Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 26
The Truth Underneath the Skin


Notas iniciais do capítulo

Geeeente, depois de eternas demoras estou de volta e preciso contar que com os capítulos finais! Uiuiui.
Muitas desculpas por demorar, não creio que vá precisar demorar tanto mais uma vez! No entanto, obrigada pelos comentário no capítulo anterior! Fiquei muito feliz com todos eles :D

Bem, como esse faz parte dos últimos capítulos tá BEM cheio e por favor não queiram me matar pelo que aprontei nesse capítulo (hehehehe) mas é que tá perto do fim, né? As coisas tem que esquentar de vez! :p

Enfim, agradeço a paciência! E boa leitura :D
Bjs

P.s.: Olha, acabei de terminar, não tive tempo de rever... por isso me desculpem se houverem erros, acho não serão nada que prejudique o entendimento! Corrigirei o mais rápido que conseguir.



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A luz da lua cheia, que estava alta no céu completamente negro e sem nuvens, iluminava a mulher e o corpo em seu colo. O tecido leve e de corte revelador da roupa dela estava encantador com o balanço que ganhava toda a vez que o vento soprava, de olhos fechados os cílios longos se destacavam mesmo sem maquiagem, as maçãs do rosto bem desenhadas, o nariz feito a mão e a boca vermelha. A mulher parecia uma pintura. E o espírito ingênuo, ou auto enganador, ao seu lado se perguntava de onde vinha a fascinação...

Por mais que ele quisesse negar, era ela. E não tinha nada a ver com amor. Era mais carnal do que isso. Tanto que se tornava inadequado ao ponto que ele negava a si mesmo a realidade que para seu corpo era palpável.

Ainda mais daquele jeito, na ocasião ela usava vinho, nunca a havia visto usar tal cor antes, na verdade só a vira em algum tom escuro numa das alucinações que tivera, semanas atrás. Na ocasião ela usava preto e não estava de longe como estava agora, envolvida naquele tecido que era da exata cor da seus lábios.

Catarina estava certa quando falaram mais cedo, Dean tinha de ser forte sempre que estava com ela, sozinho com ela. Mais uma vez, não tinha nada a ver com amor, aliás era por conta dele que resistia, a tal honra que ela havia citado.

Como havia notado antes, as mãos dela não tremiam e como vinha fazendo algumas vezes nos últimos dias, colocou as suas mãos sobre as dela, mas devia ter alguma coisa com o fato de estar morto, porque ele não sentia nada... pelo menos até uma fumaça enegrecida começar a tomar o lugar, a mulher, o corpo e o fantasma. Dean percebia que não era um demônio, mas sim a escuridão da qual a Feiticeira o havia avisado.

O Caçador fechou seus olhos, mas não conseguiu os manter assim, houve um momento em que ele pode sentir as suas mãos nas dela, mas a mulher não abriu seu olhos, não se moveu, continuou como estava: uma pintura. Aos poucos, algo pareceu estranho, uma linha tênue começou a se formar entre Dean e seu corpo, mas não era brilhante quanto a que vira em Catarina no mesmo dia mais cedo, era algo lamacento e ao mesmo tempo tomado pela escuridão. Aquela conexão doeu de uma maneira excruciante, assustadora até para ele, que trincou os dentes para não gritar.

Catarina moveu-se pela primeira vez, ela estremeceu o corpo todo, como se estivesse sentindo algum mal estar, franziu o cenho, sua respiração pesou. Dean se sobressaltou e mesmo tento vontade de continuar morto pela dor que sentia, preocupou-se com a feiticeira quando percebeu sua atadura na barriga embeber-se aos poucos de sangue e um fio no mesmo líquido escorrer de seu nariz até a boca.

Ela estremecia e sangrava, mas não fraquejava.

—- Catarina... Não faz nenhuma besteira. – Ele falava olhando pra ela, que não o ouvia, ou pelo menos ele achava que não. – Se você morrer por causa disso, eu vou ter que ir te buscar e eu estou dizendo que vou, pelos menos motivos que você veio me buscar. – A respiração de Catarina saiu de compasso e ela arqueou as costas.

Então, rapidamente toda a escuridão e lamaçal que os envolvia e cobria a linha de ligação entre Dean e seu corpo, se ergueram do chão começando a pairar sobre os dois em círculos. A Feiticeira, voltou a uma posição mais normal, curvando-se pra frente de cansaço, apoiando uma das mãos no chão e outra na barriga, depois, com as costas da mão que não a apoiava ela limpou precariamente o sangue que escorrera de seu nariz.

—- Tem certeza que vai me buscar pelos mesmos motivos que estou aqui, Caçador? – Ela falou olhando ao redor com jeito perdido.

Pelo jeito ela podia ouvi-lo, mas não vê-lo. Dean se sobressaltou, mas prestou atenção a ela, enquanto as sombras negras pairavam sobre suas cabeças.

