Sempre Ao Seu Lado escrita por HR


Capítulo 9
Capítulo 9 - O grande dia




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Era a manhã mais tensa que acho que já tive. Acordei com um único pensamento em mente: Hoje é dia de luta. Esse era o grande problema, Damon vai estar metido no meio disso. Levantei da cama, coloquei meu vestido solto e deixei o cabelo liso e solto mesmo. Desci as longas escadas que era o meu exercício diário. Vi o Rei e a Rainha saindo pela porta, e ir até a roda de soldados.

-E então? Bom dia né? – Caroline sorri.

-Não. Não é um bom dia hoje... – Olhei para ela e depois olhei através da grande janela do salão.

-Quer comer algo?

-Não.

-Fala sério. Você está em dois agora. – Ela me encarou.

-Eu estou com fome, mas não quero comer...

-Por favor, né Elena, come um pouco pelo menos. Um pão. Pode ser?

-Não quero! – Olhei-a nos olhos para transmitir que eu estava realmente falando sério.

-Tudo bem então... Vai ficar plantada aí até começar?

-Eu queria falar com ele...

-Vai ser difícil...

      Então, o Rei e a Rainha entraram novamente no salão depois de um tempo e sentaram-se em suas poltronas, olhando - pelas janelas enormes, - os soldados que se posicionavam um pouco mais a frente do castelo, formando linhas horizontais. Todos armados e aparentemente preparados. Damon estava bem na minha frente, a alguns metros a minha frente.

-Quando vai começar? – perguntei à Caroline.

-Não tem hora né Elena? Eles começam quando os troianos vierem...

-O que vocês estão fazendo aí hein? – Chegou Stefan, ficando ao lado de Caroline, beijando sua cabeça e me deixando com inveja.

-Vendo quando vai começar a guerra... – Respondi.

-Vão ficar aí até eles se atracarem? Pode demorar...

-Verdade... – Falei.

      Saí da janela e passei pela porta principal, mas Stefan me pegou pelo braço e me trouxe para dentro novamente. Dois guardas do rei se posicionaram na porta e a fecharam. Me debati nos braços de Stefan, até ele me soltar.

-Ficou louca?! E se a guerra começar com você lá fora? Você pode morrer!

-Eu só queria falar com ele!

-Elena, se acalma. Não é o fim do mundo... – diz Caroline com toda a calma do mundo.

-É sim! – Olhei novamente pela janela, torcendo para que a guerra não acontecesse.

São 16h, quando foi disparada a primeira flecha dos troianos e os soldados começam a correr na direção deles, lutando com bravura. Eu não conseguia tirar os olhos de Damon, ele corria e parecia que movia a espada em câmera lenta, fazendo meu coração doer a cada segundo enquanto estou olhando pra ele.

-E então Elena, curtindo a luta? – Henry chegou do meu lado com um sorriso sarcástico.

-Me divertiria mais se você estivesse sendo esquartejado lá no meio das pessoas. – falei sem olhar para ele. Ele não gostou muito e então segura o meu rosto me obrigando a olhá-lo.

-Olha como você fala comigo! Eu sei das coisas que você esconde, lembra? – E soltou meu rosto, me encarando com raiva.

-E você, olha o jeito como se trata uma dama! – Caroline altera a voz.

-Não altere a voz para mim sua inútil! – Henry encarou Caroline, e de repente, a mão de Stefan voa para a cara dele.

       O Rei e a Rainha correm na nossa direção e seguram Henry para ele não continuar a briga. Caroline tenta acalmar Stefan, mas ele está a encarar Henry com fúria no olhar e suas pupilas dilatadas. Franzi a testa, sem saber como agir nessa hora. Henry tentava se soltar dos pais para atacar Stefan, sem sucesso. Logo, o levaram para outro cômodo e Stefan aos poucos foi se acalmando.

-Fica calmo amor... – sussurrou Chantai e se beijaram.

    Desviei o olhar para a janela, para ver Damon lutando. Era mais interessante do que observar o beijo de Caroline e Stefan. Ele escapava por pouco de alguns golpes que levava e já havia acertado alguns. Damon enfia a espada em um cara, cobrindo a espada de sangue. Ele parece não ligar, por já estar acostumado e então, golpeia outro homem que desvia e acerta Damon em cheio no quadril, na parte sem proteção. Damon tenta continuar a luta, mas acaba caindo e um de seus colegas o protege, golpeando o cara. Enquanto isso, Damon se arrasta para longe da confusão, com uma expressão terrível de dor. Corro pra fora do castelo. Sinto os guardas me esbarrarem, me segurando.

