Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 7
Cap. 6: Frente a Frente


Notas iniciais do capítulo

Você preferia o conforto de uma mentira ou as consequências de uma verdade?
E se alguém decidisse isso por você?

"Há sempre algo que quero dizer,
Mas as palavras costumam não sair da maneira que eu quero.
Talvez eu veja de outra forma
ou talvez eu vejo apenas algo que você não vê.
....
Venha e espere um minuto
Você acha que eu estive nisso por pouco tempo?
Oh querida por favor vá lá,
estou de joelhos por um longo tempo.
...
Por favor, isso é tudo que eu preciso.
Então me dê um pouco mais.
Apenas um pouco mais"
Música: Give It To Me - 3 Doors Down



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409839/chapter/7

Ryuk derrubou a moto e Sayu acelerou. Ela e Maisy chegaram até um galpão e trocaram o caminhão por um carro simples e popular. Ryuk ia no banco de trás, Maisy apoiava o cotovelo no vidro e massageava a têmpora com o indicador. O que significava que estava mergulhada em seus raciocínios... Como Light.

– Ryuk me conte cada detalhe do que aconteceu depois que deixou Misa no galpão.

O shinigami contou o acontecido, a perseguição e fuga do garota.

– Uma garota? – comentou Sayu. – É serio mesmo?

– Maldita! Como ela sabia ou ao menos desconfiava de mim desde o começo? Eu nunca deixei nada passar.

– Talvez por ser filha do meu irmão. – opinou Sayu.

– Talvez. Mas eu sempre tomei cuidado para nunca suspeitarem de mim. Em todo caso não posso matá-la, né Ryuk. Você deixou ela fugir levando meu Death Note.

– Foi, mas posso te ajudar de outra maneira. – ele disse confiante.

– Ah! É? – ela disse cética e mau humorada.

– Agora eu também estou em guerra e pretendo ganhar. – ele que ia apertado no banco de trás se inclinou para frente encarando elas pelo retrovisor.

– Gostei disso Ryuk. – ela se virou e o encarou. – O que você tem pra mim?

– Bom, sabe aquela sua colega Hana?

– Sim. O que tem ela? – ela franziu a testa. – Não me diga que...

– Sim. É ela. Ela é o Novo L.

– Droga. Esteve me observando todo esse tempo.

– E tem mais Maisy...

– Claro. O dia não podia ser melhor. – ela voltou a virar para frente sendo irônica e Ryuk tomou cuidado com as palavras visto o quão irritada estava.

– O quanto você sabe sobre seu passado, sobre seus pais?

– Praticamente tudo. Sayu me ajudou com algumas partes também.

– E ainda sim nunca me falou nada. Por quê?

– Nunca perguntou. – Maisy foi direta.

– Ela consegue se conectar com o meu irmão. De alguma forma eles estão ligados mesmo que ele esteja morto. E ele lhe contou tudo e foi assim que nós nos encontramos a primeira vez.

– Bom, então devem saber sobre o Light Junior.

– O que?

– Uê. Ele não te contou Maisy? Você tem um irmão gêmeo que está do lado da L.

– Como assim? Você tá de brincadeira comigo, Ryuk? – ela abriu o porta luvas onde tinha colocado os papéis que imprimiu no QG.

– Claro que não. A parti de agora as brincadeiras acabaram. – ele respondeu.

– Consegui pegar a ficha de todos os agentes lá. Qual dele? – ela perguntou passando as folhas.

– Este aqui. – ela apontou para foto.

– Scott Tuner. – Sayu leu o nome. – Eu nunca soube que Misa tinha dado luz a gêmeos. E ele até se parece com o Light. – ela disse simpática, mas notou que Maisy a olhava com reprovação, aliás, parecia furiosa. Com medo ela voltou a olhar para a estrada a sua frente.

– Qual o verdadeiro nome dele? – ela olhou para Ryuk.

– Ele interfere no seu tempo de vida. Não posso matá-lo.

– Não importa. Faço isso quando recuperar o caderno. Me diga o nome dele.

