Segunda Temporada De Finalmente Juntos escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 36
Capítulo 36: Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Me sinto uma terrível e ingrata escritora. Minha vida tem sido uma bagunça nos últimos dias, mas isso não era desculpa pra deixar de postar certo? Ainda mais que o capítulo tava aqui pronto fazia tempo. Sinto muito mesmo. Vou deixar vocês com o capítulo. Boa leitura.



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*Hinata*

 

 

 

            Decidi permanecer na casa de meus pais durante aquela noite. Os últimos acontecimentos ainda rebobinavam por minha mente. Parei no meio do corredor. Meus olhos encarando a figura de meu pai deitado na cama. Minha mãe acariciava sua mão, suspirando aliviada, mas ao mesmo tempo, preocupada. Ela virou em direção a porta e seu olhar perolado encontrou o meu. Ela deixou meu pai sobre a cama, falando algo baixo apenas para ele mesmo e caminhou até a porta, fechando-a atrás de si quando passou por ela.

— Como ele está? - Questionei-a. Outro suspiro aliviado deixou seus lábios, traçando um mínimo sorriso de canto. Ela acenou breve e positiva. - Vou preparar alguma coisa para você comer. Não comeu nada desde do que aconteceu.

— Está bem, minha querida. - Ela disse rapidamente. O rosto pálido e cansado. Ela passou a mão gentilmente por meu ombro. - Eu vou tomar um banho. Você também deveria comer algo, está muito magra.

            Não foi difícil notar o tom preocupado que embargava aquelas palavras. Suspirei lenta e profundamente, apenas maneando a cabeça em um aceno positivo. Vi-a entrar no quarto fechando a porta em seguida. Caminhei pelo corredor chegando rapidamente na cozinha. O quarto de meus pais havia sido movido para o andar inferior da casa a fim de evitar que meu pai fizesse esforço em demasia para subir as escadas. Uma máquina estava ligada monitorando os batimentos cardíacos e todas as manhãs um enfermeiro ficara de vir checar os resultados emitidos pela aparelhagem.

            Remexi a geladeira e a despensa escolhendo por fim preparar um sanduiche leve e um copo generoso de refresco. Apressei-me a levar a comida para minha mãe. Ela aceitou a bandeja com a refeição, mas algo em seu rosto parecia transmitir que não iria sequer tocar naquele prato. Suspirei, deixando que meu corpo caísse sobre o sofá na sala. Ouvi passos se aproximarem e virei o rosto apenas para ter certeza que Hanabi rastejava para perto de mim. Seus olhos estavam inchados de choro e ela, ligeiramente, pareceu outra vez com aquela menininha que se aconchegava em mim quando tinha pesadelos.

— Você acha que o ottou-san ficará bem? - Ela perguntou fungando baixinho e eu soube no mesmo momento que ela chorara até agora. Apertei meus braços contra seu corpo, aninhando-a perto de meu peito.

— Aquele homem é forte demais. - Falei tentando manter a calma dentro de meu peito. A dor aguda ameaçava pipocar em minha cabeça e meus pulmões gemiam em protesto contra o aperto invisível que os perseguiam. - Ele ficará bem.

— Estou com medo, Hina-onnechan. - Disse ela, agarrando-se em mim. - Estou com medo não só por causa do ottou-san, mas por você também.

            Tentei dar-lhe um sorriso mínimo, mas ele tremeu em meus lábios. Eu também, mesmo que negasse veemente, tinha medo. Tinha medo da morte certa que aguardava a todos os seres vivos. Tinha medo de partir de modo deplorável, sem ter conseguido executar todas as minhas metas de vida. Tinha medo do esquecimento certo. Acariciei os cabelos longos e castanhos de Hanabi para então, ela logo adormecer.

 

 

[...]

 

 

            Acordei na manhã seguinte com os raios de sol batendo contra minha janela. Ergui-me da cama, jogando as cobertas para o lado. Minhas mãos tremiam e um ardor subira por minha garganta. Corri para o banheiro, jogando-me em cima da pia quando o sangue se desmanchava por minha boca em direção a cerâmica branca. Respirei vagarosamente, minhas pernas trêmulas cederam no chão e senti os joelhos chocarem-se contra o azulejo amarelado. Tentei levantar depois de alguns segundos, mas a tontura me atingiu. Antes de desmaiar, pensei ter escutado uma voz gritando meu nome, depois disso, apenas a escuridão.

 

 

[...]

