Metamorfose escrita por Cacau54


Capítulo 6
Capitulo 5 – Sublime.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores *-* Quero agradecer por todos os comentários nos capítulos anteriores, realmente muito obrigada ♥ Irei responder os reviews em breve. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410213/chapter/6

Sublime s.m. Aquilo que se apresenta de modo grandioso, através das atitudes e/ou sentimentos. O mais elevado grau de beleza ou perfeição.

Suspirei pela oitava vez em menos de cinco minutos, coisa completamente absurda vindo de Edward Cullen. Mas não consigo evitar essa reação ao fato de estar em frente à porta 1202B, onde Isabella Swan reside prestes a tocar a campainha e desculpar-me por cuspir palavras esdruxulas e julgá-la levianamente.

Pela terceira vez consecutiva ergui minha mão na direção da campainha dela e sem coragem de apertar apenas a deixei cair ao lado do corpo. Suspirei pela nona vez. Quando a matinal e ritmada batida não soou em minha porta nessa manhã no horário habitual e nem nos horários seguintes, tive a certeza de que magoei Isabella profundamente. E com essa certeza, tive outra constatação, teria de pedir desculpas.

Mas cá estou eu, igual a um idiota parado no meio do corredor, encarando uma porta como se fosse uma criancinha em frente ao próprio bicho papão. Suspirei pela décima vez e por fim meus dedos encostaram-se a campainha, revelando um toque agradável ao longe, dentro do apartamento.

– Pensei que nunca iria tocar a campainha – a voz dela soou as minhas costas surpreendendo-me.

– Há quanto tempo está ai? – virei-me lentamente e encarei a figura de Isabella Swan encostada na parede com os braços cruzados e um sorriso torto nos lábios.

– Tempo suficiente para ouvi-lo suspirar por umas seis vezes – ela deu de ombros.

Minha boca abriu, porém nenhum som saiu dela. Porque agredir e magoar as pessoas é mais fácil do que desculpar-se? Nunca fui bom com palavras, muito menos com desculpas e ser pego de surpresa dessa forma não ajuda em nada.

– Eu quero me desculpar – disse em um fôlego só e ela ergueu uma sobrancelha – Me desculpe por julgá-la desde a primeira vez em que lhe vi, desculpe por sempre a tratar mal, mesmo quando você apenas estava me ajudando – passei a mão pelos cabelos, desalinhando-os ainda mais – Desculpe por descontar todas as minhas frustrações em você e falar aquelas coisas, não tenho o direito de fazer isso com ninguém.

Isabella continuou parada na mesma posição, apenas me encarando, ela semicerrou os olhos por algum tempo examinando todas as minhas palavras. Suspirei mais uma vez – espero que isso não vire um habito – e fechei os olhos já esperando o mar de palavras desagradáveis que virão a seguir.

Mas, como sempre, ela me surpreendeu. Senti uma pequena e delicada mão em meu ombro direito e ao abrir os olhos me deparei com duas imensidões verdes me encarando atentamente, como se conseguisse enxergar minha alma. E ela sorriu. Sorriu pra mim! Mesmo depois de tudo.

– Não faça mais isso – ela ergueu uma sobrancelha – Não julgue as pessoas apenas porque elas não seguem o padrão da sociedade e nem pelo o que aconteceu com você no passado, todos temos uma cota de sofrimento para carregar – ela piscou pra mim – Ninguém merece ouvir aquelas coisas.

– Desculpe-me – sussurrei verdadeiramente.

– Eu sei que está arrependido – o sorriso na face dela aumentou – Mas, não faça mais isso, certo?

– Certo – murmurei.

Ela soltou meu ombro e desviando do meu corpo tirou a chave do bolso e destrancou a porta, quando imaginei que Isabella iria fechar a porta em minha cara e nunca mais me olhar, ela segurou minha mão puxando-me para dentro sem cerimonias. Apenas resmungou um pedido de desculpas pela bagunça e logo deu risada.

Meus olhos percorreram todo o ambiente com uma curiosidade incontida, ela não só veste roupas coloridas demais como também tem um apartamento colorido demais. Uma das paredes em um tom rosa delicado com pequenos desenhos de flores brancas e lilases. Com toda a certeza Isabella não é tão luxuosa quanto às mulheres que conheci na vida, seu apartamento tem um ar leve, aconchegante.

