O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Prontinho!!! Espero que gostem!



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Fiquei chorando por um tempo, mas logo parei. Percebi que não tinha o porquê deu estar naquele estado. Afinal, se eles querem ficar juntos, que fiquem. Não to nem aí. Era começo de tarde e eu ainda não tinha saído daquele chalé. Eu estava com fome. Não vou fazer greve de fome por causa deles.

Levantei calmamente, fui para o banheiro e me olhei no espelho, eu estava horrível com aqueles olhos inchados. Tomei um banho, coloquei a roupa do acampamento, estava me sentindo bem melhor. Saí do chalé e uma brisa veio até mim fazendo os fios do meu cabelo dançar conforme o vento. Tinha deixado meu cabelo solto porque ainda estava molhado. Eu até sabia daquela parada de ficar seca quando eu quisesse, mais eu gostava daquela sensação. Respirei fundo. Adoro essa brisa.

Fui andando calmamente com as mãos na calça em direção ao refeitório. Ela era um jeans escuro e rasgado nas coxas. Estava cheio porque o sinal acabara de soar. Olhei automaticamente para a mesa de Hades, Nico estava comendo de cabeça baixa. Não me viu entrar. Peguei minha comida e sentei-me à mesa de Poseidon. Percy não estava lá.

Comi rapidamente e joguei a melhor parte para o fogo. Rezei mentalmente a meu pai, que pensando bem, até hoje eu não havia o visto. Saí o mais rápido possível, não estava a fim de conversar com ninguém. Vi Grover do lado de fora. Ele me olhou e me mandou um sorriso.

– Até que enfim você saiu daquele chalé, eu estava te procurando. – Murmurou. Cheguei perto dele e falei num tom de voz baixo.

– Porque você falou pro Percy que eu era afim do Nico?

– Ué, você não é?

– Não. – Respondi seca dando um passo pra trás.

– Espera, eu tenho uma coisa pra te mostrar... Ou, alguém. – Franzi a testa.

– Espero que seja importante. – Grover não me respondeu e me puxou pelo pulso. Quase caí com o solavanco, ele me olhou preocupado me pedindo desculpas. Corremos até a Casa Grande, Grover, por incrível que pareça, bateu na porta e ouvimos uma voz mandando a gente entrar. Adentramos e dei de cara com ela sentada no sofá.

– Mãe!? – Arregalei os olhos.

– Ai Samantha, que bom que você está bem! – Ela se levantou e meu deu um abraço sufocante. Me lembrou até o Percy. Ela estava diferente, bom, não na aparência, minha mãe sempre foi linda. Uma mulher alta com um corpo de dar inveja a muitas modelos de biquíni. Tinha cabelos castanhos com leves cachinhos dourados na ponta, como os meus, só que mais curtos pois ele estava na altura dos ombros dela. Uma boca carnuda e bonita, usava roupas da moda. Seus olhos eram de um tom verde que quando cruzou com os meus, escureceu uns 2 tons. Se fosse por isso, eu até que gostaria dela, mas ela sempre se preocupara mais consigo mesma, do que com qualquer outro, e isso que me deixava com mais ódio. Resumindo, se eu dissesse que iria ao Japão e voltar só da que 5 anos, a única coisa que ela diria é: Só não volte grávida, porque eu não vou cuidar de nenhum bebê.

Mas ela estava diferente, pois no seu olhar, pela primeira vez, havia preocupação.

– O que você veio fazer aqui? – Eu disse com dificuldade pelo aperto do abraço.

– Eu vim te ver. Não nos vimos todos esses dias. Eu estava com saudade. – Ela me soltou e abriu um sorriso. “Minha mãe com saudade de mim, achei que ela nem tinha percebido que eu havia desaparecido”.

– Bom, você está bem? – Eu disse colocando a mão no cabelo sem jeito.

– Sim, mas, eu queria estar com você no momento que você descobriu tudo minha filha, acredite. Mas minha arrogância conseguiu atrapalhar tudo. Depois desse tempo que eu fiquei longe de você, eu percebi que eu não sou nada, filha. Nada sem sua companhia. – Ok, minha mãe percebendo algo sobre meu respeito? PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER! - Eu sei que eu era dura com você Samantha... – “Dura é pouco. Uma rocha.” Pensei. – Não queria deixar aquela impressão. Mas eu te amo muito minha filha, não quero deixar você sozinha. – Sem perceber, meu olhos começaram a lacrimejar, junto com os da minha mãe. Eu não estava acreditando naquilo, tudo o que eu sempre quis era o amor de uma mãe, e eu via que em cada palavra sua, havia sinceridade e arrependimento. Ela me abraçou e eu retribui.

Lágrimas, voltem suas putas.

– Te amo minha filha, sempre me orgulhei de você. – Ela estava se defecando no meu ombro de tanto chorar.

– Eu também te amo, mãe. – Eu sussurrei entre soluços no ouvido dela tentando segurar o choro. Nos separamos secando nossas lágrimas, olhei em volta, Quíron estava sentado nos olhando. Quando vi o Sr. D. me olhando com uma cara feia do outro lada da sala, fechei meu sorriso e mandei um olhar mortal pra ele. Minha mãe percebeu e gargalhou.

