Damon e eu, estávamos indo viajar para a Inglaterra, quando fomos surpreendidos e aprisionados por um alguém sem nome. Estamos de olhos vendados e amarrados, com raiva e agonia. Eu só sei que Damon está perto de mim, porque eu sinto a sua respiração de leve no meu braço, mas nenhum sinal de som; Deve ser porque ele esteja com um pano na boca assim como eu. Senti uma mão fria encostar nas minhas pernas, resmunguei. Era áspera e sabia que não era de Damon, então fiquei tentando me debater.

–Para garota! – ouvi a voz masculina gritar.

Chutei algo que parecia ser a perna dele com força, ouvi Damon gemer, eu fiquei parada, constrangida. Ouvi a risada masculina soar no ar; logo sumindo. Então, silêncio. Uma calma profunda que chega até ser ensurdecedora; fria, agoniante. Meu corpo estava rígido, não sabia o que estava por vir e muito menos onde eu estava...

–Aqui! Tem dois escravos! – gritou um homem.

Não era a voz do homem anterior, era mais grossa e rígida. Logo, mais vozes vieram atrás da voz líder, fazendo com que logo, estava sendo puxada, arrastada por alguém, eu tentava gritar para Damon me ouvir, mas não deu muito certo. Sei que no meio da confusão, minha venda caiu e pude ver com os meus próprios olhos o matagal em volta e Damon sendo levado. Meu grito saía abafado pelo pano, o que me dava ainda mais ódio.

Caí no chão. Sim, caí de bunda e doeu. Me dobrei pra alcançar meus pés, e me soltei, soltando logo as mãos também. Corri entre os homens e puxei Damon com força, fugindo dos homens esquisitos.

–Os deixa ir! Não irão sobreviver mesmo! – escutei a voz grossa falar enquanto eu corria.

Ao não ouvir mais passos atrás de mim, eu deitei Damon perto de uma pedra no meio do mato, tirei as suas vendas e o ajudei a desamarrá-lo. Seu olhar era confuso e parecia buscar algum ponto seguro ali. Segurei o seu rosto e o acariciei. Ele me beijou, sorrindo no meio do beijo e sussurrando frases carinhos entre ele. Nada comparado ao Damon que eu conhecia antigamente.

–Onde estamos? – perguntou Damon me olhando nos olhos.

–Eu não sei bem... Estávamos numa carroceria de uma charrete, e vieram homens querendo nos levar, nos chamando de escravos...

Ele olhou em volta, procurando alguma resposta.

–Vamos andando, quem sabe encontramos algo que tire essa agonia toda... –murmurou. Olhou nos meus olhos e me beijou.

–Tudo bem... Mas... Você está bem? – analisei-o.

–Estou ótimo, melhor do que nunca. – sorriu. – E você?

–Bem, eu acho. – meio sorriso.

Ele se levantou primeiro, depois me ajudou a levantar. Então, andamos sem rumo pela mata, encontrando algum ser sociável ou uma construção que poderia nos informar sobre o local que estamos. Com sorte, era de dia ainda, e faltava um pouco para escurecer. Talvez horas.

Subimos uma colina e Damon parou no topo, olhando para baixo. Uma construção enorme, feita de pedras, com torres altas e cabanas um pouco mais distante. Mais conhecido como um castelo e uma aldeia. Ficamos parados, olhando as pessoas lá embaixo puxando cavalos, lutando com espadas e corpos estirados no chão, mortos. Senti uma mão em meu ombro, me virei rapidamente. Era Stefan.

–Elena? – perguntou.

–Stefan! – eu o abracei com força.

–Stefan? – Damon pareceu confuso. – Caroline?

–Caroline? – Olhei para o lado de Stefan, e vi-a. Abracei-a forte.

–Elena! – Caroline riu durante o abraço.

–O que vocês estão fazendo aqui? – Damon perguntou.

–O mesmo que vocês. Também fomos sequestrados e vimos vocês correrem para cá, resolvemos seguir vocês então.

–Mas vocês sabem onde estamos? –perguntei.

–Não fazemos a mínima ideia... – murmurou Caroline. – Vocês sabem?

–Veja você mesma. – Damon deu um espaço para Caroline olhar para o castelo lá embaixo.

–Oh, Deus! Na Europa? Ainda há guerras e castelos por aqui?

–Parece que sim.

–A não ser que voltamos no tempo. – disse Stefan simplesmente.

–Isso seria bom, eu não teria mais 154 anos. – murmurou Damon.