Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 12
Deals and Distractions


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu disse que postaria esse cap ontem e ele estava pronto, mas não revisado, por isso achei melhor esperar pra postar corrigido e tal.

Esse é um dos meu caps preferidos, particularmente. Isso porque eu a.d.o.r.e.i escrever uma dessas cenas que vocês vão ler. ;p Não vou me prolongar muito nem nada.

Espero que gostem, meus queridos. Vejo vocês lá em baixo. E não se esqueçam dos reviews, ok? Bjs da Vi.



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Catarina estava longe de ter todos os seus poderes, na verdade, estava bem mais frágil do que costumava ser. Mas mesmo assim, continuava sabendo interpretar uma situação e dar uma espiada na mente alheia.

Dean era um homem interessante, havia passado por momentos difíceis, o inferno, literalmente. Não tinha fé, mas era forte. Não era de se espantar que a garota Melissa estivesse apaixonada.

E se lembrando da Chuva de Sangue de mais cedo e de todo o resto do dia, que já acordada Catarina havia assistido como a um filme. Chegou a conclusão que ele também sentia o mesmo por ela. O que não era ruim, um homem apaixonado era sempre manipulável.

— Dean, porque não confia em Noite? – Ela perguntou se concentrando em parecer a garota, mas não era fácil imitar alguém que conhecia tão pouco.

— Você ainda pergunta Mel? – Dean ria – Depois de todas as esquisitices dele, de mostrar como explodir a sua casa, ou como simplesmente apareceu do nada na frente do meu carro? –

— Ah, sim, eu lembro disso. Mas ele nunca fez mal, só faz essas coisa pra me proteger, não tem porque não confiar nele. – Falou imitando a voz meiga da menina, que chegava a lhe dar um pouco de náuseas.

— É, tem razão. – Dean respondeu quando entraram na casa – Vou tentar relaxar com o pangaré. –

— Não o chamaria assim se soubesse sua origem. – Catarina disse se aproximando do homem, que além de todo o observado, era bonito demais para um simples humano, ele a lembrava de alguém.

— E você sabe, Mel? – Dean franziu o cenho – Pensei que ele tivesse aparecido pra você do nada, um Mustangue selvagem e desconhecido, certo? –

Ela gelou, mas não transpareceu.

— Exatamente. Um Mustangue selvagem é muito mais nobre que um pangaré, não acha? – Catarina contornou o deslise. Precisava olhar melhor nas mentes por ali se não quisesse ser pega, afinal, pelo que tinha visto, Dean era um excelente caçador. Engalá-lo não seria a mais fácil das tarefas.

— É, pode ser. – Ele riu, mas parecia um pouco desconfortável, talvez desconfiado – Você gosta de sair noite, não é? – Ele perguntou ainda com a mesma expressão estranha.

Catariana precisava de algo para tirar o foco de Dean das pequenas imperfeições que ainda haviam na encenação, então se aproximou um pouco mais dele, mais do que o necessário. Havia uma saída pra aquilo, porque por mais que ele fosse inteligente, ainda era um homem e o pior, era um homem apaixonado, consequentemente um tolo e cego e quanto mais enredado, mais manipulável. Feiticeiras sabiam muito bem como enredar um homem.

— É, eu gosto da noite e o cavalo é um ótimo confidente. – Ela o olhava do jeito que sabia que era irresistível.

— Bem, não é como se ele pudesse espalhar os seus segredos. – Dean falou respondendo ao olhar dela.

— Sabe, eu acho que hoje não era um segredo... – Ela disse ficando na ponta dos pés, beijando o canto queixo do homem – só precisava tomar coragem... – Ela forjava a fragilidade, como se fosse difícil pra ela fazer aquilo – … pra continuar... – Então, com a mão espalmada no peito de Dean o beijou sem pressa, enquanto suas mãos passeavam pelo local, aproveitando para dar mais um olhada no interior da mente do caçador..