– Mesmo que você escreva o nome dele isso vai contra as regras de novo. Não posso.

– Arg! Ryuk... – ela jogou os papeis nele e gritou irritada.

– Maisy. – ele a encarou. – Eu não tenho como te conta o nome dele!

– Tá. Entendi. Então Misa não deu nome nem ao seu querido filhinho. – ela riu. – E agora ele joga no time adversário. Mas que desgosto, hein mamãe.

E a viagem se prosseguiu em silêncio.

–-----------------------------------

Depois de algumas horas os policiais que estavam bem ou se recuperando ocupavam a sala de reuniões do Quartel General que estava sendo reparado.

Annie estava sentada ao lado esquerdo de Sophie e Steve ao direito. Sophie que estava à cabeceira se sentava a sua maneira e escutava tudo com atenção.

– Ela conseguiu entrar no sistema por um computador interno. – informou a ruiva. – Não conseguiu passar pela minha segurança, mas pegou alguns arquivos.

– Que arquivos? – perguntou o policial Sattler, o mais velho da equipe.

– Fichas dos Agentes da SPK.

– O que? Kira tem nossas fichas? – disse Sakai espantado.

– Não exatamente. – Sophie disse por fim. – Com nomes, fotos, endereços e currículos falsos e alterados. Os verdadeiros eu mantenho sobre meus cuidados. Não se preocupem com isso.

– Não nos preocuparmos? – Burg se irritou. – Você disse a mesma coisa quanto a esse prédio e perdemos cinco pessoas. Como pode ter certeza de que Kira não roubará essas informações de você?

– Porque eu as armazeno em minha memória.

– Ainda sim eu não ficaria tão seguro Sophie. – disse Steve calmamente.

Sabia que comprar briga com ela, como os outros pareciam querer, seria além de perda de tempo desperdício de argumentos. Sophie sempre tinha um melhor para favorecer seu ponto de vista.

– Ela pode chegar aos nomes verdadeiros com base nas fotos que só sofreram modificações parciais.

– Mesmo que isso aconteça eu continuo confiante. – ela disse sorridente e todos de espantaram. – Acontece que o shinigami não pode matar ninguém envolvido com ela e seu tempo de vida. E enquanto tivermos isso – ela pegou o caderno e o jogou em cima da mesa. – Temos a vantagem dessa guerra.

O celular de Watari vibrou e ele se afastou para atender sem ser notado por quase ninguém. Sophie, Annie e Steve, claro, repararam.

– Então acho que agora nossa principal preocupação é quanto a verdadeira identidade de Kira. – Scott cruzou os braços. – Por que não compartilha umas informações com a gente L?

– Certo. Mas alerto que...

– Sophie. – Watari se aproximou. – Desculpe interromper, mas é urgente. – ele estendeu o celular pra ela.

– Annie, Steve deem continuidade, por favor. Com licença. – ela pegou o aparelho e saiu da sala.

– Ela é mesmo o L? – perguntou baixo um dos policiais aos dois que haviam dito terem sido aprendizes de Near.

– Sim. Como disse nos éramos aprendizes do ultimo L. – explicou Annie.

– E ela ganhou o cargo por ser a melhor. – disse Steve.

– Bom. Eu só sei que como ajudei numa investigação que precisei me encontrar com Near recebi a informação de sua morte e o anuncio de um Novo L. – disse Samuel Wright o superior de Scot. – E confio plenamente no meu agente.

– Obrigado, senhor.

– Me perdoem a franqueza, mas ela não se parece com o maior detetive do mundo. – Raissa Makarov não era conhecida por ter papas na língua.

– Parece que essa é uma característica comum a todos os Ls. – Annie falou pensativa.

– Acho que Wright está certo. – opinou Verdi. – Devemos dar, no mínimo, uma chance a ela. Afinal até hoje não houve um caso que não resolvesse, certo?

– Exato. Eu a conheço desde a Wammy’s House. E nunca houve nada que ela não pudesse solucionar. – começou Scott. – E acreditem, quando se mostrar necessário ela revelará toda sua audácia e com certeza vai surpreender a todos.

