Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 17
Reveletions - Parte I


Notas iniciais do capítulo

MINHA GENTE! Mil desculpas pela demora, quase vinte dias sem postar nada. :(
Me explicarei melhor lá em baixo. :)

Agora, falando de Heavenly Hell. Como o título do cap sugere, começam as revelações. A coisa agora esquentou de vez e vai pegar fogo na parte II. Agora vou parar de falar demais e deixá-los ler. Espero que a o cap compense a demora!

bjs, gente! E muito obrigada pelos acompanhamentos e favoritações e principalmente os comentários, que me dão muito incentivo! Amo vocês. Boa leitura.



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— Mel, desculpa ter demorado a voltar... – Catarina parou a fala quando percebeu que não havia ninguém na casa – Mel? – Ela andou pela pequena casa não demorando a perceber que a garota não estava ali.

— Sua pirralha fugiu. – Disse a voz de Crowley aparecendo do nada.

— Tá me seguindo? – Ela perguntou não muito satisfeita com o pensamento.

Crowley deu de ombros, meio culpado.

— Sabe ao menos pra onde ela foi? – Catarina perguntou suspirando e alcançando uma pequena caixa tirou seu medalhão de dentro e prendeu no pescoço.

— O bilhete. – Crowley apontou para um pedaço de papel em cima de uma mesinha.

— Ela ligou pra o Bobby, o velho teve problemas e ela foi salvar seu segundo pai. – Catarina revirou os olhos, lendo o pequeno papel – Eu não sei se dou uma festa ou preparo um funeral. – Comentou se jogando sentada numa poltrona reclinável.

— E você não queria que ela saísse da cidade? –

— Queria, mas não pra correr atrás do Bobby. Ele sabe de tudo que aconteceu realmente e não que eu me incomode que ela saiba de nada, quero que ela siga a vida e todo o blá, blá, blá que já conversamos... mas se eles chegarem aqui de volta antes de eu terminar meu serviço, não vai ser nada agradável. –

— E o que vai fazer? – Crowley sentou-se no braço da cadeira.

— Vou jogar a regra de segurança para o alto. Vou vasculhar cada pedaço da mente de Sam e aí e fazer ele se apaixonar em tempo recorde. – Ela suspirou gesticulando – E aí, eu entrego o garoto, desapareço, e Mel e Dean ficam fofos e lindos numa casa num lago com um cachorro e um monte de pirralhinhos correndo por aí com armas e sal nas mãos. – Ela soou entediada.

— Cuidado, Catarina... – Crowley advertiu – Não seria a primeira vez que você se apaixona em serviço e desmancha o acordo. –

— Crowley! – Advertiu Catarina – Isso faz mais de mil anos e eu já falei pra você deixar o Arcanjo Miguel fora disso, meus ex não vão entrar em pauta. – Ela exclamou – E fora que não vou me apaixonar por nenhum dos Winchester! Entendeu? –

— Tudo bem... desde que eu não saia prejudicado na minha parte. – Crowley a olhou pelo canto do olho.

— Isso não vai acontecer. – Ela falou meio irritada – E mesmo que algo mude, eu vou pensar em outra coisa igualmente vantajosa pra fazer por você, querido. Prometo. – Ela beijou os dedos indicadores cruzados.

— Vai encontrar Sammy amanhã? – Ele perguntou.

— Curioso... – Brincou Catarina – Ele vai me ver no bar amanhã de tarde. –

— Manda ver. – Disse Crowley com um gesto engraçado

— Criatura... – Catarina prendia o riso – Some daqui e vá dar conta de Emanuel de uma vez. – Ela disse o despachando.

Já sozinha, Catarina encheu uma travessa de água e a pôs em cima da mesa. Recitando algumas palavras, o líquido tornou-se turvo, até revelar a imagem de uma estrada escura e vazia, apenas um carro circulava bastante desajeitado pela estrada. A imagem ficou mais próxima, e a Feiticeira viu Melissa dirigindo aos trancos e barrancos, com cara de assustada.

— Que porra ela fez no cabelo? – Catarina perguntou para si mesma, observando o péssimo corte.

Xx

“Mas que merda... eu roubei um carro, eu roubei um carro...”

