Tarde Demais! escrita por MisaChan


Capítulo 30
Capítulo 30 - Sério isso?




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Alguém poderia me ensinar como reagir educadamente, quando tentamos abrir a janela do ônibus e não conseguimos? Hoje o meu dia está literalmente um inferno, acho que já estou em treinamento para a minha hospedagem no andar lá de baixo, onde vou pagar todos os meus pecados, por exemplo, ter tirado a última visualização do whatsapp, to brincando, vou pra isso não, a não ser que tenha um ar-condicionado, ai podemos negociar, porque do jeito que ta, não ta dando gente, nem abrir essa janela eu consigo, e alias, odeio pegar ônibus, queria frisar isso, mas hoje meu pai teve que sair para resolver algo urgente no emprego e eu tive que vir ao dentista assim, não que eu seja metida, mas evitar contado físico com pessoas fedidas e suadas e enfrentar um calor da miséria no ponto e lutar com a própria vida para conseguir um assento, aaaah, vocês também pensariam como eu, fora que só vou no dentista uma vez na vida e outra na morte.

Pelo menos o motorista era ligeiro, cheguei logo em minha casa, e fui tomar um banho e me enfiar em meu quarto, estava sem internet, então comecei a refletir sobre o sentido do universo, das pessoas.... Não, na verdade eu fiquei imaginando uns bodes muito louco tocando guitarra e um esquilo voador.

''Ai meu Deus, estou andando demais com a Lucy.'' (Pensamento involuntário)

Desci para a sala, fiquei olhando a sala vazia, quando meu pai não está em casa eu me sinto tão... Estranha. Sinto muito a falta da minha mãe. Falando naquele implicante, ele está demorando, o que tem de tão importante no trabalho hoje, é sábado.

Ligo a televisão e busco um canal que preste, mas só tem desgraça no jornal e desenhos que deixam qualquer criança ou adulto com um sério retardo mental. É nessas horas que me sinto triste por não ter uma Tv por assinatura em casa. O telefone toca. Olho para o aparelho e não movo nenhum músculo se quer, só fico na esperança de que pare fazer aquele barulho irritante. Na verdade, tudo hoje para mim parecia insuportável. Bem, se eu não soubesse que o Jellal está no acampamento cheio de mosquitos e sem aparelhos eletrônicos, que os pais dele obrigaram ele a ir com o primo, até correria para atender na esperança de ser ele, mas como sei que não... Mas do que adianta? A pessoa do outro lado da linha é insistente, e continua tentando, então levanto-me para atender.

– Alô? - Falo sem nenhuma emoção.

– Oi aninha minha filha, quanto tempo. - Uma voz madura surge.

– Oi, não tem nenhuma aninha aqui, é engano. - Respondo à senhora.

– Engano? - Fala uma voz feminina madura, com um ar de confusa.

– Sim. - Respondo.

– Então você não é a Aninha? - Ela persiste em seu tom confuso.

– Não, não sou senhora, é engano, como eu já disse. - Visivelmente já estou ficando irritada.

''Não acredito que me levantei para atender essas velinhas confusas, ninguém merece.'' (Pensamento involuntário)

– Ah, me desculpe então.

– Tudo bem... - Quando penso em desligar, ela me aborda novamente.

– Mas você sabe fazer torta de limão?

– Como? - Pergunto surpresa.

– Torta de limão, a Aninha ia me passar a receita... - Completa.

– Não, eu não sei fazer droga de torta nenhuma. - Explodo, e falo em um tom rude com a senhorinha.

– Ih, que isso minha filha! - Fala abismada. - Você é muito má educada, seus pais não lhe deram educação não?

– Me desculpe. - Reconheço meu exagero, afinal todos nós estamos propensos de ser idosos confusos e carentes de atenção.

– Tudo bem, mas a senhorita quer aprender a fazer torta de limão, eu posso te ensinar.

– Não obrigada, passar bem. - Desligo na cara da velhinha biruta, e tiro o fio do telefone. Ninguém merece, uma hora pergunta se sei fazer a torta, depois que me ensinar, Ave Maria.

Volto a sentar, e começo a assistir um programa de animais, ser a reprodução de tatus era a coisa mais interessante que eu tinha para fazer naquele sábado, mesmo sabendo que podia estar estudando para o próximo teste daquele professor mala, que me ferrou com o último teste surpresa.

Acabo cochilando, e escuto ruído de chave na porta. Era meu pai.

– Finalmente. - Falo baixinho coçando os olhos. - Nossa, são seis horas, acho que ao invés de cochilar eu hibernei.

– Filha precisamos conversar. - Meu pai parecia muito sério, fechou a porta e sentou-se na poltrona ao meu lado.

Assustada com a feição dele, me sentei rapidamente, e encarei seus olhos, esperando a notícia. Pensei em mil coisas. Meu pai sempre conseguiu fazer feições enigmáticas, nunca sei se é algo bom ou ruim que está por vim, odeio isso.

– Bem... O papai... Ele... Ele foi promovido! - Fala com um ar de suspense e depois felicidade.

Senti um alívio na hora. Era algo bom!

Abracei meu pai na hora, ele sempre esperou por essa promoção, trabalhou duro para impressionar seu chefe, dias e noites, escrevendo e revisando vários documentos, nossa, finalmente uma notícia boa para alegrar esse meu dia de merda, porque calor, ônibus e uma velhinha biruta no mesmo dia, é dose.

– Parabéns pai de verdade. Estou muito feliz por você, sie o quanto se esforçou, você merece. - Volto para meu assento, ainda sorrindo.

– Obrigado minha filha. - Ele sorri, e desliza seus dedos em meu rosto sorridente. - Mas eu tenho uma outra notícia, que talvez... Bem, tenho certeza que dessa você não vai gostar.

– Que notícia? - Olho confusa, e balbucie uma pergunta.

– A minha promoção... Ela exige, bem.. Nós vamos ter que se mudar minha filha, para outro país.

Minha boca abre-se sozinha. Se mudar? Sério isso? Não pode ser... Meus olhos se enchem d'água, penso imediatamente, na Lucy, que apesar de doida e esquisita, é a minha melhor amiga, no Jellal... Meu amor, como vou viver, ficar sem ele? Não, não, não, não, não, não! Não pode ser... Me mudar para outro país, meu Deus, isso só pode ser brincadeira, não! Isso não está acontecendo. Não é verdade, por favor, alguém me diz que isso... Não...

''Voltamos então ao nível de dia merda.'' (Pensamento involuntário)


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