—- Nós estamos numa ligação temporária, Dean – A voz dela era fraca – Eu posso ouvir sua voz e sua mente... Me sinto lisonjeada pelo que está dentro de sua cabecinha... mas se eu não aguentar o que estou fazendo não vá atrás de mim e não deixe que nenhum outro o faça. Me deixem descansar... – Ela ainda olhava perdida e uma lágrima rápida desceu pelo rosto dela – Essa é uma das primeiras vezes que acho que corro risco de vida e não me arrependo de nada... – Ela riu, abrindo as duas mãos e colocando as palmas para cima, falou por último – Hora de tornar à triste vida real, Dean. – E instantaneamente, mesmo que relutassem na direção do corpo de Dean e de seu espírito, a escuridão, a fumaça, a lama, foi toda absorvida, entrando ferozmente pelas palmas das mãos de Catarina.

Os cabelos já bagunçados dela esvoaçavam no vento que aumentara a intensidade de repente, ela ria triste, mas era verdadeiro, e era mais bonito do que todas as risadinhas sarcásticas que já havia ouvido e visto nela.

Aquela podia ser muito bem a última vez que a via viva e ninguém os via ali, e mesmo que ambos sobrevivessem, era seu último momento invisível com ela. Num gesto impulsivo e lembrando-se de tudo que já haviam vivenciado, segurou o rosto dela e beijou a boca vermelha de cor e de sangue da Feiticeira, que diferentemente de quando ele segurou suas mãos, ele podia senti-la e Catarina olhou nos olhos dele por um momento, no outro suas pálpebras caíram, segundos passaram daquele jeito, de bocas seladas. Aos poucos Dean perdeu a sensibilidade e a linha tênue que, agora limpa brilhava azul, intensificou-se.

A linha já o puxava de volta para seu corpo, como se milhares de mãos o puxassem, como se estivesse sendo agarrado por uma infinidade de pessoas e por mais que Catarina tivesse avisado para não resistir quando estivesse sendo levado, aquele era o último momento, e o sangue dela era doce e a boca também.

E então, tudo se apagou ao redor dos dois, pelo menos por um tempo.

Xx

Melissa andava de um lado pra o outro dentro da barraca, não conseguia dormir e nem pensar direito com tantos olhos em cima dela. Kenvin, Castiel e Noite.

—- O que diabos vocês tanto olham? – Ela se exaltou, enxugando os olhos com as mangas do casaco.

—- Sei lá quando você vai ter uma estafa e cair no chão... – Kevin deu de ombros.

—- Eu estou bem! – Ela exclamou, dando um nó frouxo nos cabelos, mas era óbvio que não estava – É só que, eu não consigo nem ficar triste em paz, sabe? –

Castiel a olhou ofendido.

—- Não, não! – Ela se adiantou – Não estou falando de vocês aqui! De jeito nenhum. – Ela deixou um riso escapar por baixo da respiração, mas mesmo assim não tinha a mínima graça – É só que a minha cabeça está a mil por hora, e tem um pulga atrás da orelha incomodando pra caramba! – Ela sentou-se no tapete aos pés da cama improvisada.

—- Tem alguma coisa com o fato de eu ter contado que Dean escolheu entrar com ela no Relicário? – Castiel virou pra ela com ar de culpado.

—- Segurando na mãozinha dela...—- Imitou a voz do anjo -- você queria o que? Que eu ficasse achando lindo? – Ela riu raivosa. – Olha, eu já vinha surtando com isso, porque eu sou mais nova, mas não sou idiota. – Melissa jogou os cabelos pra trás – Depois que eu soube que ela usou meu corpo pra dormir com ele... Ai que ódio! – Ela exclamou batendo uma das mãos no chão – Como diabos você é amigo dela? – Melissa olhou pra Noite.

—- É complicado, Mel... – Noite não a olhava diretamente.

—- O que é complicado? Olha, pra mim é complicado ela manter Sam iludido, enquanto enreda Dean no rebolado dos quadris dela. – A garota respirou fundo – Às vezes eu só queria voltar pra o meu rancho, com o meu cavalo... – Ela olhou pra Noite com jeito triste.

—- Não acho que... mesmo que o que esteja dizendo seja verdade, não acho que seja proposital. Eu conheci o mundo deles e já as vi na Terra. Isso acontece, os homens caem... – Castiel falou indo sentar perto da garota. –

—- Assim como Dean caiu por você Mel. – Noite levantou os olhos pra ele – Não estou tirando a culpa, se ela existir, de cima dele. Mas veja o tempo que ficaram separados, o quanto você mudou. Quando ele te reencontrou você não era mais a garota que ele tinha salvo no Rancho, quantas vezes você o contrariou a favor de Catarina, falando que ela não era tão má assim. Você a idolatrava, Sam a idolatra e ele aprendeu isso com os dois. Porque de uma hora pra outra vocês dois tinham os dedos em riste pra ele e só Catarina falava manso. Só Catarina esteve com ele quando Bobby morreu. E se ele já a enxergava como a mulher lindíssima que ela é, vocês o fizeram admirá-la. – Noite ponderou, falando tão manso quanto a amiga falaria.

—- Inversão dos papéis... – Kevin completou rindo por baixo do riso.

