Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 18
Reveletions - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Heey, até que em fim mais um capítulo! Ainda mais cheio de novidades e é claro de revelações, muitas no campo sentimental principalmente de Catarina.
Capítulo bem movimentado e o final... sem spoilers! kkkkkk

Boa leitura, amores! Não esqueçam de comentar! bjs



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—- Além de você falando... o que pode ser mais chocante? – Questionou Melissa ficando de pé;

—- Digamos que você perdeu bastante coisa da verdade, quando Catarina tomou seu corpo para si. –

Melissa deu uma gargalhada alta.

—- Ok. Ok. Não seja ridículo. Se bem que eu estar falando com um cavalo já é ridículo o suficiente – Ela comentou baixinho a última parte -- Eu fui resgatada por Lúcio depois do que Dean fez comigo. – A menina fechou os olhos com força – E desde então eu estava com Catarina, ela tem um corpo só dela e é minha melhor amiga. – Melissa se encostou no carro.

—- Olha, eu vou te dizer uma coisa, eu adoraria ter outra pessoa aqui, que tivesse o dom da paciência. Mas esse não é o meu caso. – Disse Noite colocando sua cara bem próxima a da garota – Nesse tempo que esteve com Catarina o que ela te disse sobre a sua família morta e sobre o nome dela no espelho da cena do crime? –

—- Ela disse... – Melissa suspirou se abrindo para a situação – Ela disse que era uma Feiticeira, alguém muito importante no lugar de onde ela veio e que pelo bem da nossa raça, ela esteve escondida esse tempo todo, uns mil anos eu acho, e que a minha família foi morta pelas pessoas que estavam à procura dela. –

Noite ficou em silêncio, Catarina não havia mentido pra sua surpresa.

—- Ela só deixou escapar um detalhe Melissa... a maneira como ela se escondia... ela estava dentro de você, adormecida pelo poder da pulseira. Por isso que você não podia tirá-la, era o que a mantinha dormindo e escondida. Foram todas as vezes que você perdeu a pulseira que nos trouxeram até aqui hoje, entende? Ela acordou e tomou seu corpo, até que pudesse retornar ao dela... isso justifica seus lapsos de memória. – Noite fez uma pausa, pra sentir a reação da garota.

A garota balançou a cabeça positivamente, por mais que quisesse negar, fazia sentido.

—- E Mel, ela levou você literalmente até o inferno pra ter seu corpo de volta. Então, por favor acredite em mim esse Lúcio era na verdade Lúcifer, o pai da mentira, como dizem por aqui, logo espero que não acredite em nada do que ele disse, mesmo que você ache que lembra de algo, querida. É manipulação, não é real. Dean estava conosco o tempo todo, ele não fez nada com você, na verdade ele está movendo o que pode pra achar você. Ele e Sam estão prestes a entrar no Inferno. – Contou Noite.

—- Parou, parou, queridão... – Interrompeu a garota com um riso nervoso – Eu não fui ao inferno... não mesmo, era uma casa no campo! E... as minhas memórias da ocasião... ah! – Ela soou bastante desconfortável – Elas existem. Ninguém enfiou lá. –

Noite bufou.

—- Certo... Mas deixe-me adivinhar algumas coisas, Melissa. Você não se lembra de nada nem antes e nem depois de ser supostamente violentada por Dean, nem muito menos se lembra de como chegou a esta casa no campo, casa essa que você não pôs os pés em outro lugar que não fosse a sala de estar. Lúcio era um homem elegante, persuasivo, um bastardo manipulador, que te imprimiu um desejo assassino por Dean Winchester. A aí, igualmente de repente, você está em uma cidade, longe do campo, com Catarina em um corpo só dela. – Ele soou impaciente.

—- Como você sabe disso tudo... – A voz da garota soou frágil.

—- Porque eu sei do que os dois são capazes e porque esta não é de longe a primeira vez que Lúcifer manipula a mente de alguém. – Noite amansou o tom de voz.

Melissa sentou-se no capô do carro que dirigia, se concentrando em fazer o ar entrar em seus pulmões. A quantidade de informações que recebera nos últimos tempos, era muito mais do que recebera a vida toda.

