Heavenly Hell escrita por Ju Benning


Capítulo 11
Revelações de Catarina.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, desculpem pelo atraso, mas a correria das festas de fim de ano me atrpalharam um pouco :(
Mas aí está o novo capítulo cheio de informações para vocês! Iey. kkkk

Noite volta neste capítulo e eu acho que estamos chegando da metade da fic!

Espero que perdoem a minha demora e curtam o cap, nos vemos lá em baixo.

Bjs da Vi.



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— Agora quer saber como era o velho Simon? – Melissa perguntou, deitada no ombro de Dean, ele concordou – Isto não é uma investigação, é? –

— Claro que não, Mel – Ele respondeu a beijando mais uma vez – Você sabe que seu pai é uma lenda para os outros caçadores. –

— Na verdade, eu não sabia não. – Ela deu de ombros – Pra mim, ele era só o melhor pai do mundo, com as melhores histórias de terror de todos os tempos.

— Já parou para pensar que essas histórias podem ser todas reais? Sabe, podem ser os casos em que ele trabalhou... – Dean deu de ombros deitando no colo de Melissa, que passou a acariciar seus cabelos.

— Pensando bem, lá no fundo, eu sempre achei que tinha muita verdade naqueles detalhes todos. – Melissa falou divagando um pouco.

Dean pensou que talvez Simon, tivesse contado algo à filha sobre o que ela era, como um quebra cabeça na memória da garota.

— Então, – Dean pigarreou – Ele te contava alguma história louca, tipo, magia, feitiços, você sabe, coisa de garota... –

Melissa ficou em silêncio por um tempo, como se pensasse em algo.

— Uma vez, – Ela começou a falar como se algo tivesse se avivado em memória – eu era muito pequena, só me lembrei agora que você falou, ele começou a me contar uma longa história, cada dia ele contava uma parte. Era sobre uma dimensão distante da nossa, com criaturas de natureza mágica e aparência humana – Ela parecia se esforçar para lembrar dos detalhes – só que eram extremamente belas e sedutoras, principalmente as mulheres, elas eram poderosas e tinham uma forte relação com a Lua. –

Dean supôs que ele se referia as feiticeiras e sorriu, Sam e Bobby precisavam ouvir aquilo.

— Mais alguma coisa? – Ele perguntou.

— Eu me lembro que elas tinham uma marca de Lua na mão direita e dependendo da cor que a Lua estivesse no dia que nasceram, elas tinham uma característica, um talento, algo assim. – Ela mordeu o lábio inferior – Lembro que ele me contava mais coisas, eram histórias muito ricas de detalhes e personagens e... droga, eu devia ter cinco anos, eu não me lembro bem! – Ela arregalou os olhos, percebendo algo – São as feiticeiras, não são? As que estamos investigando? –

— Acredito que sim. Seu pai era um gênio afinal de contas, ele te deixou pistas, você não se lembra de nenhum nome em particular, algo que te chame atenção, que te venha na memória? – Melissa mordiscava a própria cutícula, concentrada – Algo que já tenhamos visto no que sabemos até agora? – Ele arriscou.

O rosto da garota se acendeu, sua memória não havia lhe falhado.

— Catarina. – Ela disse – Eu sabia que já tinha ouvido esse nome antes! –

x

Dean apagou no sofá naquela noite, Melissa saiu de dentro de casa e foi até o celeiro, olhar Noite sempre a acalmava.

Xx

Era escuro quando Bobby e Sam chegaram à seu destino, mas a luz estava acesa e a placa na porta indicava que estava funcionando.

— Pensei que nunca mais íamos chegar. – Reclamou Sam, se esticando em frente ao endereço da coleção de raridades – Se bem que isso tá parecendo mais uma biblioteca. –

— Acho que eles transformaram em uma depois do incêndio. – Bobby disse empurrando a porta, que rangeu.

O lugar não era velho, embora fosse empoeirado e um tanto bagunçado, havia livros em toda a parte e o cheiro de mofo empesteava o lugar inteiro.

— Alguém em casa? – Chamou Sam batendo a porta.

De repente, um barulho de livros caindo lhes chamou a atenção, Sam pôs a mão em sua arma e Bobby ficou tenso, mas não era nada para se preocupar, apenas um adolescente com traços asiáticos que acabara de acordar lançando alguns livros no chão ao fazê-lo.

