Metamorfose escrita por Cacau54


Capítulo 11
Capitulo 10 – Metamorfose


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os reviews do capítulo anterior!!



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Metamorfose s.f. Mudança de uma forma em outra. Fig. Mudança completa no estado ou no caráter de uma pessoa.

Continuamos a nos encarar. Ela com a boca entreaberta e os olhos arregalados expressando sua surpresa e eu continuo com a expressão fechada e impassível. Mas é apenas a expressão, com todas as pauladas que levei da vida tive que aprender a esconder sentimentos e a dor é o que melhor consigo esconder.

Então é ela. Isabella Swan veio para me atormentar, afinal. Convenhamos que quando fazemos promessas devemos cumpri-las, nem todos pensam assim e nem sempre dá certo, mas se ela veio até aqui e se ela me reconheceu se sabia desde o início quem eu era porque diabos ela não falou nada?

– Edward... – a voz dela não passou de um sussurro, os olhos verdes intensos pela primeira vez demonstrando dor.

“Os gritos das crianças ao redor estavam me dando dores de cabeça, as risadas agudas e escandalosas estavam piorando ainda mais. Parecia que aqueles pirralhos não conseguiam ficar quietos nunca, nem por um minuto.

E então, uma rodinha de crianças chamou minha atenção, pareciam rir e apontar para algo e quando me aproximei era na verdade, alguém. Uma garotinha pequena com os cabelos castanhos cortados de uma forma irregular e de grandes olhos verdes estava completamente assustada. Claro que isso foi o suficiente para os maldosos do orfanato pegar no pé da menina.

Para de implicar com a menina Conor – falei me aproximando da rodinha, Conor era um dos garotos mais encrenqueiros do local e o maior dos meus desafetos por lá – Deixe ela em paz.

E você vai fazer o que? – o garoto loiro de olhos castanhos deu uma risadinha debochada e estralou os dedos de forma ameaçadora, irritante demais para uma criança pequena – Quer brigar?

Apesar de querer isso... – dei uma risadinha me aproximando ainda mais – Vou deixar pra outro dia, a garota já está assustada demais pra acabar vendo uma briga – terminei de falar e me posicionei em frente à menina, sorri confiante – Olá, não ligue pra eles. Venha comigo.

Estendi minha mão para a mesma e ela me olhou desconfiada por longos minutos, porém relutante resolveu segurar minha mão. Afastamo-nos dos encrenqueiros, ouvindo Conor gritar qualquer coisa sobre me fazer pagar por aquilo.

Qual o seu nome? – perguntei assim que nos afastamos o suficiente, mas não soltei sua mão.

Isabella – ela murmurou tímida enquanto encarava o chão.

Eu sou o Edward – falei alegremente e ela ergueu os olhos para mim – Serei seu amigo, pode sempre contar comigo!”.

A lembrança veio como uma avalanche me deixando sem fôlego por um tempo. Fui capaz de me esquecer desses detalhes, de esquecer os seus olhos, de seu nome. Trinquei os dentes, onde infernos essa mulher estava esse últimos anos? Porque não foi me encontrar? Muitas coisas poderiam ter acabado diferentes.

– Porque você não falou quem era desde o inicio? – a pergunta saiu entredentes, minhas mãos fechadas em punho denunciam a minha raiva. Ela abriu a boca para responder, mas eu continuei sem deixa-la falar – Você sabe que tudo o que eu passei, a pessoa que me tornei, foi por culpa sua?

A constatação feita em forma de pergunta retórica fez com que Isabella arregale ainda mais os olhos e agora sua expressão está mudando para uma extremamente indignada e chocada.

Dor. É isso que ela está transmitindo pelo olhar, apesar de sua pose estar completamente diferente como se fosse uma mulher inabalável, mas seus olhos estão lhe denunciando, deixando bem claro o quanto a mesma está sofrendo.

– Com que direito achou que poderia voltar para a minha vida? – quase gritei e levei uma das mãos ao cabelo puxando-os de forma descontrolada – Prometeu me encontrar e não apareceu, nesse momento você perdeu total direito de ficar em minha vida.

