Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 15
Devil's Trap


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, um MUITO obrigada, de todo o meu coração, à BailarinaDePorcelana que recomendou a fic! *.* Garota, sou sua fã!
Obrigada tbm a todos que acompanham, favoritam e comentam a cada capítulo! É uma felicidade sem tamanho gente, sério! kkkkk

Ok, vamos lá:

Geeente! Demorei, mas cheguei! kkkkkkk Novo Capítulo, muita coisa acontecendo, acho que todos tiveram um pouco de foco, gostei disso, pessoalmente, estava com saudades de mostrar alguns dos personagens.
Yeeeey!
Agora, eu não tenho muitas coisas mais a falar, só peço que leiam as notas finais, porque tenho uma pergunta séria pra vocês e seria ideal que todos respondessem!
Bjs, queridos.
Boa leitura.



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Desde que Sam havia partido com Bobby, tudo havia virado de cabeça pra baixo no ferro velho e mesmo que eles tivessem trazido tantas outras pessoas consigo, Dean se sentia muito melhor por tê-los por perto novamente.

— Eu já entendi o porquê de Catarina estar em Melissa! - Dean interrompeu o falatório impaciente, andando de um lado para o outro - O que eu quero saber é quem diabos é está mulher? O quanto ela é perigosa? –

— Eu vi nos livros que ela... – Sam começou.

— Esses livros tem muito floreio e pouquíssima verdade. – Cortou Emanuel, fazendo uma careta.

— Você sabe mais do que os livros? – Duvidou Sam – Quem escreveu ali com certeza sabia o que falava. –

— Nenhum livro sai da dimensão mágica sem aprovação das manda-chuvas. – Informou Emanuel – Catarina tem a melhor linhagem mágica nas veias, e é imprevisível. Então, ninguém falaria a pura verdade nos livros. –

— Mas é claro que você conhece toda a verdade, você sabe de tudo! – Bobby estava um pouco irritado.

— Eu sei o que o meu povo e suas histórias contam, mas se tem alguém aqui que sabe de tudo, é o Cavalo de Fogo, logo ali. – Ele apontou Noite, que bufou em protesto.

Todos o interrogaram com o olhar.

— Catarina é minha amiga... – Ele começou.

— Você tem péssimas amizades, pelo visto, Spirit. – Dean resmungou – Catarina é uma grande filha da puta.

O olhar do animal se afiou.

— A noite foi boa, caçador? –

— O que? – Dean perguntou confuso.

— Você sabe do que estou falando. – O cavalo afirmou carregado de ironia – Foi boa? –

O caçador engoliu em seco, fitando o animal.

— Então, Catarina não é tão péssima assim. – Se cavalos sorrissem, Noite teria sorrido maldosamente.

— Do que você está falando, pangaré?! – Dean avançou até ele com certa raiva, o ameaçando com uma espécie de faca de combate.

— Não era Melissa aquela com quem você passou a noite. – O animal falou pausadamente, sem medo algum da lâmina – Agora, abaixe isso. – O animal tirou a cara da janela e saiu trotando se afastando da casa, se enfiou no celeiro.

— Ótimo, você irritou ele. – Bobby foi até a cozinha. Não deixando claro se não tinha assimilado o que Noite dissera, ou se estava apenas ignorando.

— Eu vou... atrás dele. – Disse o anjo suspirando e então saiu da casa.

Xx

Castiel chegou até Noite, mas não falou nada a princípio, estavam se dando cada vez melhor e o Mustangue naquele momento parecia preferir o silêncio. Noite estava de costas para o anjo, riscando os cascos no chão.

— Sabe qual é a pior parte disso tudo, Castiel? – Ele finalmente falou.

— Não. Qual é? – Incentivou.