— Boa-noite! – Ele disse meio desajeitado – Meu nome é Kevin, me desculpem, é que ninguém nunca vem aqui, então... – Ele deu de ombros.

— Boa-noite. – Sam respondeu com um sorriso desajeitado – Eu sou Sam e esse é Bobby. – Apresentou

— Muito prazer. Posso ajudar vocês? –

— Claro que sim. – Bobby disse meio mal humorado.

— Você tem algum grimório... – Sam começou.

— De bruxa? Ah, temos vários! – Interrompeu o garoto.

— Não, não. – Sam balançou a cabeça – Eu quero saber de feiticeiras. As feiticeiras originais. Sabe de alguma coisa? –

O garoto ficou boquiaberto.

— O que foi, garoto? – Bobby perguntou.

— Ninguém, pelo menos não humano, nunca vem atrás disso, nem sabem que existe! E, oh nossa, elas são maravilhosas – Ele falou revirando os olhos de um jeito meio pervertido.

— Kevin, esse é seu nome, não é? – Perguntou Bobby, o garoto confirmou – Olhe, não temos tempo pra isso, você tem o livro? –

O garoto não fez uma cara boa.

— Não o original, porque um cara veio aqui pra pegar, mas como ele não me pareceu que ia devolver, eu registrei o empréstimo normalmente, mas copiei pra mim, tenho muitas coisas sobre as feiticeiras, é tipo um fetiche. – O garoto deu de ombros – Vocês querem ver a minha cópia? –

— A cópia e o que mais tiver a respeito delas. – Disse Sam, satisfeito.

Caminharam até o quarto do garoto, que ficava no local, era pequeno, bagunçado e um amontoado de livro velhos e cópias coloridas.

— Podem vasculhar o que quiserem, tudo do lado direito é sobre o que querem saber. – Ele sorriu – Eu vou voltar para a recepção, caso alguém apareça. – O garoto sorriu e saiu andando.

— Como ele deixa dois estranhos irem entrando assim? – Perguntou Bobby, fazendo uma careta.

— Ele se empolgou por achar mais alguém que se interesse pelo fetiche dele, acho que ele só quer compartilhar. – Sam deu de ombros – Além do que, o que importa, é que aparentemente, achamos mais do que imaginávamos, vamos olhar tudo. – Ele disse dividindo a pilha em duas partes e entregando uma metade à Bobby.

Achar informações naqueles livros estava sendo mais difícil do que eles imaginavam que seria, pois, alguns poucos pareciam ser versões traduzidas, a maioria uma língua estranha, uma mistura de hieroglifos e símbolos do mandarim.

— Ainda não achou nada, Bobby? –

— Bem, eu acharia o original mais facilmente, eu me lembro da capa, mas a cópia... eu tenho que abrir de um por um. – Falou suspirando.

Continuaram sua busca por mais algum tempo, até que coincidentemente chamaram o nome um do outro ao mesmo tempo, ambos haviam achado algo.

— Fale, primeiro. – Disse Bobby

— Eu achei uns fragmentos de tradução do que parece ser um livro de registro histórico. E você não vai acreditar no que eu descobri... – Sam fez suspense.

— Corta essa! – Bobby disse impaciente.

— Aqui, falam mais de uma vez em uma mulher em específico, a quem chamam de A Feiticeira, como se esta fosse especial, não deixa claro se ela foi boa ou má, mas com certeza muito mais poderosa . –

— E o que isso tem a ver com o que procuramos? –

— Bobby, a voz que Melissa ouviu no Rancho procurava por uma Feiticeira. E eu não acabei, o livro diz que o nome dela era Catarina. – Sam sorriu – O mesmo nome no espelho do Rancho Solar. –

— Dean vai adorar saber disto... – ponderou Bobby – Diz onde encontrar essa mulher, se ela está viva ou algo assim? –

— Tenho que ler mais pra descobrir. – Sam deu de ombro – Acho que vamos levar este aqui. E você, o que descobriu? –

— Emanuel não sumiu, ele fugiu. –

— O que? Como você sabe disso? – Sam estava boquiaberto

— Lembra que Kenvin falou que registrou o último empréstimo antes de xerocar o livro? – Sam fez sinal positivo com a cabeça – Veja a última pessoa a pegar este livro – Ele disse virando a última página da cópia, que tinha também os nomes dos registros – Emanuel. – Bobby leu por Sam – Agora, me diga, você acha que é coincidência? –

— Tudo bem, mas pode ser uma coincidência ou foi antes dele sumir. – Sam parecia duvidar.