Era o que Melissa repetia para si mesma sem parar enquanto se atrapalhava entre os pedais. Nunca aprendera de fato a dirigir, mas tinha uma noção da teoria. Estava funcionando até o momento.

— O que diabos minha mãe iria dizer agora? – Ela perguntou pra si mesma, dando um meio sorriso percebendo que naquele momento daria qualquer coisa pra ouvir a bronca de sua mãe e ficar de castigo pra sempre.

Mas não foi isso que aconteceu.

— E aí, fujona?! – A voz Catarina surgiu.

— Catie? – Melissa estranhou.

— É, aqui do lado! –

No banco do passageiro, havia algo como uma nuvem de vapor pairando e o rosto de Catarina aparecia nele.

— Às vezes eu me esqueço dessa coisa de magia, acho que era porque a gente só fazia coisa de humano, tipo assistir The Vampire Diaries e Sherlock... – Melissa falou de olho da estrada.

— Pelo menos foi embora por uma causa nobre. – Catarina deu de ombros – Se bem que eu tava te devendo um monte de respostas e agora você foi embora... –

— Quando eu voltar com Bobby você me responde! – Ela exclamou – Aposto que você vai adorar ele. –

— Com certeza. – Catarina resumiu-se a dizer – Mel, o que foi que aconteceu com o teu cabelo? – Continuou mudando de assunto.

— Ai, Catie, eu até gostei da cor, mas esse corte ficou uma merda. – Desabafou a garota.

— Quer uma ajuda? – Sugeriu a outra.

— Ah, por favor! – Exclamou Mel

— Acho que na cintura, como era antes, fica ótimo. – Catarina falou e Melissa sentiu o comprimentos dos cabelos descerem por seus ombros rapidamente – Mas deixei o preto, adorei em você. –

A garota se esticou pra ver no retrovisor e respirou aliviada.

— Obrigada. Isso realmente é incrível! Queria um pouco desse abracadabra pra mim também. – Ela riu, se distraindo um pouco, não percebendo que o carro saíra da pista.

— Olho na estrada, garotinha. – Brincou Catarina, quando o volante puxou sozinho colocando o veículo de volta na pista – À propósito, belo carro roubado. – Melissa ficou vermelha – Relaxa, já fiz muito pior. Mas não se preocupe com a polícia... –

— Como assim? Sério? – Ela ficou animada.

— Meu abracadabra tem muitas facetas... – Catarina falou com a voz gradativamente sumindo, assim com a névoa que carregava a sua imagem.

Melissa sorriu um pouco. Quando se lembrava do nome, de sua agora amiga, tingido à sangue no cenário da morte de sua família, pensou que Catarina seria uma vilã, mas não era... era na verdade a melhor amiga que Melissa já tivera. Pelo menos assim a garota achava.

Xx

Catarina se jogou na cadeira e se culpou por gostar realmente da menina, seus planos sempre começavam a dar errado nesse ponto: quando ela começava a se importar.

— Ok. Já chega de fofura. Vamos atormentar os sonhos de alguém... – Ela falou mexendo na água com a ponta dos dedos, que de turva, tornou límpida e um pouco brilhante – Olha, já há um sonho aqui... – Ela observou como quem via a um filme – Mas nada que não possa ser alterado. – Deu de ombros.

Xx

Dean havia chegado do bar um pouco irritado, não havia conseguido nada além de um monte de informações confusas, contraditórias e que mais pareciam lendas urbanas do que alguma informação que se aproveitasse.

Também não estava com nem um pouco de paciência pra ficar ouvindo seu irmão com acesso de adolescente apaixonado e Bobby não atendia por nada do mundo, além do que, parecia que ficar acordado era sinônimo de imaginar todos os tipos de tortura que Melissa podia estar sofrendo, pois ele mesmo sabia o que eram os campos de tortura do inferno... imaginar que Melissa poderia estar passando por um décimo daquilo, mais do que o desesperava, o enfurecia. Dean não podia protegê-la, não podia fazer nada por ela naquele momento, estava começando a ponderar fazer outro pacto.

