Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 16
First Impressions


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora, queridos! Mas, mais um capítulo pra vocês lerem aqui ;p

Tem bastante coisa importante acontecendo nesse capítulo, por que as coisas caminham para a sequência definitiva.

E, para quem leu as notas finais do capítulo passado, desculpem a conusão, mas não sei o que houve e metade do que eu tinha escrito não foi postado. Eu perguntava quem vocês queriam pra ser o par de Catarina! Algumas conseguiram entender apesar da confusão e quem aacabou de entender e quiser ainda responder, fique à vontade, vai me ajudar muito porque não decidi ainda :/

Muito bem, explicações e resalvas dadas e feitas... tenham uma ótima leitura, espero que gostem do cap e me deixem saber o que pensam, o que esperam que aconteça, enfm... o que quiserem! Conversem comigo ;p

bjs



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— E então, o que trás tão belos rapazes até aqui? – Ela perguntou sorrindo, sentando-se em um das cadeiras altas do bar, ao lado dos irmãos.

— Estamos resolvendo uns problemas, de passagem. – Sam respondeu ainda sorrindo meio vidrado.

Dean tentava não ser indiscreto, olhando fixamente aquela mulher, por isso desviava o olhar constantemente, mas tinha a nítida sensação de que a conhecia, talvez algo na voz, ou na maneira de se movimentar, ele não sabia ao certo, mas havia realmente algo muito familiar.

— Que pena... sabe, a cidade e principalmente esse bar, andam meio parados, os mesmos rostos velhos desde que eu tenho seis anos de idade. – Ela pareceu se lamentar, mas tinha humor na voz.

— Você trabalha aqui no bar? – Dean perguntou.

— É, a vida de caça não rende muito... a gente tem que se virar, não é? – Ela os olhou nos olhos, dando um gole no copo.

— Conhece a gente? – O mais novo franziu o cenho, mas não desconfiado e sim interessado.

— A julgar pelo carro lá fora e seus nomes, devem ser os Winchester, acertei? – Sorriu com jeito sapeca.

— Em cheio. Você caça? – Foi a vez do mais velho se interessar.

— Eu não, mas meus pais sim. Morreram caçando. – Deu de ombros fingindo um olhar triste – Mas me ensinaram algumas coisas antes de partirem – Ela disse puxando uma pistola, que ela fingiu tirar da parte de trás do short, mas na verdade havia materializado segundos antes e colocou em cima do balcão – gatilho mais rápido de Indiana. – Ela piscou. – Quem sabe do país! –

— Duvido. – Brincou Dean.

Ela arqueou as sobrancelhas fingindo estar indignada.

— Voltem mais vezes antes de irem embora e aí a gente vê quem é mais rápido. – Respondeu em tom de desafio, encarando o mais velho.

— Com certeza vamos voltar. – Afirmou Sam de maneira engraçada – À propósito, o que você faz aqui no bar, Kathe? Garçonete? – Ele parecia realmente curioso.

Kathe riu. E não fazia parte do fingimento, nem da personagem inventada, Catarina riu de verdade. Se divertia um pouco com os irmãos, os Winchester eram interessantes e nem um pouco comuns, mas ainda assim, eram homens.

Kathe olhou o relógio na parede e voltou a encarar os irmãos.

— Ficam por mais duas horas? – Perguntou.

— Não vejo porque não. – Disse Dean casualmente, embora ainda estivesse intrigado com a sensação de familiaridade, respondendo ao olhar inquisidor do irmão mais novo.

— É seu turno, daqui a duas horas? –

Ela riu maliciosamente mais uma vez, sem olhá-los diretamente.

— É sim, eu garanto que vai valer apena. – Disse dando apenas uma olhada de canto.

Xx

Enquanto isso, num velho motel, Emanuel e Kevin dividiam um quarto.

— Então quer dizer que você não conheceu Catarina pessoalmente, na dimensão Mágica? – Perguntou o garoto.

— Não. Apesar de nós termos uma linhagem que pode ser considerada próxima, eu não a conheci, quando ela foi mandada à Terra, junto com alguns outros anjos, eu nem tinha nascido e quando construiu a Barreira eu tinha três. – Respondeu o outro – Só me lembro de seu rosto por conta das imagens dela em toda a parte na nossa dimensão. –

— Ela é mais velha que você? – Kevin tinha uma expressão engraçada – Sabe, eu não esperava por isso... –

Emanuel riu consideravelmente alto.

