Duas semanas depois...

      Os dias estavam passando tão depressa. Quanto mais eu pedia tempo, mas o tempo fugia de mim. Eu sabia que ainda não estava preparada para contar ao Jellal sobre minha mudança, mas o dia da festa… é hoje! Todos nós já havíamos pegado nossos resultados de aprovação no colégio, na quinta-feira. E desde então, eu não saí de casa e apenas conversei com ambos pelas redes sociais. E não! Não estava fazendo um pré-teste de como vai ser daqui pra frente. Simplesmente precisava de um tempo só pra mim…

Como eu queria que minha mãe estivesse aqui, sabe, não só nessas horas mais, principalmente para essas malditas horas. Pois tenho certeza, que ela saberia melhor do que ninguém, me aconselhar.

          Meu celular toca, e disperso-me totalmente de meus pensamentos. Era Lucy, de novo.

— Lucy? O que foi dessa vez? Eu não já te mandei a foto do meu vestido? Não já combinamos de ir juntas e blá blá blá. - Solto de uma vez, eu não sou a pessoa mais paciente do mundo e nunca escondi isso.

— Erza, brinco comprido ou pérolas? - Ela falava como se fosse  um E.T, sim, Lucy estava rouca justamente no dia da festa de despedida dos veteranos e oficialização dos calouros em veteranos.

— Pelo amor Lucy. Seu vestido combina até com dois gravetos na orelha. - Respondo. - E mais, vê se faz um chá de, sabe se lá o que cura isso, pra tentar disfarçar essa voz de taquara rachada que você está. - Completo.

— Erza. - Ela faz um pausa. - As pessoa sempre associam uma pessoa rouca com voz de taquara rachada. Mas, até hoje, eu não sei o que é isso e como é a voz disso. Você sabe?

         A  pergunta da loirinha, fez com que a linha ficasse em silêncio por alguns instantes. Da parte dela, pois estava esperando a minha resposta, e da minha, pois eu não sabia responder. Por mais boba que aquela pergunta tenha sido, ela me fez analisar uma coisa, quase de imediato. Escutamos tanto o que as outras pessoas dizem e fazem, que acabamos falando ou fazendo coisas, sem ao menos saber de verdade o que é aquilo, e se realmente faz algum sentido…

“Sei que agora vocês devem está pensando: Nossa, lá vem um poço de reflexão para guardarmos para as nossas vidas… Mas, na verdade, não vai ter nada disso não, foi só um pensamente enche linguiça gerado por uma conversa de duas minas sem assunto.” (Pensamento involuntário)

— Lucy, você tá com internet? - Pergunto.

— Sim, estou.

— Então pesquisa o que é sozinha. - Falo grossa. - Até de noite, beijos. - Desligo e volto a fitar o teto, até sentir aquele cheiro desconfortante que me abriga a ir tomar um banho.

(...)

18:00

           Passo a mão sobre meu vestido longo preto. Ele era de uma alça grossa apenas, e tinha um corte na perna esquerda. Lindo! Olho então, meu reflexo no espelho. Eu estava com uma pele totalmente ressecada e… Ah, sem termitinhos difíceis! Eu estava era acabadona, cheia de olheiras, cravos, sabe uma pele bosta? A minha está assim, só que pior. Mas.. Nada que uma maquiagem bem feita não pudesse solucionar… Mas, pera, eu não sei fazer uma maquiagem para esconder tipo, tudo. É, vou esperar a Lucy.

             Não demorou muito, e a loirinha apareceu na minha casa, toda produzida. Ela estava linda, com um vestido azul marinho, tomara que caia, um coque bem feito, e perolas. Não é que ela se decidiu sozinha, pensei que ainda discutiríamos isso até eu colocar os dois nelas, e olha que ela só tinha um furo em cada.

— Você tá linda Lucy. - Falo olhando para ela entrar em meu quarto.

— Obrigada, e você já está pronta?

— Claro. Eu escolhi essa modelito. Roupão rosa de bolinhas brancas, pantufas brancas, bobes na cabeça e cara de morcego. - Sorrio com sarcasmo.