—- Sabe, Mel, não existe nada mais tentador no mundo do que o desejo quando este é alimentado. Mas não aconteceu nada entre os dois. – Castiel deu de ombros.

—- Claro que não. – Ela falou deitando a cabeça no ombro do anjo – Ele morreu antes, protegendo-a. – Ela tinha um tom triste – O pior é que basta ela fazer cara de choro e falar mansinho, entregar a droga de um diário, que o que ela mais queria era que alguém pudesse salva-la se desse algo errado, do que se abrir pra ele! Basta ela dizer, “Sammy, obrigada por me salvar!” que o idiota acredita. Acho que ela o hipnotiza com aqueles olhos de caleidoscópio! – Ela voltou a se irritar – Cacete, o irmão dele se jogou nos braços da morte pra proteger a "garota" que ele ama e ele acha isso normal , bonito? Que foi altruísmo! A tenha santa-paciência! O pior que agora ninguém vai descobrir merda nenhuma, porque ela não vai falar e ele morreu! – Melissa respirou fundo mais uma vez.

—- Você está fora de si... – Castiel afirmou de maneira engraçada.

Noite olhava tudo com o ar desconfiado de quem sabia muito bem o que estava acontecendo de verdade e se assustou quando Melissa se levantou de uma ora pra outra.

—- Eu não acredito que eu ouvi isso. Na verdade eu não acredito que eu ouvi nada do que eu ouvi de vocês aqui! – Ela estava verdadeiramente com raiva – Sabe de uma coisa? Ela é uma vadia manipuladora e todos aqui são uns babacas que só fazem sim com a cabeça porque ela anda seminua por aí e eu aposto que vocês ficam babando! Quer saber de uma coisa? – Ela pegou sua mochila num canto e começou a jogar suas roupas dentro – Dean já está morto e não vai voltar! Eu não tenho psicológico pra assisti-lo queimar mesmo... – Ela deu de ombros – Além do que eu to pouco me ferrando pra tudo isso! Peguem a Espada de Lúcifer, matem-no, ou coroem-no, ou deixem ele e Miguel se digladiarem... eu vou fazer o que devia ter feito desde de a primeira merda de vez que discuti com Dean e dar o fora daqui, viver a minha vida. – Dizendo isso, ela colocou a mochila nas costas e saiu barraca a fora.

Castiel quis ir atrás dela, mas Noite o segurou.

—- Eu a vi crescer, anjo. – O feiticeiro falou com certa tristeza na voz – Eu sei que ela precisa ficar sozinha, Mel precisa descobrir algumas coisas sobre si mesma... além do que eu sei muito bem pra onde ela está indo. Eu irei busca-la quando for o momento certo. – Noite deu alguns tapas nas costas de Castiel – Ela está renascendo, deixe-a fazer isso sozinha, nós temos muito trabalho a fazer, principalmente pra que ela tenha um mundo onde viver. –

Castiel ficou olhando-a se afastar pelo lado contrário onde estava a pira de Dean, diretamente para o caminho onde levava até a estrada.

—- Eu espero que ela não se machuque... o mundo está uma merda lá fora. – O anjo suspirou.

—- Ela é quase uma feiticeira, vai ficar mais do que bem. Ninguém se vira melhor sozinho do que essas mulheres, acredite em mim. – Noite falou mais uma vez, suspirando.

Melissa já havia sumido, quando Castiel franziu o cenho e olhou para o outro lado do acampamento.

—- O que é isso? – Ele voltou seu olhar para Noite – Quem está fazendo magia negra, Noite? –

—- Catarina. – O outro respondeu de pronto.

—- Ela está trazendo Dean de volta à vida e você deixa Melissa sair assim? – O anjo tinha uma expressão raivosa – Que tipo de jogo você e sua amiga estão jogando? –

Noite não se abalou pra responder.

—- O único jogo que joguei agora foi “proteja o coração da garota”! Eu não sei bem o que Catarina está aprontando, eu não sei como Dean vai acordar... a única coisa que eu tenho certeza é que Melissa ficar aqui não ia significar nada bom pra ela. É melhor que esteja longe, se tornando mais forte. Deixe que Dean busque por ela, não quero ver Mel atrás dele, nem chorando por ele, caso ela tenha um pingo de razão que seja. – Noite olhou firme nos olhos azuis do anjo – Entendeu? –

Castiel fitou o chão.

—- Eu espero que você esteja fazendo certo e que ela não encontre nenhum monstro pior no caminho pra machuca-la mais do que se estivesse aqui debaixo dos nossos olhos. – Falou ajeitando a gola do sobretudo.

—- Não quero que ela precise de ninguém pra protege-la. Melissa precisa se bastar, antes de entregar seu coração a alguém de novo. – Noite se esticou – Vamos fazer alguma coisa pra relaxar, Castiel, porque as coisas não vão ficar mais fáceis por aqui. Não vão mesmo. – O Feiticeiro saiu rindo e o anjo o seguiu.

—- Do que você está falando, Noite? – Castiel abriu um meio sorriso acompanhando Noite.

