Cupcake escrita por Coralino


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, penultimo cap, animados pro final? Bom, eu estou! Hahahah acabei de escrever o ultimo capítulo, e com a minha sincera opinião ele ficou com um final ótimo!



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Os moradores vasculharam todos os trailers, jaulas e espaços que o circo ocupava. Nada, nenhum sinal da pequena garota desaparecida. Semanas se passaram, e a mãe da garota depois daquele dia nunca mais saiu de casa, sem esperanças e incapaz de procurar a filha.

O mágico passou a usar o tempo de sábado a noite do circo para reuniões sobre a bruxa que estava fazendo mal à vila. Explicando cada detalhe que sabia sobre ela.

–Estamos procurando e fazendo o possível para encontrar a garota! – Gritava o mágico ofegante.

–Não podemos mais deixar as crianças saírem de casa! – Reclamava um dos moradores.

A vila passou a ter um clima tenso, diferente do clima calmo e agradável que sempre teve. Marie foi proibida de sair de casa por sua mãe, assim como Edgar também foi. Incapaz de se encontrarem, Marie ficava sentada numa cadeira virada pra janela.

Em uma noite chuvosa Suzan chegou a casa, jogando o guarda chuva para o lado e olhando pra filha que a esperava sentada no tapete.

–Como está o pai do Edgar? – A garota perguntou, sabendo que sua mãe havia ido tratar da doença dele.

–Querida, ele agora está descansando. – Disse a curandeira ficando de joelhos.

Então docilmente Marie a abraçou. Acariciando os cabelos de sua mãe e sussurrando palavras de consolo como uma adulta.

Na mesma noite as duas foram acordadas com gritos desesperados dos pais de um garoto que havia sumido. A mãe dizia aos soluços que o filho não quis jantar como de costume, desta vez ele trancou-se no quarto e a janela estava aberta.

No dia seguinte, três crianças desapareceram repentinamente. Os moradores da cidade passaram a fazer um silêncio profundo. Nenhum deles saia de casa por nenhuma razão. Com medo de que algo acontecesse com eles ou com mais crianças.

As ruas que antes eram ocupadas por moradores felizes e crianças que brincavam o dia inteiro passaram a ser ocupada apenas pelo vento que fazia as roupas do varal se remexer. As famílias das crianças desaparecidas simplesmente ficaram em casa lamentando e rezando pelo filho que talvez nunca voltasse.

E logo chegou sábado. Dia de circo. O Mágico estava extremamente tenso, totalmente oposto ao mágico do primeiro dia de circo. Todos os moradores o fuzilavam com o olhar, com raiva pelas crianças alheias das mães que choravam abraçadas nos outros parentes.

Não havia música animada no circo, não havia brinquedos iluminados e pessoas sorrindo. Os moradores se acumularam em volta do mágico e um silêncio súbito tomou conta do lugar.

–Onde está a bruxa?! – Gritou um dos moradores perdendo a paciência – Você prometeu encontra-la.

Os outros moradores concordaram murmurando.

O mágico tirou o chapéu e olhava hesitante para os moradores, tocando na ponta redonda do chapéu impacientemente. Para salvá-lo desse momento agonizante uma mulher vestida de bailarina apareceu e andou elegantemente ficando ao lado do mágico.

–Filha você não... – Começou ele tocando no ombro dela.

–Eu posso contar a eles pai. – Ela disse com voz autoritária, fazendo-o afastar a mão – Prestem atenção. – Disse mesmo sabendo que todos estavam olhando pra ela. – A bruxa não foi encontrada ainda.

No mesmo instante os moradores dispararam xingamentos ao mágico e o circo, a bailarina inquieta gritou por silêncio. Calaram-se a fuzilando com o olhar, afinal a única esperança deles era o circo.

–Precisamos de mais tempo, agora, precisamos saber de alguma mulher desta vila que possa ser suspeita. – Os moradores se entreolharam. – Alguém que faça algo de incomum na vila, alguém capaz de fazer milagres ou suspeita a fazer coisas estranhas.