Em um momento que ele não percebeu, caiu no sono, mas o motivo de seus sonhos continuou sendo os a doce Melissa.

O sonho começou com Dean em um quarto escuro, ele não enxergava quase nada, a não ser uma porta, por onde entravam fios de luz que vinham do lado de fora. Quando o caçador se situou no lugar, começou a ouvir a risada gostosa e espontânea de Melissa.

— Dean, vem aqui fora. – Ela chamava enquanto ria.

O homem alcançou a maçaneta da porta e a virou, chegando ao ensolarado exterior. Melissa o esperava do lado de fora, lavando o Impala, enquanto sorria e dançava. Ela o olhou e chamou com a mão. Os dois se aproximaram e a garota passou os braços pelos ombros dele, seus narizes se tocaram e suas bocas se aproximaram. O caçador fechou os olhos, mas se arrependeu no segundo seguinte, o calor do dia se foi, assim como os braços de Mel ao seu redor.

Era frio e quando abriu os olhos era noite.

— Vai ficar aí parado, Caçador? – Dean apertou os olhos e encontrou a garota sentada no topo de uma pilha de carros do ferro velho, com uma garrafa de vodka nas mãos.

— Não. – Ele respondeu confuso, mas subiu até sentar ao seu lado da garota.

— A Lua é linda, não é? – Ela perguntou no sonho.

Dean seguiu o olhar da garota e espantou-se com o que viu. O céu não era normal. Tinha o mesmo fundo negro de sempre, porém ao invés de estrelas havia símbolos em um vermelho vivo, idênticos aos que brilharam na porta do abrigo do Rancho Solar, onde encontrava Melissa, quando Dean tocou a tranca.

— Melissa. – Chamou um terceira voz, feminina.

O Caçador tirou os olhos do céu e não demorou a encontrar a fonte da voz na escuridão. A mulher enfiada no escuro, usava uma túnica num tom muito claro de lavanda cujo capuz cobria boa parte do rosto, sendo apenas possível ver a boca, que era muito bonita por sinal, vermelha e bem desenhada. Um lascão generoso mostrava uma das pernas e o decote também não era comportado e ainda se realçava com um belo medalhão que pendia do pescoço.

E mesmo sem ver seu rosto, Dean soube quem era, antes de Melissa dizer seu nome.

— Catarina. – Disse Mel um tanto animada descendo da pilha de carros num pulo.

— Mel, volta aqui. – Disse o homem descendo atrás dela.

Mas como em todo o sonho, ele não conseguiu seu objetivo, Catarina esperava Melissa de braços abertos e a abraçou como uma cobra, sorrindo traiçoeira para o caçador.

— Ela está comigo e não há nada que você possa fazer. – Disse a Feiticeira, que apesar da fala não prendia a garota, alisava os cabelos dela apenas.

Dean estendeu a mão para alcançar a garota, que fez o mesmo em sua direção, mas quando seus dedos se tocaram, ela sumiu.

— Somos eu e você agora, Caçador. – Catarina disse atrás de seu capuz.

— Eu aposto que a única coisa real desse sonho somos nós dois, não é? – O homem acusou a olhando com certa raiva, mas no fundo um pitada de cobiça.

Ela suspirou, caminhando faceira até chegar bem perto dele.

— Achei seu sonho doce romântico tão sem graça... resolvi agitar as coisas por aqui. – Ela passou a língua sobre o lábio superior, mas não jogando charme, era mais algo como uma mania, que se repetiu algumas vezes durante o diálogo. – Aposto que gostou da surpresa. --

— Onde está Melissa? A real. – Ele perguntou.

— Não digo. – Ela respondeu como uma criança birrenta.

— Se você tiver feito algo com ela, eu juro que... – Dean disse pegando-a pelos dois braços com força.

— Uau... que mãos fortes, exatamente como eu me lembrava. – Disse derretida de brincadeira – Ela está ótima, melhor do que se estivesse com você, querido. –

Dean sentiu a raiva crescer dentro de si e agarrou um dos lados do capuz dela.

— Deixa eu ver seu rosto, pra eu estourar seu miolos da próxima vez que te encontrar. –

As risadinhas e brincadeiras de Catarina se encerraram e ela ficou séria, segurando a mão do caçador com força, para que ele não mexesse um centímetro do capuz.

