Às vezes penso mesmo que a minha vida não podia ser melhor.
E acho que tudo começou desde que conheci Alexis, a minha melhor amiga, á 11 anos atrás, precisamente quando tinha 6 aninhos. Alexis era nova na cidade, e estava sozinha e como era minha vizinha, demo-nos logo bem, e ficamos logo amigas. Todas as tardes brincávamos juntas. E até hoje fazemos tudo juntas. Dizíamos sempre que éramos “manas” e muitas vezes acreditavam, apesar de não sermos muito parecidas.

E á três anos atrás conhece-mos Leila, a irmã da namorada do meu irmão. Ao princípio não nos demos muito bem, pois já a conhecíamos lá da escola. Ela andava sempre com os “sociais”, atormentava os totós e achava que era melhor que todos os outros. Mas um dia, quando fiquei uma tarde sozinha com ela, percebi que ela não era nada daquilo, e que não passava de uma rapariga querida e gentil. E ela acabou por nos confessar que apenas fazia aquilo para se integrar, e que ao contrário do que muitos pensavam, ela era virgem, assim como eu. Mas Alexis já não era, perdera-a no ano passado com o namorado, já estavam juntos á 2anos e ficavam lindos juntos. E a partir daí começamos a dar-nos todas bem. Não ligávamos nenhuma para o seu estatuto na escola, ela era nossa amiga. E a minha vida era passada com as duas maluquinhas.

E para a além das minhas maluquinhas, tinha o meu irmão, Kaleb. Ele era 5anos mais velho que, mas às vezes parecia que tinha mesmo a minha idade. Nós não éramos só muito parecidos, como nos dávamos perfeitamente bem, e isso era a melhor coisa de toda a minha vida. Leila e Summer, a namorada do meu irmão e sua irmã, andavam sempre as turras, nunca estavam bem uma com a outra e eu e Kaleb… nada! Sim, discutíamos de vez em quando, mas era quando sabíamos bem que o outro estava ou ia fazer algo errado. Nós amamo-nos muito, e apenas queremos o bem um do outro, por isso é que quando ele me disse que queria pedir Summer em casamento, eu fiquei em choque e apreensiva. Eu sabia que eles se amavam, mas não seriam muito novos? Kaleb disse para não pensar e ficar apenas feliz por ele, pois não se via com mais ninguém no futuro a não ser Summer. E aí fiquei super feliz por ele.