As pessoas começaram a cochichar, até que alguém tomou coragem e disse em alto e bom tom.

–Suzan Verona!

O pequeno Edgar olhou desesperado para sua mãe reconhecendo a voz, sua mãe respirava intensamente ao seu lado. Começando a andar em direção à bailarina.

–Suzan Verona é a curandeira da vila, não existe ninguém além dela conhecida por fazer milagres.

Edgar arregalou os olhos, no mesmo momento ele se virou em direção a Marie e sua mãe que estavam do outro lado do circo. Suzan olhou desesperada para os moradores, todos eles estavam encarando ela indignados.

–Não é verdade, ela está errada! Não sou eu! – Suzan dizia andando pra trás.

Marie entrou na frente da mãe e estendeu os braços em sinal de proteção.

–Não filha, se acalme, eles sabem que não sou eu. – A mãe sussurrava.

–Pegue logo ela! Não quero ficar sem meu filho! – Dizia a mãe de Edgar ao lado da bailarina.

Edgar tentava passar pela multidão empurrando todos que encontrava.

Um grupo de moradores amigos de Suzan entrou na frente de Marie e estenderam os braços também.

–Suzan sempre foi bondosa. – Dizia uma mulher ruiva. – Ela nunca faria algo assim com nossas crianças.

–Saia da frente! – Gritou alguém da multidão. – Ou quer morrer igual ela?

Marie gritou desesperada abraçando a mãe. Edgar conseguiu chegar e ficou ao lado da ruiva estendendo o braço como eles.

–Saia daí filho! – Gritou a mãe de Edgar.

–Só por que o papai morreu você acusou Suzan! Suzan não tem culpa de nada! – Ele gritou de volta com o rosto avermelhado.

Sua mãe colocou a mão na boca com lágrimas nos olhos.

Um dos homens perdeu a paciência e deu um tapa no rosto de Edgar, fazendo-o cair no chão. Os outros homens começaram a empurrar os amigos de Suzan, a ruiva foi jogada ao lado de Edgar. Suzan jogou sua filha para trás em desespero gritando.

–Tire-a daqui Sansa! – Disse ela se referindo à ruiva, enquanto um dos homens a segurava pelos braços. – Não deixe Marie ver nada disso!

Sansa assentiu se levantando pegando Edgar pelo braço e correndo em direção a Marie que tentava inutilmente socar um dos homens que prendiam Suzan. Quando pegou no pulso da garota ela gritou por sua mãe, Suzan levantou a mão imediatamente e sua amiga a levou para fora de todo aquele barulho.

Quando os três chegaram ao lado de um poço do bosque onde estavam ela soltou Marie e Edgar, que se encolheram soluçando.

–Vai ficar tudo bem. – A ruiva disse baixinho ficando de joelhos – Ela só é uma suspeita, não vão fazer mal a ela.

Marie olhou para a ela e depois se virou para Edgar. Por alguns minutos nem os pássaros foram capazes de cantar, a noite estava mais escura que o normal. E o único barulho era o soluço de Marie.

–Queimem a bruxa! – Um homem qualquer da vila gritou alto demais quebrando o silêncio, Marie estremeceu se levantando com as pernas bambas.

–Não! – Gritou Sansa colando as duas mãos na boca começando a chorar.

–Não Marie! – Edgar disse tentando segurar o vestido dela, mas no mesmo instante a garota saiu correndo em direção à mãe.

Edgar ia começar a correr até ouvir um sussurro. Ele se virou hesitante e olhou para o poço atrás dele. O garoto tremia, mas tirou um fósforo do bolso e acendeu.

–O que está fazendo? – Disse Sansa tirando a mão da boca. O garoto levantou a outra mão em pedido de silêncio.