— Aí não, Caçador. Jogada errada. – Sua mão começou a esquentar e fumaçar, queimando a pele dele – Se eu fosse você, me preocuparia com outras coisas. – Ela apontou pra o céu cheio de símbolos vermelhos, que Dean nem olhou dessa vez, concentrando em se livrar do toque escaldante daquela mulher – Até breve. – Ela disse se aproximando e lhe beijando a boca de leve, sussurrou – Durma, Dean. –

Assim, o sonho acabou e o caçador ao invés de acordar num susto, continuou em sono profundo até o dia seguinte, mas não esqueceu de nenhuma palavra trocada com a mulher.

Xx

Catarina continuava acordada e derrubou a água da travessa, mas estava inquieta, o céu do sonho do caçador indicava algo sério, que ela havia entendido perfeitamente, afinal, aqueles símbolos eram a sua língua natal.

E revelavam o motivo do interesse de Miguel em Dean.

— Você achou uma saída pra minha Barreira, meu anjo? – Ela pensou sozinha -- Acho que precisaremos conversar. – Ela segurou no medalhão com força, mas soltou em seguida – O mais cedo possível. – A mulher começou a preparar um outro feitiço – Eu só preciso buscar uma ajudinha, um anjinho de olhos azuis... –

Catarina foi interrompida ao ouvir algo ganir ao seu lado, era um cão do inferno.

—- Oi garoto. – Ela disse reconhecendo a fera de Crowley – Tem algo pra mim? – Ela abriu a mão e o animal soltou um pedaço de tecido sujo de sangue – Emanuel? – O animal ganiu em resposta – Acho que isto é um sim. – Catarina deu um pedaço de carne crua ao cão, que satisfeito, foi embora – E as coisas entram nos eixos aos poucos. – Ela apertou seus próprios ombros.

Xx

—- Noite, eu tenho uma sensação estranha. – Disse Castiel ao lado do cavalo.

—- Não sabia que anjos tinham dor de barriga. – Zombou o outro.

—- Falo sério, parece que tem algo me puxando, não sei bem o que... – Queixou-se o anjo.

—- Não deve ser nada demais, anjo. Relaxa. Quer falar sobre outra coisa, pra distrair? –

—- Claro, como por exemplo as pilhas de corpos que começam a se espalhar nos grandes centros graças a baixa gradativa da Barreira? – Falou Castiel incomodado.

—- Nós vamos resolver esse problema, está bem? – Tranquilizou Noite – Quando pegarmos o livro de Catarina, vamos ajudar os rapazes a pegá-la e tenho certeza que ela vai concertar essa bagunça. –

—- Tem mesmo certeza? – O anjo ironizou – Por que eu juro que estou por um fio de voltar à minha missão original e me reportar a Miguel. –

—- Miguel? Olha, eu sei que ele é chefe e deve ser algo muito formal entre vocês. Mas, sabe... ele é um cara legal quando não está fissurado em vencer alguma coisa ou sendo completamente cego por Catarina. Então, sendo a sua missão uma derivação do segundo item, ele não será um cara legal. Por que ele é absurdamente louco por ela. –

Castiel riu.

—- Sério, precisava ver... sempre quis dar um babador a ele de presente – Noite parecia distante em lembranças.

—- Noite... – Chamou Castiel.

—- ... Mas é meio difícil saber a data do aniversário de um Arcanjo. –

—- Noite, cala a boca, seu cavalo burro. – Castiel falou ofegante.

O animal se virou para ele, com uma expressão indignada. Mas as coisas mudaram quando ele se deparou com Castiel, ofegando, se apoiando em seus próprios joelhos e bem no meio do seu abdômen tinham uma manha negra, um buraco negro mais especificamente e assim como todo o buraco negro, aquele sugava tudo ao seu redor, o que naquele caso era Castiel.

Devido a sua experiência no mundo mágico, sabia muito bem o que estava acontecendo.