— Apesar de tudo, eu sei de todo o lado bom que existe nela. Eu sei que minha amiga não tinha muitos problemas em ceifar algumas vidas e ainda não tem problema em mentir até pra mim.... – Ele bufou – No entanto, ela já está muito melhor, hoje Catarina anda na corda bamba, mas ela já foi tão má, que cheguei a acreditar que não havia mais um caminho de volta. – Ele olhou o anjo pela primeira vez naquele monólogo – Mas houve, felizmente. É por isso que eu jamais a deixarei pra trás, eu tenho fé no que há de bom nela. Eu sei que ela é capaz de morrer, ou passar por coisa pior por quem tem apreço. Afinal, Catarina já salvou minha vida e até desculpou o diabo. Dessa parte eu tenho raiva, mas ela foi generosa. – Ressalvou, rindo um pouco – E aí veio a maior prova de que pode sim haver algo que se aproveite naquela louca: ela se sacrificou pela humanidade. –

— Eu entendo... – Castiel suspirou – Sei como é ter fé em algo, ou alguém que quase mais ninguém tem. – Ele deu de ombros – Por isso você tem raiva que alguém fale dela, não é? –

— É isso mesmo, anjo. –

— Mas ela passou de todos os limites ao enganar Dean. –

— É, eu sei, Cas. Posso te chamar assim, não posso? –

— Cas... – O anjo pensou um pouco – Gostei de como soa. – Sorriu .

— Veja bem, eu não disse que ela era boazinha. Eu não minto, Cas.–

O anjo baixou os olhos e riu um pouco.

— Acha que ela vai fazer algum mal à garota? –

— Acredito que não... – Houve um pouco de silêncio entre os dois, mas não era algo incomodo. – Castiel, me faz um favor? – O anjo concordou – Diga aos Winchester que vão à Fort Wayne em Indiana, há um portal para o Inferno lá. O menos perigoso. Deseje-os boa sorte por mim. –

— Você não vai? – Questionou o anjo

— Os encontrarei mais tarde. – Disse o animal – Você vai dar o reca... – Castiel não estava mais ali, havia simplesmente sumido, como gostava de fazer. – Acho que isso é um sim. – Resmungou o animal.

Xx

A noite já caia quando Sam, cansado de esperar seu irmão sair do quarto, resolveu entrar.

— Hey, Dean? – Chamou Sam batendo na porta.

— Entre. – Respondeu o outro de mal humor.

Sam sentou de frente para o irmão e o encarou por alguns momentos.

— Então, quer falar sobre o assunto? –

— Eu não sei Sammy... – Dean apertava as têmporas – Acho que não assimilei direito ainda. –

— Entendo... não quer falar sobre você e a Mel? – Sugeriu casualmente.

Dean levantou a vista pra o irmão e respirou fundo.

— Ela é encantadora Sam. Mel tem tudo que falta em mim, ela me fez lembrar como é ser feliz e não estar sempre esperando que alguma coisa vá aparecer pra matar. – Contou Dean.

Sam ficou em silêncio por um momento.

— Mas, Dean, ela é... muito nova. Além do que, isso não foi cedo demais? Todo esse envolvimento, sabe, é muito recente... –

— Eu não sei explicar, Sammy, sinceramente. Mas agora mudou, entre eu e a Mel não aconteceu nada realmente— Ele enfatizou – sabe? Era Catarina, foi com essa criatura que eu dormi. – A raiva transbordou em sua voz.

— Por que tanta raiva? – Sam perguntou vagarosamente.

— Por que? – Ficou de pé, andando de um lado pra o outro – Que droga, você ainda pergunta? Essa criatura me enganou perfeitamente, me fez de idiota, fez Melissa de refém dentro do próprio corpo e a levou junto com ela pro inferno! E você ainda pergunta? –

Sam ficou calado mais uma vez observando o irmão por um tempo e então falou.

— Sabe o que é Dean? Eu sou seu irmão, eu já te vi com raiva antes e eu sei que há algo de diferente. – Sam pegou o irmão pelos ombros fazendo-o olhar pra si – Tem algo a mais nessa raiva e eu me arrisco a dizer o que é! –

— Ah é? Então o que é, Gênio? –

— Depois que transaram você se envolveu de verdade, se você estava realmente gostando da Mel, se apaixonou... E agora que sabe que a mulher que dormiu com você não era a Mel, isto está fritando os seus miolos! – Sam apertava os olhos, desafiando Dean a desmenti-lo.