—- Melissa. – Chamou Noite – Olha... –

—- Não. Eu não vou olhar, eu não vou escutar, pra mim já chega. – Ela olhou de maneira firme para o cavalo – Eu já entendi a mensagem, eu preciso parar de acreditar que a vida tem alguma coisa de bonita, parar de ser tão ingênua. Alguém lá em cima não quer que eu seja uma garota de dezessete anos como qualquer outra. Eu já entendi. Não precisa ter piedade de mim, ok? –

—- Minha garota! – Brincou Noite que se pudesse com certeza estaria sorrindo – Então, vai voltar e encontrar Dean e todo aquele blá,blá,blá romântico e nos ajudar a pegar Catarina? –

—- Não. – Respondeu Melissa depois de algum tempo – Bobby está correndo perigo, provavelmente em algum lugar próximo ao Ferro Velho e eu não vou deixa-lo na mão. Ele é como um pai pra mim... Mesmo que isso implique em adiar todas essas coisas que você citou. É o certo a fazer. – Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Além do que, eu não acho que Catarina seja má, apesar de tudo, acredito que ela tenha um motivo, ou algo assim. Não vou participar de emboscada nenhuma pra ela. –

Apesar de inesperado a segurança na voz de Melissa deixou Noite feliz, embora não estivesse disposto a apoiar a decisão da garota.

—- Quanto tempo está na estrada? –

—- Dois dias... – Ela respondeu vagamente.

—- E ainda tem outra metade de estrada até chegar perto de Bobby. Vamos trocar os papeis, eu salvo Bobby, você volta o mais rápido possível, Sam e Dean estão em Fort Wayne e provavelmente você também estava, então vá encontra-los e conte a verdade. –

Melissa revirou os olhos.

—- Como se você fosse chegar muito mais rápido do que eu. –

—- Melissa, a queda da Barreira me devolve gradativamente os poderes que perdi pra estar aqui... eu chego lá ainda hoje. – Gabou-se Noite – Além do que, você não tem experiência nenhuma nesse tipo de coisa... você nem sabe o que pegou Bobby. Seja racional. Sua intenção é maravilhosa, mas você vai terminar perdendo Singer e se condenando junto. – Por mais que Melissa quisesse resistir, Noite tinha toda a razão – Você vai estar segura com os Winchester. E... – Noite fez suspense – eles encontraram Emanuel. –

—- Emanuel está vivo? – Melissa pulou do capô, seus olhos brilhando como Noite já não via há muito tempo.

—- Vá encontrar a todos, Melissa. Eu trago Bobby de volta pra você. É uma promessa. – Noite falou.

—- Traga-o vivo. – Ela recomendou abraçando o pescoço de Noite com força – Bom te ver de novo, falante. – Então voltou ao carro e deu partida.

—- Hey, perdoe o caçador... ele não sabia – Gritou Noite quando o carro se afastava.

—- Não sabia de que? – Melissa perguntou pra si mesma, seu amigo já estava longe no retrovisor.

A garota bateu as mãos umas duas ou três vezes no volante.

—- Eu não acredito que eu estou mudando meus planos por causa de um cavalo falante... – Ela exclamou acelerando o carro. Mas sabia bem, que não havia sido o cavalo... digamos que 10% era vontade de rever Emanuel, outros 75% era a satisfação de não precisar se sentir culpada por sentir falta de Dean e de não precisar ter medo de encontra-lo de novo.

E tinha Catarina... que apesar das mentiras, ainda não parecia má pra Melissa, que queria olhá-la nos olhos e perguntar “porque?”. Isso completava a porcentagem.

Assim como esperava que não se arrependesse de deixar a vida de Bobby nas mãos de Noite... se bem que, avaliando o quadro geral de experiências Noite tinha razão e provavelmente se sairia melhor do que ela, que provavelmente acabaria morta.

—- Aaaargh – Resmungou – Pensar dói. – E então ateve-se à estrada, pelo menos até que seu carro desse pane.

—- Só pode ser brincadeira. -- Ela falou pausadamente ao ver a fumaça que saia do capô.