— Mel... – Ele tentou falar algo. Mas a mulher o silenciou.

— Você se preocupa demais, Winchester. Relaxe um pouco. – Ela usou uma fala de Melissa, o que pareceu diminuir a tensão do caçador, que apertou o corpo dele contra o dela e intensificou o beijo.

Catarina se continha um pouco, não achava que Melissa fizesse o tipo selvagem, nem sabia se ela já tinha transado com alguém antes. Mas o que importava era que a distração estava funcionando. Humanos sempre foram fáceis de seduzir.

Dean sentou quem ele achava ser Melissa numa mesa próxima. Catarina suspirou, como se aquilo fosse completamente novo pra ela, como Melissa provavelmente reagiria. Manipulação e fingimento eram artes antigas, que ela dominava com perfeição. No entanto, mesmo que não houvesse novidade naquela prática, não era como se não estivesse sendo bom. O caçador era um homem maravilhoso e sabia do que uma mulher gostava, não havia como não ser ótimo com alguém como ele que, ainda de quebra, de alguma forma, trazias boas lembranças à mente da Feiticeira.

Catarina abraçou a cintura dele com as pernas, o trazendo pra si e tirou a blusa do homem, deslisando as mãos com leveza por sua pele e o beijando de maneira envolvente, como as mulheres de sua cultura sabiam. Quando ele a olhou de volta, ela soube que havia conseguido. Sedução era também uma arte antiga dominada com habilidade.

A noite seguiu longa e se Dean tivesse alguma ideia do quão enganado estava sendo, não estaria aproveitando tanto. Pra ele, era a doce Melissa em seus braços.

Xx

Noite trotava de um lado para o outro em frente à casa. Catarina não deveria ter mais do que 20 por cento de seus poderes e mesmo assim, era o suficiente para armar das suas. A casa estava bloqueada, Noite não conseguia alcançar nem a soleira sequer e ele sabia muito bem o que ela estava aprontando, conhecia as técnicas de sua amiga. E não saber o que ela pretendia ao certo era perigoso.

— Você de novo? – Perguntou uma voz meio rouca e séria, às costas do animal.

Noite se virou, era o anjo Castiel.

— O que faz aqui? – Pensou o animal um tanto mal-humorado – Não deveria ter conseguido me seguir. –

— E eu não segui. – Respondeu o anjo – Não vim aqui por você ou em busca da feiticeira, vim ver Dean Winchester. Eu o tirei do inferno recentemente. –

— Por que faria isso? – Questionou Noite.

— Recebi ordens de tirá-lo de lá, não sei exatamente o porquê. –

— Soldados. – Noite resmungou para si mesmo – Bem, acho que está com sorte alado. Matou dois coelhos numa cajadada só. – O animal pensava que, na atual situação, ter o anjo ali não era de todo o mal.

— Então resolveu entregar a garota e a feiticeira com ela? – Castiel ria.

— Não. Mas acredito que vamos ter de nos unir. – Noite parou para encará-lo – Catarina acordou e não acho que ela seja a mais confiável das criaturas no momento. –

— Isso é impossível. – Desacreditou o anjo – Já teríamos sentido a energia. –

— Ela alterou o amuleto da garota para continuar deixando-a passar desapercebida, mas no controle do corpo. Ela está lá dentro agora, brincando de ser Melissa e fazendo o que bem entende com o caçador. – Noite deixou claro ao que se referia.

Castiel franziu o cenho para o animal.

— Ela não pode estar fazendo fazendo isto, ela é compro... você sabe... – Ele parecia achar absurdo.

— Elas separam muito bem sentimentos dos aspectos físicos. Não tente entender. – Noite falou rapidamente, como se pretendesse mudar logo de assunto.

— Mas as histórias que contam no Céu são outras... amor e sacrifício. – Ele parecia desapontado, apesar da postura séria.