Os sofás de couro marrom não combinam em nada com a parede delicada atrás do próprio, a mesinha de centro cheia de livros, revistas e marcas de copos, uma televisão postada em uma raque, que também contém vários livros grossos e papéis espalhados. Um abajur posicionado na pequena mesinha ao lado de uma poltrona mais afastada do centro da sala, um local usado, provavelmente, para leitura.

A porta da sacada de Isabella está aberta deixando a brisa leve xaqualhar um pouco as cortinas, a dona do apartamento sumiu e instantes depois reapareceu com uma nova roupa, antes estava vestida inteiramente de branco e agora possui um shorts folgado e uma meia azul escura, com uma regata preta.

– Pare de me olhar assim – ela revirou os olhos sem tirar o sorriso dos lábios – Já tomou café?

Neguei com a cabeça, ela apenas aumentou o sorriso e encaminhou-se para a cozinha e eu sem muito que fazer fui atrás dela. Pelo menos a cozinha é normal, branca como tantas outras que já vi. A Swan logo se colocou para trabalhar em fazer um café reforçado para nós enquanto fica cantarolando uma musiquinha.

Ergui minha cabeça pra cima e com um sorriso torto percebo que uma das coisas que estava me incomodando profundamente essa manhã era a falta da irritante musiquinha que ela insiste em cantarolar todas as vezes que faz o café.

– Que bom que seguiu um dos meus concelhos – Isabella murmurou ao meu lado. Ao deparar-se com meu olhar confuso a mesma sorriu pra mim – Você estava olhando para cima.

– Acho que estou começando a entender o que você queria dizer – sussurrei encarando-a nos olhos, tão perto que posso ver perfeitamente suas pintinhas nos olhos.

Ela apenas aumentou o sorriso e afastou-se colocando as coisas na mesa e chamando-me para sentar também.

– Seu apartamento é bem colorido – murmurei com a voz divertida.

– Gosto de cores – ela deu de ombros – Já deve ter percebido – assenti arrancando uma risadinha da mesma – Você deveria usar mais cores.

– Por quê? – perguntei para logo depois sorver um pouco de café da xícara.

– Cores ajudam o astral.

Com essa resposta ficamos os dois em silêncio, não tenho muito que falar na verdade, vim até aqui apenas na intenção de lhe pedir desculpas e acabei percebendo que depois de uma semana tendo a companhia de Isabella nos cafés da manhã me acostumei com seu estranho bom humor matinal e suas cantorias.

Peguei-me olhando para ela novamente, estranhamente tenho feito isso muitas vezes durante a semana e o fato fica pior ainda depois que você fala coisas absurdas para uma pessoa, pede desculpas e ao invés da mesma lhe rechaçar ela apenas segura sua mão e te oferece café da manhã.

– Porque estava toda de branco? – minha língua e sua péssima mania de não segurar as perguntas dentro da boca.

– Ligaram-me falando que precisavam alguém para o plantão – ela deu de ombros novamente – Não sou obrigada a ir, pois ainda não tenho o curso concluído e sou uma estagiária.

– Mas mesmo assim você foi – murmurei, não é uma pergunta, mas ela respondeu mesmo assim.

– Sim – ela deu uma risadinha – Gosto de ajudar aqueles velhos resmungões.

Continuei a encará-la por incontáveis minutos, suspirando ela levantou e começou a retirar as coisas da mesa e guarda-las. Como estou cansado de me sentir um imprestável, me levantei também, mas nossos corpos trombaram-se e se não fossem meus reflexos rápidos Isabella teria ido de costas ao chão.

Assim nossos corpos ficaram colados, com um braço circulando a cintura dela e suas mãos depositadas delicadamente em meu peito. Nossos rostos a alguns centímetros um do outro e os olhos sem se desviarem um segundo sequer, um tentando desvendar o outro.

Sem pensar muito no que estou fazendo, apenas deixei meu corpo me guiar e meu braço livre deslizou pela lateral do corpo de Isabella lentamente, minha mão chegou até seu pescoço e com tremenda satisfação a vi se arrepiar. Aproximei delicadamente seu rosto para perto do meu e vi quando os olhos dela começaram a fechar me dando a confirmação que precisava.

Assim meus lábios encostaram-se aos lábios de Isabella, doce lábios. No inicio foi apenas um roçar leve, para depois minha língua pedir passagem e logo ser concedida por ela, assim que nossas línguas se encontraram um choque correu por todo o meu corpo. Ao que parece ela também sentiu, pois esticou os braços e os enlaçou em meu pescoço aproximando ainda mais nossos corpos um do outro. Quanto mais aprofundamos o beijo, mais sensações se apoderam do meu corpo, como um frio estranho na barriga e um arrepio gostoso na coluna.

