Ice Prince Passion escrita por Annie ONeal


Capítulo 5
Noite de Vidro


Notas iniciais do capítulo

Então, veio rápido mas está curtinho também... Vou parar de prometer q vou aumentar pq o corte dos capítulos tah sendo curto mesmo...

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Allen's POV



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  Voltando para meu quarto, muitas horas depois eu ainda sentia meu corpo todo formigando onde eu encostara nele. Claro, não tinha sido uma atitude inteligente da minha parte, cedendo ao impulso do momento e abraçando ele, por mais que fossemos amigos existiam limites. Certo...? Só que Yell parecia mudar esses limites quando lhe dava na telha. Era confuso.

  Antes que eu entrasse no quarto, ouvi vozes vindas do fundo do corredor. Lou e mais um guarda vinham andando na minha direção, absortos numa discussão que parecia séria. Me virei para entrar no quarto e lhes dar a devida privacidade quando ouvi Lou me chamar:

  - Allen...! Puxa eu estava querendo mesmo ver você. Como está o trabalho? Muito pesado? – Se ele considerava pesado passar o dia vagando num palácio lindíssimo na companhia do príncipe então sim, estava pesadíssimo. Sorri.

  - Não, senhor. De forma alguma. – Ergui os olhos para a figura ao lado dele.

  - Ah, que distração a minha, Allen este é Manfred, meu braço direito digamos assim. – Olhei para o lado observando com atenção o outro guarda. Ele era pelo menos duas vezes o meu tamanho e tinha músculos absurdos. Não me olhava com simpatia.

  - Ah sim, que bom. Amanhã as coisas vão ficar um pouco mais agitadas por aqui, vamos receber visitas extra especiais. – Ergui as sobrancelhas. Yell não tinha me dito nada.

  - Quem?

  - Espere e verá. Será uma surpresa. – Ele riu com bom humor, mas o sorriso de Manfred foi perverso, quase maldoso. Havia algo nele que disparava um alarme de alerta na minha cabeça. Agora se possível descanse, vai ter um longo dia amanhã. – Assenti entrando no quarto. Estava tudo escuro. A pouca iluminação que me permitia distinguir as coisas vinha da janela. O céu enevoado estava cinza, anunciando a chegada da noite. Eu não gostava muito das luzes artificiais, então fui acender as velas. Yell não gostava delas, tinha pânico de fogo, mas nada mais natural para um Escolhido de Gelo certo?

  Sob a penumbra alaranjada das velas, eu finalmente me permiti deitar na cama e relaxar pela primeira vez no dia. Se eu não estava concentrado vigiando, eu estava com Yell e ambas as coisas exigiam muita energia. Eu estava muito cansado, mas tinha que admitir que minha rotina era melhor do que eu poderia imaginar.

  Acabei caindo no sono, pouco tempo depois. Mergulhei num sono pesado e meu sonho, um cada vez mais frequente, me dominou mais uma vez. Era sempre a mesma coisa; começava comigo de volta ao vilarejo onde cresci, mas estou na floresta de pinheiros dos arredores. Vejo uma cabana a minha frente, bem parecida com a que eu cresci, e de repente há uma explosão de uma luz branca muito forte lá dentro. Depois disso começo a ficar com calor, por mais que esteja cercado de neve e geralmente acordo suando e confuso.

   Nessa noite porém, acordei antes de ver a luz, com uma batida leve na porta. Tão fraca que a princípio não tive certeza de ter ouvido. Abri os olhos turvos de sono e olhei para a porta fechada como se ela fosse me responder se realmente eu havia escut-...

  Toc toc.

  Definitivamente tinha alguém na porta. Me perguntei quem seria, no meio da noite assim, e me levantei da cama e fui até a porta. Quando a abri quase perdi a voz.

  - Yell? – Sussurrei olhando o príncipe à minha frente. – O que você está fazend-...

  - Shhh. – Ele pôs a mão sobre minha boca e me empurrou para dentro do quarto, fechando a porta atrás de nós. Tinha um sorriso eufórico e olhos brilhantes. Parecia estar quebrando as regras pela primeira vez, apesar de eu saber que isso não era verdade. – Eu acordei você?

