Tarde Demais! escrita por MisaChan


Capítulo 31
Capítulo 31 - Expectativas geram decepções




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"– Que notícia? - Olho confusa, e balbucie uma pergunta.

– A minha promoção... Ela exige, bem.. Nós vamos ter que se mudar minha filha, para outro país."

Depois da conversa com meu pai, eu caminhei para o meu quarto, ainda em transe. Eu não podia acreditar. Aquelas palavras, rodavam e rodavam na minha cabeça.

Eu nunca pensei nessa possibilidade, de me mudar. Sempre pensei que iria me formar no ensino médio, ao lado dos meus poias prediletos. Bem que dizem que expectativas demais, geram estrondosas decepções.

(...)

Passei o dia anterior praticamente em estado vegetativo olhando para o teto e imaginando um grande e maravilhoso nada. Não comi, não bebi, não sai do meu quarto. Sei que meu pai está preocupado comigo, mas eu estou perdida dentro de mim mesma.

Depois de muito relutar, levanto e me deparo com minha imagem refletida no espelho. Eu estava pior que a bruxa queca, tomei até um pequeno susto. Enfiei-me de baixo do chuveiro, e ao mesmo tempo que a água batia contra a minha pele, eu ficava mais leve, com mais coragem para enfrentar a minha realidade. Sai do banheiro, secando o meu cabelo, e com uma toalha envolvendo meu corpo, sento-me na cama, e pego meu celular, digitando o número da Lucy.

– ERZA! - Escuto aquela vozinha docilmente irritante e estridente da menina viciada em bacon mas que ama porquinhos, vai entender.

– Oi Lucy. - Respondo sem ânimo, mesmo tendo um sorriso estampado no rosto, só por ter escutado a voz da minha estranha melhor amiga.

– Epa! - Ela faz uma pausa, parecia estar confusa. - Que vozinha de bicho morto é essa?

– E bicho morto por acaso fala? - Questiono com meu famoso e conhecido sarcasmo, que nem nessas horas me abandona.

– Ah, é verdade. Mas, o que foi Erza, aconteceu algo? - Continua.

– Sim, mas só posso te contar pessoalmente… Você pode vir-

– TO INDO PRA SUA CASA AGORA, TCHAU! - Ela me interrompe, e eu logo escuto o barulhinho de ligação encerrada.

Não demora nem meia hora, e escuto a voz dela na minha sala. Apareço na escada, e chamo com a mão, ela percebe e logo sobe, após avisar ao meu pai que eu queria vê-la.

A loirinha sobe apressada, logo entra em meu quarto, e senta ao meu lado me encarando sem parar.

– Que foi? - Olho assutada, parecia que ela queria me comer, estava com cara de bacon, será? Talvez tivesse sido melhor passar uma makezinha na cara.

– To esperando você dizer. - Ela fala com um biquinho formado pelos lábios.

– Bom, eu vou ser direta. - Faço uma pausa. - Meu pai foi promovido, e eu… Vou me mudar.

Ela me encara. Surpreendo-me por ela não expressar nenhuma reação. Depois de alguns segundos, escuto sua voz novamente.

– Pra que bairro? Será que na sua nova casa terá piscina, ai eu vou poder levar as minhas boias de porquinhos, elas são tão fofinhas, tem bolinh-

– Lucy, para! - Interrompo-a. - Eu vou embora para outro país. - Falo quase chorando, as lágrimas estavam quase saindo.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, conversando com o olhar, de um jeito que só melhores amigas conseguem entender. Logo não consigo me segurar, vendo as lágrimas escorrerem nos grandes olhos castanhos brilhantes daquela loirinha. Ela me abraça, e eu me sinto mais segura, abraço-a com força.

– Diz que você está brincando. - Ela sussurra chorosa.

Não sei quanto tempo ficamos daquele jeito, mas eu não conseguia solta-lá. Ela é minha melhor amiga, apesar de nós sermos totalmente diferente, ela é como uma irmã que eu nunca tive. Sempre me ajuda, e está ao meu lado, tanto nos momentos bons como nos ruins.

– Vou sentir tanto a sua falta. - Sussurro.

– Mas pra onde você vai? - Ela me solta. - Erza, e o Jellal? Ele já sabe disso?

– Eu não sei ainda, meu pai não teve tempo de me dizer ainda. - Faço um pausa para limpar algumas lágrimas do pequeno rostinho dela. - Lucy, o ano já está acabando, não quero fazer o Jellal sofrer mais do que ele irá. Vou contar na festa de final de ano para os calouros no colégio.

– Certo… - Ela me abraça novamente. - Você sempre será a minha melhor amiga Erza, em qualquer lugar. Prometa que nunca vai esquecer de mim, e que vamos conversar todos os dias.

– Eu prometo, nunca vou esquecer nenhum de vocês. Nunca. - Sorrio.

Nos abraçamos novamente, e depois continuamos conversando e desconversando das más notícias que eu tive o desprazer de dar. Surpreendentemente, comecei a me sentir melhor, e até mais feliz. Lucy me incentiva a descer para conversar com meu pai após ela ir embora, pois ela percebeu que o tio parecia muito estar muito triste.

Depois de algumas horas, Lucy vai embora, e finalmente tomo força para conversar com meu pai. Ele estava pensando até em desistir da promoção, porque afinal, nossa vida está boa do jeito que está, e ele disse que daria de tudo para me fazer sorrir. Mas seria egoísmo demais da minha parte, sabendo de tudo que ele fez, do tanto que ele se esforçou. Depois de um bom tempo conversando com ele, terminamos o papo com a minha frase de conforto, mesmo eu estando em caquinhos.

– Vai ficar tudo bem pai. Eu vou ficar bem - Abraço-o. - E sorrio, assim como meu pai, meu objetivo é sempre faze-lo sorrir.

Subo para o meu quarto, e digito para Lucy, tudo que conversei com meu pai, e que eu iria depois do ano novo para a Holanda, o que não seria de todo mal, porque é um dos países baixos que eu mais gosto, tanto pela história, arquitetura, quanto pela beleza natural.

Meu pai também me disse que, quando o dinheiro entrar de verdade, poderia pagar as passagens de Lucy e Jellal, para passar as férias comigo, sei que não é a mesma coisa, mas já é aquela luzinha no fundo do poço, aquela que te da esperança, sabe? Não contei essa parte para a loirinha, porque ele não me confirmou nada, e eu sei mais do que ninguém que: Expectativas geram decepções, quase sempre.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, comentem se estão vivos D:
´32, ÚLTIMO CAPÍTULO, será um longo capítulo de desfecho, preparem o coração e providencie talvez, alguns lencinhos.



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