E o sinal finalmente toca, mostrando que chegou a tão esperada ''hora da saída'' ou ''a libertação desse presidio''. Uma hora do dia, que consegue ser tão esperada quanto a hora de comer, comer e dormir, que são definitivamente, uma das melhores coisas da vida...
– Teste surpresa. - Bufo com muita raiva, enquanto taco com força minha lapiseira em alguma parte da minha mochila. - Logo hoje que eu não estava nem um pouco preparada psicologicamente.
– Mas não era para estar né Erza, por isso fui um teste surpresa, dãããm. - Caçoou Lucy. - E pode ter certeza, que todo mundo foi péssimo.
Olhei para a loirinha, que até eu, enxerguei minha aura negra. Me imaginei matando ela, de várias formas diferentes, em apenas meio segundo. Como eu podia gostar tanto de uma pessoa, que me irrita a cada um segundo...
– É mesmo Lucy? - Falo em sarcástico. - Obrigada, essa informação mudou a minha vida.
– Sério? - Ela sorriu.
''Lesada.'' (Pensamento involuntário)
– Não. - Fechei a cara, enquanto colocava a mochila nas costas, e sai andando.
– Sabe, eu sei o que realmente vai mudar a sua vida. - Falou confiante, depois de sua breve corrida para se aproximar de mim.
Paro de andar, e a observo novamente, esperando o que ela tinha para me dizer.
'' Se falar que descobriu uma maneira de fazer os porcos voares, ou algo do tipo, eu me jogo do quinto andar da escola."
''Não, eu jogo ela, é mais prático.'' (Pensamento involuntário)
– O Jellal respondeu a mensagem.
Quando ela falou isso, pareci a líder de um grupo pombos em cima de alguma migalha de comida jogada no chão. Tirei o celular da mão dela, e li a mensagem dele.
''Erza, assim que acabar a aula, estou esperando a senhorita na praça.''
– Senhorita? - Repeti baixo. - Ah mais esse Jellal vai vê só, some, e ainda vai querer por a culpa em mim, de alguma forma!
Puxei a Lucy, e fomos correndo até a praça. Eu estava tão atordoada, que nem olhava para nada em minha volta, só pensava em chegar logo naquela maldita praça! Poderia estar acontecendo um tiroteio, terremoto, invasão alienígena, caindo meteoros, porcos na calçada dançando quadradinho de oito, que eu não iria notar, de verdade.
Depois de uns quinze minutos, chegamos na praça. Para a minha surpresa, ela estava mais cheia do que o de costume, e havia algumas barraquinhas de guloseimas e alguns balões coloridos suspensos nos postes de luz do local.
Rodeei o lugar com o olhar, afinal de achar Jellal. E quando eu o encontrei, ele estava em uma das mesas de concreto que a praça abrigava, e em volta dele, uma roda de ''amigos'', incluindo o Josi, e a Yui.
''O que essa cosplay do avatar da fazendo do lado do meu namorado! E ainda por cima, respirando perto dele.'' (Pensamento involuntário)
– Olha o Jellal ali! - Cutuquei o braço da Lucy.
– É mesmo. - Olhou com pouco interesse, ela estava era fascinada com o evento que estava ocorrendo na praça. E isso me deixou curiosa também, por alguns milésimos de segundos, mas logo voltei pra realidade, soltei o braço da Lucy, e fui em passos largos na direção do Jellal.
Assim que cheguei perto dele, senti o olhar da Yui, ela me reparava de cima em baixo. Trocamos um breve olhar de raiva, e logo voltei meu olhar para o que me interessava ali.
– Oi Jellal, eu posso saber o motivo de você não ter ido para à aula? - Já pergunto direto, com os braços cruzados.
Ele me puxa contra o seu corpo, e me da um beijo.
– Oi amor. - Sorri entre meus lábios. - É assim, que se dá oi.
Sinto minhas pernas bambas, já beijei tanto esse lesado, mas mesmo assim continuo sentindo-me como no nosso primeiro beijo.
Mas eu estava com raiva, foco Erza!
– Nem vem com essa. - Ponho as palmas das minhas mãos, apoiada em seu peito, ainda envolvia em seus braços. - Faltou porque?
– Bom. - Ele ergue a sobrancelha. - Eu acordo de manhã, mando uma mensagem para a minha namorada e ela não responde. Já começa assim. Depois, eu, triste e desolado, vou para a escola. - Fala com um sorriso torto exposto no rosto, e um olhar que... Meu deus do céu, alguém me segura. - Chegando naquele local carregado de jovens alegres e com faces saudáveis... - Debochado. - Fico esperando até dar o último sinal da entrada, e nada dela aparecer. Fora que, eu já tinha mandado mais de, bilhões de mensagens. Daí, eu pego e vou até a casa dela, por um atalho é claro, perdendo ai, um dia acadêmico da minha vida.
Sabe aquela vontade de cavar um buraco e enfiar a cabeça? Então... Muito significativa para mim neste momento. O Jellal só estava me procurando, e eu aqui, achando que ele estava fazendo mil merdas por ai.
– Nossa... - Respondo baixo e sem graça. - Eu esqueci meu celular em casa, na verdade, nem olhei muito para ele, eu acordei muito mal hoje, vontade zero de sair de casa e ainda em cima da hora. - Pauso. - Desculpa.
– Tudo bem Erza. - Ele dá um sorriso. - E Realmente hoje você está péssima! Quase confundi você com um zumbi do TWD. - Comente irônico.
– Ha-ha-ha, engraçadinho. - Bato de leve em seu peito. - Pelo menos, não fui eu que perdi o teste surpresa de geografia hoje. - Ri agora Jellal, penso e levanto uma das sobrancelhas.
– Ta brincando né? - Ele muda o tom.
– Não. - Controlo o riso.
''Quem ri por último rir melhor. F-e-r-r-a-d-o!'' (Pensamento involuntário)
– Que merda cara. - Ele olha pro nada, por alguns segundos. - Sabe, a culpa disso é toda sua. - Ele me encara.
– Minha? - O encaro. - Fala sério, Jellal.
– Se você tivesse lido a minha mensagem, e respondido, eu não teria perdido o tal teste. - Ele faz uma pausa, e depois me volta com um olhar sugestivo. - Agora você vai ter que me recompensar.
Fico vermelha, na hora. Que safado, pensando besteira e falando assim, abertamente na frente de todos!
''Jellal, você é um garoto, lindo, gato, sedução, fofo, idiota, delícia, morto!'' (Pensamento involuntário)