– Até mesmo a nós ela continua a impressionar. – foi a vez de Annie defender a amiga. – Ela é a melhor no faz, Near nunca escolheria alguém que não estivesse a altura do legado L.

Sophie abriu a porta da sala de uma vez fazendo um tremendo barulho.

– Annie, entre em contato com a TV Sakura e explique a todos sobre o Death Note, pode usar a sala 49. Watari e Scott vocês ficam aqui comigo.

Todos se levantaram confusos, mas seguiram Annie para outra sala deixando os três sozinhos.

– Watari. – ela devolveu o celular para ele. – Preciso que vá até ao aeroporto e receba uma encomenda para mim. Vai receber as instruções detalhadas no celular.

– Entendido L.

– E eu? Por que não pude ir com os outros? – disse Scott. – Quero ver a reação deles quando souberam do caderno da morte. – ele parecia contente e brincalhão, o que era um dos seus muitos meios de lidar com tragédias.

– Temos que conversar Steve.

– Agora? – ele pensou saber do que se tratava o assunto. – Sophie, eu quero pegar logo Kira. – ele ficou mais sério. – Aqueles policiais estavam sob meu comando, minha responsabilidade. Depois que ela os matou comprou uma briga feia comigo.

– Bom é exatamente sobre ela. – Sophie começou. – Steve... Depois do que eu vou te contar talvez saia da investigação, talvez mude de lado e talvez até me mate. – ela se sentou numa cadeira.

– Hã? Sophie você está me assustando.

– Sente-se. – ele ficou ao lado dela. Como sempre ela se sentava daquele seu jeito com as pernas em cima da cadeira e uma dobrada. Scott encarava seus olhos de gelo.

– Fala logo. Está me deixando preocupado.

– Certo. Serei bem direta. Sabe que odeio enrolação. – ela se aproximou dele e suspirou pesadamente. – Você tem uma irmã Steve.

– O que? – ele se levantou da cadeira espantando, mas também parecia irritado.

Ótimo. Ele já está daquele jeito de novo. E ainda falta dizer que Maisy é o Kira. Talvez não tenha sido uma boa ideia ficar sozinha numa sala com o filho do Yagami.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Near: Acho que não existe diferença entre mentir e omitir. De um jeito ou de outro você oculta a verdade de alguém, faz com que essa pessoa perca a confiança em você e reconquistá-la é quase impossível.

Sophie: Nisso eu terei que discordar de você, professor. Como consigo ler as expressões faciais no rosto das pessoas, embora não consiga explicar direto existe sim uma diferença entre mentir e omitir. Mas no final das contas os resultados são quase exatamente os mesmos e quanto a confiança está completamente certo.

Near: Então acha que uma vez que se perca algo ele não retorna?

Sophie: Não sei ao certo. Isso depende do que seria esse algo. Mas... Por que toda essa lição sobre mentiras, principalmente para cima de mim?

Near: Porque se você se tornar o L inevitavelmente terá que mentir e omitir ao mesmo tempo que não poderá perder os aliados uma vez que o número de inimigos será enorme.

Sophie: Isso não me preocupa. Como sou uma detector de mentiras ambulante isso me torna também uma grande mentirosa.

Near: Então sempre saberá se estou mentindo e eu nunca poderei ver se me esconde algo?

Sophie: Não. Eu particularmente não gosto de contar mentiras porque cedo ou tarde elas tendem a ser revelada. A mentira é algo delicado e frágil. Contar uma mentira requer um grande raciocínio interior. As pessoas acham que ocultar um fato é omissão, que contar uma historinha é uma mentira e ainda pior, acham que estão sendo muito espertas, mas elas não sabem de nada.

Uma mentira é frágil, mas também é muito poderosa. Contá-la requer certa destreza. As verdadeiras e poderosas mentiras nunca são descobertas, porque são tão bem planejadas que começam a se tornar verdades incontestáveis na mente fraca e influenciável das pessoas.

Mentir é uma arte e portanto há quem nasça com o dom."



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.