Passou-se mais ou menos um mês depois.

   Damon escapava para o meu quarto quase todas as noites com mais frequência e na nossa primeira noite, Henry tentou dedurar que havia alguém comigo mas o Rei me protegeu pelo fato de que Henry estava no meu quarto, sendo que ele estava estritamente proibido. O corselete estava ficando cada vez mais apertado pra mim e eu quase não respirava mais no vestido. Até chegar um dia onde tive que escolher vestidos mais soltos que não marcavam a cintura.

    Nesses meses, e eu não ficávamos mais tanto tempo juntos de noite porque eu quase sempre ficava enjoada, e não estava mais a fim de fazer nada. O vestido solto que eu usava, quase não dava mais, a cada mês eu parecia engordar mais e mais, sem comer muita coisa. Então, eu me dei conta. Damon era humano agora! Paralisei. Saí do meu quarto no fim da tarde e desci as escadas tentando não parecer agitada. Vi Caroline vindo até mim.

-Elena! Eu estava te procurando! Eu queria te mostrar o meu vestido novo... – ela sorriu.

-Sério? Mais um pra coleção? – olhei para a porta principal para ser se tinha algum sinal de Damon.

-É, ele é azul e tem um bordado...

-Você viu Damon? – cortei sua frase.

-Eu vi... Ele estava em treinamento pra guerra de amanhã.

-Guerra?! – fiquei boquiaberta.

-Não sabia? Pensei que foi a primeira a saber. Parece que um povo troiano marcaram a data de amanhã como a guerra da conquista de terras.

-Não, eu não sabia... Caroline, Damon não pode ir nessa batalha! Se ele morrer?!

-Elena, ele tá bem preparado, não vai morrer... Relaxa. Por que tá tão agitada?

-É que... Eu preciso falar com Damon, desculpa Caroline.

   Corri até a porta, passando os olhos pelo campo de treinamento, procurando o meu príncipe moreno fardado de soldado. Ele estava com uma espada e desviava agilmente dos ataques de preparação, assim como atacava bem. Ele estava de costas, mas eu conseguia sentir a excitação dele pela luta. Caminhei devagar até o campo.

-Princesa Elena? – perguntou o Sargento. – Posso ajudá-la?

-Ah, eu acho que sim... – sorri. – Preciso falar com o Sr. Salvatore.

-Não podemos parar o treino agora, senhorita Gilbert.

-Por favor, o rei me mandou um recado importante. Muito importante!

-Tudo bem, eu irei chamá-lo.

       Vi o Sargento Phell ir até Damon e falar com ele. Damon olhou para mim e veio na minha direção. Ele estava coberto de suor e sujo, mas mesmo assim continuava lindo, maravilhoso. O meu príncipe!

-Me chamou?

-Damon... Eu acho que temos um problema. – limpei um pouco o rosto de Damon da sujeira.

-Qual problema? O que eu fiz?

-O que nós fizemos... A gente esqueceu um detalhe importante esses tempos.

-Que detalhe? – ele franziu a testa.

-Você é um humano. E as nossas noites não tiveram muita proteção...

-O que quer dizer com isso? - Ele me parece preocupado.

-Eu estou grávida.

            Peguei a sua mão e coloquei na minha barriga. Ele ficou com os olhos vagos e depois fechou os olhos, tirando a mão e levando-a para a testa. Franzi a testa de leve ao pensar no que teríamos que passar daqui pra frente.

- Eu estou engordando rapidamente, meu quadril está largo, meu corselete não entra mais...

-Desde quando isso? – ele me corta, e em seu tom de voz dá para ver visivelmente que está preocupado.

-Mais ou menos dois meses...

-Meu Deus, o que a gente vai fazer agora? Essa criança não pode nascer aqui. Se eles descobrirem... – ele desviou o olhar, e olhou para o campo.

-A gente vai dar um jeito, a gente sempre dá um jeito. Confia em mim, vai dar certo.

-Elena... É uma criança que criamos sem consciência do que iria acontecer!

-Você não quer a criança? – franzi a testa.

-Eu quero sim, claro que quero. Mas não agora... – ele olhou profundamente nos meus olhos e encarou o chão. Olhei ao redor, vi Henry na porta nos encarando de longe.

-Ah, droga. – sussurrei para Damon. – Henry estava nos vendo o tempo todo! - Damon olho ao redor disfarçadamente e o viu, depois olhou para o campo pra disfarçar, trinco os dentes e soltou uma respiração pesada.

-Filho da mãe! – ele resmungou.

-Talvez ele não viu tudo.

-Se ele falar alguma coisa para o paizinho dele estamos na forca.

-Eu tenho uma amizade com o Rei, qualquer coisa eu converso com ele.

     Um silêncio tomou conta do nosso assunto e ficamos olhando para o campo de treinamento por um instante, até que Damon suspira e se vira para mim.

-Eu tenho que voltar a treinar... – murmurou.

-Damon, tenha cuidado. – franzi a testa preocupada.

-Você também. – ele olhou pra mim, pra barriga e voltou para o campo.