— A data é posterior ao sumiço e o nome... eu só preciso confirmar o com a Mel. E caso seja ele, nós vamos caçar esse sujeito porque ele, no mínimo, sabe de alguma coisa, no máximo, tem sangue nas mãos. –

Aquela busca havia sido mais que bem sucedida.

— SOCORRO! – Gritou Kevin na recepção – O que porra são vocês? –

Sam e Bobby se olharam e colocando os livros na mochila que carregavam, jogaram pela janela do quarto de Kevin, na carroceria da caminhonete de Bobby, que estava no estacionamento logo embaixo. Os livros estavam à salvo.

Então desceram as escadas de armas em punho. Family Business.

Xx

Estar longe de suas origens, numa dimensão diferente, a mil anos era cansativo e triste, mesmo quando era o último de sua espécie. Mas, pensando bem, não era dos seus semelhantes que sentia falta, afinal, havia sido mandado para a dimensão Mágica, lar das feiticeiras, ainda bastante jovem. Era desse povo que sentia falta, das campinas douradas, das belas feiticeiras, do Sol branco que iluminava sem queimar, da enorme Lua que mudava sua cor a cada nascimento, mostrando o que seria daquela nova feiticeira.

E sentia falta de sua amiga, que do ponto de vista humano, sendo Noite um animal, era também sua dona. A Feiticeira, Catarina. Os anos haviam sido longos ao lado dela, mas não de uma maneira ruim, pelo menos não todos. Catarina era uma criatura difícil, sendo eufêmico. Era tando gata mansa, quanto cobra traiçoeira. Imprevisível, irresistível.

Mas ela não exercia poder, nunca lhe dera uma ordem, eram cúmplices, o cavalo e ela.

Neste momento, perdido no meio de suas lembranças e nostalgias, foi interrompido pela doce Melissa, que nada tinha em comum com Catarina, mas estava ligada a ela de uma maneira que a pobre órfã nem imaginava e se imaginasse odiaria.

A garota tinha a respiração descompassada de nervosismo, mas os olhos apaixonados.

— Não consigo dormir, amigo. – Ela disse acariciando a crina do animal, que percebeu o desgaste da pulseira no pulso dela, algo havia acontecido, a energia mágica que sentira no beco da cidade havia de fato uma fonte. Fonte que desgastara o fecho da pulseira, fonte que não deveria ter se manifestado.

O animal tinha uma suspeita do problema e apesar do perigo, ele tinha de arriscar. O Céu e Inferno já rondavam, ele precisava de panorama geral.

— … Eu não sei bem, acho que não deveria estar apaixonada, mas eu estou... – Aparentemente ele havia perdido todo o monólogo de Melissa sobre culpa por estar apaixonada por Dean Winchester, quando ainda achava que devia estar chorando por sua família.

Noite relinchou para ela, aquilo era um pedido de desculpas adiantado, pelo que veio depois, o animal arrancou a pulseira de Melissa do seu pulso e jogou no chão. Não queria o mal da menina, a amava de fato, mas precisava falar com alguém.

— Noite, o que você fez? – Melissa estava confusa – não posso ficar sem isso! – Ela exclamou quando se abaixou para alcançar o objeto. – Droga, isso dói. – Ela disse apertando a têmpora ainda abaixada.

Melissa não se deu conta, mas sua consciência se apagou, dando lugar a de outra criatura. Noite soube que aconteceu quando o corpo da garota se empertigou numa postura perfeita e se ergueu.

— Noite. – Ela disse quando se virou, uma voz feminina, mas cheia de força – Quanto tempo... – Os olhos dela mudavam de cor num ritmo frenético.

— Catarina, eu pensei que dormisse no interior da mente de Melissa. – Ele disse se aproximando.

— Também senti sua falta, querido. – Catarina disse com ironia, quando abraçou seu pescoço – Acredite, eu estava dormindo, como sempre estive nesse tempo que viajei de mente em mente, através deste... – Ela parecia fazer contas em sua cabeça – … milênio. – Ela deu ombros, indiferente a quantidade de tempo – Mas essa garotinha – Ela olhou o corpo que ocupava – é diferente. Acordei hoje e explodi dois demônios para não ser pega. Isso não estava no plano, eu deveria passar desapercebida. – Catarina tinha a voz calma.