Seu irmão mais velho se soltou e se virando para a janela, apoiou o braço na parede e encostou a cabeça nele, olhando a vista que tinha, não era bonita, mas era mais confortável que encarar Sam e a verdade que ele estava jogando no ventilador.

— Dean? – Chamou o irmão.

— É isso, ok? – Ele admitiu, virando-se para o irmão – Você está certo. – Engoliu em seco – Mas eu não tenho tempo pra pensa nisso, eu tenho que encontrar a Mel. –

— Nós vamos encontra-la, a gente sempre consegue. – Sam falou tentando aliviar o clima.

— Espero que esteja certo, Sammy. –

— Eu estou. Relaxa. – Disse Sam, abraçando o irmão – Até porque já sei aonde vamos pra resolvermos isso logo de uma vez. – Dean franziu o cenho – Noite deu uma localização à Castiel, estamos saindo em breve, certo? –

— O mais rápido possível. – Concordou Dean, sorrindo.

Xx

A escuridão da inconsciência terminou para Catarina. Ela abriu os olhos de uma só vez, ainda estava no inferno, mas não compreendia porque estava deitada numa pedra de mármore fria. Se esticando, sentou-se e só então percebeu o tom de pele mais alvo daquele corpo, a leveza, as fendas exageradas e o tecido daquele vestido branco, Catarina sorriu involuntariamente, passou a mão pelos cabelos e sentiu os fios longuíssimos e castanho escuros. Era seu corpo, ela estava de volta.

— Nem um fio de cabelo fora do lugar em mil anos. Parabéns. – Era Crowley.

— Já tinha esquecido como é ser assim, tudo sempre no lugar. – Ela disse sem medo de ser presunçosa, deslisando as mãos por seu corpo.

— Suponho que queira isto. – Disse Crowley caminhando até ela, lhe mostrando um espelho.

A mulher se olhou naquela superfície. Estava exatamente como se lembrava, seu rosto mantinha a mesma proporção e simetria perfeitos, a boca muito bem desenhada e vermelha e os olhos que mudavam de cor, ainda mais expressivos em seu corpo original.

Passando a mão pelo pescoço, sentiu falta de algo.

— Devolve. – Ela rosnou ficando de pé – Não tem graça. –

— Não se zangue – Disse Crowley, rindo de lado – É uma joia valiosa. E você sabe como são demônios, sempre oportunistas, só quis impedir que roubassem de você. –

— Como se você não fosse um, não é mesmo? – Catarina disse livrando os cabelos e se abaixando um pouco para que Crowley atacasse o medalhão em seu pescoço. –

— Já soube do que Lúcio aprontou por suas costas? –

— É, eu ainda pude ouvir... – Ela perguntou casualmente – Qual a obsessão com os Winchesters? –

— Aqueles dois sempre tem algo interessante à oferecer. Mas o grande porquê está guardado às sete chaves pelo poderoso chefão. – Crowley revirou os olhos.

— Estive pouco tempo com Dean – Ela sorriu de lado maliciosamente – e Sam, eu não conheci pessoalmente, mas são igualmente... interessantes. – Ela piscou pra Crowley.

— Pelo visto, já superou seu affair com o grandão alado, do andar de cima – Crowley ergueu as sobrancelhas enquanto falava.

Catarina andou até Crowley e o abraçou e cochichou no seu ouvido.

— Ah Querido, não precisa se fazer de amigo, eu sei que você não é. – Rindo, ela se afastou dele – Onde estão Lúcifer e a menina? – Ela questionou.

— Naquela porta à esquerda. – Indicou Crowley – Não se espante com o que vai ver, sabe como ele é cauteloso com suas mentiras. –

— Eu sei. – Catarina resmungou andando até a porta – À propósito, adiantando, onde vou achar os Winchester quando sair daqui? –

— Bem, eles com certeza estão tentando entrar no Inferno e tendo alguém tão bem informado quanto Noite, eles devem estar indo até Fort Wayne, Indiana. Lá está um dos menos perigosos portões. –

— Algo me diz que o preço de uma informação assim será alto. – Catarina o encarou.

— Cortesia... – Ele foi irônico – Depois negociamos. –

Catarina dirigiu-se à porta e logo sentiu uma energia atrás dela, era o Arcanjo Sombrio aprontando das suas.