— Relaxe, sei que aparento uns 38/40 anos... mas isso é normal, nós parecemos mais velhos que as mulheres de nossa espécie. Elas param de envelhecer muito antes. Na verdade, elas podem escolher quando parar. – Emanuel deu de ombros – O povo conta que Catarina aparenta entre 23 e 25 anos. –

Kevin pareceu ficar aliviado.

— Mas, fantasias à parte, acho que seria bem útil conhecer o rosto dela agora... Porque considerando o que Noite e Castiel disseram, ela pode já ter conseguido voltar a sua pele original. –

— É, embora eu não ache que ela já tenha saído do Inferno... sabe, os aposentos dos Arcanjo Sombrio são muito confortáveis e apesar dos desentendimentos aqui e ali, eles ainda podem ser chamados de aliados, no mínimo... –

— Eu discordo, alguma coisa me diz que elas não estão mais lá, elas podem estar aqui, ou próximas, deveríamos pelo menos tentar encontrar alguma coisa, uma pista do rosto de Catarina, ou algo que indique a localização das duas! –

— Como assim, “alguma coisa te diz” ? – Questionou Emanuel.

— Não sei, às vezes eu tenho algumas intuições. É estranho, mas útil. – O garoto deu de ombros.

Emanuel o olhou de maneira intrigada.

— Vamos pensar em algo que possa ajudar... –

— Emanuel, eu posso te perguntar mais uma coisa? – O garoto questionou.

— Fique a vontade, garoto. Passada sua euforia, considero você um humano legal. –

— Obrigado. – Disse o garoto, rindo – Eu li muitas coisas naqueles livros estranhos da biblioteca em que eu trabalhava... e... há alguma coisa realmente especial em Melissa fora o fato de ela ter abrigado Catarina em si? –

— Por que a pergunta, Kevin? –

— Bem, pelo que eu li, o fato de Catarina ter escolhido apenas receptáculos humanos para se esconder, é simples. Humanos tem o dom de proteger a si mesmos e sobreviver, por isso suas consciências se fecham por si sós à presença da invasora e nunca havia confusão ou troca de personalidades e também não eram necessários amuletos de segurança, como a pulseira de Mel. – O garoto fez uma pausa, esperando pela concordância de Emanuel, que logo veio – O contrário acontece com receptáculos genuinamente mágicos, se Catarina se abrigasse numa outra feiticeira, a confusão ia ser incalculável... as personalidades se fundiriam e não há amuleto nenhum que impedisse isso. Por essa razão, parte do feitiço que fazia a consciência de Catarina viajar de corpo em corpo, se concentrava exclusivamente com a proibição de receptáculos mágicos. Estou certo até aqui? –

— Perfeito. – Emanuel se resumiu a dizer.

— Veja bem, Melissa não se encaixa em nenhum dos dois casos, pra mim ela parece uma união dos dois. Mestiça, talvez? – Kevin seguia um raciocínio exemplar – Mas aí eu me lembrei, que a mãe dela recebeu uma punição, virou humana! Sendo assim, como filhas de Simons, as meninas deveriam ser completamente humanas. – O garoto encarava Emanuel com olhar afiado – Bem, pelo menos Clarice era humana. Mas sobre Melissa, considerando sua relação próxima com Andreia, você algo a me contar, algo especial? –

— Ora, ora, rapaz, você me pegou. – Emanuel suspirou, forçando um ar surpreso – Melissa é minha filha. –

Xx

Estar zangada daquele jeito, era algo que Melissa nunca havia experimentado antes, sempre fora alguém de “bem com a vida” mas depois dos últimos acontecimentos, a única coisa com a qual ela estava feliz era que a ideia de suicídio continuava bem longe de sua cabeça.

Na verdade, o que mais ocupava sua cabeça agora era o arrependimento, ela se olhava no espelho, a cor nova lhe agradava bastante, não achava que fosse ficar bem com cabelos tão pretos, mas não tão curtos e tão mal cortados... olhando bem, Melissa achou que parecia mais uma garotinha revoltada, do que uma mulher vingativa.

— Ok, não vou mais confiar em rompantes de raiva. – Ela disse soprando uma mecha da testa.