Xx

—- Hey, Sam! – Kevin estalava os dedos em frente aos olhos do outro que saiu de seu devaneio e finalmente prestou atenção no garoto – Não precisa inventar nenhuma desculpa, eu sei no que estava pensando. – Riu, tomando o notebook de Sam para si – É melhor deixar eu pesquisar isso aqui. –

—- Me desculpa, cara. – Sam ria um pouco – Eu não me sentia assim ha tanto tempo, eu nem me lembrava como era... e eu fico me pensando em tudo que conversei com Kathe e onde fomos e não consigo me concentrar. –

—- Sinta-se a vontade para contar como foi, eu sei que você quer contar. – Incentivou Kevin que mais do realmente achar que Sam queria contar, ele mesmo queria era saber de tudo.

—- Primeiro, mesmo que eu sinta algo parecido com o que era com Jess, Kathe é completamente diferente dela de várias maneiras, então não é nenhuma transferência nem nada... – Sam tinha o olhar fixo em algum ponto indeterminado – Nós conversamos sobre um monte de coisas... mas às vezes eu acho que ela não conta tudo, sabe? Ela não é completamente transparente, tem algum mistério nela. Por isso que a melhor parte de tudo foi quando ela se desarmou, que eu tive a nítida sensação de que ela não estava mais escondendo nada. –

Flashback on

—- Então vocês são órfãos... – Ela fitava os próprios pés sentada no chão ao lado de Sam, ambos embaixo de uma enorme árvore.

—- Sim. Eu não cheguei nem a conhecer a nossa mãe direito, era muito pequeno quando ela foi morta por um demônio e a minha relação com nosso pai nunca foi boa. Eu me sinto culpado às vezes... por tudo que aconteceu na minha família, minha mãe, meu pai... a vida que eu e Dean levamos até hoje. – Respirou fundo -- Tive muitos altos e baixos, há momento que eu esqueço tudo isso e sigo a vida e há momentos que eu me enfureço e descarrego matando toda a criatura má que encontro por aí. Porque focar nisso, mesmo que seja um pouco violento, é um escudo, uma forma de me redimir... de fazer com eles se orgulhassem de mim. – Sam não sabia exatamente porque estava se abrindo com ela daquela maneira, mas se sentia à vontade com Kathe e sentiu ainda mais quando ela lhe olhou nos olhos e havia algo diferente naquele olhar.

—- Sabe... – Ela voltou a falar depois de um longo momento de silêncio e até sua voz parecia ligeiramente diferente – Eu sei o que é isso... eu sou órfã também e desculpa por ter mentido um pouco sobre isso quando nos conhecemos... – Ela ficou um pouco sem jeito, mas não tirou os olhos de Sam, que a encarava curioso – Eu não conheci o meu pai, ele morreu quando era muito pequena, morto por um demônio e a minha relação com a minha mãe nunca foi boa, na verdade um desastre completo. E ela também já morreu. – Kathe fez uma expressão estranha -- Eu me sinto culpada boa parte do tempo, sinto raiva e fúria boa parte do tempo, errei de bastante e há poucas coisas no mundo que me distraem de sentir assim... – Ela engoliu em seco ao final – Vê alguma semelhança? – Ela riu um pouco com o olhar bastante transparente e ficaram se encarando.

Flashback off

—- Por favor, me diga que você beijou a garota! – Kevin pareceu indignado, debruçado em cima da mesa escutando cada palavra com atenção exagerada.

—- Na verdade, beijei sim... – Sam passou a mão, meio nervoso, pelos cabelos – O problema é que ela meio que paralisou... não de um jeito repulsivo, mas, mais como alguém que não estava esperando... foi estranho, mas não foi ruim, apenas não insisti mais naquele dia. E aí eu mandei flores pra ela... Cara, faz tanto tempo que... – Ele riu desconcertado -- é tudo novo e ao mesmo tempo não é. –

—- Tá parecendo um adolescente. – Riu Kevin.

—- Eu sei, ok? Mas não dá pra evitar. –

—- Sabe onde ela mora? – Perguntou o asiático e Sam fez sinal positivo – Então vá atrás dela e não deixe que ela paralise desta vez. –

Xx

—- E aí anjo, vamos fazer do jeito fácil ou difícil? – Perguntou Catarina ainda sentada no chão, forçando Castiel contra as chamas, este não respondeu – Olha, eu não costumo ser assim tão rude, estou numa versão menos malévola... por isso estou tentando ser paciente, mas não força, tá bem? Eu preciso falar com Miguel e eu vou. É melhor você colaborar ou eu vou te machucar. –

—- Tudo bem. – Disse o anjo relaxando a mente e fazendo o que tinha de fazer.