Ela abriu a porta e foi como se estivesse em outro lugar completamente diferente, era a porta principal de uma casa no campo. Uma ilusão, por certo, mas muito convincente apesar do leve ar de sonho. A sala de estar era confortável e convidativa.

Em uma poltrona enorme estava Lúcifer, ou Lúcio, como se apresentava à garota. Ele ria e se divertia, enquanto Melissa tapava os ouvidos de olhos fechados, algo estava errado.

Ao colocar um pé dentro daquele lugar ela se tornou parte daquela fantasia, sua roupa se tornou algo parecido com o que ela usou enquanto estava dentro de Melissa. Jeans e camiseta. E de alguma forma soube que seus olhos furta-cores não podiam ser notados, já que os do Arcanjo Sombrio também não podiam. Eram um tom de castanho amarelado. Catarina se parecia humana, isso não era exatamente algo que ela gostasse, mas ajudar aquela garota, era mais urgente que reclamações de aparência.

Xx

Melissa olhava ao redor, aquele lugar, aquela casa simples, mas com um toque sofisticado no campo, tinha uma ar de sonho, de estar fora da realidade.

Mas, o que ela mais se perguntava era como não se lembraria de ser atacada por Dean, o cara em que ela tinha confiado instantaneamente e por quem estava... apaixonada. E mais do que isto, Melissa se perguntava qual a sua última memória no ferro velho e a resposta parecia vaga, pra ser sincera nem tinha uma resposta.

Por isso era bom ter alguém por perto, Lúcio era tão amigável e sua voz era tão confortante e sempre que ela tinha alguma dúvida, ele respondia com tranquilidade e com tanta segurança, que não havia como não acreditar nele.

Em um determinado momento ele fez umas perguntas esquisitas e que quando Melissa estava prestes a dizer que não fazia a mínima ideia do que ele estava falando, a resposta vinha em sua mente instintivamente. E no fim das perguntas, ela aparentemente havia lhe dado a localização de alguma coisa.

Aquilo havia sido bizarro, porque envolvia o homem misterioso numa túnica preta e jeito triste, olhando fixamente para um lugar fechado, que ela sempre via quando ficava sem a pulseira. Melissa ficou nervosa e desatou a fazer perguntas. Então, Lúcio se sentou perto dela e a abraçou, dizendo que ela era especial e que era normal que estivesse assustada, mas que estava tudo bem, que ela não precisava se preocupar, que estava segura.

Algo dentro da garota gritava para que ela saísse dali correndo, mas a voz tranquila e tão convincente de Lúcio fez ficar, acreditar que estava tudo bem.

— Lúcio, você acha que Bobby sabia do que poderia acontecer, sabe... Dean ter feito isso comigo. – Ela perguntou apertando a nuca.

— Bobby? Eu acho que não... nem Sam, eles pelo que andei sondando por aí, são inofensivos. – Falou abrindo um sorriso inocente no fim da sentença – Aparentemente o único monstro ali é Dean. – Deu de ombros.

— E... o que eu faço agora? Sabe... eu deveria ficar com Bobby e seguir a vida, achar quem matou meus pais com os Winchester, mas tudo mudou agora. Estou perdida. –

— Ah, querida... – Falou ele mais uma vez complacente – Já lhe falei de Catarina, não já? – Melissa concordou – Ela andou tendo uns problemas nos últimos tempos, mas ela logo vai estar aqui conosco, Catarina gosta de você, criança. Com certeza ela vai ajudar... – Ele se esticou um pouco – Quanto a Dean... você sabe atirar? –

— Sei, eu atiro muito bem... – respondeu casualmente até que percebeu o que exatamente ele queria dizer – Está sugerindo que eu mate Dean? –

— Eu estou sugerindo que faça justiça, querida... ele pode não parar em você, quer que outras meninas passem pelo que você passou? –

— Eu sei... mas eu nem me lembro de nada... – Falou Melissa tristemente.

— Pra você ver como foi forte o trauma, meu bem. Mas, quando você menos espera as lembranças podem voltar... – Ele deu de ombros, mas sorria por dentro.