 

 

            O som mecânico de uma máquina rebobinava em meu ouvido. Meus olhos demoraram para se acostumarem com a luminosidade. A primeira coisa a entrar em foco foi o teto branco incrivelmente familiar de hospital. Encarei o ambiente ao meu redor. Havia uma bolsa com soro intravenoso ligada em meu braço direito. Uma máquina acompanhava meu ritmo cardíaco. Um balão vermelho-escarlate com o desenho de uma caveira foi pendurado junto a um bilhete de "fique boa logo, Hinatinha". Não precisei pensar muito para descobrir a quem pertencia aquele item raro. Meus olhos voltaram-se para a porta e encarei a figura masculina ali parada. Os cabelos loiros assanhados. O rosto cansado pareceu aliviado ao me ver acordada.

— O que houve? - Perguntei, mas eu mesma já sabia a resposta. Não era a primeira vez que aquilo acontecia. Ele entrou no quarto, os lábios comprimidos em uma linha reta. - Naruto?

— Você desmaiou. - Disse facilmente, mas algo estava errado. - Tia Yumi me ligou preocupada contando. Deixei o escritório e fui direto para lá. O médico que te atendeu disse que seu baço estava com um tamanho anormal. Com uma baita pneumonia e também perdeu muito sangue. Precisou de uma transfusão. - Meus olhos chocaram-se com o braço dele. Um pequeno curativo daqueles usados quando se tirava sangue estava preso, contrastando com a pele bronzeada. - Está me devendo alguns litros de sangue. - Ele brincou rapidamente, mas sua expressão ainda era cansada. - Vou avisar a tia Yumi que você acordou.

            Antes que eu falasse alguma coisa, ele saiu pela porta. Minutos depois, pela mesma porta, minha mãe entrou correndo no quarto. Seus braços me envolveram, puxando-me para si. Lágrimas banhavam seus olhos e eu não sabia se era de medo ou preocupação. Respirei profundamente. Cada lufada de ar que entrava parecia queimar meus pulmões.

— Hinata. - Ela separou-se de mim. Os olhos fixos na minha figura. As mãos dela tremiam sobre meus ombros. O olhar marejado o suficiente para encher um oceano. - Não sabe o medo que eu tive de... - ela não conseguiu completar a frase. - Naruto me contou sobre um tratamento com uma droga experimental... - ela balbuciou. - Você... Não quero ir contra suas escolhas, minha filha, mas isso é algo completamente egoísta e...

— Vou fazer o tratamento. - Resmunguei atraindo a atenção de minha mãe.

— Como? - Perguntou boquiaberta - O quê? O que foi que você disse?

— Vou fazer o tratamento. - Falei novamente, desta vez mais convicta nas palavras. - Não se preocupe quanto a isso.

            Vi minha mãe suspirar aliviada. Não estava certa sobre o tratamento e sobre se deveria ou não o fazer. Mas depois do que houve com meu pai, depois do medo e da tristeza que vi se apossar gradativamente em minha mãe, das palavras ditas por Hanabi na noite anterior e do rosto exausto de Naruto quando eu abri meus olhos, havia decidido por isso. Talvez esse tratamento não desse certo, não apresentasse uma solução, e mesmo que eu não quisesse me agarrar a esperança e ser atormentada depois por ela não ser realizada, daria aquele pequeno presente a todos aqueles que me amavam.

 

 

 

*Naruto*

 

 

 

Dois Dias Depois

 

 

            Encaramos o aeroporto. Gaara terminava de fazer o chekin no balcão com uma das atendentes que, hora ou outra, gracejava para o ruivo. Hinata balançava os pés, ainda sentada na cadeira. Minha mãe havia nos acompanhado até o aeroporto e ido embora a pouco mais de cinco minutos. Coloquei as malas em pé, próximo as cadeiras do salão de embarque e desembarque e sentei-me ao lado da Hyuuga.

— Você está se sentindo bem? - Questionei-a. Hinata apenas maneou a cabeça, confirmando. Ela ainda havia passado mal os dois dias que sucederam sua alta do hospital, bem como antecederam a viagem. - As coisas não saíram bem como eu planejava, mas vamos considerar isso como sendo uma lua de mel.

— Está bem. - Ela disse sorrindo minimamente. - Vou tentar considerar isso enquanto estiver sendo espetada, colocada de uma máquina para outra e drogada com uma quantidade absurda de remédios.

— Gostaria de saber com quem aprendeu a usar sarcasmo tão bem. - Murmurei em descrença. - Onde está a doce Hyuuga que eu conhecia?

— Ela está bem na sua frente, mas... - sussurrou erguendo o dedo indicador. - Imagine-se como amiga do Hidan por mais de três anos. Sarcasmos e ironias vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, quatro semanas por mês, doze meses por ano...