Xx

Catarina, sorrindo, afastou o corpo de Castiel das chamas e fez a sua parte, olhando dentro das íris azuis do alado, logo não estava mais com seus prisioneiros, mas num vasto campo dourado, onde uma brisa suave corria continuamente.

A feiticeira respirou fundo aquele ar, fazia tempo que não punha os pés ali, sentia falta às vezes... mas estava fazendo o que devia fazer.

—- Minha amada Feiticeira. – Disse a voz do arcanjo aparecendo em frente à Catarina que sorrindo, o abraçou e deixou que ele lhe beijasse a testa.

—- Quanto tempo... espero profundamente que não me odeie. – Ela estava sendo completamente sincera, sem nenhuma máscara. O conhecimento que o arcanjo tinha dela fazia qualquer artifício ser inútil.

—- Te odiar depois de ter me abandonado sem mais explicações e ter sumido na Terra construindo uma barreira que impedia qualquer criatura de por os pés lá.... Inclusive eu! Não... eu não te odeio. – Ele soou irônico.

—- Esse tom não combina com você... prefiro sua serenidade. – Ela falou caminhando pelo campo.

—- Falo sério... eu não te odeio, parece que não tenho a capacidade de fazê-lo, mesmo já tendo tentado intensamente – Ele suspirou.

—- Miguel... eu precisava fazer o que fiz, eu tinha uma dívida com a humanidade e precisava repará-la... além do que, uma vilã não pode ser a Primeira-Dama dos Sete Céus – Ela riu revirando os olhos – Somos incompatíveis querido, acho que apesar da vontade de ambos... nunca foi pra ser. Essas coisas às vezes acontecem. – Ela o olhava nos olhos.

—- Você não é uma vilã, Catarina, você gosta de encarnar a personagem, nunca soube ao certo o porquê, talvez nem você saiba... mas é verdade, eu bem sei que você tem salvação. – Ele tocou os cabelos dela carinhoso – A prova que eu tenho é que você vai trair Lúcifer e deixar Sam Winchester livre. –

—- Quem disse isso a você está muito perturbado. Um trato, é um trato. – Catarina deu de ombros.

—- Eu estou te observando, Catarina, desde que voltou ao seu corpo, e eu te conheço. Você já vinha pensando em maneiras sutis de leva-lo ao Inferno, alguma coisa que não fosse fazê-lo sofrer, desde que entrou na mente dele. E quando você viu na mente de Dean que ele era meu receptáculo, você ligou os ponto, descobriu que Sam é o de Lúcifer e não vai entrega-lo mais. Porque sabe que ele não merece, porque sabe que ele já sofreu demais, assim como você... Sabendo que ele não vai sobreviver quando o Arcanjo Sombrio sair... – Miguel a olhava dentro dos olhos.

— Escute, a única coisa que eu vim fazer aqui, foi lhe dizer que não encoste em Dean. Os humanos e a Terra são problemas meus, fique fora disso. – Ela foi veemente.

—- Catarina, se você entregar Sam à Lúcifer, será o apocalipse e eu não atenderei o seu pedido. Não posso permitir que ele tome a Terra. – Foi a vez do Arcanjo ser sério.

—- Eu me sacrifiquei pra salvar a humanidade. Você acha mesmo que eu permitiria que meu trabalho seja em vão? – falou irritada – Eu vou resolver isso. Não faço a mínima ideia de como, mas eu vou. Ninguém morrerá, nem Dean, nem a Mel e nem... – Ela parou de súbito.

—- E nem Sam. – Completou Miguel. Catarina olhou adiante – Você foi sincera com ele, Catarina. Você contou sobre a morte do seu pai e a relação com a sua mãe, falou da sua raiva.... isso é especial, isso é você quando se desarma. E no fundo você sabe que é verdade, você não criou uma personagem. Porque Kathe? Ela se torna cada vez mais você mesma. –

—- Não fale mais nada, por favor. – Catarina pediu apertando as têmporas – Por favor... –

—- Não se preocupe... eu sei que você não está acostumada a ela, mas a verdade dói. –

—- Eu sei! – Ela bradou.

—- Me encarar também dói. – Ele prosseguiu.