—- Acredite, podemos estar uns mil anos a frente, mas eu já vi está mesma porcaria de fita. – No fundo ele parecia se divertir – Eu só espero que desta vez nós tenhamos uma porcaria de fim diferente. –

Castiel o olhava curioso.

—- E isto depende de quem? – O anjo perguntou curioso.

—- Castiel, eu vou te contar uma longa história, mas é divertida, eu garanto! – Noite andava de um jeito casual e despreocupado – Vamos encontrar um lugar pra sentar. –

O anjo o seguiu, convencido de que não havia nada melhor a fazer.

Xx

Melissa despontou na estrada fumegando: Cansada, furiosa, enciumada, de luto, e muitos outros sentimentos menores que não conseguia nem enumerar. Sempre havia sido a protegida, aquela que devia ser cuidada, isso também por culpa de Catarina, por ela estar dentro do corpo de Melissa.

Acontece que chega uma hora na vida que se cansa disso, se cansa de precisar de alguém, de ser protegida. E Melissa se sentia assim no momento.

Simon, Andreia, Clarissa, Noite, Emanuel, Dean e a própria Catarina. Todos protetores pra a mocinha de vidro, que preferia ser tipo um diamante.

Ela olhou para os dois lados da estrada pensando que talvez tivesse mais estrada pra andar do que os quilômetros que sua raiva precisava pra se abrandar e apesar de já ter feito isto antes, não queria roubar o carro de alguém e ainda correr o risco de ficar na mão de novo.

—- Céus, é algum absurdo uma garota do campo desejar a porcaria de um cavalo? – Ela falou apoiando a mochila mais do que pesada no chão.

Algo muito estranho aconteceu em seguida, um sopro quente atrás dela, fez parte dos seus cabelos irem parar na frente de seus olhos. A garota parou de respirar por um momento e virou a cabeça pra ver o que tinha bufado às suas costas.

—- No way. – Ela falou quando encarou o cavalo enorme que estava atrás de si.

O animal branco, quase tão grande quanto Noite, deu a volta nela, como se estivesse mostrando o quanto era bonito.

—- Eu não sei se eu corro de você, ou se monto em você... – Ela ponderava acariciando a crina macia do cavalo.

Como se pudesse entender o animal fez uma espécie de reverência, e abaixou o lombo para que ela montasse. A garota batia um dos pés em dúvida. Mas aquilo era tão, mas tão tentador, quanto era suspeito.

Na verdade, algo a empurrava pra montar e ela acabou o fazendo.

—- Só espero que eu não esteja fazendo uma idiotice. – Ela resmungou quando o animal voltou a ficar de pé, então, tomando a crina como rédea, correu com o cavalo estranho, mas que atendia aos comandos, pela estrada. Ficando o mais longe que conseguia daquele acampamento.

Xx

Agora Catarina entendia porque as almas que eram trazidas de volta, sofriam tanto. Era tanta escuridão que ela, feiticeira negra, se sentia mal. Continuava sentada na verdade, só havia esticado as pernas, torcendo pra que a ferida da barriga parasse de sangrar, pois, depois de absorver tanta escuridão, fazer magia de cura seria impossível.

A cabeça do corpo de Dean continuava deitava em seu colo e já que conexão que havia se estabelecido já estava quebrada, significava que ele já estava em seu corpo. Na verdade ele já respirava vagarosamente, normalizando-se a cada vez que o ar entrava de novo.

Ela só esperava que ele não se lembra-se de tê-la beijado, já havia visto protagonizado um filme parecido antes. E por mais que o desejo existisse, ele não era seu anjo e já complicado demais lidar com o sentimento que despertara em Sam.

Dean se mexeu e abriu os olhos.

—- Funcionou? – Ele falou com a voz débil.

Catarina acenou positivamente com a cabeça.

—- Consegue se sentar? Quero dar uma olhada em você. – Ela soou mais fraca do que pretendia.

—- Claro. – O caçador se esforçou para sentar-se – Estou me sentindo melhor do que eu pensava que estaria. – Ele estralou o pescoço – Mas não acho que você esteja e isso me preocupa. –

—- Se eu tivesse de estar morta, com certeza já estaria. Só espero que essa coisa pare de sangrar, não vou poder fazer magia de cura por alguns anos, eu acho. Até toda essa escuridão evaporar de dentro de mim. – Ela falou tossindo um pouco.

—- E você vai ficar sangrando assim até quando? Seu sangue é infinito? – Ele semicerrou os olhos.

—- Não, não... meu sangue não é infinito, mas isso não vai me matar, além do que, deve ter algo que possa servir nessa floresta. – Ela se sentia aliviada pensando que ele não se lembrava mesmo de nada.

—- E por algum acaso você pensou como eu vou aparecer andando no acampamento sem que ninguém caia pra trás? – Dean perguntou, ficando quieto enquanto ela o examinava.

—- Deu certo! – Ela sorriu, mas o esforço a fez derramar mais sangue – Droga... – Ela lamentou revirando os olhos – Mas, com eu dizia, está livre de tudo. Tudo bem com você, Caçador! –

Dean ficou de pé e a ajudou a fazer o mesmo.