—- Ok, amigão. – Brincou o animal abaixando o pescoço – Isso tá doendo, não tá? – O anjo fez que sim com a cabeça, enquanto gemia um pouco – É normal... o nome disso é bem óbvio, é o Feitiço Buraco Negro e vai te levar à Feiticeira que está usando isso pra te sugar até ela. Dói, mas quando chegar lá, para, eu prometo. Até porque você vai estar desacordado. –

Castiel olhava pra ele como quem quer dar um soco.

—- Espero que goste da companhia de Catarina. – Noite disse quando o anjo foi completamente sugado junto com algumas folhas e terra e então o feitiço se desfez.

Noite engoliu em seco e mudou seu caminho, indo o mais rápido que conseguia correr, precisava do grimório para poder ajudar os Winchester e a única coisa que podia fazer pelo anjo agora era desejar-lhe boa sorte.

Xx

O anjo começou a abrir os olhos e estranhou os raios de Sol que podia ver, tentou usar suas mãos para cobrir os olhos e foi então que percebeu que estava acorrentado.

—- Bom dia, raio de Sol. – Disse uma voz rouca e masculina.

A visão do anjo voltou ao normal, foi então que percebeu que tinha companhia. Emanuel estava preso bem do outro lado da sala onde estava, as roupas sujas de sangue.

—- O que está acontecendo aqui? – O anjo indagou.

—- Colônia de férias. – Respondeu Crowley revirando os olhos.

Castiel olhou ao seu redor e percebeu o círculo de fogo. Estava preso.

—- Por quanto tempo eu dormi? – Fez outra pergunta ignorando a ironia do demônio.

—- 32 longas horas, querido. – Respondeu uma voz feminina, que logo se revelou ser de Catarina. Ela usava o vestido vermelho de garçonete e tinha seu rosto escondido atrás de um gigantesco buquê.

—- Que merda é essa? – Perguntou Crowley, que recebeu um olhar feio em seguida.

—- São flores, babaca. E são lindas. – Ela disse conjurando um vaso e colocando os lírios brancos ali dentro e apesar de ter a intenção de esconder esse fato, ela arrumou as flores com certo carinho, carinho que não devia existir naquela ocasião. Foi a vez de Crowley olhar feio.

—- São do Alce? – Ele perguntou.

—- Quem?... ah... Sam... – Ela disse se recordando daquele apelido que particularmente, ela achava horrível – São dele sim. – Deixou escapar um riso – Ele foi ontem à tarde, eu enrolei ele sobre o portal pra o inferno e ele nem percebeu, já que estava perdido me admirando com jeito bobo apaixonado – O demônio gostaria de ouvido mais deboche naquela frase, que não soava carinhosa, nem meiga, mas ainda sim, havia algo errado – E eu devo ter mencionado que minhas flores preferidas são os Lírios, claro que não os terrestres, mas também não posso desdenhar desses, são lindos. –

—- Sabe – Começou a Emanuel – Que apesar de acorrentado, não parecia nem um pouco fraco, ou ferido – Fico cada dia mais curioso a respeito da sua real índole, Catarina. –

—- Ah! Primo... – Ela disse se aproximando dele, ao mesmo passo que se livrava daquela aparência humana, usando agora outro vestido, este era folgado, tinha um decote canoa comportado, que se tornava bastante baixo nas costas, expondo-as quase toda a pela e o comprimento era quase indecente, seus cabelos bastante ondulados na ocasião e os olhos mudando de cor em tons vibrantes – Porque pergunta isso, sou sempre tão angelical. – Falou irônica.

—- Primo? – Castiel estranhou.

—- É, ele é o caçulinha, nem o conhecia até então, o pai dele é Orus, irmão de minha mãe. – Catarina sorriu – Olha, vocês dois não fiquem assustados, eu não vou matar vocês, só vão ficar por um tempo e depois , meu simpático amigo demônio. – Ela deu um riso de lado para Crowley – Vai deixa-los ir. –

—- E o que você quer de mim? – Inqueriu Castiel, de maneira quase impetuosa.

Catarina sorriu para ele.