Catarina levantou os olhos pra eles, mostrando uma figura surpreendentemente frágil.

—- Pare. Por favor, não fale mais. Já tenho coisas e sentimentos demasiadamente indevidos em mente. – Ela respirou fundo – Eu já dei meu recado: Fique longe da Terra e de tudo que é minha responsabilidade. Me prometa, meu anjo. –

—- Tudo bem. – O anjo a olhava parecendo se lembrar de coisas demais pra verbalizar – Eu acho que finalmente esteja no caminho pra resolver suas questões internas. –

—- Eu não tenho problema algum. – Ela respondeu, dando as costas e fechando os olhos.

—- Não vai fazer as outras perguntas que tem em mente? –

—- Não. – Ela foi ríspida.

Mas mesmo que ela não fosse, o Arcanjo respondeu:

—- John e Mary Winchester estão bem, descansam em paz e tem muito orgulho dos filhos, os amam intensamente e os olham todos os dias... Eles não culpam Sam por nada. Pode arranjar uma maneira de contar a ele. Será a verdade. – O Arcanjo fez uma pausa -- E sim, eu ainda amo você. --

Catarina deu uma última olhada em Miguel antes de fechar os olhos para apenas reabri-los quando estava de volta com Castiel e os outros.

—- Resolvido? – Perguntou Crowley.

Catarina não respondeu, estava de cenho franzido e parecia estar distante, murmurou um obrigada para Castiel, que não respondeu. A feiticeira pegou as flores e saiu de lá, sem nenhuma explicação prévia.

—- Mulheres... – Resmungou Crowley.

Castiel olhou para Emanuel, lhe mandando um sorrisinho, murmurou “eu ouvi tudo e tenho um plano.”

Xx

Dean dirigiu até a casa de Mason Oliver. O policial que disse ter sido hipnotizado por Kathe e bateu em sua porta.

—- Mason Oliver? – Perguntou ao homem que apareceu na porta em seguida.

—- Sim. –Ele respondeu confuso.

Dean tirou uma identificação de dentro da jaqueta.

—- FBI. Preciso lhe fazer umas perguntas. –

—- Claro. – Falou o homem lhe dando passagem.

Dean não perdeu tempo. Temia por seu irmão se seu mau pressentimento se concretizasse.

—- Por que você entregou os relatórios a uma civil? – Foi direto.

—- Ela não era uma civil comum, senhor. E por mais que isso seja loucura, eu nunca vou negar porque é a verdade. –

—- O que quer dizer com isso? –

—- Ela chegou bonita como uma miragem, como algo que nunca vi. Ela sorriu pra mim e eu senti algo provavelmente pior do que sentem os marinheiros que ouvem o canto de uma sereia. – Ele baixou a cabeça limpando os óculos – Eu sai de mim, filho. Acredite. Eu sabia que não devia, mas eu estava hipnotizado, ela pediu muito educadamente os relatórios, não me ameaçou, nem nada assim e eu simplesmente entreguei a ela. –

—- Ninguém viu o que aconteceu? –

—- Haviam poucas pessoas lá naquele dia... e eu realmente não sei dizer. Há pontos que eu não me lembro, como por exemplo, eu não lhe sei descrever com exatidão o rosto dela, sei que era deslumbrante, mas os detalhes me faltam. Por sorte eles tem as fitas... e eu não sei como não foram atrás dela ainda, amigos meus dizem que tocam no assunto por lá e de repente o ponto da conversa muda magicamente. –

Dean tencionou seu maxilar por alguns segundos.

—- E qual é a sua teoria para o que aconteceu? – Perguntou por pura curiosidade.

—- Não sei filho... mas aquela figura perfeita não me engana mais hoje, há podridão por trás dela... –

Dean deixou a casa atordoado e ligou para seu irmão imediatamente.

—- Sam onde você está? – Ele perguntou assim que ouviu a voz do irmão.

—- Estou chagando a casa de Kathe. Por que? – Respondeu seu irmão estranhando a pergunta.

—- Volte para o hotel, Sam. – Ordenou Dean.

—- Achei que você não se importasse se eu ficava com ela ou não. – Havia incomodo na voz dele.

—- Droga, Sammy, eu não tempo pra isso. Volte e conversamos lá. – Disse Dean batendo a mão na lataria do Impala.