O queixo da mulher a minha frente tremeu levemente denunciando sua vontade de chorar, mas provando-me o quão forte ela pode ser, aguentando palavras cuspidas rispidamente, de novo.

Eu estaria comovido caso a raiva não estivesse presente em todos os meus poros, inundando minha mente e inflamando meu peito. A sensação de dor ao respirar, as falhas nas batidas do coração e a incrível ardência nos olhos, coisas que não sinto há anos. Ela respirou fundo e desviou a atenção para o teto.

– E não adianta dar uma de garota sábia pra cima de mim agora – voltei a falar, de forma ríspida e vi que ela engoliu em seco, estou magoando-a e não consigo parar – Com esse papo de sempre olhar para cima.

– Edward, escuta... – ela começou com a voz falha, fechando os olhos e tentando controlar a respiração.

– Eu não quero ouvir nada de você – minha voz saiu algumas oitavas mais altas, ela estremeceu com isso e encolheu-se – Pode ficar ai, com as suas roupas coloridas, seu bom humor e seus cafés fortes. Com os seus pacientes miseráveis esperando pela atenção de uma mísera estagiária que apenas acha que é uma boa médica.

Minhas palavras foram direto na ferida, peguei pesado, eu sei e nesse momento não estou me importando com isso.

– Tania e meu filho estão mortos, por sua culpa – falei entredentes e ela arregalou ainda mais os olhos, chocada – Sua culpa por termos feito aquela maldita promessa, sua culpa eu ter ficado desapontado aquele dia, sua e completamente sua a culpa de eu ser um homem incompleto e infeliz, que acabou por se casar e matou esposa e filho!

Andei lentamente até sua direção e ela encolheu-se com a proximidade de nossos corpos, encarei-a de perto demonstrando toda minha raiva e desapontamento pelo olhar e por um impulso joguei a foto no rosto de Isabella.

– Eu quero você longe de mim – falei com nojo – Nunca mais quero lhe ver.

E sai rapidamente de seu apartamento sem deixa-la responder, assim como ela fez comigo em tantas outras vezes. Entrei em meu apartamento e encontrei toda a nossa bagunça de momentos antes e um bolo formou-se em minha garganta, mas me nego a chorar por ela.

Mas não posso negar que meu coração está despedaçado, mais uma vez.

Passaram-se alguns dias desde a minha discussão com a Swan, evitei sair do meu apartamento nos possíveis horários em que ela estaria saindo ou voltando e me senti um verdadeiro fugitivo, ridículo da minha parte, mas não quero encará-la.

Demorei algum tempo para limpar toda a bagunça que fizemos e arrumar minha sala, porém não tive coragem de pintar minha parede da cor cinza que era antes. Uma força maior me impede de fazer isso o que me deixa completamente frustrado.

O som da campainha tirou-me dos devaneios, lentamente me encaminho até a porta, é quase meia noite e é impossível ser Isabella, pois ou ela estará no plantão esse horário ou estará dormindo porque vai sair amanhã bem cedo. Por esse motivo abri a porta sem bisbilhotar pelo olho mágico.

Para a minha completa surpresa Isabella Swan entrou em meu apartamento como um foguete e sem me dar chance de pará-la. Quando encontrou o centro da sala, virou-se para mim e me olhou nos olhos de forma decidida e obstinada.

– Agora você vai me escutar – ela colocou as mãos na cintura, igual quando uma mãe está prestes a dar um sermão em seu filho.

– Não tenho nada para ouvir de você – falei ríspido, mas mesmo assim fechei minha porta.

– Tem sim e vai ouvir – ela quase gritou irritada, passou as mãos pelo cabelo – Olha aqui, você não tem o direito de acusar uma pessoa por sua vida ter sido infeliz, está me entendendo? – ela apontou o dedo em minha direção.

– Posso sim, se essa pessoa for você – não resisti e a respondi, tirando-a ainda mais do sério, ela quase rosnou com isso.

– Você ao menos me deixou explicar porque não fui aquele dia? – a voz dela subiu várias oitavas e desafinou um pouco no final, demonstrando toda sua ira.