A garota revirou os olhos e saiu andando pela casa, que era pequena, mas era legal. Fort Wayne parecia um lugar legal pra ficar depois que acertasse todas as contas que tinha para acertar. Mel se jogou na cama e enchendo a mão de pequenos dardos passou a jogá-los no alvo pendurado na parede.

Mas, apesar de toda a incerteza e todo o blá,blá, blá, de: “melhor não ligar pra ninguém, só pra garantir.”. O que Melissa mais queria era falar com Bobby, ele era a única referência de pai que lhe sobrara e realmente amava aquele velho rabugento e sentia sua falta, queria muito saber se ele sentia a dela, se a estava procurando, se sabia o que tinha... acontecido.

A garota pegou o celular nas mãos, num sério dilema emocional.

Xx

Noite ia num trote um pouco triste, por uma rua de terra escura, o caminho era longo até onde pretendia ir, mas esperava ter tempo, não tinha nenhuma condição psicológica de sair correndo por aí.

— Hey, Spirit. – Disse uma voz do nada, ao lado do animal.

E apesar do apelido característico de Dean Winchester, Noite reconheceu seu amigo anjo.

— Cas, pensei que tinha voltado pra casa. – Comentou o outro.

— Nem que eu quisesse, Noite. Desde que aceitei sua proposta de não me reportar ao Arcanjo, me rebelei! Isso significa que agora é tudo ou nada, parceiro. – Brincou o anjo – O que estamos buscando? –

— O Grimório de Catarina. – Ele suspirou – Catarina sabe a maioria dos feitiços de cor, ou são simplesmente extensões psíquicas, como telecinese, pirocinese e outras gracinhas... mas os que importam pra nós, como o da Barreira e outros realmente destrutivos estão registrados no grimório e ela não sabe de cor, são muito longos. –

— Entendo... faz realmente sentido. Se não impedi-la, vai pelo menos retardar sua ação. É longe daqui? –

— Temo que sim. –

— Pelo menos cansaço não é algo inerente às nossas espécies. – Completou Castiel.

— Tem razão. – Noite concordou – Quem sabe nós apostamos corrida em algum ponto daqui pra frente. –

Ambos riram.

Xx

Bobby havia concordado em ficar no ferro velho, caso Melissa milagrosamente voltasse.

Mas, inquieto como era, não conseguiu ficar parado, precisava ajudar de alguma forma. Então pegou seu carro e seguiu os rastros do cavalo. Não confiava naquela coisa enorme falante. O problema foi o caminho tomado pelo animal. Se fosse passar por ali com seu carro com certeza ficaria atolado, o que não era bom em situação nenhuma, ainda mais à noite.

Bobby desceu do carro e olhou ao redor, teria de deixar seu carro ali e ir a pé se quisesse alcançar Noite, por sorte ele não estaria longe. Ele juntou algumas coisas e armas e começou sua jornada a pé.

Não caminhou muito até que seu celular tocou. Número desconhecido.

— Alô? – Ele disse ao atender

— Bobby, é a Mel. –

Bobby nunca se sentiu tão feliz em ouvir a voz da garota.

O que ele não sabia, eram vários olhos famintos de vingança e se sentindo seguros de agir por estarem cada dia mais fortes, a medida que a Barreira se esvaia. Esperavam só por um momento de distração. E a oportunidade havia acabado de aparecer.

Xx

Catarina normalmente não gostava de nada que fosse feito por humanos, mas gostava daquele uniforme, o vestido vermelho justinho caia até bem, tinha um decote bonito e comprimento adequado, nada vulgar.

Mas o que ela mas estava fascinada era com o que as outras garotas chamaram de rímel, era de passar nos olhos e fazia mágica nos cílios das outras garotas.

— Sabe que não pode ficar melhor do que já é... – Resmungou uma voz bastante rouca – Se pudesse... seria ofensivo. –

— Obrigada. – Ela riu, convencida, brincando com um rímel nas mãos, tentando entender como aplicar – Então, Crowley... – Ela olhou o demônio pelo reflexo do espelho – O que foi? O Arcanjo Sombrio não confia mais em mim? – Ironizou.

