-O que estava conversando com Damon Salvatore senhorita Gilbert? - Henry me esbarra na porta de entrada.

-Não preciso divulgar por ai o que eu falo com os outros.

-Mas pra mim precisa. O que estavam conversando? Posso saber?

-Quer mesmo saber?

-Quero.

-Eu só queria ter certeza de que haveria uma guerra. Não acreditei quando me falaram, então como eu tenho mais contato com ele...

-Claro. Claro. Como se eu acreditasse... Mas relaxa, o rei irá saber e você terá que contar por bem ou por mal.

-Não tem nada o que você contar. É proibido conversar com soldados por acaso?

-Você sim.

-Quem disse?

-Eu! Eu disse! Mas relaxa. Você vai sofrer muito na minha mão ainda.

-Já recebi ameaças piores.

-Ah, é? Então eu vou contar que você está com suspeita de gravidez! Melhorou?

-O quê?! De onde tirou isso?

-Eu vi você colocando a mão dele na sua barriga.

            Paralisei.

-Se você não quer que eu conte é só...

-O que você quer o que em troca?

-Isso...

           Ele olhou para os meus lábios e me beijou. Não sabia se recuava, correndo o risco dele contar ou se eu deixava, correndo o risco de que alguém veja.  Ele começa a ativar suas mãos em meu corpo, me apertando e acariciando. Tento recuar, mas ele me segurou mais firme. Quando o beijo acaba, ele sorri.

-Relaxa, não vou contar nada. – Deu as costas e subiu as escadas simplesmente.

     Segui-o com o olhar e vi Caroline me olhando incrédula ao longe. Ela disparou em minha direção como um foguete desesperado  e desgovernado.

-O que foi aquilo?! Está se entregando pra ele assim facilmente?

-Foi... Um trato.

-Trato? Que trato? O que você quer dizer com isso? Elena, o que você está me escondendo? - Põe as mãos na cintura com uma posição autoritária.

-A minha gravidez... – sussurrei, franzindo a testa.

          Ela olhou para a minha barriga e desviou o olhar para onde ficava o campo. Depois, voltou a me olhar com um ar de preocupação e desespero. Ela parecia mais assustada do que eu. Respirou fundo e continuou com a voz ainda firme.

-Elena... Damon viu tudo. – ela mordeu o lábio.

-O quê? – Olhei para o campo rapidamente.

     Damon lutava agora com raiva contra os outros ali do campo, parecia que algo tinha ligado sua raiva e eu sabia o que era, infelizmente. Ele movia a espada como se já estivesse no dia da guerra, fazendo seu parceiro de luta levantar os braços, como defesa fazendo gestos para ir mais devagar. Desviei o olhar para Caroline.

-E agora? Eu não quero que ele fique pensando que estou tendo um caso com Henry... Ainda mais agora. Ai, Caroline! Eu não sei o que eu faço! – abracei-a e deixei lágrimas caírem.

-Calma, eu estou com você. Eu vou te ajudar nessa e Stefan também, eu sei disso. Amanhã a gente resolve tudo tá bom? Você precisa se livrar dos pensamentos de hoje. Suba e durma um pouco...

-Eu não quero perder o Damon, Caroline... – digo em meio às lágrimas.

     Depois que eu já estava mais calma, entro no meu quarto, trancando a porta e desligando a luz, enfiando-me debaixo das cobertas enquanto acariciava minha barriga, pensando no sexo do bebê e em como resolveríamos isso tudo. Poderia falar que o filho é de Henry, mas nunca tivemos um caso real e o rei não gostaria disso. Não que eu ligue para o que é bom e ruim para os outros, eu quero só focar no meu futuro, como mãe, nesse lugar horrível. Quem sabe, iremos sair daqui antes que a barriga cresça ainda mais, ou antes do bebê nascer.