O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 20
Capítulo 20




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Eu estava andando pelo acampamento, acenando e cumprimentado os campistas conhecidos, eram poucos, pois muitos me culpavam pela morte de Will Wallace.

Eu teria de conviver com isso.

Caminhei por quase uma hora sem destino, e quando me vi estava a frente ao mar. Senti a leve brisa e o cheiro maravilhoso de água salgada. Meus cabelos esvoaçaram com a brisa. O vento tocava minha pele levemente. Dando-me arrepios bons. Sorri. Como era bom estar no mar. Sentei-me na areia da praia pertinho das ondas. Estiquei os braços chamando um pouco da água a meu favor. Descobrindo e desfrutando de meus truques do mar. Criei bolhas pequenas de água que rodopiavam ao redor da minha mão.

Olhei para aquilo maravilhada.

Sim, eu era filha de Poseidon. Mas ainda não defini se isso é bom ou ruim. Ter poder sobre a água, ser filha de um Deus, ser semideusa, não substitui o amor de um pai. Acho que os meus 15 anos eu só esperei que minha mãe viesse ao meu encontro e dissesse ‘’ Sammy, seu pai chegou. Venha lhe dar um abraço. Ele veio te ver. ‘’ Não é pedir muito mas, minha mãe deu duro para me criar, por que bom...

Eu dou trabalho.

Mas não é proposital é apenas, para eu me sentir importante. Sentir-me alguém. Não me sentir sozinha.

Como me sinto agora.

Estou em um mundo totalmente diferente. Não sabia que tudo isso existia. Que existiam deuses gregos. Eu aprendi o que é ter amigos. Como Grover. Como é irritar um irmão como o Percy. Como ter uma amiga. Como Annabeth. E Nico... Ele me desafia, ele me encara nos olhos com o mesmo tom de voz que o meu. Isso me atrai nele. Seu jeito desafiador. Sua audácia. Seus olhos sombrios e negros... Mas, ainda assim, eu não me sinto muito bem com relação a tudo isso. Não sinto como se fosse minha casa, antes eu achava que era diversão. Mas não é. Tudo é muito real. Eu só queria poder sentir fazer parte de um lugar. De ser mesmo quem eu sou. Não ter de provar a ninguém que eu não sou fraca. Que eu consigo. Que eu posso. Que sou independente de tudo. A vida sempre tem um lado bom. Um lado de paz. Eu ainda viverei esse lado. Não agora. Não ainda. Mas viverei. Só não sei como nem quando.

– Ei – disse uma voz atrás de mim, quando me virei, aqueles olhos brilhantes e sombrios me encaravam com um sorriso sincero. Consegui abrir um sorriso de 1 milésimo de segundo e continuei séria.

– O que você tá fazendo aqui sozinha? – Perguntou Nico di Ângelo sentando na areia comigo.

Dei de ombros. Olhei para o céu que já estava escurecendo.

– Eu sempre fui sozinha – respondi. Ele acompanhou meu olhar.

– Você tem uma família agora, Sammy. Nós somos a sua família. Não precisa se preocupar. Deu tudo certo não foi? – Perguntou ele olhando meu rosto. Mas ele parecia nervoso, olhava de um lado para o outro e estava tenso. Olhei para ele arqueando as sobrancelhas.

– Tudo? Tudo o quê?

Às vezes eu sou meio lerda. Mas, sou mais esperta que o Percy. Isso é certo, então não me julguem.

– Veja bem, nós partimos em uma missão “Água e fogo”. Mesmo odiando um ao outro – quando ele disse isso nós dois sorrimos. Foi ódio à primeira vista – “Na escuridão do submundo uma luz se acenderá”. Eu só ainda não entendi essa parte...

– Apolo. Ele me salvou no rio Estige. Eu estava pensando em me deixar levar. Em desistir. Ele apareceu e me ajudou. Disse também para que cuidasse de seu filho, eu não entendi na hora. Mas acho que essa foi a luz que a profecia falava – expliquei olhando para o pôr do sol que estava quase concluído.

Ele assentiu.

– Entendi. Também ‘’Contratempos e dificuldades no caminho terão’’. Você concorda comigo que tivemos muitas dificuldades não é? – ele disse e riu – O sangue na entrada do submundo, eu achei que você era maluca. Os três guerreiros, harpias, cães infernais, cães infernais de novo mais se transformando no meu incrível pai. Ameaças. Empousas. Você e Natália - Nós dois rimos.