— Eu senti sua falta também, Catarina. Muita. – Ele falou sincero – Esta é a primeira vez que sua energia fica notável e precisa de um amuleto para ser contida. Mas até hoje você estava dormindo, como acordou? – Questionou o animal com certa veemência, sabia que nem sempre sua amiga de olhos coloridos falava a verdade e era praticamente impossível perceber suas mentiras.

— Eu não sei. – Contou a mulher, apanhando a pulseira do chão – Estou sendo sincera, juro – fez cara de inocência – Mas tenho algumas suspeitas – Catarina estendeu seu dedo indicador que ficou vermelho como um metal quente segundos depois, então ela riscou algumas coisas no metal do pingente, alterou o desenho, enquanto um pouco de fumaça saía.

— O que está fazendo com isto? – O animal começava a se arrepender por ter trago sua amiga para uma conversa.

— Eu preciso de alguns dias no controle, para entender o que está ao meu redor, descobrir o que está saindo errado e concertar. – Ela falou quando com mais uma aparente mágica, fez com que as alterações ficassem invisíveis.

— Não posso deixar que faça isso com Melissa, Catarina, sinto muito. – Noite bateu os cascos no chão.

A mulher o encarou com as íris paradas no vermelho vivo e assustador, aquilo normalmente indicava que o humor dela não era o melhor

— Noite, querido, – Ela disse com seus olhos voltando a mudar, ela era ótima em dissimular – Depois que eu concertar o erro, a garota volta para sua vida, eu prometo. Não vou roubar nada dela. Já tive uma muito longa. – Ela riu – Além do que, não é como se pudesse evitar, meu bem. –

— O que você fez com a pulseira? – Voltou a perguntar.

— Não vou dizer. – Catarina riu – Acho que não posso confiar em você. Então não vou compartilhar o segredo, basta saber que estou no poder. –

Um barulho de passos se fez ouvir “Melissa?!” Alguém chamou.

— Dean. – Disse Noite identificando a voz.

Catarina olhou o animal, a expressão indecifrável, como sempre.

— Humanos não vão te ouvir. – Ela recitou enquanto olhava noite e então soprou a palma da mão, o que não era necessário, o gesto era uma brincadeira, mas o feitiço não. Dean, ou qualquer outro humano, não podia ouvi-lo. Por enquanto, Melissa estava nas mãos de Catarina.

A mulher fez suas íris congelarem no mesmo verde dos olhos de Melissa e adotou a postura da garota, numa imitação bem convincente.

— Estou aqui! – Ela respondeu, olhando Noite de canto.

As portas do celeiro se abriram e Noite percebeu o sobressalto discreto da amiga ao avistar Dean se aproximando.

— Você me assustou, Mel. – O homem disse lhe dando um selinho – Pensei que tinha sumido. –

— Me desculpe por isso, não conseguia dormir. – Catarina abriu um sorriso inocente e inverteu as posições dos dois, de maneira que quando abraçou o caçador, olhava o cavalo.

— Mas, é melhor entrar, ainda não confio no esquisito aí. – Ele falou olhando o animal de canto.

— Claro, vamos, acho que consigo pegar no sono agora. – Ela falou com o queixo apoiado no ombro do homem, de maneira que ela olhava nos olhos de Noite – Vou ser rápida, prometo. – Ela falou na mente do animal, que não fazia ideia se era verdade ou mentira.

Se ela era a gata ou a cobra.


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Notas finais do capítulo

OMG! Pobre Mel, acaba de se dar bem com o caçador e, bem, vocês leram... kkkkkkk
kkkkkkkkk
Enfim, como sempre, eu digo: Comentem, eu não mordo e também não dói. Juro! Eu vou ficar mais feliz que pinto no lixo por saber o que acham!
De resto, fiquem a vontade para favoritar, recomendar ou não fazer nada, também... kkkkk

Espero que se divirtam lendo.
Bjs da Vi.

P.S.1:Cas volta no próximo cap com tudo! Uhuul. Acho que ele e Noite farão uma dupla legal.
P.S.2: Vou tentar postar mais cap domingo!



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