—- Consegue andar? – Dean perguntou, por Catarina não tê-lo acompanhado na caminhada.

—- Eu não sei, Caçador. Acho que eu perdi mais sangue do que pretendia e engoli mais magia negra do que esperava. – Ela riu para tranquiliza-lo – Relaxa, Sam e Kevin vão me consertar de novo. –

Dean abriu a boca pra responde-la, mas Catarina travou onde estava.

—- Ah não... – A mulher olhou para si mesma, sentindo alguns espasmos pelo corpo. – Dean, espera. –

—- Feiticeira? – Dean chamou olhando-a assustado.

—- Fica aqui... – Ela falou se apoiando nele, começando a tremer fortemente dos pés a cabeça.

Dean a segurou para que não caísse, ela revirava os olhos e se debatia, como se estivesse convulsionando. Os sintomas pioravam e ela começava a ter dificuldade para respirar.

—- Catie, fala comigo... – Ele pediu quando ajoelhou no chão pra segurá-la melhor.

A atadura embebida de sangue ao redor da barriga dela esquentou anormalmente e Dean arriscou-se a arrancar, e só então descobriu o porque daquela convulsão. A mesma lama preta que que cobria a linha de ligação de seu espirito ao seu corpo, espalhava-se pelo abdômen dela, ao redor do rasgo que Belzebu havia feito em sua barriga. Minutos depois ela parou de se mexer.

—- Feiticeira, não faz isso. Não faz... –

Catarina voltou a abrir os olhos repentinamente e puxou o ar pra dentro de seus pulmões com violência suficiente pra levantas suas costas do colo do caçador. Da mesma maneira repentina, ela sentou-se apoiando uma das mãos no chão e outra na cabeça.

—- O que foi isso? – Dean perguntou não obedecendo e a segurando pelos dois braços.

—- Magia negra em excesso, mais excesso do que eu esperava. – Ela levantou os olhos pra ele finalmente – Acho que eu estava fraca demais pra hospedar tanta escuridão assim, então eu tive uma reação... – Ela deu de ombros – Inferno. – Catarina xingou.

—- E pra você isso é bom ou ruim? –

—- Pra mim é ótimo... – Ela falou com ironia, limpando o líquido preto da barriga, estava sem nenhuma marca, perfeita como antes. – Estou nova em folha. Já vocês... – Ela riu – E eu acho que fico mais... arisca, quando estou com magia negra dentro de mim... –

—- Posso lidar com isso. – Dean comentou.

Catarina riu um pouco alto.

—- Eu concordo com você... – Ela começou a andar de volta ao acampamento – Mas vamos, é hora de lhe reapresentar à comunidade do acampamento. –

—- Espera. – Dean falou com a voz estranha e Catarina não gostou nada do tom.

—- O que foi, querido? – Ela riu pra ele e o olhava com naturalidade.

—- Você lembra, não lembra? – Ele falou cruzando os braços em frente ao peito e com uma expressão séria.

Catarina desarmou-se.

—- Lembro, Dean. Eu lembro de tudo que conversamos e do beijo também... – Ela levou uma das mãos à têmpora – Mas isso é complicado, não é? – Completou colocando a outra das mãos sobre os braços cruzados dele.

—- E como é que vai ser lá na frente de todos? – Ele franziu o cenho – Como se nada tivesse acontecido? –

Ela suspirou e aproximando-se um pouco mais beijou a bochecha dele.

—- Bem-vindo de volta à realidade, Dean Winchester. – Ela falou com seu ar de mistério – Vamos. O Sam e a Mel vão adorar vê-lo vivo. – Então, ainda segurando-o pelo braço, levou Dean consigo por entre as árvores.

Xx

Noite e Castiel sentavam-se juntos na grama, comiam e bebiam alguma coisa que o feiticeiro havia conjurado e conversavam tranquilamente.

—- Então isso tudo aconteceu antes da Hanna nascer? – Castiel parecia surpreso.

—- Sim. – Noite confirmou – Novelão mexicano do Céu. Todo mundo comentando na rádio sem fio angelical, não sei com você não sabia disso... –

—- E foi aí que ela e Lúcifer brigaram pela segunda vez? – Castiel se divertia. Nunca havia ouvido falar naquilo.

—- Foi feio, ele sempre foi ciumento. – Noite falou.

—- Realmente, algumas pontos são parecidos... mas você acha que... – Castiel gesticulava de maneira engraçada – Você sabe... – Ele suspirou – Você acha que vai acontecer tudo de novo? –

—- Isso só vai depender do como Sam encarar o fato de Catarina ter trazido Dean de volta à vida. – Noite deu um longo gole em sua bebida – Porque, ela é minha melhor amiga... mas é a vadia mais vingativa que eu conheço. E ela é muito livre, não vai reagir bem a alguém com quem ela nem tem algum tipo de relação, se comportando dessa forma... –

—- Violência? – Castiel supôs.