– É verdade. Tivemos muitas dificuldades – olhei para ele – Você enfrentou seu pai por mim. Ele sorriu envergonhado

– Bom, é... Aquilo não foi nada. Acho que você faria o mesmo por mim. Não é? – ele respondeu me encarando.

Olhei para ele com uma expressão divertida.

– Não.

Rimos.

– E... “Mas somente um, a decisão final tomará”. Tive de escolher entre você e Bianca – ele abaixou a cabeça e senti sua tristeza – Se eu escolhesse Bianca... Quase tudo voltaria normal, voltaria tudo a ser como era, eu acho... Meu pai é realmente capaz de tudo.

– Obrigado Nico. Por ter feito isso. Obrigado mesmo.

– “Um cairá pela mão do pai” – Conseguiu dizer ele olhando pra areia mexendo nervosamente com os dedos.

– Will Wallace - respondemos juntos.

– “E a semideusa acorrentada se salvará”. Natália – ele falou e meu sangue subiu.

Controlei-me. Aquilo não era hora.

– Sim. Admito que desse final eu não gostei – falei e ele riu. Ficamos um tempo pensando em tudo isso, ele olhou mais uma vez para todos os lados até que se aproximou de mim.

– Samantha. Eu queria dizer uma coisa, mas...

– NIQUINHO!!! – Ouvimos uma voz aguda e exageradamente melosa.

Levantamos os dois juntos, com Nico na minha frente e vimos Natália andando em nossa direção.

Ela chegou e envolveu seus braços no pescoço dele. Ele tentou afastar-se dela , mas, ela o segurou. Ela o Abraçou e deu um sorriso de deboche e malicia para mim. Revirei os olhos e senti a raiva me subindo à cabeça.

Eu vou matar você” falei sem voz movendo os lábios levemente.

Deixe só eu fazer uma coisa” respondeu ela do mesmo modo sem emitir som algum.

Quando percebi ela estava beijando Nico. Fiquei imóvel e perplexa. Meu mundo desabou. Comecei a tremer. Senti a raiva me dominar. Fiquei furiosa e sai de lá quase correndo sem olhar para trás. Lágrimas invadiram meus olhos e duas gotas caíram. Pensei em começar a correr quando ouvi gritos. Olhei para trás. Nico tinha afastado Natália dele e gritava com ela.

Ela sorria inocente.

Ele aproximou-se dela e pensei que ia começar a beijá-la novamente, mas ele simplesmente a olhou seriamente e disse palavras que não consegui distinguir de longe. Percebi Natália olhando para o chão e assentindo.

“Ótimo, a primeira briga do casal.”

Recomecei a andar. Só que agora em direção ao mar e mergulhei.

De roupa e tudo.

Deixei as ondas me levarem e lavarem os meus olhos. Fiquei submergida por um bom tempo, uma hora talvez... E quando voltei a superfície só havia a luz da lua iluminando a noite.

Andei em direção à praia, saindo de perto da água, totalmente seca. Incrivel.

Olhando para o chão senti alguém me puxando pelo braço.

Nico.

– O que você tá fazendo aqui ainda? – perguntei.

Ele sorriu.

– Esperando você – respondeu.

– E a Natália?

– Agora você que está sendo a lerda.

– Como assim? – Eu realmente não estava entendendo nada.

Ele revirou os olhos para mim e abriu um sorriso. Senti um braço seu envolvendo minha cintura e ele soltou meu braço para acariciar meu rosto. Petrifiquei-me em seu olhar.

– O que você pensa que está fazendo? – consegui perguntar.

– Sinta – respondeu ele, observei seus olhos se fecharem e seu rosto se aproximar do meu e então ele...

Me beijou.

Lento e carinhosamente.

Foi á coisa mais maravilhosa que eu poderia sentir naquele momento.

– Nico? – parei o beijo e olhei em seus olhos.

Ele estava ofegante e me olhava com ternura.

– Sim? – sussurrou.

– Eu te amo.

Ele sorriu

– Eu também te amo minha evocadinha.

Voltei a beijá-lo.

Que tal um bônus com a foto dos dois? u.u

O que acharam?  *-*


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Notas finais do capítulo

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Bjs e até o próximo!



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