— Ah não. Não estou aqui sob as ordens de ninguém... – Falou Crowley se aproximando dela e tomando o rímel de suas mãos – É só que, eu venho... não se zangue, dando uma olhada em você e Mel desde que saíram do Inferno, só pra ver como as coisas seguiriam no seu plano... e olha com o que eu me deparo! – Ele suspirou olhando naqueles trajes – Você de garçonete? Qual o ponto disso? – Crowley parecia irritado – Use seu abracadabra e mande Sam para o inferno e mate Dean de uma vez! –

— Você quer saber qual o meu plano? – Ela perguntou com uma expressão vazia. Crowley concordou – Então me diga qual seu interesse nisso? –

— Nada em específico. –

Catarina baixou a cabeça por segundos e tornou a levanta-la consideravelmente menos amigável.

— Sabe, demônio, de todos os meus defeitos, tem um bastante irônico. – Ela pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha, aparentemente calma, mas seus olhos já haviam abandonado a camuflagem amarelada e oscilavam vagarosamente em todos os tons que possuíam – Eu sou uma das, se não a, melhor entre todos os mentirosos, mas eu ODEIO que mintam pra mim. Eu saio de controle... – Falou suspirando, enquanto fazia vagarosos movimentos com a mão direita.

Aos poucos o Crowley começou a sentir um incomodo, que aumentou exponencialmente, a medida que ela não parava de mexer a mão. O demônio caiu de joelhos e percebeu que os danos que recebia não eram no corpo que possuía, mas em si mesmo e não havia nada que pudesse fazer, estava preso ali dentro e se Catarina não parasse seria seu fim.

A Feiticeira puxou um banco e colocou bem enfrente de onde Crowley estava caído ajoelhado, não havia vestígio de remorso ou brincadeira em seu olhar, e então sentou-se charmosamente, ficando em silêncio por mais alguns momentos, para o demônio, excruciantes.

— Disposto a dizer a verdade agora, querido? – Perguntou ela por fim.

— Eu quero oferecer um trato. – Crowley cedeu na esperança de que a tortura parasse, mas não foi o caso.

— Que trato? – Catarina perguntou sem deixar transparecer se tinha algum tipo de interesse ou não.

— Eu ofereço a minha ajuda incondicional, em troca de você arrumar algo melhor pra mim com o seu amiguinho... adoraria algo melhor do que o controle dos pactos das encruzilhadas. –

— Ajuda incondicional? – Ela perguntou um pouco interessada, ainda sem fazer a dor parar.

— Incondicional. – Ele repetiu quase entrando em desespero.

— Fechado. – Ela falou simplesmente, finalmente acabando com a dor dele – Mas, – Ele se sentiu gelar pela expectativa de começar tudo de novo – só como aviso, se você me trair eu não vou matar você, não mesmo. – Ela riu maldosa – Primeiro eu vou, pessoalmente, fazer você implorar por misericórdia, pra voltar a ser um verme humano sem nenhum tipo de poder... e eu vou atender seu pedido, não se preocupe. Só que depois disso, vou te jogar pra apodrecer nos campos de tortura do inferno sofrendo tudo de pior que você já fez cada alma humana passar pelo resto da eternidade. – Ela terminou um sorrisinho – Entendeu? –

— Sim. – Crowley respondeu engolindo em seco.

— Ótimo. – Ela bateu palmas – Então vamos lá, resumindo o plano, eu estou trabalhando aqui não por gosto obviamente... – Revirou os olhos com cara de nojo – Mas, eu sabia que os Winchester iam aparecer aqui no bar mais cedo ou mais tarde. –

— Faz sentido... mas e daí? O que vem agora? –

— Olhe, nunca fui adepta de raptos, nunca gostei quando as pessoas e criaturas entravam em pânico com a minha presença... por isso, eu não vou arrastar Sam para o inferno, ele vai me seguir até lá como um cachorrinho. – Ela riu – Sem sentir e nem olhar pra trás... vai ser lindo. –

— Vai seduzir o bebezão Winchester? –

— Por uma questão segurança emocional, afinal trato é trato e eu não tenho escolha a não ser entregá-lo. Eu não vasculho na mente dele... é arriscado conhecê-lo assim tão bem... – Confessou Catarina – Mas eu tenho total liberdade pra varrer cada detalhe dos pensamentos e lembranças do mais velho e lá eu soube de Jéssica, a namorada morta de Sam... ele está tão carente, mais tão carente, que não há meio mais eficiente do que esse. – Ela explicou.