—- Nós passamos da fase que você dá ordens. – Dizendo isso, Sam encerrou não apenas a ligação como desligou o celular.

Dean bateu a porta do carro xingando com todo o vocabulário que conseguia se lembrar e acelerou em direção ao bar. Eles deviam ter o endereço de Kathe por lá.

Xx

Sam sentou-se na pequena sacada da casa simples onde Kathe morava e esperou, ela não estava em casa.

Depois de alguns minutos, ele a avistou chegando pelo caminho que saia de um bosque, com um vestido branco solto que a deixava ainda mais linda, com um ar angelical. Ela vinha com os lírios nas mãos e apesar do cuidado com que os carregava, ela parecia transtornada, tanto que não o havia visto ali ainda.

—- Sam? – Ela perguntou surpresa quando finalmente ergueu a cabeça, já bem perto da sacada.

—- Espero que não esteja incomodando... – Ele falou com um sorriso bobo no rosto.

Catarina piscou algumas vezes, demorando a responder, o que definitivamente não era algo normal.

—- Não. Imagina. – Ela respondeu por fim, chegando bem perto dele – Eu fui no bosque pegar alguma coisa pra as flores e acabei esquecendo o que era no meio do caminho. – Riu um pouco – Tive que voltar. --

—- Está linda. – Ele a observou de cima a baixo sem vergonha nenhuma e então percebendo o quão ridículo era o comprimento daquela peça.

—- Então, estou curiosa... o que faz aqui? – Perguntou com ar alegre.

—- Eu não consigo parar de pensar em você... eu tinha que vir aqui. – Ele disse a puxando sem aviso pela cintura e colando seus lábios. Esperando que ela retribuísse dessa vez.

Catarina não teve tempo de pensar, quando percebeu estava sendo beijada por Sam mais uma vez. O fato era que Catarina não via Sam como outro humano qualquer, ele tinha algo em comum com ela. Carregava uma escuridão em si também. A diferença entre os dois era que ele lutava contra aquilo e Catarina já havia se entregado, talvez fosse isso... a luz que resistia nele a sensibilizava, pois ela mesma sabia como era difícil resistir às sombras, o admirava por sua força.

A conversa com Miguel rondava a mente da feiticeira, tantos prós e tantos contras... tinha carinho pelo Winchester e não queria machucá-lo, mas, tê-lo apaixonado por si ainda era a coisa mais útil para o momento de impasse em que se encontrava, por isso, afastou o remorso momentaneamente e relaxou nos braços dele e retribuiu o beijo que era profundo, caloroso, tão cheio sentimento que Catarina já sabia que ia se arrepender de continuar usando o rapaz. Talvez não estivesse realmente num personagem tão distante de si mesma, mas igualmente não estava apaixonada de forma alguma, até porque, julgando pela semelhança física entre Sam e Lúcifer, haveria algo de muito doentio em se apaixonar por ele.

—- Tenho que confessar que beijar você é ainda melhor do que imaginei. – Ele falou baixinho, partindo o beijo, distribuindo beijos em seu pescoço.

Sorriu pra ele e afastou de vez as incertezas de sua mente... sempre fora impulsiva e não é agora que ia deixar de ser. Enquanto não decidia o que fazer, o manteria sob seu encanto. Então, embrenhou uma das mãos nos cabelos dele, fazendo com que ele a olhasse nos olhos, contendo apenas a vontade de deixar os dela naturais, furtacores como eram, mas isso não era possível. Então resumiu-se a dizer:

—- Você não sabe de nada ainda, Sam Winchester. – Então roçou seu nariz no dele antes de voltar a beijá-lo.

Estavam cambaleando até a porta de entrada quando uma parada brusca de carro os chamou a atenção. Era Dean.

—- Dean! – Disse Sam já irritado – O que diabos você está fazendo aqui? –

—- Minha conversa é com ela. – O outro respondeu ríspido com a arma em punho.

—- Abaixe a arma, Dean. – Sam ordenou som os olhos semicerrados

Catarina não deu uma palavra, apenas se mantendo perto de Sam e encarando Dean, esperando sinceramente que não precisasse estragar seu disfarce. Revelar que era Catarina. Ela apertou o ombro de Sam, ao pensar nisso.