—- Depende do caso... – Noite ponderou – Mas não nesse. Ela é bem criativa na verdade e joga muito baixo quando quer... Você vai ver, anjo. Vamos sentar, pegar um lindo balde de pipoca e assistir ao show. – Ele sorria.

Acenando positivamente, Castiel sumiu, provavelmente de volta ao acampamento.

—- Odeio quando ele faz isso. Ninguém ensina modos no Céu? – Noite saiu resmungando pelo caminho.

Xx

Sam dormia tranquilamente dentro da barraca até que um pesadelo o fez abrir os olhos de uma só vez. Um sentimento como uma intuição, o fez sair da barraca.

—- Pra onde você foi dessa vez? – Sam ficou de pé, sendo mais uma vez atingido pela lembrança de que seu irmão estava morto. Céus, aquilo doía.

Mas aquele pesadelo havia sido perturbador e ele precisava de ar, por isso saiu, torcendo para que alguém aparecesse, não gostaria de perder mais ninguém.

—- Catarina? – Ele chamou ao sair da barraca, mas não teve resposta dela.

—- Não se preocupe, ela está bem. – Era Castiel, que havia acabado de se materializar ao seu lado.

—- Onde ela foi? – Sam passou os olhos ao redor e não viu mais o corpo de Dean sobre a pira – Onde está o meu irmão? –

Castiel ficou fitando Sam sem saber o que lhe dizer, mas não precisou, na verdade.

—- Ele está aqui, Sam! –Era a voz de Catarina, ela aparecia dentre as árvores, sorria um tanto sombria e puxava alguém atrás de si.

Ela estava diferente do que costumava ser, mais forte, talvez? Havia algo estranho com certeza. Algo que incomodava bastante Sam, e ele soube exatamente o que era quando Dean apareceu logo atrás de Catarina, vivo, andando com seus próprios pés.

Não que ver seu irmão vivo fosse algum mal, mas, mais uma mentira daquela mulher que era, sim, ardilosa, ele não podia negar.

—- O que você fez? – Ele perguntou ríspido à mulher.

Catarina parou seu caminho, assumindo uma postura passiva-agressiva.

—- Trouxe seu irmão de volta pra você? Não gosta? – Ela falou engolindo, havia muita acidez naquela pergunta.

—- Pra mim? – Sam ria nervoso – Ora, eu agradeço. Ver Dean vivo era tudo que eu mais queria... mas não as custas de mais um dos seus truques! – Sam engrossou o tom da voz.

—- Cara, pega leve. – Dean falou se aproximando, lembrando do efeito que a feiticeira havia apontado sobre a magia negra em si.

—- Você brincou com o meu sofrimento, com o de Melissa, você armou todo um circo, uma mentira atrás da outra e sabe porque? – Ele passava as mãos nos cabelos – Por que você se negou a fazer isso por Bobby! Você evitou todos nós, porque obviamente sabia que íamos ficar furiosos! Você deixou Bobby morrer... mas pra trazer ele de volta eu aposto que você moveu céus e terras. – Ele acusou.

—- Eu absorvi toda a magia negra pra mim, eu me ferrei e ainda nem sei quais vão ser as consequências disso pra trazer de volta o seu amado irmão e é assim que você me agradece? – Ela respondeu também se exaltando – E eu não vou me desculpar se eu não quis me arriscar desse jeito por alguém que eu mal conhecia! –

—- Egoísta. – Sam falou pausadamente – Você é tão egoísta que além disso, você me deu a droga daquele diário não pra ser boazinha, mas pra eu te salvar se desse algo errado, não foi? –

—- Sammy, ela não sabia que encontraria Belzebu no Relicário. – Dean falou pausadamente se aproximando do irmão – Não foi culpa dela, nada foi. Na verdade, eu só morri porque não dei ouvidos à Catarina e entrei junto, tá bem? Relaxa um pouco, sério. –

—- As coisas que você disse a Melissa por causa da cremação? De uma droga de cremação que nem aconteceu, que não ia acontecer porque você já sabia que ia fazê-lo voltar, mas não queria ninguém envolvido. Queria um momento só pra vocês como antigamente, não foi? –

—- Hey, Sam! Eu fui conivente, sabia que ela ia me trazer de volta e que só diria depois, pra evitar exatamente isso! Pensamos que vocês me verem vivo seria o suficiente pra acalmar as coisas... – Dean interferiu olhando ao redor – por falar nisso onde está Melissa? –

—- Foi embora do acampamento. – Noite respondeu quando se aproximou do lugar -- Esse lugar aqui está cheio de ciúmes, às vezes acho que estou no méxico. -- O anjo falou dando uma cotovelada em Noite que o repreendeu com o olhar.

—- Humanos...— Catarina resmungou por baixo da respiração.

—- Não há nada entre a gente. – Dean falou passando a mão pelos cabelos – Pra onde ela foi? –

—- Não fazemos ideia... – Noite falou, olhando Castiel de canto.

—- Ótimo. – Dean falou irritado.