— E Dean, o que vai fazer com ele? –

— Nada... ele não merece morrer. – Falou suspirando – O máximo que vai acontecer com ele, caso atrapalhe muito, é acordar de repente convencido de que é... sei lá... um ator chamado Jesen Ackles, ou algo assim... não vai se lembrar de nada e seguir a vida como um civil comum. –

— Genial – Crowley falou rindo um pouco – E já que não vai matá-lo, considera contar à Melissa que Dean não a atacou, que é tudo mentira e que ela pode correr pra os braços de volta pra os braços dele? –

— Eu até que gostaria, Melissa é uma ótima garota... mas isso ia me entregar, ela ia me odiar por não ter contado nada antes e revelaria aos Winchester quem eu sou de verdade: a coisa que eles estão procurando. |E aí meu plano já era. – Deu de ombros.

— É, mas o que você não está considerando é que se Melissa não está encarcerada e pode sair quando quiser, ela pode encontrar Dean por aí a qualquer momento, não estão tão distantes assim... –

Catarina xingou baixo – Eu preciso tirá-la da cidade, Crowley.... – Catarina se perdeu em pensamentos – Ela quer se vingar, mas, Dean não é uma possibilidade, nem muito menos os assassinos de sua família... os Winchester explodiram os cães do inferno e o mandante... bem, colocá-la no rastro do Arcanjo Sombrio também não é um opção... mas eu vou pensar em alguma coisa. – Respirou fundo.

— E além disso... há um feiticeiro na companhia de Sam e Dean. –

— Tire ele do meu caminho. – Ela foi categórica – Quem quer que ele seja, conhece meu rosto, tem muitas imagens minhas na dimensão mágicas. Arranje qualquer lugar e o mantenha preso. – Ela disse agarrando o braço de Crowley e riscando uns símbolos ali – Isso vai anular a sua magia e deixá-lo quieto, não mate, vou querer falar com ele. –

— Amanhã de manhã ele não vai estar com os Winchester. – Crowley sorriu.

— Ótimo. – Ela suspirou – Mais alguma coisa? –

— Só um garoto, Kevin, parece inofensivo. –

— Fique de olho nele, qualquer sinal de ameaça, coloque-o junto do feiticeiro. Me mantenha informada. – Falou empurrando Crowley pra fora – Não mate nenhum deles, ou quem morre é você. – Falou batendo a porta.

— Sem graça... – Resmungou o demônio atrás da porta.

— Eu ouvi isso. – Catarina gritou de volta.

Xx

— Sammy, para de olhar pra lá... – Dean criticou o irmão que não tirava os olhos da saída de funcionários – Você está parecendo uma criança esperando o carrinho do sorvete passar. –

— Eu sei – Sam baixou a cabeça um pouco sem graça – É só que... quando eu olhei a Kathe, eu senti a mesma coisa quando vi a Jess pela primeira vez, Dean. É estranho. –

— Acho que você só ficou impressionado pela beleza dela... – Dean falou tomando o último gole do drink da vez.

— É, talvez... – Sam ponderou, mas não parecia convencido – Você vai dizer que não achou nada demais nela? –

— Sammy, eu não posso achar nada demais nela. Já basta essa coisa entre Melissa e Catarina, eu não vou arranjar mais um problema. – Dean falou com uma expressão não muito boa quando a viu finalmente sair pela porta dos funcionários.

Ele não pode evitar perceber como aquele uniforme caia bem.

— Entende o que eu digo? – Ele perguntou a Sam, enquanto os dois a olhavam se aproximar – Problema. –

— Pra mim não. – Disse o mais novo.

— Vá em frente irmãozinho, eu acho melhor checar se alguém sabe de algum portão pra o inferno por aqui. – Falou Dean se levantado-se tentando não olhar pra trás.

— Hey! Você ficou! – Disse Kathe a Sam, debruçada em frente a ele sobre o balcão.

— Nós dissemos que esperaríamos. – Ele sorriu aceitando o drink servido pela mulher.

— O que há com o seu irmão? – Ela perguntou de cenho franzido -- resolveu entrevistar os clientes? –

Sam a olhava e realmente era como quando conheceu Jess, nunca mais havia sentido algo como aquilo.

— Ele está procurando pistas pra o nosso caso por aqui. – Sam respondeu.

— O que estão procurando? – Ela perguntou tocando o braço dele “casualmente” – talvez eu possa ajudar. –

Sam se sentia adolescente de novo, do tipo que se arrepia quando a garota faz o mínimo de contato físico que seja e fica sem saber bem o que dizer, não quer parecer idiota, mas também não quer parecer indiferente.