Antes que eu pudesse fazer algum comentário, Lucy surge atrás de mim, com um balão rosa amarrado no pulso, e um sorvete de três bolas azuis na outra.

– Erzaaaa! Você sumiu. - Lambeu seu sorvete. - Oi Jellal, Erza hoje falou mil formas de torturas que ela iria fazer com você caso você não tivesse uma boa explicação para dar à ela, sobre seu comportamento hoje.

Corei.

– Oi Lucy, relaxa, nós já nos resolvemos. - Ele me aperta mais, agora estou de frente para Lucy, e de costas para Jellal.

– Que bom. - Lucy sorri, e volta a lamber seu sorvete, quando finalmente repara algo, que achei que ele não iria notar. Mas, como ele parou de lamber com a língua ainda no sorvete, deduzi que... Ela lembrou. Mas, era tarde.

– O-o-oi Lucy.

''E naquele momento, eu tampei a respiração, que bafo de bosta é esse menino?'' (Pensamento involuntário)

– O-o-oi Josi. - Ela responde-o, e logo me encara com um face de: Ferrou, socorro.

Novamente, me controlo para não ri. Por que as coisas mais inapropriadas, e os momentos mais nada haver, são os que mais me dão vontade de rir?

Enfim, só sei que, olhando a situação do Jellal, que perdeu o teste surpresa de geografia, e a situação da Lucy agora... Não consigo definir, quem é o mais ferrado.