A minha teria um ataque de certeza! Ela era muito…emocional. Claro que ia ficar contente, mas ia chorar até ao dia do casamento, e aí iria chorar mais, as só porque estava feliz. A dona Sarah amava-nos, muito mesmo, e quando nós pedíamos para sair, ou ir dormir a casa de outros, pensava sempre que nunca mais voltamos, que íamos mudar de casa… muitos filmes, porque para ela nós seriamos sempre os seus bebes. Ela tinha 40 anos, mas estava muito bem conservada para a idade. Nunca ninguém lhe dava 40…Bom, e o meu pai, Bill, Divertia-se com as cenas dela. O meu pai sempre nos deu espaço para crescermos, sempre disse que aprenderíamos com os nossos erros, e foi sempre assim. Nós sabíamos que ele nos amava, mas não era de abraços nem nada, e nós gostávamos dele assim. Para sentimentalista já tinhas a mãe!
Ainda me riu com o filme que a minha fez, quando apresentei Mike oficialmente, como meu namorado. Ela pensou logo que a ia deixar por ele… os seus filmes. Mas Mike, sendo Mike, disse-lhe logo que não me queria raptar nem levar para lado nenhum, mas que gostava muito de mim e queria cuidar de mim, como ela fez nestes 17 anos…Sendo eu a rapariga, ainda por cima mais nova, o meu pai pôs logo uma barreira entre Mike e ele, sempre a ser frio com ele, mas agora que já tínhamos um mês de namoro, essa barreira começava a desaparecer e eles já viam os jogos na tv, juntos. Mike era um espetáculo, um querido. Sempre preocupado, sempre divertido, bem-disposto… tudo isso e lindo de morrer. Ele era jogador da equipa de basquete da escola, por isso era conhecido lá na escola, e muito desejado. Era moreno, de olhos castanhos e tinha um corpo de Deus Grego, mesmo! E era todo meu…apesar de ainda não me ter entregado a ele, só a parte de alma é que era dele. Mas eu queria e muito…Mas como ele era super- protetor e não quis avançar, pois não me queria pressionar e eu não disse nada, estupidificada. E sendo tão protetor comigo, apenas Alexis sabia de um segredo que tinha…Desde os seis anos, antes de ter conhecido a minha amiga, algo estranho aconteceu. Como em todos os bairros, havia os “meninos maus”, e de vez em quando eles vinham atrás de mim. E ouve um dia em que fiquei com tanto medo, que quando se começaram a aproximar para me roubar, no momento que o ia a empurrar a minha mão começou a brilhar e em vez de o atirar para o chão, atirei-o para o outro lado da estrada. Os outros fugiram de mim e nenhum deles se meteu mais comigo. Claro que na escola, todos começaram a deixar-me de parte…até Alexis aparecer. Ela não se importou, ela queria ser minha amiga, de verdade. E desde aquele dia, havia uma mulher que me seguia. Não sabia quem era, sempre que a via chamava Alexis, mas quando esta olhava, a mulher já não estava lá. Apenas a viu uma vez, mas disse que devia ser imaginação minha, e eu acreditei, apesar da sensação de estar a ser seguida não desaparece-se. A mulher não era assustadora, era bonita. Tinha cabelos brilhantes e compridos numa trança. Tinha uma pele pálida e olhos redondos, quase que da cor da lua. Era muito bonita. Mas eu não sabia quem era, e nunca quis saber bem, porque no fundo tinha medo, assim como tinha medo de que mais alguém visse a minha mão a brilhar. Graças a Alexis não me sentia uma esquisita nem nada. Ela dizia que fazia parte de mim, não interessava como fazia ou porquê, fazia parte de mim. E esta era mais uma das razões para a adorar e muito. Ela fazia-me sentir bem, às vezes bastava um sorrisinho e o meu dia melhorava logo. Às vezes lembrava mesmo uma das bonecas com que brincávamos. Loira, de cabelos pelos ombros e esticados, de olhos castanhos, pequenos e fofos. Esta era a minha Alexis. Completamente diferente de mim e de Leila. Eu era morena, cabelo escadeado, abaixo dos ombros e selvagem, de olhos verdes claros e Leila era ruiva, cabelo ruivo, aos caracóis selvagens e de olhos verdes, mas escuros. Éramos completamente diferentes, mas completamente iguais. Era estranho. E mais estranho ainda, era que nós mesmas íamos a Sleepy.

A Sleepy era uma festa que acontecia todos os anos, no princípio das aulas onde apenas 30 pessoas eram convidadas. E Mike tinha sido, por isso ia levar a namorada, para o desagrado de muitas menininhas da claque e como Leila era dos sociais, tinha sido convidada, logo ia levar Alexis consigo. Esta acontecia uma vez por ani, na casa abandonada. Ninguém se lembra de ver ali alguém a morar, nem mesmo os mais velhos. E claro, para assustar os miúdos e mantê-los afastados dali, diziam que lá tinha morado um velho homem, que se tinha morto depois da mulher da sua vida morrer e como não a encontro depois de morto, o seu espirito ficou preso dentro da casa. Pois…
E faltavam apenas dois dias para a Sleepy.

**** (2 dias depois)
O dia tinha passado muito lentamente, e percebi pela cara dos outros que não era a única a pensar assim. Quando saí das aulas, fomos para minha casa, visto que não estava lá ninguém. Começamos a prepara as coisas, mesmo não havendo muita coisa para preparar. Só havia uma regra: tínhamos de ir já de pijama vestido.

O de Alexis uns calções um pouco largos, brancos com um uma camisola vermelha com umas rendinhas.
O de Leila era um macacão que lhe ficava justo, com umas alças fininhas em preto.

O meu eram uns calções bem justos e curtos e uma camisola verde também justa e algo decotada…Planeava conseguir, finalmente, dormir com Mike e deixar de me sentir sempre assim tão…excitada quando estava com ele, sozinha…
Arranjamos também bebidas para levar, já sabíamos que iria ser preciso. Estávamos na sala a jantar, ainda não estávamos vestidas, caso aparece-se alguém, o que acabou por acontecer. Kaleb.
 -Leli? Ainda estás em casa?- Perguntou á entrada, pousando o casaco e as chaves.