— Não são mentiras, mas Catarina é louca – Eles estavam lado a lado, olhando a casa com apenas um cômodo em meia luz – e Dean pensa que tem a garota por quem está apaixonado nos braços. –

— Será uma decepção pra ele e para meu chefe quando descobrirem. – Castiel balançou a cabeça negativamente – Já tentou entrar lá? –

— Pode ter certeza. – A voz do animal era triste – Fique livre pra tentar entrar, mas eu garanto que não vai conseguir e a sensação não vai ser agradável. Além do que, não temos mais o que fazer por agora, ele já está perdido. – Noite bateu os cascos no chão – Mas acho que os planos mudam agora para nós, não acha? –

— Talvez. – Disse o anjo com os braços para trás – Acho que devo reportar isso ao meu superior. –

— Não faça isso. Ele não pode vir a terra por conta da barreira, Miguel vai se agradar e acredite você não vai querer vê-lo furioso. – O animal bufou.

— Eu sei como é... – O anjo deu de ombros

— Não, não sabe. Eu garanto. –

— E o que sugere, então? – Castiel olhou Noite intrigado.

— Eu sugiro que trabalhemos juntos, meu caro. Não faremos muita coisa sozinhos. –

— Não sei se é adequado que trabalhe com você. –

— Miguel só vai saber disso se um anjo o reportar e pelo que eu sei você é o único por aqui. Além do que, se você solucionar a questão, vai ser o melhor anjo do Céu, talvez seja promovido. – O animal riu da cara que o alado lhe mandou – Se você vê outra saída, por favor me deixe saber. –

Castiel ficou em silêncio por um tempo.

— Tudo bem. – Concordou – Qual o plano? –

— Venha até o celeiro, é mais discreto. – Disse lançando um olhar à casa do ferro velho.

Xx



Antes de agirem, Bobby e Sam observaram a cena. Três homens intimidavam Kevin, claramente eram três demônios. O terceiro deles trazia um refém consigo, que usava uma túnica vinho, velha e puída.

— Foi aqui que pegou o livro, seu imprestável? – Perguntou o demônio que fazia o homem de refém, o sacudindo.

— Sim. – respondeu o refém.

— Olha, podem levar tudo, tudo. Não vou avisar à polícia nem nada. – Dizia Kevin com as mãos erguidas apara o alto.

— Cale a boca, garoto. A polícia? Francamente, como se fosse fazer alguma diferença. – Falou um dos demônios.

— Só quero o resto dos livros. – Falou o refém.

Kevin apertou os olhos para o homem e pareceu reconhecê-lo.

— Ei, você é o tal de Emanuel que levou meu grimório e não devolveu! Olha, se eu não tivesse tirado xérox, eu estaria muito chateado, mas eu não tenho como fazer isso agora, além do que já tem uns caras lá em cima pegando umas coisas sobre as feiticeiras. –

Bobby e Sam se olharam, aquele era Emanuel e diferente do que haviam imaginado, ele não havia sumido, nem fugido, ele havia sido raptado. E agora, além de salvar Kevin e acabar com três demônios tinham de proteger Emanuel. Ele era a chave do mistério.

— Caras, que caras? – Perguntou o demônio do meio lançando o garoto na parede com força, vários livro caíram agitando o odor de mofo por toda a parte, o garoto perdeu o fôlego na pancada.

— Aqui, seus filhos da puta. – Disse Bobby atirando para ganhar tempo.

Sam começou um exorcismo, no entanto foi atacado, caiu no chão se contorcendo numa dor excruciante que queimava suas entranhas e lhe tirava o ar. Sam não se lembrava se sentir algo tão doloroso, ele gritou, o sentimento ia além do queimor, era como se estivesse cozinhando de dentro para fora.

Bobby combatia sozinho dois demônios e Emanuel, que usava no pulso direito uma pulseira semelhante a de Melissa, porém marrom, observava tudo calmamente e ainda com voz impassiva, fez o comentário certo, enquanto aproveitava o momento de liberdade para procurar algo que fosse capaz de cortar a corda que amarrava suas mãos.