—- Não se exalte, meu bem. E me desculpe pela maneira bruta que o trouxe para nossa conversa, você deve ter se assustado, mas não quero que fique com medo de mim. De jeito nenhum. – Ela disse sentando-se no chão, bem próxima do fogo do círculo, acariciando o elemento, que parecia crepitar satisfeito com o gesto – Eu só preciso de um favor seu. – Ela o olhou de maneira convincente. Apenas com o olhar, ela já tinha deixado o anjo ponderando aceitar a proposta que ainda nem ouvira.

Vadia persuasiva.

—- O que quer? – Perguntou de cenho franzido.

—- Que se reporte ao Miguel. Preciso falar com ele. – Ela ainda usava o olhar convincente.

Castiel se espantou. Não imaginava ouvir aquilo.

—- Não. – Negou-se o anjo. Catarina sorriu um tanto assustadora, não parecia aceitar contrariedade.

Uma força invisível empurrou o anjo para a beira do fogo e o curvou sobre ele.

—- Eu estou tentando ser legal, Castiel, mas não me provoque. Eu sou um dos casos em que o aprendiz supera o mestre... então acredite, eu sei ser perversa. Agora. Seja bonzinho e se reporte à Miguel. – Ela disse calmamente, o que amedrontava ainda mais.

Xx

—- Como assim pai de Melissa? E como assim, Emanuel sumiu? – Perguntou Sam a Kevin.

—- Bem, primeiro ele dormiu com Andreia e colocou um par de chifres em Simon, depois a Melissa nasceu e foi assim que ele se tornou pai dela – Kevin se divertiu um pouco, mas depois continuou mais sério – E ele realmente sumiu. Eu dormi ele estava lá, acordei não estava mais. – O garoto deu de ombros – A princípio eu achei que ele havia saído pra investigar, mas já fazem quase dois dias e nada dele. –

—- Só o que faltava agora. – Resmungou o mais velho – Ótimo. – Disse num mais audível e irritado.

—- Dean, calma. Se tinha algum de nós que podia se defender e se virar só, era Emanuel. – Disse Sam, que apesar de fingir concentração, parecia estar em outro mundo.

—- Pra mim já chega disso. – Dean se exaltou – Você ficar flertando com a garçonete o quanto quiser, vá pra cama com ela hoje, se quiser. Eu vou achar essa porra de portal, vou tirar Mel de lá e esfolar essa Catarina viva. – Disse o homem, saindo com uma bala pela porta.

—- Só tenha certeza de que vai realmente esfolar e não tropeçar numa cama com ela, ou algo assim. – Disse seu irmão em tom de brincadeira.

Uma latinha de cerveja seca veio voando pela porta aberta. Sam desviou dela com facilidade, enquanto ele e Kevin riam um pouco.

—- Vai ver a Kathe hoje de novo? – Kevin o olhou de maneira pervertida.

—- Vou sim. Mas na verdade não aconteceu nada... ainda. – Sam disse um pouco frustrado – Ela está afim, mas me pareceu um pouco receosa ontem à tarde... – Ele riu – Eu não consigo parar de pensar nela um segundo. Nunca pensei que fosse sentir algo assim tão rápido. – Engoliu em seco.

Kevin riu.

—- Boa sorte, então, Sam. –

—- Vai sair hoje? – Perguntou Sam.

—- Não, na verdade não. Depois que Emanuel sumiu, Dean achou melhor eu ficar aqui. Mas eu vou entrar no site da biblioteca que eu trabalhava deve haver algo lá sobre esse portão. –

—- Com certeza existe, Kathe achou algumas coisas do pai dela afirmando isso, mas não havia uma localização exata. – Sam eu de ombros – Onde foi Dean, você sabe? –

—- Acredito que ele tenha ido à delegacia, nós achamos algumas mortes provavelmente causadas por demônios, vamos tentar identificar uma área que tenha maior atividade. Provavelmente o Portão estará por perto. –

Sam pareceu surpreso.

—- Você é bom nisso, garoto. –

—- Obrigada. – Sorriu Kevin.

Xx

A cabeça de Dean explodia e ele ao menos podia beber pra esquecer, estava indo até a delegacia. Mas tudo ultimamente parecia acontecer apenas para atordoa-lo.

Estar impotente diante das situações o irritava descomunalmente e a filha da puta da Feiticeira, igualmente.