– O que foi mãe?

– Nada. Eu também não fui muito com a cara desse ignorante. – Ela disse o encarando.

– Não, que nada, o Sr. D me ama. – Eu disse irônica com um sorriso divertido.

– Vou amar quando você morrer. – Ele sussurrou enquanto voltava seu olhar a umas páginas de jornal velho. Todos riram. Olhei para Grover que estava todo chorão pela minha cena e a da minha mãe. Cheguei perto dele e com um sorriso fiquei passando a mão sobre seus cabelos como um deboche. Ele entendeu e mostrou a língua pra mim.

– Bem mãe, gostei desse lugar. Não pretendo sair daqui, afinal, estou bem protegida. – Olhei para Grover que sorriu satisfeito pra mim.

– É, eu sabia que você ia dizer isso. – Ela me deu outro abraço, me entregou uma mochila com vários pertences meus. Agradeci.

– Não se preocupe mãe, vamos conversar com mais calma, outro dia. – Quando olhei para Quíron.

– Você... Contou sobre a...

– Não minha querida, eu vou deixar pra você dizer isso na hora certa. – Ele me respondeu calmamente. Sorri. Não queria deixar minha mãe preocupada sobre a missão. Ela ficou desconfiada. Abracei-a novamente e saí da Casa Grande com Grover.

– Até outro dia... mãe. – E a porta se fechou atrás de mim.

Avistei Annie, ela estava com armadura e espada em punho, provavelmente estava indo treinar. Propus para que lutássemos juntas, ela assentiu. Deixei Grover que ainda estava meio chorão e fui para meu chalé, joguei as coisas que minha mãe tinha me dado em cima da cama, coloquei uma armadura que Quíron havia arrumado para mim e prendi meu cabelo num alto rabo de cavalo. Meu cabelo é longo, tenho que me preocupar com ele também. Saí correndo. Cheguei à arena e avistei Annie me esperando, ativei meu escudo e a Tsnuami, fazendo um som agudo ecoar. Eu amo esse som.

Annie olhou minha aspada que reluzia na luz do sol.

– Que linda! Quem te deu? – Perguntou ela curiosa.

– Meu pai. – Eu disse olhando para espada. Olhei para Annie novamente com um olhar desafiador, ela sorriu e correu para me atacar, desviei e no rebote acertei um chute nas costas dela. Ela desequilibrou, mas não caiu. Começamos a lutar ferozmente, mas sempre com sorriso no rosto. Não sei por que, mais é bom lutar. Parece que já estava no meu sangue, parece que eu nasci pra isso. (É, realmente eu nasci.) Faíscas saiam de nossas espadas, Annie era rápida, meu escudo virou meu melhor amigo naqueles moemntos. Meu rabo de cavalo afrouxou, fazendo meu cabelo voar a cada movimento que eu fazia. Mas, não tem como vencer a filha da deusa da estratégia. Ela deu um chute em meu escudo fazendo-o voar pra longe, deu mais um golpe que eu defendi com a espada, ela rodou sua espada na minha, me fazendo solta-la e ficar desarmada. Apontou a sua para o meu pescoço me fazendo recuar. Perdi.

– É, você melhorou bastante. – Elogiou Annie.

– Valeu. Digamos que eu aprendi na marra. – Eu disse sorrindo fazendo-a sorrir também. Peguei meu escudo e o transformei em pulseira novamente, peguei minha espada e decidi leva-la na mão. Eu estava saindo da arena, quando vi Nico e Natália vindo em minha direção. Apertei o cabo da Tsnumi, a vontade que eu tinha era esquartejar os dois. Nico me olhou e viu que eu estava com a espada em punho. Ele parou bruscamente, fazendo Natália bater no corpo dele. Ficou nervoso. Natália também me viu mais não se intimidou. Na verdade, ela me olhou feroz, um fogo nada normal apareceu no seu olhar, um fogo de ódio pleno.

Não estou nem aí pra ela.

Voltei meu olhar para Nico, ela estava vendo se eu ia ataca-lo. Eu estava com a espada apontada para o chão. Cheguei perto deles como se eu fosse atacar, mas simplesmente, transformei Tsunami em pingente que se fundiu com a pulseira novamente. (Troll rsrs)

Botei medo.

Passei sem olhar para a expressão deles. Quando eu ouvi a voz de Natália distante:

– Niquinho, não liga, vamos para... – Não consegui ouvir o resto. Rolei os olhos e continuei a andar.

Fui ao refeitório, peguei uma maçã, sentei de baixo de uma árvore e ali fiquei um bom tempo pensando na vida, ou melhor, em uma pessoa.

POV NICO

Sério, na boa, vocês já pensaram em um animal raivoso vindo em sua direção com uma arma em punho, querendo definitivamente, te massacrar?

