Stefan e Caroline sorriram, ainda em choque pela vista. Eu abracei Damon, apoiando minha cabeça em seu peito, escutando as batidas de seu coração pulsando harmoniosamente dentro de si. Damon mexia nos meus cabelos, enquanto olhava ao redor, provavelmente pensando em algum plano.

-Vamos ter que ir lá? – perguntou Caroline.

-A não ser que tenham uma ideia melhor...

-Eu tenho! – disse uma voz masculina. Reconheci a voz de cara.

            Me virei com medo, segurando o braço de Damon com força. Vi Caroline também se proteger com Stefan. O homem usava uma armadura e tinha uma espada consigo, nos ameaçando com ela.

-Eu vou levá-los. Não é uma gentileza?

-Ah, claro que é. Nos trazer pra Era Medieval é muita gentileza. – murmurei. Senti que Damon me deu uma cotovelada fraca pra eu calar a boca.

-Qual é, mulherzinha. Você é linda, mas não pode falar comigo desta maneira! Eu sou o cavaleiro chefe do Rei! –alterou a voz.

-Ninguém é surdo. – Caroline diz em voz baixa, mas o cavaleiro acaba ouvindo e então aponta a espada para ela. – Foi mal, eu me calo... - Vi Stefan olhar para Caroline pelo canto do olho, deixando-a atrás dele.

-Agora venham comigo ou será pior para vocês.

-Me obrigue! – Damon o desafiou com o olhar.

            No mesmo instante, apareceram vários cavaleiros de Deus sabe de onde, apontando armas e espadas para nós. Damon olhou em volta constrangido.

-Tudo bem, você venceu. – Damon finalizou.

E lá estamos nós, caminhando com o “grande chefão dos cavaleiros” até o castelo. Recebendo olhares desconfiados dos moradores de lá e xingamentos irreconhecíveis, de outra língua e vaias ensurdecedoras. Me sinto alguém horrível sendo que não fiz absolutamente nada de mais. Eu andava perto de Damon, me sentindo frágil com tantos homens rudes e amedrontadores à minha volta. 

- Obrigado Damon, sério mesmo. Ajudou muito a nossa situação. - Stefan usa seu tom irônico visivelmente.

O chefão nos levou até o rei, e nos obrigou a se ajoelhar em frente ao trono de ouro coberto por um veludo vermelho, com detalhes de diamantes. Fico a pensar de onde vem tanta riqueza. Ele nos encarava de cima a baixo com um olhar amargo e frio. Imagino que o nome dele pudesse ser algo nobre, incomum, ou pelo menos difícil de ser pronunciado por estarmos numa época muito antiga. Não demora muito, ele revela de repente.

-Eu sou o Rei Artur! O dono deste maravilhoso castelo, o dono desses homens aqui presentes, da população lá de fora miserável, mas que fazem um ótimo serviço e com certeza, me adoram e idolatram. Mas, não conheço vocês. Conheço?

-Não, Senhor. – arriscou Stefan.

-Foi uma pergunta retórica! É claro que não os conheço porque não são daqui! Mas, o meu querido filho Henry, os buscou. E sabem pra que?

-Pra que? –Damon murmurou.

-CALEM A BOCA! Somente eu falo por enquanto! Até dar-lhes-ei a vez.

-Dar-lhes-ei? – Caroline sussurrou baixo para que eu ouvisse mesmo, e desta vez ela se salvou, pois o rei não havia escutado-a. Ou somente ignorou sua fala para que não ocupe seu tempo.

-Continuando, - o rei então se levanta do trono, caminhando lentamente para tentar fazer charme com a sua bengala enfeitada de ouro e forrada com o mesmo veludo vermelho que se encontra no trono – Eu os busquei porque preciso de novos cavaleiros e de novas mulheres. Ou melhor, estou precisando mais é de mulheres para fazer tudo, como uma escrava... Então, irei selecioná-los!

Então ele anda em círculos ao nosso redor, só para dar um suspense ainda maior. No analisa de cima a baixo e todos tentam evitar olhar para seus olhos, principalmente eu, pois de certa forma, me encontro com medo. Quando penso que iria começar a falar, ele tosse. Não sei o que irá acontecer comigo daqui em diante... Então depois de algum tempo em silêncio, ele para justamente na frente de alguém, posso ver seus pés, está ao meu lado e por isso, não levanto a cabeça. Ele bate o pé.