— Bobinha você. - Ela sorri, e vem em minha direção, dando-me um abraço. - Vem, sei que estava esperando a ajuda da diva aqui.

— Vidente você em. - Sorrio, sentando-me na cadeira, e esperando ela resolver tudo.

            Era exatamente, sete e meia da noite, e olhei-me novamente no espelho. Estava com meu vestido negro, e com o cabelo meio preso, do mesmo lado do corte do vestido. A maquiagem não estava pesada, mas com certeza, fez um milagre em tanto.

— Toma. - A lucy me entrega o par brilhante de brincos compridos. - Eu não sabia qual ficaria melhor em você. - Ela sorriu. - Mas acho que agora sei.

— Lucy… - Fico sem palavras, e a abraço.  Esse tempo todo, eu rabugenta, e ela estava escolhendo para mim… - Obrigada.

—  Então, vamos? Sabe que ainda temos uma hora, até chegar no salão.

— Sim, vamos. - Sorrio e desço as escadas ao lado de Lucy.

— Uau! Vocês estão lindas! Mas do que o normal. - Meu pai sorri. - O táxi já está ali esperando, eu sinto muito não poder leva-las, mas Cláudio é de confiança, liguem para ele e ta tudo certo.

— Ok. Obrigada pai. - Fala andando até a porta.

— E filha! Divirta-se. - Fala baixinho enquanto me vê sair.

             Chegamos no salão as nove horas devido ao trânsito, e a festa já estava rolando. O salão era lindo, estávamos realmente vestidas a caráter.  Assim que saio da táxi, recebo algumas instruções do senhor Cláudio sobre o retorno para minha casa, e caminho para a entrada, entregando meu convite. O lugar era claro e tinha uma pegada romântica, com um enorme lustre no meio do salão cheio de gente.

— Erza. - Escuta aquela voz que tanto amo ouvir. O Jellal estava vestido com um smoke preto, com a blusa branca, ele estava, perfeito. - Foi fácil achar a ruiva mais linda da festa. - Me beija.

— Você também não está nada mal! - Sorrio abraçando-o.

— Oi Lucy. Nem reconheci você. Está, bonita. - Ele ri sárcastico.

— Muito engraçadinho azulado. - Ela sorri. - Vou pegar alguma coisa pra tomar, porque vocês não vão curtir um pouco antes que o tempo voe. - Ela pisca para mim, e sai andando

— E ai, o que acha? - Encara-me.

— Uma ótima ideia. - Sorrio, enquanto ele me leva para o centro do salão, aonde a casais dançando juntos, envolvidos em um clima mais romântico.

            Jellal, envolve seus braços em minha cintura, e mantenho meus braços envolto do pescoço dele. Começando a nos mexer encarando as órbitas um do outro. Nossa… Tanta coisa que eu queria dizer, que eu tinha de dizer… Mas eu não consegui, eu só queria beija-lo. E assim ficamos, trocando olhares e beijos, abaixo do lustre do salão, entre muitos outros casais apaixonados.

Love is a funny thing

Whenever I give it, it comes back to me

And it's wonderful to be

Giving it with my whole heart

As my heart receives

Your love

O amor é uma coisa engraçada

Sempre que eu o dou, ele retorna para mim

E é maravilhoso estar

Dando-o com todo o meu coração

Enquanto meu coração recebe

Seu amor

Oh, ain't it nice tonight we've got each other

And I am right beside you

More than just a partner or a lover

I'm your friend

Oh, não é legal que esta noite temos um ao outro

E eu estou bem ao seu lado

Mais do que um parceiro ou um amante

Sou seu amigo

       - Jellal… - Paro o nosso beijo sorrindo. - Eu te amo. Muito. - Encaro seus olhos, que sorriem muito mais do que aquelas dentes certinhos e branquinhos dele.

— Eu te amo muito mais. - Ele sorri. - Você é a minha vida. - Ele beija minha testa.

— O que? Sou tediosa e você não aguenta mais? - Oh piadinha desnecessária que não me deixa.

— Não quebra o clima. - Ele me beija novamente sorrindo.