—- E pensando bem... talvez fosse uma boa ideia. -- Ela deslizou a mão pelo braço cruzado do mais velhos -- Talvez isso curasse a sua obsessão por mim. Eu não sou a Kathe! Me afeiçoei a você, me identifiquei com você, te mostrei que seus pais te amam, céus, eu até de dei satisfações e o que você fez, Sam? Continuou obcecado! Já chega, eu não sou a sua próxima Jéssica! -- Ela esbravejou -- E por último, talvez fosse a melhor forma de matar a saudade do meu anjo, afinal, como você mesmo me lembro, Dean se parece tanto ele. -- Ela mordeu os lábios de forma maliciosa -- Agora deixarei vocês se resolverem... não tenho tempo para isso. -- Então, com seu jeito sinuoso, ela afastou-se do lugar.  

—- Catarina, espera. – Dean falou sem sair do lugar.

—- Pode ir atrás dela... eu fui mesmo um idiota... afinal de contas ela é a psicopata que matou, depenou e arrancou o coração da própria irmã. – Sam falou com todo o veneno que conseguiu e se esforçando para que ela ouvisse.

A mulher se virou pra ele com as íris brancas de ódio.

—- Você não disse isso, Sammy. –

—- Agora a coisa vai esquentar. – Noite cochichou pra Castiel que assistia a tudo atordoado.

—- Sim, eu disse: louca, psicopata... quer mais? Eu consigo mais! – Ele gritou pra ela.

—- Sammy, cala a boca. – Dean pedia olhando para Catarina um tanto assustado.

—- Sabe, eu ia dar uma demonstração de força, eu ia queimar tudo e esbravejar... mas é que às vezes eu esqueço... – Ela estava absurdamente calma – que uma das coisas que mais doem de ouvir é a verdade. – Catarina mordeu o próprio lábio.

—- Sou todo ouvidos. – Sam cruzou os braços.

—- Olha, Sammy, eu sei que você me ama, mas você não é interessante... E aconteceu uma coisa hoje muito instigante e eu não ia contar, não queria te magoar mais... mas já que estamos jogando o jogo “quem tem a língua mais afiada” eu vou te dizer um segredinho: Eu beijei o seu irmão mais uma vez e foi memorável. –

A maldade pulsava de dentro dela, uma criança infernal.

—- Estou indo embora, Balto. – Ela referiu-se a Noite – Pode ficar se quiser... vá atrás de Melissa, ela nunca faz as melhores escolhas quando sai sozinha assim. – Ela dava de ombros.

Sem olhar pra trás, ela sumiu, era curioso como um toque de pura maldade a deixava em êxtase, quase como se ter algum senso de bondade a sufocasse.  

—- Isso é verdade? – Sam perguntou ainda travado de raiva ao irmão.

—- Na verdade, Sammy... -- Dean suspirou – Fui eu que a beijei, foi durante o ritual. –

Sam deu um riso ácido e sem humor, simplesmente não olhava Dean.

—- Some daqui. – Foi a única coisa que Sam foi capaz de falar – Já que Noite vai atrás de Mel, vá você atrás de Catarina, cansei. --

Dean ficou o olhando o irmão voltar à barraca e apesar do beijo ter realmente acontecido, aquilo havia irritado o mais velho, porque cinquenta por cento de sua resistência havia sido pelo irmão.

Xx

Catarina havia sumido, mas seu rastro não, pegadas bastante visíveis haviam queimado toda a grama da floresta. O que facilitava bastante seguir seus passos.

—- Onde diabos essa maluca se meteu? – O caçador seguia os passos da Feiticeira.

—- Bem aqui. – Ela falou encostada na árvore ao lado, fazendo Dean se sobressaltar onde estava – Seu irmão te enxotou do acampamento? – Ela perguntou.

—- Sim... – Dean a olhava encostada na árvore e pelo que a conhecia, estava planejando alguma coisa dentro daquela cabecinha.

—- Me desculpe ter falado, eu sei que eu tinha dito que não ia. Mas eu sou assim mesmo, não é? – A Feiticeira desencostou da árvore e chegou mais perto. –- Sabe, eu já fiz muita coisa que não devia, já ouvi muitas histórias sobre mim e a maioria delas não me ofende porque são verdade de alguma maneira. Mas quando elas não são... eu me irrito de verdade. – Havia algo estranho na voz dela, um misto de raiva e tristeza.

—- Eu sei. Não ache que eu fico bem com isso, porque eu não fico... na verdade ter alguém que é importante pra você te apontando o dedo por algo que você não fez é insuportável. – Dean se encostou na árvore que antes ela estava encostada

—- Você lembra mesmo Miguel, sabia? – O jeito que olhou pra Dean o fez acender novamente -- Há diferenças palpáveis, mas a semelhança é igualmente visível. -- Ela se aproximou, colocando cada uma das mãos de um dos lados dele e usando o olhar que sabia que funcionaria, afinal, se funcionada com os maiores anjos, funcionaria com um humano também.

—- Vou aceitar como elogio... – Quando o caçador percebeu já estava com as mãos na cintura dela, trazendo Catarina bem pra perto de si. A pele macia dela era pecado.