– Isabella. – pronunciei seu nome com certo nojo, fazendo careta e ela fechou ainda mais a expressão – Você teve dois longos meses pra vir me falar.

– Claro – ela disse e sorriu, exalando sarcasmo – Porque se eu simplesmente batesse em sua porta e chegasse falando quem eu era, você iria me receber de braços abertos, não é mesmo!?

A constatação dela me deixou sem palavras agora, me deixando irritado também ao perceber que ela tem razão. Eu não iria recebê-la de braços abertos, não iria querer ouvir o que ela tem a dizer, exatamente como agora.

– Todos os momentos em que fiquei te observando com um olhar avaliativo – ela murmurou olhando para outro lado, sem me encarar – Era para ver o quanto você mudou com o tempo e tentar encontrar algum resquício do antigo Edward ai. Todas as vezes que você me encarou nos olhos, eu jurava que você havia recordado, que havia se lembrado de mim. E quando as pessoas me chamaram de Bella perto de você, eu observei atentamente suas expressões, porém você não deu nenhum sinal de recordação.

– E você queria o que? Que eu me lembrasse totalmente de você? Dos seus olhos, cabelos, nome e todas essas coisas? Depois de ter descumprido com a promessa? – falei indignado encarando-a nos olhos, mesmo que sua atenção esteja virada para outro local – E como assim, as pessoas? Minha família sabe quem você é?

– Sim. – ela suspirou com a resposta e minha boca escancarou-se – Quando comecei a procurar por você, fui até o antigo orfanato e lá me passaram a informação sobre os Cullen e depois de um tempo, conheci sua família.

– Você está querendo me dizer que meus irmãos e meus pais sabiam todo esse tempo sobre você e ninguém me falou nada? – dei ênfase no ninguém, estou completamente indignado com essa informação.

– Eu pedi para que eles não falassem nada – ela virou seus olhos para mim e suspirou resignada – Olha, não fique brabo com eles. Mas eu queria chegar aos poucos...

– Eu sei bem o que você queria – as palavras saíram de forma ríspida interrompendo-a e Isabella mordeu o lábio inferior – Me deixou plantado igual um idiota aquele dia todo, me fez mais infeliz ainda, lembrou que existia um otário esperando por você e fez minha família me esconder uma coisa importante dessas – as últimas palavras saíram quase como um rosnado.

Minha respiração está entrecortada, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona, minha cabeça está começando a doer. E eu não sei qual sentimento é mais forte em mim, o de raiva ou o de traição.

Quando meus pais morreram no acidente de avião, eu estava com a babá contratada para passar três dias comigo, era esse o tempo estipulado para que meus pais fossem e voltassem da viagem de negócios. Mas no final nenhum dos dois voltou, perdi tudo de forma prematura e de quebra fui jogado em um orfanado.

Para uma criança que sofreu um trauma desses, eu até que era otimista, mesmo não sendo plenamente feliz sabia que não deveria desistir... Esse era um dos ensinamentos dos meus pais biológicos, apesar de ter três anos, já conseguia entender algumas coisas.

Porém quando aquela menina entrou no orfanato uma luz maior se ascendeu no fim do meu túnel, parecia que ela estava lá justamente para encontrar-se comigo e perceber a forma fragilizada dela fez com que um sentimento de proteção crescesse em mim.

E encarar Isabella Swan na minha frente agora, dezoito anos depois, é estranho e irritante. Porque ela insiste em ficar olhando para cima, como se por algum milagre todas as respostas fossem cair dali.

– Quem diabos te ensinou a ficar olhando pra cima dessa forma? – minha voz subiu várias oitavas, mordi minha língua tão forte que posso sentir o leve gosto de sangue na boca.

– Foi você – a resposta dela veio simples e calma, Isabella desceu seu olhar pra mim e encarou-me nos olhos – Não se lembra?

“A menina, Isabella, estava sentada embaixo de uma árvore abraçando as pernas e com a cabeça baixa. Parecia realmente triste com algo, na realidade desde que ela chegou ao orfanato ficava daquela forma.