Ele jogou o fósforo aceso em direção ao poço, enquanto caia, o fósforo iluminava as paredes úmidas do buraco, até chegar ao fim, onde o fósforo iluminou o rosto de uma criança e apagou-se.

Edgar se afastou do poço e correu em direção a Marie. Seu rosto estava suado diante de saber a verdade, agora ele sabia onde as crianças desaparecidas estavam escondidas esse tempo todo.

Quando chegou até ao circo ficou de joelhos diante de Suzan e Marie penduradas na árvore. A multidão gritava para que enforcasse logo elas. Marie se debatia com as cordas prendendo todo o seu corpo, sua mãe estava com várias marcas de tortura, com lágrimas no rosto tentando estender a mão para a filha, mas quando tentava um dos homens do circo chicoteou o braço dela.

–Não, por favor, não - Dizia Edgar com lágrimas no rosto, incapaz de fazer com que o ouvissem.

–Escute Marie. – Disse Suzan rouca – Você é capaz de fazer o que quiser filha, minha vida termina aqui. Mas a mamãe vai estar sempre com você...

O balde de ferro onde Suzan estava em pé foi chutado, Marie arregalou os olhos em desespero e sua mãe sorriu com lágrimas escorrendo do seu rosto. A corda apertou seu pescoço e ela morreu enforcada.

A multidão urrou de alegria, diante da morte da suposta bruxa. Marie soltou um grito rouco e o mágico derrubou seu balde também, as cordas de seu pescoço começaram a desfiar em chamas, uma grande explosão incinerou o mágico atrás dela e a árvore, a população só conseguiu arregalar os olhos até o fogo queimar todos. Marie caiu na grama inconsciente.

–---x----

Edgar acordou em pânico sentindo a grama queimada em suas mãos. Olhou para seus braços e eles estavam normais. O garoto olhou em volta e só viu Suzan enforcada, olhou ao lado dela procurando por Marie e a viu encolhida no chão.

Andou em direção a ela sentindo o sol quente em sua cabeça, os moradores e todas as pessoas do circo morreram incinerados até virar pó. Devia ser por volta de meio dia e tudo estava tranquilo principalmente por só haver ele acordado por lá.

Edgar ficou de joelhos ao lado de Marie. Hesitou em colocar as mãos nos ombros da garota, ela parecia dormir apenas. Antes que tentasse acorda-la ela abriu os olhos em pânico, olhou para ele e o abraçou.

Ele retribuiu o abraço trêmulo. O aroma de flores dos cabelos loiros de Marie lhe acalmou.

–E agora? – Ele disse baixinho.

Marie demorou um tempo para responder.

–Vem. – Ela chamou ficando de pé.

Eles caminharam até a casa de Marie e ela parou de andar quando estavam no jardim. A garota respirou fundo e passou a mão por sua porta de madeira, finalmente colocando a mão na fechadura.

Edgar pensou em perguntar a ela quem sequestrou as crianças, mas logo entendeu que isso não passava de um modo de ganhar dinheiro do mágico. Com a caça as bruxas ele não ganhou só o dinheiro do circo como ganhou todo o dinheiro da família desesperada pela salvação de seus filhos.

Quando abriu a porta, ao invés de sua sala, ela encontrou um grande gramado com flores em todos os cantos. O vento passou por eles convidando-os a passar pela porta.

Edgar ficou perplexo segurando a mão dela.

–Vamos viajar Edgar. – Ela disse sorrindo para ele.

–Como você...

–Mamãe me contou algo um dia... – Ela se aproximou e sussurrou as palavras de sua mãe.

O garoto olhou para trás.

–Isso vai ficar com a gente para sempre – Ela disse sorrindo. – Na nossa alma.

Juntos eles caminharam em direção ao gramado.

O Mágico se aproveitou de lendas sobre bruxas, mas não deu importância ao que possa ser realmente verdadeiro.


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Notas finais do capítulo

HAHAHAH o que acharam da história da Marie? >W< Até o último cap, que não vou demorar pra postar hehe



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