— Não acho que você já tenha ouvido falar, não é uma criatura em si... – Falou tentando soar casual.

— Não estão atrás do famoso Portão para o Inferno de Fort Wayne, estão? – Ela perguntou sorrindo meiga pra ele enquanto colocava duas doses de vodka para dois homens que saíram rapidamente.

— Na verdade, sim. – Ele disse observando-a enquanto serviu bebida para si mesma e num impulso sentou no balcão com as pernas cruzadas, apoiando o peso do corpo sobre um dos braços e fazendo círculos na pele exposta da coxa. Ela não o olhava diretamente, mas sabia que estava sendo admirada – Todos aqui, mesmo os leigos, já ouviram alguma história sobre esse portão... levam como lenda, existem várias versões sobre a localização e como abri-lo – Essa parte não era mentira – Seu irmão perde tempo conversando com eles, vão apenas confundir as ideias dele. –

— Entendo, mas Dean é cabeça dura e não está passando por um momento fácil. – Ele respondeu, perdido entre observar a maneira delicada como passava os dedos sobre a pele das coxas, que eram tão bonitas quanto todo o resto dela e o movimento leve que seu busto fazia ao respirar.

— Problemas de ordem feminina? – Ela quis saber.

— Pode-se dizer que sim. Duplo problema feminino. Bastante complexo. – Sam foi um tanto seco.

Catarina percebeu o incomodo na voz dele e resolveu usar isso a seu favor.

— Quem são as moças? Seu irmão é bonito, elas devem ser igualmente interessantes. –

— Melissa e Catarina. – Sam respondeu ainda mais seco.

— Catarina é um belo nome aposto como a dona também é. – Ela gargalhava por dentro.

Sam não deu resposta, de cenho franzido.

— Ah, Sam, desculpe se disse algo que chateou você – se fez de inocente, tocando o queixo dele – Sabe, você ainda mais lindo quando sorri. –

Sam a olhou e não evitou fazer exatamente o que ela havia dito e sorriu, perdido no encanto de Kathe.

— Não, você não faz nada Kathe, foi apenas algo que passou pela minha mente. – Ele desconversou.

— Sammy, vamos. – Chamou Dean de longe – É melhor descansar um pouco. –

— Prometa que volta amanhã. – Disse Kathe a Sam, pegando em sua mão como quem não quer nada – Vou olhar nas coisas do meu pai e ver se acho alguma coisa sobre o portão. –

— Que horas vai estar aqui? – Ele perguntou meio bobo.

— Toda a tarde. – Ela sorriu.

No entanto quando os irmãos deram as costas, foi em Dean que ela fixou o olhar. “Duplo problemas feminino, Dean? Seria um pena se você ficasse ainda mais confuso, não?” Catarina pensou consigo, orgulhosa por seu plano já dar indícios que ia bem.

Xx

“Uma ligação apenas não faria mal a ninguém... era só não dizer onde estava.”

Era o que pensava Melissa antes de discar o número de Bobby. Agora o número chamava, ela esperava que funcionasse.

A voz confortante de Bobby atendeu.

— Alô? – Ele não conhecia aquele número.

— Bobby, é a Mel. – Ela disse já chorando.

— Mel! – A voz dele se alegrou – Onde você está, menina? Está bem? – Ele desatou a falar.

— Calma. – Ela riu um pouco – Estou bem, estou com Catarina, não sei muito sobre ela ainda, mas é amigável e está tomando conta de mim. –

— Catarina? – A voz de Bobby mudou – Mel, onde quer que esteja, saia daí, volte para o ferro velho! Dean e.... – A ligação ficou péssima.

— O que disse? – Melissa não escutava bem – Bobby? –

No fundo do ruído de interferência Melissa ouviu um grito de Bobby, não era algo bom, parecia estar sendo atacado. A garota perdeu o fôlego.

— Bobby? – Ela chamou mais um vez quando um silêncio sepulcral se instalou, ninguém lhe respondeu. – Não. – Ela disse, abraçando os joelhos por um momento e então respirando fundo voltou a erguer a cabeça – Aguente Bobby, eu vou achar você, minha vingança pode esperar. –

Melissa se levantou da cama, juntou algumas coisas numa mochila, deixou um bilhete para Catarina e pegou a estrada. Não sabia o que faria ainda. Mas não ia perder seu segundo pai.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram, detestaram, amaram? kkkkkk
Até o próximo, gente!



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