Sempre que podia, se isolava e ficava naquela posição. Aproximei-me lentamente e sentei ao seu lado.

O que aconteceu para você vir parar aqui? – perguntei diretamente e ela olhou-me com os olhos arregalados.

Bem, meu pai fugiu quando soube que minha mãe estava grávida – ela começou de forma lenta com a voz fina e levemente aguda – E ela morreu no parto, fui criada por uma tia, mas ela não gostava muito de mim – a garota engoliu em seco com os olhos cheios de lágrimas – E em um dia ela estava boazinha comigo, me disse que faríamos um passeio pelo parque – sua voz saiu embargada.

E o que aconteceu? – perguntei de forma curiosa olhando-a atentamente.

Ela disse que iria comprar um sorvete para nós duas e mandou que eu ficasse sentada no banco esperando por ela – a voz de Isabella não passava de um sussurro – E eu fiquei lá, esperando por ela... Mas ela não voltou.

Continuei encarando a menina, como alguém é capaz de fazer uma coisa desse tipo? Isabella começou a chorar e suas pequenas mãos começaram a tremer, ela esfregou uma das mãos tremulas pelo rosto para secar as teimosas lágrimas. Não pude deixar de acha-la ainda mais bonita naquele momento.

E então segurei sua mão, com força, mostrando-lhe que eu estava ali, com ela. E a garota levantou os olhos e encarou-me no olho, suas pintinhas ao lado das pupilas, o olhar sofrido e determinado.

Olhe para cima – minha voz saiu de forma delicada e com o cenho franzido ela fez o que pedi – Sempre quando você estiver triste, quiser pensar em algo ou simplesmente fugir do mundo, olhe para cima. Mesmo que encontre um teto a cima de você.

Por quê? – a voz dela saiu entrecortada por causa do choro.

Porque sempre existirá um céu acima de nós, não importa quantas nuvens estejam tapando o sol ou a lua, elas passam e tudo fica claro novamente. Você só precisa imaginar o céu, apenas isso. – minha voz saiu calma, minha mão apertou a mão gorduchinha da garota e sorri mesmo que ela estivesse olhando para cima – Isso significa que não importa quantas coisas ruins passamos, uma hora tudo vai dar certo.

Ela desviou a atenção para as nossas mãos juntas e franziu o cenho por algum tempo, depois me encarou nos olhos novamente. E por fim abriu um sorriso, feliz.

Gostei de você Ed – ela sussurrou e deu uma risadinha com o apelido.

E eu gostei de você Bella – murmurei e ela arregalou os olhos com o novo apelido, mas acabou por abrir um novo sorriso, aprovando.

Foi a primeira vez que a chamei de Bella”.

E outra lembrança me pegou desprevenido, mas essa foi ainda mais chocante que a primeira. Fora eu mesmo quem ensinou Isabella a olhar pra cima e para piorar ainda mais a situação, ela continua fazendo isso. Até hoje. Sendo que eu, o ensinador, esqueci por completo.

– Agora você lembra, não é mesmo? – a voz entrecortada de Isabella tirou-me dos meus devaneios – Foi você quem me ajudou naquele orfanato desde que eu coloquei os pés lá e você tornou-se importante pra mim – sua frase saiu meio sufocada por conta do choro preso, abri a boca para contestar, mas ela continuou – Eu estava indo ao seu encontro aquele dia.

Arregalei meus olhos. Como é possível ela ter ido ao meu encontro e não aparecer? Estou ainda mais confuso, minha curiosidade é grande agora, até maior do que a raiva e ressentimento que estava sentindo antes.

– Meus pais adotivos me deram uma vida muito boa, passei aqueles oito anos em uma família carinhosa e em momento algum me esqueci do garoto que havia me ensinado a erguer a cabeça – ela olhou-me no fundo dos olhos, mas dessa vez suas incríveis bolas verdes estão banhadas com lágrimas prestes a transbordar – Mas exatamente naquele mês eles haviam planejado uma viagem em família, entrei em desespero e falei que se eles não me levassem até você aquele dia, eu iria fugir.

