Ice Prince Passion escrita por Annie ONeal


Capítulo 4
Jogos de Persuasão


Notas iniciais do capítulo

Ficou curto, eu sei, mas vai começar a aumentar eu juro!
Espero que gostem

Yell's POV



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  Fechei a porta do meu quarto e me encostei nela sentindo um sorriso se espalhar por meu rosto. Ele tinha se saído muito bem para o primeiro teste. Tinha ficado quietinho, tinha jurado... Era um ótimo começo. Eu quase perdi o controle, quase. Mas afinal, não era a primeira vez que eu testava alguém assim.

  Eu estava gostando da companhia dele admito. Ele era uma pessoa fácil de se conviver e aceitou bem o fato de eu ser príncipe e tal. Não mudara comigo apesar do que tinha acontecido e isso contava muitos pontos no meu conceito. Me desencostei da porta andando pelo quarto até chegar em frente ao guarda roupa. Estendi os braços, esperando.

  - Você demorou, alteza. – Meena saiu das sobras onde estava e se aproximou de mim. Começou a me despir com todo o cuidado dos últimos 17 longos anos. Há quem dissesse que eu não era capaz de fechar um botão por causa disso. Não discuto.

  - Eu estava na biblioteca. – Disse sem olhá-la.

  - Estava acompanhado? – Como ela podia saber de tudo?? Travei a mandíbula tentado a perguntar se ela andava me espionando. Talvez apenas me conhecesse bem demais.

  - Estava com um membro da guarda real. – Disse seco. Ela apenas assentiu. Me levou até o banheiro e finalmente me deixou só. A agua da banheira estava fria, mas eu prefiro assim.  Me afundei na agua tentando esquecer tudo pelo menos por algum tempo, me isolar para poder ouvir meus pensamentos. Consegui isso por poucos segundos antes de emergir em busca de oxigênio.

  Tentando recuperar meu fôlego, fiquei pensando na guerra de neve. Deuses, a quanto tempo eu não brincava disso. A última vez fora quando eu era pequeno ainda, no máximo 8 anos. Eu lembro por que eu estava com ela. Tudo que eu fiz com ela eu me lembro.

  Mas com Allen fora completamente diferente. Eu me sentira inocente de novo, puro. Por um momento eu era simplesmente... Eu.

  Irritado com tais pensamentos eu concentrei minha energia negativa na agua da banheira, fazendo pequenas pedras de gelo ao meu redor. Eu nunca fora uma pessoa de pensamentos profundos assim. Terminei o banho me esforçando para não pensar em nada.

  Quando saí, Meena estava pronta para me vestir, parada ao lado do armário. Tinha uma expressão tranquila, que quase me deixou tranquilo também. Colocou em mim as roupas de dormir e com uma mesura, deixou o quarto.

  Deitei na cama de casal cheia de travesseiros e lençóis macios tentando ignorar o fato de me sentir de repente tão sozinho depois de um dia todo na companhia de Allen. E eu não estava com sono. Me virei deitando de costas e encarando o teto e minha mente começou a girar, planejando, maquinando e repensando em todos os jogos que eu já fizeram e como tudo precisava ser renovado para meu novo amigo.

  Eu queria, em primeiro lugar, uma prova de sua amizade. Depois, a comprovação do juramento que ele me fizera ainda esta tarde e por último queria acorrenta-lo a mim para sempre. Eu não gostava muito quando esse meu lado perverso tomava à frente, isso geralmente acontecia quando eu estava sozinho, mas eu não conseguia impedir. Era bom demais para não aproveitar. Ele era um diamante que eu me encarregaria de lapidar. Allen se curvaria à minha vontade, seria meu, nem que essa fosse a última coisa que eu fizesse.

*¨*¨*¨*¨*

  Quando meu pai me chamava para conversar, nunca era coisa boa. Ser chamado na sala privada de reuniões geralmente demorava e era sinônimo de problemas. Encarei meu pai com um ar de tédio enquanto ele parecia pensar nas palavras que me diria, por que ele sabia que eu era explosivo.

  Depois do que pareceu uma eternidade de tempo, ele passou as mãos nos cabelos que estavam começando a ficar grisalhos. Eu estava começando a ficar impaciente. Queria que ele me dissesse logo o que era, queria que me deixasse ir logo. Eu estava atrasado para encontra Allen.  

  - Filho... Sei que você deve ter coisas muito mais interessantes a fazer, mas gostaria que você reservasse um tempo para fazer companhia à Alyss... Ela vem depois de amanhã e eu gostaria que vocês passassem algum tempo juntos tudo bem? -  Eu sabia que não era exatamente uma pergunta, e ele não ligava para a minha opinião.  

  - Que seja. Posso ir agora? – A expressão dele se fechou.

  - Estou falando sério, Yell. Você tem deveres à cumprir e eu espero que aja com responsabilidade e honre o seu compromisso. – Um compromisso que, à propósito, ele que fizera por mim. Cerrei os dentes travando a mandíbula para impedir que a torrente de palavras iradas saísse. Eu tinha aprendido à tempos que perder a compostura na frente de meu pai não me levava a lugar algum.

  - Não vou ser babá dela. Não vou ficar grudado com ela o dia todo. E certamente não vou entretê-la como você espera. – Ele suspirou como se estivesse muito cansado. Cansado de mim talvez.

  - Entendi, vai fazer o mínimo. Mas nesse caso, acredito que o mínimo, se feito a longo prazo vai ser o suficiente. Ela ficará por tempo indeterminado.

  - O que?! – Me pai me olhou com desaprovação. Baixei o tom de voz. – Quero dizer, ela não tem mais nada melhor pra fazer não?

  - Isso é tudo Yell. Pode se retirar por favor.

  Era sempre assim. Ele jogava um absurdo desses na minha cara e depois me chutava pra fora da sala esperando que eu lidasse com aquilo da melhor forma. Eu fervia de raiva. Ela ia estragar tudo, atrapalhar tudo. Fui atrás de Allen quase correndo, estava desesperado por ocupar minha mente com algo que não fosse os eventos que estavam por vir.

  Ele estava no lugar de sempre, andando distraído pela frente do palácio fazendo pequenas trilhas na neve fofa recém caída. Eu sorri um pouco e o observei algum tempo antes de ir atrás dele. Correndo, passei por ele e gritei alguma coisa.

  Ele ergueu os olhos confuso e quando me viu um sorriso iluminou seu rosto e ele começou a correr atrás de mim. Ficamos nesse pega-pega por alguns minutos, parecia besta se você parasse para pensar em dois garotos, jovens quase adultos fazendo brincando na neve assim, mas tudo parecia surrealmente natural. Até que ele me pegou e me prendeu num abraço.

  Eu ri e deixei, mas ele me largou poucos segundo depois, cedo demais pro meu gosto, ficando ligeiramente vermelho.

  - Desculpe. – Ele murmurou. Eu abri a boca para dizer que não precisava se desculpar por nada, mas ele já estava falando novamente. – Olha, caiu.

  Ele segurava minha coroa de gelo nas mãos. Tirou os flocos de neve nela e a estendeu para mim. Dei um sorriso, mas não a peguei, ao invés disso só o olhei, esperando. Podia ser egocentrismo da minha parte, mas eu queria que ele fizesse aquilo. Ele retribuiu o sorriso de uma maneira meio incerta e colocou a delicada coroa de volta em minha cabeça. E mesmo cercado pela neve gélida, subitamente, me senti aquecido.    


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Notas finais do capítulo

Comentários fazem uma autora feliz =3

Até o próximo o/



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