Melissa começou a sentir uma dor bastante forte na nuca, como se algo quisesse entrar ou sair, ela se ouviu gritar e pedir socorro, mas não via nada. A garota fechou seus olhos e tapou os ouvidos mas os gritos em sua mente continuavam. Era perturbador, ela ouvia a respiração forte e masculina, era Dean. Melissa estava se apavorando.

E de olhos fechados, ela não sabia que Lúcio, ou na verdade, Lúcifer se divertia criando uma falsa e dolorosa lembrança.

— Melissa. – Uma voz feminina, forte e decidida lhe chamou, tirando a garota daquele pesadelo acordado.

A menina voltou a abrir os olhos e encarou uma mulher muito bonita, talvez a mais bonita que já havia visto.

— Eu sou Catarina. – A mulher disse – Espero que esteja bem. – Ela sorriu.

— Eu só estava perdida numa memória ruim. Foi ótimo que tenha aparecido pra me tirar disso. – Melissa falou sem humor nenhum.

— Não se preocupe, criança. – Catarina disse, se certificando de proteger a mente da garota contra o Arcanjo Sombrio, embora não pudesse fazer mais nada com o estrago que já havia sido feito. – Nós vamos pensar em algo, certo? –

— De onde você me conhece? – A garota perguntou.

— Conheci sua mãe. – Ela improvisou – Mas, enfim, não pense nisso agora, na verdade, não pense em nada, certo? Mas eu vou ajudar você quando saímos daqui. Pode ser? –

— Tudo bem. – Melissa respondeu quase instintivamente.

Era bom saber que tinha alguém pra ajudar, mas ela queria mesmo um tempo naquele momento.

— Fico feliz. – Catarina respondeu com satisfação – Fique bem aí, vou ter uma conversa com Lúcio. –

— Certo. – Respondeu Melissa mais uma vez no automático, se acomodando no sofá.

Catarina atravessou a sala, chegando a uma nova porta.

— Vamos. – Ela sibilou para o Arcanjo Sombrio que ainda não havia se mexido.

— Como queira, querida. – Disse ele saindo ao lado de Catarina.

Atravessar aquela porta era como se tivesse acabado de acordar de um sonho, estavam de volta à sala do Trono de Ossos e nenhum dos dois pareciam mais meros humanos.

— Qual o ponto de induzir Melissa a matar Dean Winchester? – Catarina falou alto o quanto quis, a garota não iria escutá-la.

— Por que? – Lúcifer livrou-se das máscaras de complacência e bondade. – Algum apreço em especial por Dean? –

— Isso não tem nada a ver com ele. – Catarina falou e nem ela mesma sabia se era verdade ou não – E eu disse que queria Melissa fora disso! – Ela avançou para Lúcifer – Era uma condição. –

— Então faça você mesma... – Ele deu de ombros – Salve a menina de ser uma assassina sem causa, ou melhor, de causa falsa. – Riu de lado, parecia se orgulhar de sua armação. – Mate Dean. –

Catarina não conseguia enxergar qual o real motivo para tanta urgência em ver Dean morto. Mas, sabia que Lúcifer tinha outros objetivos e também sabia como os objetivos ocultos daquela criatura poderiam ser perversos.

Manteve-se em silêncio, esperando por mais do show do Arcanjo Sombrio.

— O que me diz, querida. Não vai salvar a pequena indefesa? – Ele disse com seu tom persuasivo – Você não quer tanto redenção por todo o mal que praticou? Ajude a garota. –

Catarina sentiu o velho queimor nas mãos que sentia sempre que estava prestes a sair do sério.

— Enlouqueceu? – Ela perguntou cerrando os olhos e as mãos, que já começavam a flamejar – Você não está falando com um menina, muito menos com alguma imbecil – Ela esbravejou a última palavra avançando em direção a ele, que deu alguns passos para trás – Não tente me manipular, não tente colocar ideias na minha cabeça, porque isso não vai funcionar! – Ela o segurou pela gola da roupa sem preocupações com delicadeza, queimando parte do tecido, assustadoramente enfurecida – Nós temos um trato e eu vou trazer Sam pra você, mas Dean não está incluído. – Ela o largou e respirou fundo, perder o controle nunca foi sua parte favorita – E não importa o quanto você queira vê-lo morto, quem decide o que acontece com o caçador sou eu. Entendeu? – Falou de maxilar travado.

