona dos mais belos olhos verdes vistos pelo garoto, ficou e mesmo que do jeito estranho e secreto dela, o amou.

A menina decidiu dar mais uma chance, e ele decidiu não errar mais. A junção perfeita, quase como “dois mais dois”.

O garoto disse que a amava e ela obviamente correspondia.

Saíram um dia, ele disse que a amava tantas vezes que a menina ficou envergonhada, mas não importava, porque sabiam que era verdade.

Ele não a beijou – pelo menos não de cara – como muitos meninos fariam, e isso a deixou incrivelmente feliz, e, tomando coragem, ela entrelaçou seus dedos nos dele, com um sorriso enorme em ambas as faces, mesmo sem proclamar uma única palavra, eles sabiam que era amor.