-Damon! – gritei, já chorando.

-Elena! Não vai lá! – Caroline e Stefan gritaram, vindo até mim.

-DAMON! – berrei chorando.

      Fiquei me debatendo nos braços dos guardas, querendo sair. Chutei eles, bati, espanquei,... Então a Rainha mandou me soltar e eu corri até Damon como se fosse a última coisa que me restara na vida. Me ajoelhei ao seu lado, olhando o sangue que saía um pouco acima do quadril, ele gemia de dor e tentava parar o sangramento. Gritei chamando ajuda, mas ninguém me ouvia naquele barulho de espadas e gritos agonizantes.

-Elena, volta pra dentro! Você pode morrer aqui! Volta!

-Não, eu não vou te deixar aqui sozinho... – seguro seu rosto e o acaricio. – Me desculpa se eu te magoei, me desculpa se viu a cena de Henry comigo. Mas era por uma boa causa! Ele sabe que eu estou grávida e queria um beijo em troca do segredo... Por favor, me perdoa. Eu amo você, só você!

-Elena... Tá tudo bem. Mas volta pra dentro, por favor, amor!

-Não Damon, eu vou te ajudar a sair daqui dessa confusão, eu vou cuidar de você...

-Elena, não. Volta pra dentro!

-Deixa eu ficar com você, deixa eu te levar lá pra dentro...

   Damon abre a boca pra falar, mas para. Me pega pelos ombros, e me puxa, me fazendo cair em seu colo. Vejo uma lança pegar na parede exatamente onde estaria minha cabeça. Olho Damon assustada, ele olha ao redor vendo se a barra estava limpa. Então me olha preocupado e acaricia meu rosto delicadamente, beijando minha testa.

-Vai pelos fundos... É mais fácil para voltar. – ele sussurrou.

-Não vou deixar você aqui Damon!

-Você quase levou uma lançada na cabeça! Por favor Elena, por mim! - Ele parece estar começando a ficar desesperado.

-Você está sangrando! E está com muita dor, eu vejo isso. Não vai conseguir continuar a luta! E eu não vou deixar você morrer.

-Eu não vou morrer!

-Ninguém garante. Agora você vem comigo até os fundos. Sozinha eu não saio daqui.

       Damon suspira, olha para a confusão de espadas mais a frente, e se levanta gemendo de dor por se curvar. Passo meu braço ao redor dele e o guio até os fundos. No caminho, Damon ainda leva mais uma flecha na perna, fazendo com que perca o equilíbrio e quase caia comigo junto. Ele manca, quase correndo até o gramado do jardim dos fundos e se joga no banco de mármore. Sento ao seu lado, olhando a flecha pasma.

-O que eu faço?

-Tira a flecha! – disse Damon gemendo. – Rápido!

-Calma! – Segurei a flecha, tirei de uma vez, ouvindo Damon berrar. – Desculpa...

-Não foi nada... – ele abriu um meio sorriso. – Você tá bem?

-Como assim? Você que tá sangrando, cheio de feridas e me pergunta se eu estou bem? Eu não estou bem! Eu estou em estado de choque, eu não sei o que fazer! Eu queria te curar, mas eu não sei como!

-Você já está fazendo muito, ficando do meu lado... – ele acaricia meu rosto e me beija.

   Foi um beijo quente, suave. Daqueles que tem no filme quando eles enfrentam uma porção de desafios e confusões e no final quando tudo acaba, eles se beijam, transmitindo todo o perdão por todos os erros cometidos durante o processo. E o beijo se torna mais intenso quando amamos a pessoa, quando damos de tudo para que a pessoa amada fique bem.

-Elena, eu te amo. – Damon sussurra no final do beijo.

-Eu também te amo, meu amor. – respondo com um sorriso e uma lágrima.

      Damon passa o seu dedo polegar para limpar minha lágrima e eu sorri novamente. Acaricio seu rosto, e vejo pelo ombro de Damon, Henry, o Rei e a Rainha nos olhando. Desvio o olhar e me levanto do banco de mármore. Eles se aproximam sérios. Damon se virou, ainda com dor para olhá-los.


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