— Como eu poderia lhe negar algo? Logo a você, tão espetacular de volta a seu corpo e com toda essa fúria... já vi isso antes, digo, toda essa violência, e eu adorei o resultado. – Provocou.

— Então, aproveite a visão. – Ela falou maliciosamente dando as costas – Vou levar Melissa comigo. Entro em contato quando tiver Sam em mãos. – Foi a última coisa que ela disse antes de cruzar a porta no caminho de volta.

O Arcanjo Sombrio cantarolou, sentando-se em seu trono. Agora era só esperar para as coisas começarem a caminhar.

Xx

Melissa estava cansada de ter parte de suas memórias faltando. Uma hora estava numa casa de campo, com Lúcio e agora estava em Indiana, Fort Wayne, com Catarina, que parecia amigável e simpática, apesar de esquivar da maioria das perguntas da garota.

Agora sua amiga/guardiã estupidamente perfeita havia saído pra sei lá o que, Melissa havia tomado a liberdade de decisões sem consulta alguma, já que estava começando a ficar cansada de ser enrolada a respeito do que havia combinado com Catarina: sua vingança contra os assassinos de seus pais e contra Dean.

Havia uma caixa de tonalizante e muitas mechas de cabelo jogadas no canto da pequena e discreta casa em que estavam. Os cabelos de Melissa não eram mais castanho claros, nem muito menos longos.

A garota se encarava no espelho rachado, os cabelos pretos e consideravelmente menores. As mechas bastante irregulares, haviam lhe retirado toda a doçura da sua expressão, haviam deixado seus olhos verdes com ar agressivo e não mais de fragilidade.

Melissa estava cansada de ser a garotinha que todos cuidam, cansada de ser frágil, meiga e servil. Havia passado da hora de crescer.

Então, brincando com uma faca nas mãos, ela planejava algo.

— Hora de voltar para o inferno, Dean. – Ela sibilou apertando o cabo da lâmina.

Xx

Havia sido uma viagem longa até Fort Wayne, Kevin e Emanuel haviam ficado dormindo no velho Motel que haviam arranjado pra ficar. Já Dean e Sam, precisavam tomar alguma coisa e se preparar para o que estava por vir, que com certeza não seria nada fácil.

— Whisky duplo – Pediu Dean ao sentar-se com o irmão no balção de um bar qualquer da cidade

— O mesmo. – Disse Sam ao lado do irmão.

— Vou acompanhar os rapazes. – Disse uma voz feminina e forte.

Os Winchester se viraram ao mesmo tempo e se surpreenderam. A mulher usava uma regata vinho justa e shorts curtos, sua pele era perfeitamente branca e os cabelos castanho escuros pendiam em um dos ombros numa trança bastante cheia, seu rosto e corpo eram indescritíveis, capazes de fazer o mais fiel dos homens ter pensamentos mais impuros que o pior dos cafajestes.

Essa era Catarina, que com seus olhos parados num belo tom amarelado, ria por dentro pela expressão dos irmãos. Aquilo ia ser fácil como respirar.

— Desculpe me intrometer assim, mas é que eu vi que são novos por aqui, nunca os vi no bar – Se fez de inocente -- resolvi me apresentar. Sou Kathe, vocês são... – Ela disse olhando os dois com atenção.

— Eu sou Sam e este é meu irmão, Dean. – Sam ria um pouco bobo – Vamos passar uns tempos na cidade. –

— Sejam muito bem-vindos, rapazes. – Ela sorriu cordial – Tenho certeza que vão adorar Fort Wayne. – Então ergueu um brinde.


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Notas finais do capítulo

Oook! Espero que tenham gostado de mais esse capítulo tbm! ;)

Agora, a pergunta: vejam bem, a fic está tomando um rumo diferente do que eu havia pensado... vocês percebem que temos duas personagens femininas agora, e eu adoro juntar casais(



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