Dean não abaixou a arma.

—- Saia da frente, Sammy. –

—- Dean, para com isso. Não me obrigue a... – Sam falou puxando colocando a mão sobre a arma que trazia com sigo.

—- Não. – Ela interferiu, impedindo que o irmão mais novo puxasse a arma também – Dean, o que está havendo? –

—- Mason Oliver. Isso te diz alguma coisa? – Ele respondeu com o maxilar trincado.

Catarina relaxou.

—- Ah. Os relatórios das mortes... você foi procura-los e me viu na fita, não foi? – Sair daquela situação era tarefa fácil.

—- O que? – Sam se virou pra ela sem entender e Dean não abaixou a arma.

—- Calma, Sam. Não é nada demais. – Ela sorriu – Muitas pessoas morrem por razões demoníacas aqui, já que há um portão do inferno nas redondezas, mas a maioria das pessoas são leigas! E eles se assustariam se essas investigações continuassem... por isso eu peguei e pego de tempos em tempos os relatórios, pra evitar qualquer pânico desnecessário. Vocês sabem que eles não podem fazer nada, então pelo menos os deixo viver em paz. – Ela deu de ombros – Mason sempre me entregava, só que dessa vez foi pego e inventou essa conversa de hipnose pra se livrar da punição. Foi afastado por ser louco. – Ela olhou os dois irmãos com ar de inocência.

—- Você ouviu, Dean. – Sam falou ainda com a mão na arma – Agora abaixa essa arma. –

Dean fez o que o irmão pediu e subiu na sacada chegando perto.

—- Sammy, pode nos dar licença um minuto? – falou o mais velho.

Sam não se mexeu.

—- Pode deixar, Sammy. – Ela sorriu pra ele que entrou na casa à contra gosto.

Num gesto repentino Dean a pegou pelo pescoço apertando sem pena.

—- Você pode enganar esse babaca o quanto quiser, mas a mim não. – Ele falou com raiva no olhar e bateu a cabeça dela contra a parede com igual força – Eu vou descobrir o que é que você quer esconder e aí é melhor você desaparecer ou eu vou enfiar uma bala na sua cabeça. –

A mulher continuou impassível, apenas sustentando seu olhar sem dar uma palavra se quer. Quando Dean a soltou fingiu estar sem ar. O homem saiu andando se sentindo superior, mas não sabia verdadeiramente a raiva de quem havia provocado.

—- Jogada errada, Caçador. E Agora é minha vez. – Ela murmurou entrando em casa.

—- O que ele queria? – Sam perguntou ficando de pé.

—- Nada, nada. Só acho que ele não acreditou muito em nada do que eu falei e destilou sua desconfiança, só isso. – Ela tinha o olhar triste. O que em partes não era mentira, não gostaria de ter de eliminar Dean e tirar mais alguém da vida de Sam, deixando-o ainda mais complexado. Ela mesma sabia como era ruim esse tipo de sensação, pois já a experimentara inúmeras vezes.

Sam a abraçou e ela retribuiu, ficando na ponta dos pés pra beijá-lo, aprofundando sem pressa todos os beijos e toques, ainda precisava da total atenção do caçula.

Xx

Dean saiu transtornado de lá. A falta de reação de Kathe o deixara ainda mais preocupado com a situação, tinha medo por seu irmão.

Ele parou num posto de gasolina qualquer pra encher o tanque do carro, quando seu celular tocou, um número estranho chamava.

—- Dean Winchester. – Ele disse ríspido.

—- Dean... – Disse a voz feminina que o caçador mais queria ouvir na vida.

—- Melissa? – Ele falou num misto de surpresa e alegria.

—- É... parece mentira, né? Mas sou eu sim... preciso de uma mãozinha com meu carro. – Ela falou meio sem jeito.

—- Onde você está? – Dean perguntou quase eufórico.

Melissa respondeu e Dean percebeu que não fazia ideia do quanto estava sentindo falta daquela voz.


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Notas finais do capítulo

Olha gente, desculpem por estar demorando a postar, mas a faculdade tá puxado. Mas quero dizer que não vou desistir, tá? kkkkk Obrigada pela paciência :)

Agoraaa, me digam o que estão achando, blz? Brigadaa!
bjs
Até a próxima.



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