Quando nos faltou ar, separamo-nos com leves selinhos e sem precisar de mais nada apenas nos olhamos e pela primeira vez em anos um sorriso formou-se em meus lábios.

– Interessante – ela sussurrou com um sorriso brincando em seus lábios.

– O que? – minha voz não passou de um sussurro também.

– Você sorrindo – ela me olhou nos olhos – Fica ainda mais bonito, deveria sorrir mais.

E novamente, estou sem palavras. Tenho total ciência de que não sou um homem que distribui sorrisos por ai, na verdade, faz exatos dezoito anos que perdi o motivo pelo qual sorrir. Já levei muitas pancadas da vida e a cada coisa nova me fechei cada vez mais, tornando-me nesse ser humano amargurado.

Porque fui beijá-la? Não deveria ter feito isso, não deveria ter feito nada! Era muito melhor que a mesma caísse no chão, pois uma dor física vai ser muito melhor pra ela do que uma dor emocional se criar expectativas sobre a minha pessoa. Tania era infeliz comigo, sei muito bem disso, mas ela tentava não demonstrar e tudo o que eu fiz foi tornar sua vida em um inferno para logo depois ceifar lhe a vida bruta e prematuramente.

– Ei – Isabella chamou de forma doce – Pare de pensar, apenas faça. Você fica pensando nos prós e contras de todas as suas ações, por isso não sorri.

– Não é isso – murmurei franzindo o cenho – Só acho que você não deve criar expectativas.

A Swan ergueu uma sobrancelha me encarando por alguns segundos e um tipo de compreensão passou por seus olhos, mas não faço ideia do que esteja passando por sua cabeça, na realidade nunca tenho noção do que se passa na cabeça dessa mulher. E então ela sorriu, mostrando todos os dentes.

Agora estou ainda mais confuso.

– Quem disse em criar expectativas Edward? – a pergunta feita de forma doce, mas sem esconder o divertimento das palavras.

– Não é isso que mulheres fazem? – franzi o cenho, mas as mulheres não se iludem fácil e criam milhares de expectativas?

– Nem todas – ela gargalhou – Fique sossegado, não vou criar expectativas sobre um relacionamento.

– Apenas sobre um relacionamento? – apertei ainda mais meus braços na cintura fina de Isabella – E me diga em que outras coisas você vai criar expectativas?

A mão dela acariciou meu rosto, passando levemente por meus lábios e encaminhando-se para minha nuca. Um arrepio passou por todo o meu corpo, como um simples toque é capaz de fazer tudo isso?

– Expectativas de você voltar a ser quem era – ela sussurrou.

Sem me deixar responder grudou seus lábios nos meus. Claro que eu devo afastá-la, para o bem de nós dois e principalmente dela mesma. Entretanto, eu não consigo e também não quero afastá-la. Não me lembro de sentir todas essas sensações com Tania, nem mesmo no começo de nosso relacionamento – no começo as sensações sempre são mais intensas – e muito menos depois de casados.

Quero me permitir sentir tudo isso, todas essas emoções, sentir o coração bater novamente. Sei que é egoísmo da minha parte, não estou pensando nas consequências para Isabella, mas nesse momento, por enquanto, vou apenas desfrutar e parar de pensar... Como ela mesma disse.

Deixando as sensações me guiar, ergui um pouco a regata de Isabella e deslizei a ponta dos meus dedos por suas costas, pele lisa e macia. Novamente a vi arrepiar-se, porém em momento algum me afastou e então abusando ainda mais da sorte me afastei um pouco dela interrompendo o beijo, olhando-a nos olhos retirei sua regata.

Tão logo esse pequeno e calculado movimento foi feito os outros seguintes vieram com rapidez e insensatez, minha camisa jogada em algum lugar as pequenas mãos de Isabella arranhando-me o abdômen e as costas, seu sutiã foi arrancado e voou para algum canto do apartamento. Antes que qualquer sensatez alcance nossos cérebros a segurei pelas coxas e com um impulso a segurei no colo, fazendo com que a mesma contorne minha cintura com as pernas.

E nesse ritmo segui para seu sofá, trombando com vários móveis pelo caminho. Uma parte de minha consciência sabe que isso é uma completa loucura e estou desafiando o destino – mais uma vez – porém não consigo parar. Eu não quero parar. Porque Isabella Swan é sublime, em todas as formas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??? Deixem reviews para que eu saiba o que estão achando!! Beijos e até o próximo capítulo.