— Eu não faria isso. – Disso Emanuel ao demônio – É Sam Winchester que você está torturando. Não acho que Lúcifer vá aprovar isto. –

O demônio recuou no susto e também soltou Kevin, involuntariamente. Sam, puxou o ar com força para dentro de seus pulmões, seu coração batia com força e descompassado, mas a sensação de queimor aliviou em seu interior.

Enquanto se recuperava Sam não conseguia falar e Bobby não estava na melhor das situações, porém, o garoto asiático, apoiando-se no birô, ficou de pé e recitou o que faltava do exorcismo, obrigando os três demônios a pularem fora dos corpos que possuíam.

Nesse momento, Emanuel conseguiu encontrar a face afiada que foi capaz de cortar suas amarras e com satisfação ele arrancou a pulseira marrom junto.

— Eu odeio esses amuletos. – Resmungou antes de, com um simples movimento de mãos, aprisionar os três demônios que eram apenas focos de fumaça preta.

O homem recitou palavras num idioma desconhecido. As fumaças negras, se contorceram e começaram a queimar num crepitar vermelho e laranja até desaparecerem.

— Três pragas a menos. – Ele disse ajudando Sam a se levantar – Eu sou Emanuel e devo minha liberdade a vocês dois. –

— O prazer é nosso, eu acho. – Disse Sam, olhando Bobby pelo canto do olho.

— Um feiticeiro. – Disse Kevin apontando a marca na mão direita de Emanuel.

— Muito inteligente, meu jovem. – Sorriu Emanuel.

— Pensei que fossem apenas mulheres. – Sam estranhou.

— Elas são mais bonitas, mais poderosas, mais inteligentes, melhores que nós. Somos coadjuvantes. A fama delas é merecida. – Deu de ombros.

— Não quero interromper seu monólogo, mas precisamos falar sobre os Denvers. – Bobby chamou a atenção do homem.

— Precisamos falar sobre tantas coisas, Bobby Singer. – Ele divagou, suspirando – Mas a primeira delas é Melissa. Me levem até ela. –

— Como sabe que estamos com ela e como podemos saber que você é de confiança? – Sam questionou.

— Você pergunta muito, Winchester – Ele riu – Mas eu acabei de salvar a vida de vocês, um voto de confiança é o mínimo que me devem, não concordam? –

Sam olhou Bobby, que deu de ombros.

— Lhe dou o voto que quer se me explicar essa conversa de Lúcifer não querer que eu me machuque. – Negociou Sam.

— Feito. – Emanuel estendeu a mão e apesar da reprovação de Bobby, Sam a apertou.

Apesar do esforço, Kevin não aceitou ficar pra trás, seus argumentos eram péssimos, mas ele venceu pelo cansaço, juntaram mais alguns dos livros e foram até a caminhonete.

— Você não podia fazer uma magia legal e nos levar direto até onde queremos ir? – Perguntou Kevin animado.

— Se você não quiser mais daquelas pragas atrás de nós é melhor que eu fique quieto, garoto. Mas, se não tiver problema, posso fazer isso, só vai levar alguns segundos... – Emanuel começou a fechar os olhos.

— NÃO! – Sam e Bobby disseram ao mesmo tempo.

— Vamos de carro, se formos sem parar, amanhã de tarde estaremos no ferro velho. – Falou Bobby dando partida no automóvel.

— Vou ligar pro Dean, ele vai querer saber das novidades. – Sam disse pegando o celular.

— Não. Espere amanhecer, Dean parecia cansado, deve estar dormindo como um bebê agora. – Falou Bobby.


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Notas finais do capítulo

Beeeem, aconteceram várias coisas neste cap! Adoraria saber o que acharam.
Sintam-se à vontade!
E até o próximo cap que sai em breve! Como eu disse vou ficar postando mais de uma vez por semana em janeiro :)
:*



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