Cupcake escrita por Coralino


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá! hahaha novo capítulo /o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409615/chapter/5

Corri pra longe com Liz em meu colo, virei algumas ruas e cheguei a me sentir perdido. Prédios altos me cercavam cada vez que atravessava uma rua, tornado-as cada vez mais apertadas, até chegar um momento onde simplesmente não havia mais becos nem ruas. Os prédios formavam um grande paredão.

Não consigo mais correr, e mesmo assim não há como se distanciar mais que isso, estava no limite da arena. Liz colocou a mão no meu queixo, e pareceu-se brincar com ele com seus dedos frios. Lancei um olhar ríspido pra ela e ela parou.

O asfalto da rua estava extremamente quente, dando a impressão que estava derretendo meus sapatos. Minha roupa se tornou calorenta. Liz mesmo com o uniforme escolar curtíssimo parecia passar calor também.

Entramos em um dos prédios enfileirados a minha frente e eu coloquei Liz no chão. Tirei a jaqueta e me aproximei da rua novamente, inclinei minha cabeça e procurei por alguém, o lugar estava totalmente vazio.

–Como está sua perna? – Perguntei juntando-me a ela no chão pra analisar o machucado.

Ela não respondeu, parecia concentrada em outra coisa. Estalei os dedos perto do rosto dela e ela me fulminou com o olhar.

–O que você tem?

–Me deixe em paz um estante! – Ela gritou afastando minha mão.

Arregalei meus olhos, depois de um breve estante suspirei.

–Me avise quando estiver melhor, vou dar uma volta no prédio.

Ela pareceu não ouvir novamente e eu me ergui andando sem pressa em direção às escadas no fim do corredor.

Parei de andar quando cheguei ao fim do último andar. Olhei para o chão e toquei meu queixo.

Perguntei-me o motivo de Liz estar se sentindo assim, acabei achando várias respostas.

Ela protegeu alguém quem acreditava apenas por parecer uma criança inofensiva. Lola sabia da verdade só de olhar pra ele, mas Liz não acreditou e foi ferida por ela. Como se não bastasse o garoto ainda chamou Liz de inútil e assassinou Lola.

Liz está arrasada, perplexa, irritada com essa situação.

–Não posso deixa-la perder o equilíbrio. – Aqui não, se ela ficar desesperada como os outros mortos vai morrer também. Nesse local, sei que é necessário manter sanidade, caso você se descontrole se tornara um alvo extremamente fácil para os outros.

Um louco não pode se defender.

Cerrei o punho e me virei pra voltar, mas uma das passagens para os apartamentos estava com dois enormes arranhões. Normalmente tudo é impecável quando está desabitado.

Grudei minhas costas na parede próxima e dei passos silenciosos até a passagem. Nenhum barulho, ou já me notaram ou simplesmente não tem ninguém.

Meu coração acelerou se não fosse o barulho do vento tenho certeza que daria pra ouvi-lo de longe.

Uma arma realmente faz falta, até um escudo como o da Liz, queria algo pra agir. Uma gota de suor escorreu da minha testa e eu a sequei com as mãos trêmulas. Só de pensar naqueles gêmeos já me arrepiava, mas não havia como eles estarem ali. Os vi fugindo em direção oposta quando fugi com Liz.

Vou inclinar a cabeça pra ver se consigo olhar alguém. Mais um pouco de medo e eu estaria paralisado. Calma Jake é só dois arranhões, pensei.

Inclinei minha cabeça e dei de cara com uma garotinha. Em suas mãos ela segurava um rifle, arma de fogo com uma mira extremamente precisa. Em um movimento rápido ela carregou a arma e eu automaticamente dei um chute em seu rosto, fazendo-a cair no chão, desacordada.

Espantado não ousei ao menos sair dali, ver alguém daquele jeito por minha culpa novamente me causou arrepios.

Ela usava um vestido de criança até os joelhos com estampa de camuflagem militar, seus cabelos castanhos soltos davam longas voltas até as costas ‘’Freguesa 7, 11 anos. ’’. Baixinha devido à idade. Por sorte, por pura sorte ela não atirou em mim.

Segundo a velhota, os fregueses já têm habilidades incríveis com suas próprias armas, como se tivéssemos nascido pra usar aquela determinada arma.

Virei-me como se não conseguisse dobrar nem um osso. E dei um grito de espanto inevitável quando vi Liz, ela pulou em cima de mim, bati minhas costas no chão e forcei-me a não gritar com ela.

–Tem alguém aqui! – Ela sussurrou com tom de pânico na voz, agarrando minha roupa.

–Vocês são um casal em um amor juvenil? – Perguntou alguém.