—- Sabe... – A voz mansa dela estava em seu ouvido – Sinto falta de casa, mas ainda há tanto trabalho aqui... eu preciso relaxar. – Ela não tocava Dean com as mãos, mais estava bem perto dele. Nariz com nariz. 

O predador enreda a presa.

—- Posso ajudar com isso. – Dean beijou a boca da feiticeira novamente, a mulher riu dessa vez.

Com as mãos livres, Catarina abaixou as alças do vestido e este no segundo seguinte estava no chão. E ela não precisou dizer mais nada pra todo resto acontecesse bem ali onde estavam.

E apesar do vento frio da noite o corpo quente dela não os deixou sentir desconforto algum, na verdade, era como se não houvesse mais nada pra nenhum dos dois ao redor.

Até porque, muitas vezes, a coisa mais doce que há é um desejo saciado. – mesmo que seja proibido –

Xx

Melissa não soube descrever o que sentia quando se viu pela primeira vez de volta aos destroços do que havia restado de seu Rancho Solar. Então resolveu que era alívio.

—- Lar Doce Lar. – Ela falou ao descer do enorme e esquisito (e rápido) cavalo branco – Obrigada amigo, te daria um torrão se eu tivesse um aqui comigo. – Ela brincou, de costas para o animal.

Melissa esperava um bufado como resposta, mas não foi o que teve.

—- Eu prefiro um chocolate... ou qualquer doce assim, você tem aí? – Disse uma voz masculina ás suas costas, onde deveria estar o cavalo.

A garota num pulo virou para encarar o animal e na verdade encontrou um homem não muito alto, de cabelos castanho lisos e belos olhos amarelados. Involuntariamente ela deu muitos passos pra trás até que tropeçando num dos muitos escombros caiu em cheio no chão.

—- Quem diabos é você? Outro feiticeiro? Por favor diga que não! Porque eu não aguento mais isso! – Ela levou as mãos à cabeça, irritada.

O homem riu alto jogando a cabeça para trás.

—- E eu esperando que você fosse dar um escândalo e gritar por socorro! –

—- Já passei dessa fase, acredite. – Ela respondeu entediada.

—- Nossa... – Ele aplaudiu de leve – Mas respondendo a sua pergunta: não. Eu não sou um feiticeiro. Acho que meu par de asar, embora você não o veja, me tira dessa classe! – Ele fez mistério.

—- Anjo. – Melissa revirou os olhos e colocou sua mochila no chão e se deitou nela – É amigo de Castiel por acaso? –

—- Um degrau a mais, querida... – Ele limitou-se em responder.

A garota sobressaltou-se e o olhou dos pés à cabeça incrédula.

—- Qual deles? – Ela ria.

Como brincalhão que já havia se mostrado ele fez uma reverência aos pés dela.

—- Meu nome é Gabriel, linda Melissa. –

A moça entregou sua mão ao Arcanjo e ele a beijou.

—- O que o trás até mim, nobre criatura? – Ela brincou sem humor, forjando uma reverência.

—- Você não está com nenhum pouco de medo? – Gabriel questionou de cenho franzido.

—- Se você fosse me matar, eu já estaria acabada... sem falar que eu meio que morri hoje, na verdade venho morrendo há algum tempo já... – Ela deu de ombros.

—- Eu sei... – O Arcanjo sentou-se ao lado dela – E é por isso que estou aqui. Você precisa renascer. –

Melissa deu uma gargalhada.

—- Porque diabos você estaria preocupado com isso? –

Gabriel balançou a cabeça negativamente em brincadeira e pegou a mão de Melissa mais uma vez e soprando uma ponto específico da mão da garota uma pequena Lua apareceu.

—- Sua natureza está escondida... você só precisa descobri-la. –

Melissa ficou observando a marca de lua na mão.

—- Então, quer me dizer que você... – Ela levantou os olhos para Gabriel com um meio sorriso.

—- Você é uma Feiticeira Prateada, nascida na minha Lua. Por isso você tem visões, Melissa. Eu sou o Arcanjo da Boa-nova, lembra? –

—- Muita coisa faz sentido agora... – Ela abriu um largo sorriso.

O Arcanjo ficou de pé de repente.

—- Aceita meu treinamento, Mel? –

—- Vai me ajudar a renascer? – Ela perguntou olhando com fascinação a marca de Lua.

—- Isso. – Gabriel a colocou de pé – E todas as outras coisas que quiser aprender. Você é minha responsabilidade afinal de contas, aprendiz! –

—- Quando começamos? – Perguntou decidida.

—- Agora. – Ele disse estalando os dedos e fazendo com que todos os destroços sumissem.

Sobrando apenas um lugar perfeito para treinar e aprender.


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Notas finais do capítulo

E aí, hunters? Surpresos?
Por favor, seus lindos! Me contem o que acharam do capítulo, porque vou estar SURTANDO para saber :D
Até o próximo cap (que não vai demorar tanto quanto esse para sair) Beijos de hunter pra hunter.



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