— Está tudo pronto. - Gaara resmungou aparecendo em nossa frente. Os cabelos ruivos presos embaixo de um boné preto. As passagens aéreas e passaportes em mãos. - Vamos?

            Apenas concordamos com um aceno. Levantamos das cadeiras, puxando duas malas cada até a área de embarque de bagagens. Os funcionários do aeroporto pesaram as malas, checaram nossos cartões de embarque e só então permitiram que passássemos. Sentei-me na cadeira. Um assento de três lugares, próximo a janela. Hinata sentou ao meu lado e Gaara ao lado dela. Uma voz feminina, que julguei como sendo da aeromoça, ecoou dizeres em inglês, japonês e alemão, algo sobre apertar os cintos que o avião decolaria em alguns instantes.

            Senti o veículo grande e pesado começar a mover-se pela pista. As asas a minha vista, bem como a turbina. Um pequeno sacolejo seguiu-se de uma grande tremedeira no avião enquanto ele deixava o chão para trás. Agarrei-me no estofado da poltrona, fechando os olhos e respirando devagar demais.

— Você tem medo de voar, Naruto? - A pergunta de Hinata chocou-se contra meu ouvido. Balancei negando o mais rápido que pude. Meus dedos tremiam e só me senti seguro o bastante para reabrir os olhos quando os sacolejos cessaram. - Agora entendo porque você sempre inventava uma desculpa para não me visitar no Canadá.

            Ouvia-a soltar uma risada, bem como Gaara ao seu lado. Ele, ao contrário de Hinata, conhecia-me bem o suficiente para saber que eu não tinha medo de voar. Eu tinha pânico. Suspirei lentamente enquanto descansava minha cabeça no encosto da poltrona.

— Que bom que eu sou um ótimo entretenimento para vocês dois. - Falei e ouvi outras risadas vindo na minha direção. - Se não é pedir demais, agora vou dormir um pouco, certo?

 

 

[...]

 

 

            Oito horas depois aterrissamos em solo alemão. Eu podia sentir as pontadas em minhas pernas e meus pés ficarem inchados de tanto tempo sentado numa poltrona de avião. Suspirei enquanto prendia a vontade de ajoelhar e beijar o chão. Esperei por Hinata e Gaara no setor de desembarque de bagagens. Encontrei a mala vermelha de Hinata e uma preta pequena de Gaara. Puxei ambas para perto de mim e virei-me a ponto de encontrar os dois.

— Um amigo meu está nos esperando para irmos até a clínica. - Falou o ruivo enquanto terminava de desligar o telefone celular. Hinata suspirou lentamente. Os ombros cedendo ao cansaço. - Vamos nos encontrar com ele no ponto de táxi.

            Caminhamos sem pressa para fora do aeroporto depois de pegarmos todas as bagagens. Um amigo de Gaara, um cara alto, branco e loiro, abriu a porta do bagageiro do carro e colocou nossas malas lá dentro. Entramos no carro. Eu e Hinata no banco traseiro e Gaara e seu amigo, que disse se chamar Klaus, no banco da frente. O caminho do aeroporto até a clínica foi feito rapidamente. Passamos por uma igreja, aparentemente restaurada, antes de pararmos em um prédio de dois andares, todo construído com janelas grandes de vidro espelhado, impedindo que fosse possível ver o que acontecia lá dentro. Klaus parou o carro no estacionamento dizendo que nos deixaria ali e levaria as malas para um hotel, previamente reservado para nós.

            Gaara nos acompanhou pela clínica acenando para os colegas e mostrando todos os cômodos, salas e quartos. Ele parou em uma sala ampla e sentou-se em uma cadeira na mesa. Puxou uma pasta de fichas e uma caneta preta da gaveta sob a mesa.

— Hinata. - Ele chamou o nome da morena e apontou para a cadeira. Sentei-me ao lado dela. Minha mão segurou a sua, transmitindo a segurança que eu julgava ter para ultrapassar o que viesse a acontecer. - Tenho que pedir que elabore algumas respostas, tudo bem? - Ela apenas confirmou com a cabeça. Hinata não pareceu muito contente em ter que permanecer ao lado de Gaara durante o teste da droga experimental, mas ambos concordaram em se tratarem apenas como médico e paciente. Ele entregou uma ficha para ela. - Assim que responder, poderá começar o tratamento.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Eu realmente não sei quando vou poder voltar a postar, afinal agora entrarei nas provas finais da faculdade. Mas assim que tiver outro capítulo vou trazer pra vocês, certo? Obrigada por continuarem acompanhando. E sinto muito mais uma vez.



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