Quem ela pensava que era pra entrar em sua mente e fazer o que queria? O sonho com Mel havia o reconfortado um pouco, sentia falta do sorriso e do jeito espontâneo, amoroso da garota. Mas ela tinha de estragar tudo não tinha? Aparecer com seu mistério, com aquelas roupas e agora Dean percebia seu jeito deliberadamente sedutor. Seu corpo em nada tinha a ver com a garota, ela era uma mulher, sádica, perversa, vil... mas era também verdade que era hipnotizante. E ele nem vira seu rosto, apenas a boca e a mania irritante de passar a língua sobre o lábio. Por mais que seu coração estivesse com Melissa. Dean não podia negar os efeitos que aquela vilã perfeitamente desconhecida tinha sobre ele.

E isso também o deixava puto, não havia definição melhor.

Finalmente chegou até a delegacia e pra sua surpresa, alguém havia pego es relatórios das mortes suspeitas. E graças aos privilégios de sua identidade de agente do FBI, o caçador exigiu ver nas fitas o rosto de quem havia pego as informações.

—- Kathe? – Ele falou pra si mesmo, reconhecendo a recente namoradinha de seu irmão – Vocês entregaram os relatórios das mortes a uma civil? – Dean estranhou.

—- Na verdade não. O policial que fez isso foi demitido, ele fez gracinhas quando o delegado o perguntou por que fez isso? –

—- Como assim gracinha? – Dean estranhou.

O policial riu debochado.

—- Ele disse que foi hipnotizado. –

Dean congelou. Seria Kathe um demônio ou algo igualmente ruim?

—- Eu quero o nome desse homem, onde eu o encontro e quero as fitas do dia que ele entregou os relatórios. –

Xx

Melissa não havia dormido nada durando a noite que passaram inteira dirigindo. Teve medo de parar o carro naquele meio do nada sozinha. Mas começava a se arrepender, pois já tinha cochilado umas duas vezes no volante. Sem falar no medo de que algum animal saísse correndo do meio das árvores e...

A garota acionou os freios de repente e puxou o carro pra direita com força. Animal na estrada, uma coisa enorme e preta.

—- Enorme e preta? – Melissa murmurou pra si quando o carro parou, não havia se machucado, por sorte – Não pode ser. – Ela disse se virando para olhar o animal.

O Mustangue negro a encarava paralisado no meio da pista, como se também estivesse achando aquilo improvável.

—- Noite? – A garota desceu do carro. O animal relinchou batendo as patas feliz.

Melissa correu e abraçou o pescoço dele, se lembrando da última vez que seu animal se atravessara na frente de um carro e pensando que Dean – ela engoliu em seco – estava certo. Havia algo de anormal em Noite.

—- Eu estou tão feliz por te encontrar que eu nem vou pensar no quanto você estar aqui é estranho. –

—- Eu também estou feliz por te ver, Melissa. – Disse o animal

A garota soltou o cavalo e tropeçando em seus próprios pés, caiu pra trás.

—- Desde quando você fala? – Ela perguntou com os olhos arregalados.

—- Desde que nasci, a alguns mil anos atrás. Não sou um animal comum, posso fazer mais coisas legais além de falar, mas não tenho tempo pra enumerar meus truques agora. Já que encontrei pra você. É hora do choque de realidade. – Ele disparou a falar com urgência enquanto a garota deixava o queixo cair, sentada onde estava.

Xx


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Notas finais do capítulo

E aí? Que acharam? Contem-me tudo, não me escondam nadinha.
E pra quem queria ter visto o encontro de Kathe/Catarina com Sammy, não se preocupem vai mostras no próximo cap, que vai ser focado em mostrar o que eles, Mel e Dean estão sentido de fato no meio disso tudo e a questão do Bobby tbm, Ok. Chega de falatório sobre o próximo Cap.

E a minha demora foi devido ao caos que eu me meti nos últimos dias. A Ju aqui ama fazer umas merdas... o chato é arrumar a bagunça depois. kkkkkkk. Mas, sã águas passadas e as postagens voltaram ao normal! Bjs.

Me digam o que acharam, até pra mi dar umas dicas do que mais vocês querem ver.

bjs



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