Kaleb chamava-me Leli desde pequeno, pois quando era pequeno não conseguia dizer o meu nome todo, e mesmo quando aprendeu, preferiu continuar com esta alcunha.

 -Sim, Kaleb!- Disse da sala. Ele entrou logo a segui.
 -Olá meninas!- Disse dando-me um beijo na testa de seguida.
 -Olá!- Disseram as duas.
 -Posso falar contigo?- Perguntou olhando-me. Assenti e fui com ele até á cozinha. Lá ele olhou-me sério, deixando-me preocupada.- Por favor, diz-me que não vais aquela coisa da casa hoje?

Fiquei sem reação, a olhar para ele com cara de parva e de olhos arregalados. Como é que ele tinha descoberto?! Ele viu pela minha reação que era. Virou-se de costas para mim e ficou a olhar pela janela, disperso.

 -Kaleb, confia em mim.- Pedi. Ele virou-se bruscamente, com um ar confuso, que ao fim de um pouco se começou a alterar e a dar lugar a olhar de preocupação.- Eu sei cuidar de mim, mano.
 -O Mike vai?- Perguntou num sorriso travesso.
 -Vai…- Disse sorrindo.
 -Usa proteção! Matas a mãe do coração se…
 -Kaleb!- Disse dando-lhe uma palmada no braço.- E não sou eu que me vou casar…
- -Eu sei…Se precisares de algo, liga logo sim?
Eu sorri e assenti. Depois demos um grande abraço.
 -Queres que vos leve?- Perguntou, ainda abraçado a mim.
 -Claro. É as 23h…e a Summer?- Perguntei.
 -Hoje não vamos estar juntos. Tem lá um tio em casa…- Disse num suspiro. Eu assenti e voltei para junto das meninas que estavam atentas á Tv na sala.

Ficamos no sofá o resto da tarde e quando chegou a hora, todas ficamos muito nervosas com que ia acontecer.
Ou melhor, nenhuma de nós sabia o que ia acontecer e por isso é que estávamos nervosas. Mas estávamos lá as três, tínhamo-nos umas às outras. Fomos até ao meu quarto, vestimos os pijamas, pusemos casacos compridos por cima e fomos. Kaleb ficou espantado ao ver tantas pernas, mas não comentou.
Era agora.

Entramos no carro, todas com as mãos a tremer, com as respirações a celeradas e o coração a bater a mil. Estávamos mesmo uma pilha de nervos. Kaleb percebeu e sorriu. Assim que chegamos, elas agradeceram a boleia, eu dei-lhe um beijo e fomos.

Já tinha começado á 10 minutos, mas Leila, conhecida em/de festas, disse que assim é que deveria ser. Quando chegamos abriram-nos a porta e levaram-nos até á sala onde estavam todos. Assim que me viu, Mike veio logo ter comigo. Deu-me um beijo apaixonado. Tiraram-nos o casaco e Mike ficou boquiaberto a olhar para mim. Eu sorri.

 -Estás linda, Ely.- Disse dando-me a mão e levando-me até á frente da lareira, onde estavam todos sentados.
Ao fim de um pouco, de já estramos todos ambientados, Leila, acho que para me ajudar com Mike (Sim, eles sabiam. Ou melhor, obviamente que sabiam!), lembrou-se de jogar ao verdade e consequência. Tudo começou com coisas inocentes, mas ao fim de um pouco já havia raparigas a tirar calções, beijos em todo o lado. Quando me calhava a mim, Mike estava sempre envolvido, e quando era ele, eu também estava. Ao princípio eram só: dá-lhe um beijo, um chupão no pescoço, nas mamas, na coxa. Depois já era tocar. Toca-lhe na mama, apalpa-lhe o rabo…coisas dessas e ao fim de um pouco, já estavam todos excitados para caraças! Quando se fartaram do jogo, começaram a andar pela casa e a pegar sustos uns aos outros.

 -Anda comigo…-Sussurrou-me Mike ao ouvido.
Dei-lhe a mão e fomos para um quarto do andar de cima.u