Eu já. E esse animal tem nome e sobrenome: SAMANTHA HUNTER

Eu estava paralisado, e Natália rosnando pra Samantha. Pois é, outro animal.

Mas Sammy simplesmente abaixou sua arma transformando-a no pingente de sua pulseira bem perto de nós e passou com a cabeça baixa, provavelmente adorando a minha reação.

Natália me ofereceu para irmos a praia para andarmos juntos. “Nem pensar em ir em um lugar romântico com essa garota” Pensei.

– É melhor não Natália... Você implica de mais com as pessoas, tem que parar com isso, acha que eu não vi você praticamente cuspindo espuma pela boca quando Samantha passou? Pare com isso, senão...

– Senão o que Nico di Ângelo? – A voz dela tornou-se um pouco mais grave, ela estava muito brava, nunca tinha falado meu nome por completo.

– Você nunca mais toque em mim. – Falei frio. A chama que estava em seu olhar, foi se apagando.

Natália de manhã, havia dito que estava sentindo algo por mim, e que me queria de qualquer jeito. Sem dar tempo deu responder, ela desferiu um beijo em mim, na frente de todos. Eu fiquei confuso, todos cessaram a conversa, eu só ouvia cochichos. Simplesmente virei as costas e sai andando com os meus pensamentos a mil. Não era aquilo que eu queria, não era aquele beijo que eu queria. Não era ela que eu queria. Mas parece que isso não afetou Natália, porque um tempo depois, veio com a melosidade tudo de novo.

Mais eu não consigo simplesmente dispensa-la... Não entendo por que. Acho que meu pai foi tão ruim com ela, que quando eu a olho, eu imagino ela novamente, naquele mesmo estado no submundo, coberta por correntes, confusa, desnorteada e sem defesas.

Virei as costas e deixei ela pra trás tentando achar palavras pra me responder.

Estava andando sem rumo, na verdade, tentando me esconder de Natália.

– Brincando de esconde-esconde com a nova namorada Nico?

Me sobressaltei de susto. Percy estava parado atrás de mim.

– Que namorada, peixinho sem escamas. – Disse virando pra ele. Adoro provocar ele assim.

– A nova do chalé de Hermes, a que vocês salvaram, morto vivo. – Mas odeio quando ele rebate.

– Natália? Ela não é minha namorada.

– Anão? Então como você me expli...

– NÃO tenho nada pra explicar. – Eu o interrompi.

– Tem sim! A Sammy ficou mal por causa disso, será que vocês não percebem? Até eu que sou meio lento percebi faz tempo.

Meio Lerdo?

– Olha, quer saber... eu... eu...

– Você gosta da Sammy? – Percy cruzou os braços e estava com a face séria.

– É, acho que sim. – Eu estava vermelho. Não sabia o que dizer, afinal, o Percy era meio irmão da Sammy.

Acho não... Você tem que ter certeza Nico. Se você não é homem o bastante para admitir o que sente, então não é homem o bastante para ficar perto dela.

– Mas... – Tentei dizer.

– Não chegue mais perto da Sammy, pelo menos, até eu permitir. E eu não estou sendo chato e querendo mandar em você e muito menos na Sammy, é que você já maguou ela demais, e eu me preocupo muito com ela, e eu não quero que isso continue. – Percy virou as costas e saiu. Ele nunca havia falado assim.

Eu maguei a Sammy?

Eu estava tão preocupado em não piorar as coisas pra Natália por causa de tudo que ela passou, e acabei ferindo Sammy por isso.

Meus Deuses... O que eu fiz?

POV SAMANTHA

Passei bastante tempo colocando minha cabeça no lugar, até tomar corajem a voltar a realidade. Levantei e comecei a andar.

Cheguei ao meu chalé e vi que Percy estava dormindo. Tirei minha armadura, sentei na cama e fiquei pensando por um tempo. Fiquei olhando minha pulseira, comecei a pensar em Poseidon. Pensei em ir à praia. Levantei, mas vi Percy se remexer na cama e abrir os olhos. Eu estava parada do lado dele. Ele me viu e abriu um sorriso. Devolvi o sorriso. Ele me puxou pelo braço me fazendo cair em cima dele.

– Vem cá... – E me deu um abraço de urso me apertando contra seu peito. Comecei a me debater e a gargalhar. Ao mesmo tempo em que ele me abraçava, fazia cosquinhas em mim. Fiquei sem ar e ele me soltou. Levantei e dei um tapa em seu braço.

– Não faça mais isso! Detesto cosquinhas! – Eu disse furiosa, mas não contive um sorriso.

– É bom saber. Descobri seu ponto fraco. – Disse ele com um sorriso ameaçador.

OH, SHIT

Ele se levantou em um pulo e correu atrás de mim para fazer mais cosquinhas, saí do chalé como um relâmpago e ouvi Percy gritar:

Tome cuidado e não demore, ou eu vou atrás de você!

Fui andando em direção à praia com um sorriso bobo no rosto.

“Só ele pra me fazer rir nessas horas.”


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentários? *----*

Até o próximo!

Beijos!



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