  - Não. – Menti sem saber direito por que. O sorriso dele aumentou.

  - Então tá. Quer sair?

  - Agora?

  - É. – Estávamos no meio da madrugada, eu não fazia a menor ideia de onde poderíamos ir, mas a simples ideia de sair por aí com ele já fazia meu coração bater descompassado. Eu não gostava disso, mas...

  - Eu... – Ainda incerto, tentei pensar em um argumento lógico para não ir. Era melhor limitar a influência que ele tinha em mim, ou as coisas podiam sair do controle.

  - Você pensa demais. – Ele sussurrou com um sorriso malicioso. Me pegou pela mão me puxando porta afora. Andamos pelos corredores em completo silêncio, ele indo na frente, guiando o caminho. De repente tudo começou a ficar familiar e após uma escada eu parou em frente a porta fechada e se virando para mim sussurrou:

  - Você tem medo de altura? – E eu soube onde estávamos. Ele abriu a porta e nós entramos na torre de vidro. Se na primeira vez eu já ficara encantado, não foi nada comparado àquela noite. Perdi o folego. O céu noturno nos rodeava e através das finas paredes transparentes a escuridão estava salpicada do branco da neve e do prateado das estrelas distantes num espetáculo mágico.

  Naquele momento eu me senti livre. Tão livre como se pode pensar em ser. Parecia que eu tinha o céu um inteiro só pra mim, uma liberdade infinita. O brilho da lua lançava uma luz pálida que iluminava Yell que a meu lado tinha parado de sorrir e apenas fitava a noite pelas paredes como eu.

  De repente eu estava perdido, olhando-o. O reflexo da luz fraca em seus cabelos deixando-os quase brancos, o contorno de seu rosto delicado, os olhos azuis que pareciam absorver cada estrela e cada floco de neve. Como se sentisse meu olhar ele virou-se para mim, e seus olhos se cravaram nos meus.

  - Lindo. – Eu sussurrei, mesmo que não precisássemos mais falar baixo, e não sabia bem a que estava me referindo.

  - Eu sei. – Ele sussurrou de volta. Parecia que o momento era frágil como o vidro das paredes, e falar alto podia de alguma forma quebrar o que quer que havia ali. Eu não sabia o que era. Não conseguia pensar em nada. Ele se aproximou de mim e abaixou a cabeça, encostando a testa em meu ombro esquerdo. Tentei permanecer indiferente ao toque, mas era impossível.

  Meu coração acelerou, minha mente se calou e tudo que eu podia fazer era fitar o céu escuro. Yell sussurrou alguma coisa, mas não entendi. Estava sem voz para pedir para ele repetir, então apenas acenei. Ele se encostou mais a mim, segurando meu braço com uma das mãos e pousando a outra sobre meu peito. Tentei ignorar a queimação que aquilo me causava.

  Apesar da beleza sombria da noite, fechei os olhos tentando não superestimar aquilo. Não é nada de mais, nada demais, nada demais. Repeti o mantra na cabeça muitas vezes, mas não foi o suficiente. Eu sentia a respiração calma e morna de Yell em meu ombro, sentia seu coração pulsando sob o meu.

  Ele ergueu a cabeça mas não se desencostou de mim. Abri os olhos para focar nos dele que me olhavam com aquele intensidade louca. Ele baixou os olhos como se estivesse vendo meu corpo pela primeira vez, e apesar de estarmos os dois vestidos, senti como se ele me despisse com os olhos.

  Ele desceu a mão, deslizando-a delicadamente por meu peito, meu abdômen e fazendo o caminho de volta subindo um pouco mais para cima, parando no eu pescoço. Tentei não pensar na sensação multiplicada que isso causaria se ele estivesse tocando minha pele. Ergueu os olhos voltando aos meus.

  - Você jurou. – O sussurro dele saiu rouco. Dizer que eu não sabia o que viria a seguir era mentir, mas mesmo que meu subconsciente soubesse, ainda foi uma surpresa quando o príncipe do inverno me beijou.                    


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Notas finais do capítulo

Absolutamente comentem!

O próximo cap vai vir logo, está quase pronto o/ Até lah



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