“E eles com medo de me perder acabaram por adiar a viagem, entramos no carro e partimos em direção ao orfanato. Mas no meio do caminho, minha mãe e eu começamos a discutir sobre o meu comportamento e quando meu pai foi tentar intervir acabou descuidando-se da estrada, colidimos de frente com um caminhão que estava em alta velocidade. Meus pais morreram na hora e eu fiquei inconsciente, acordei só no outro dia em um hospital”.

Ela parou de falar deixando as lágrimas correrem soltas pelo rosto alvo, fungou algumas vezes e tentou se acalmar. Tudo o que consigo fazer nesse momento é encará-la.

– Depois disso eu não tinha forças para ir te encontrar – ela murmurou com a voz sofrida e com as mãos em punho – Decidi que não deveria ir atrás de você e acabei entrando em uma vida vergonhosa. Menti-me com drogas, álcool e com gente da pesada – ela esfregou a bochecha com as costas da mão – Demorei alguns anos para me lembrar do que você dizia, sobre olhar para cima, claro que sair daquela vida foi difícil, mas eu consegui e quando estava limpa, resolvi começar a fazer faculdade, me ajeitar na vida e procurar por você.

– Mas passou anos me odiando, não é mesmo? – o tom ácido em minha voz não a surpreendeu dessa vez – Me culpando pelo o que aconteceu.

– Pelo contrário – ela falou ainda me encarando nos olhos – Em momento algum fui capaz de colocar a culpa em alguém a não ser em mim mesma, nem por um segundo te odiei.

Suas palavras me pegaram de surpresa, devo admitir, mas a convicção nelas é o que mais me surpreende. Ninguém que mente consegue falar de forma tão decidida, muito menos encarar outra pessoa nos olhos por todo o tempo, mas ela não desviou o olhar do meu em momento algum.

Então foi isso. A garota pela qual esperei longos oito anos passou por coisas ruins e traumatizantes antes que eu, como viver sem os pais, ser odiada pela tia, largada em um banco de praça e de quebra ver os pais adotivos morrer. Viveu em um completo inferno e não me culpou em momento algum. Nem ao menos me odiou. Por esse motivo ela não foi me encontrar, nem me procurou depois.

Enquanto eu, tudo o que fiz foi culpa-la por ser infeliz e viver com um ressentimento entalado na garganta. Não consegui fazer Tania Denali uma mulher feliz e completa porque estava amargurado demais.

– Daqui a dois dias completa o tempo que tenho aqui em Portland – a voz dela soou novamente, dessa vez calma e recomposta – Mas só não irei embora por um motivo Edward – as palavras saíram de forma seca, mas disfarçadas com um sorriso forçado – Ficarei apenas se acontecer algo realmente milagroso.

Dizendo isso ela rumou para a porta sem esperar por uma resposta, um aviso obvio de que não quer ouvir desculpas da minha parte. Mas não entendi direito o que ela quis dizer com sua ultima frase, acontecer algo realmente milagroso?

O que ela quer que aconteça, afinal? O que é milagroso o suficiente para essa mulher?

Meus sentimentos estão ainda mais confusos e tumultuados, estou com raiva e ressentido comigo mesmo. Algo como culpa entalado em minha garganta.

E as lembranças de dois órfãos brincando, rindo e principalmente se ajudando voltaram a minha mente. Eu era um garoto esperto, vivaz e completamente otimista. Ao longo daqueles oito anos fui me perdendo, aos poucos, mudando lentamente e quando me senti abandonado pela garota do orfanato acabei por enterrar aquele garotinho no fundo do meu ser.

Passei por uma grande metamorfose ao longo desses anos, perdendo-me dentro de mim mesmo e culpando outras pessoas por uma vida infeliz que eu mesmo havia desenvolvido. O destino nunca fora meu amigo, sempre me colocando em encruzilhadas e com apenas duas opções de percursos, mas eu sempre escolhi o lado amargo.

Estou novamente tendo a chance de escolher, ir ou não atrás de Isabella.


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Notas finais do capítulo

Agora apenas o epílogo e fim :'( Obrigada meeesmo a todas que comentaram sempre!!



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