Sem me dar conta, freguesa 7 estava acordada em pé ao meu lado.

–Meu nome é Molly. – Ela disse me encarando, parte da sujeira do meu sapato estava no rosto dela.

Liz saiu de cima de mim constrangida. Ela deve ter mancado até aqui desesperada, por isso caiu em cima de mim. Liz ficou de joelhos e eu me levantei com dor.

–Você devia pedir desculpas seu filho da puta. – Molly disse clicando no botão do pulso com o dedo mindinho olhando pra mim. – Eu pedi desculpas pro Sam. – Ela disse de modo frio. – Mas ele não disse nada.

A arma se materializou na mão de Molly.

–Você o matou? – Liz perguntou com as pernas trêmulas.

–Como vocês são lerdos. – Molly comentou mudando de assunto bruscamente. – Consegui contorna-los e chegar ao meu apartamento.

Isso pareceu lembrar Liz sobre algo.

–Jake! Temos que sair eles estão... – Antes que ela terminasse de falar, nós três percebemos que alguém mais estava entrando no quarto.

Irmãos gêmeos. A tal Brooke estava com James apoiado nas costas. James estava com o buraco da flecha no ombro escorrendo sangue. Estavam irritados, suados e na testa de James se ergueu veias de raiva ao levantar o rosto e me ver.

–Vamos sair daqui. – Liz disse.

Apoiei o corpo dela nas minhas costas e puxei Liz pelo braço, sem força ela não me parou. Nós pulamos pela janela.

Não, nós não caímos. Havia uma escada de emergência que contornava a parede direita do prédio, só sabia disso por que vi a escada andares abaixo sem dar importância.

Pude sentir o sangue de Liz escorrendo até minha perna e lamentei por ela mais uma vez. Fiquei preocupado com o fato dela esta ferida na perna, devido ao último ataque de Lola algumas horas atrás.

Como tudo nesse lugar as escadas de emergência também não tinham grades. Sem medo algum comecei a descer as escadas de ferro enferrujadas em zigue-zague.

–O deixou fugir. – Resmungou James pra irmã. - Ao menos cuide dessa aqui.

Acelerei os passos na escada, ouvi um barulho de um tiro. Meu coração parou por um instante. Fazendo-me parar de descer as escadas. O barulho da serra elétrica rugiu preenchendo o silêncio.

–Já era Jake. – Comentou Liz com as mãos trêmulas em meu ombro.

Quando pensei em voltar a andar ignorando os barulhos a próxima escada desapareceu em faíscas. Ouvi um gritinho de Liz como se eu fosse continuar.

–Se abaixe. – Disse.

Segurei a cocha de Liz com mais força e me abaixei pra passar na janela ao meu lado, quando entramos no prédio novamente ouvi outro barulho de tiro.

Soltei Liz no chão e caí ao lado dela ofegante.

–Vamos morrer. – Ela disse se encolhendo.

Passei a mão no rosto e me sentei com um rápido movimento na frente dela.

–Se acalme um pouco, eu vou te levar pra casa está bem? – Eu disse olhando pra ela.

–Vai me deixar em casa como nos velhos tempos? – Ela perguntou olhando para o lado.

Por um momento a cena de eu levando-a até a porta de casa depois da escola passou por minha cabeça.

Ela ainda estava olhando pra mim, esperando uma resposta com os olhos irritados pelas lágrimas.

–Como nos velhos... Tempos. – Repeti segurando a mão dela.

Olhei para lado e sorri com o que via. Uma linda geladeira estava ligada por uma mágica tomada flutuante. As coisas estão cada vez mais estranhas.

Abri a geladeira e achamos preciosas garrafas de água. Liz pareceu hesitar em beber água.

Rasguei parte da minha calça e enfaixei cobrindo a ferida na perna dela dando um nó no final.

Minha cabeça começou a doer novamente, e eu ouvi ''recompensas pelo belo show de hoje de manhã. De onze fregueses restam apenas sete.'' Eu mesmo pude memorizar os que ainda estão vivos. Amy e Artie, eu e Liz. Irmãos gêmeos, garota do rifle.

– Isso é mal. – Disse.

Senti calafrios pensando na possibilidade dela ter vindo para o nosso prédio.

–Vamos sair desse prédio. – Disse saindo de perto da janela.

Coloquei-a nas costas de novo e contei a ela enquanto saía pela porta. – A velhota disse sete. Aqueles barulhos não matou ninguém. Vamos pra outro prédio.

–Ok. – Ela disse cobrindo o rosto na minha nuca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? *---* Espero que sim! Então, Jake-chi quer reviews... -não diga?- Té mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cupcake" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.