Percy POV

As aulas passaram mais rápido do que eu queria, mas estava feliz por finalmente ir para casa. Minha primeira aula havia sido tranquila, tirando os olhares que todas as meninas me lançavam de vez em quando, o que fazia Annabeth revirar os olhos. Agora estávamos sentados na grama de um parque. Luke e Nico haviam me mostrado toda a escola e o tal sistema que ela tinha. Como já era de se esperar, os populares (que são os jogadores e as líderes de torcida) comandam a escola. Isso não me intimidou nem um pouco, já que isso provavelmente iria mudar, por eu ter entrado na escola.

– Esse sistema idiota com certeza vai mudar agora que Percy estuda aqui. - Silena comentou. - Nossa popularidade vai subir em uns 500% por sermos amigos dele.

– Você só pensa nisso? - Thalia revirou os olhos.

– Desculpe Percy, você deve achar que eu só sou uma interesseira querendo popularidade - Silena disse se virando para mim - Mas é que já estou de saco cheio daqueles imbecis agindo como se fossem donos daquele lugar. - ela se levantou e colocou as mãos na cintura - Eu sou tão bonita quanto aquelas lá. E este ano, nós vamos ser as novas líderes de torcida.

Annabeth se engasgou com o suco que estava tomando.

– O que? - ela perguntou e arregalou os olhos.

– Luke, Nico, Chris e Charles possuem tanto potencial quanto aqueles babacas que ficam correndo atrás daquela bola que nem gazelas, e nós sabemos disso melhor que ninguém. Eles vão entrar para o time, nós vamos virar líderes de torcidas e seremos os deuses daquele lugar. - ela jogou o cabelo para trás - E lógico que eu serei Afrodite.

– Você tá viajando bonito, gatinha. - Charles disse.

– Viajando nada! - ela gritou - Esse é o nosso último ano lá, vamos fazer diferente. Mudar as coisas. - ela fez um biquinho e se ajoelhou - Por favooooooor!

Eu estava observando tudo com atenção, até que Thalia e Annabeth resolveram abrir a boca.

– Percy também deveria entrar, - Annabeth disse - pelo que eu lembro, ele jogava muito bem.

– Ah, isso é verdade. - Thalia concordou. - Ele também deveria entrar.

Arregalei os olhos e balancei a cabeça.

– Fazem séculos que eu não jogo e se tiver jogos nos fins de semana eu não vou poder ir, por causa dos shows. - eu disse - Isso se eu conseguir entrar para o time...

– Os jogos são sempre nas quintas e sextas, é muito raro aconteceu aos sábados e domingos. - Clarisse disse.

– Você também concorda com isso? - Chris ergueu a cabeça, que antes estava deitada no colo de Clarisse.

– Ah, o que tem demais? - ela perguntou - Vocês jogam muito bem e nós quatro somos mais sexys que aquelas varetas. Vai ser fácil. - ela sorriu.

Parei para pensar um pouco e meus olhos pararam em Annabeth, que parecia pensativa, já que havia colocado uma mecha do cabelo atrás da orelha e olhava para o chão.

– Por mim tudo bem. - eu disse por fim e todos olharam para mim.

Nico assentiu e ergueu as mãos, em sinal de rendição.

– Eu faço.

– Vai ser divertido ver cinco caras sendo tirados daquele time para ocuparmos as vagas. - Luke disse, com um sorriso travesso nos lábios. - E vai ser mais divertido ainda ver vocês naqueles uniformes curtinhos.

– Eu faço, mas não vou usar aquele pedaço de pano direto. - Thalia resmungou.

– Então todos a favor? - Silena disse e olhou em direção à Annabeth, que olhou em volta e suspirou.

– Ok,ok... Eu faço!

Silena bateu palmas e tinha um sorriso enorme no rosto.

(...)

Annabeth POV

Depois de passar basicamente a tarde toda com o pessoal, resolvi ir para casa. Como eu havia ido andando com Thalia, meu carro ficou em casa. Silena e Clarisse me ofereceram uma carona, mas resolvi ir andando para pensar em tudo que vivi em menos de 12 horas.

Percy agora estuda na Goode e eu resolvi perdoá-lo. E não me arrependia disso. Eu irei fazer o teste para líder de torcida daqui uma semana. É muita coisa para um primeiro dia de aula.

Faltava uma quadra para chegar em casa, quando fui puxada para um beco. Automaticamente, comecei a me debater mas a pessoa que me puxou, colocou-me contra a parede e pude identificar quem era.

– Max! - gritei e lhe dei um abraço.

Ele me envolveu em seus braços e me deu um beijo na testa.

Max é ou era, não sei exatamente, meu namorado. Nós havíamos brigado uma semana antes das aulas voltarem e achei que aquele seria o término. Mas acho que estava enganada.

– Senti saudades de vocês, amor. - ele disse e me abraçou mais forte.

Olhei fundo em seus olhos e o beijei. Ele retribuiu de imediato e ficamos assim até nos faltar ar.

– Achei que tínhamos... - ele não me deixou continuar.

– Vamos esquecer isso, tudo bem? - ele disse e colocou uma mecha atrás de minha orelha. - Eu te amo e você sabe disso melhor do que ninguém.

Assenti e o puxei para outro beijo. Os lábios de Max se encaixavam nos meus perfeitamente. Havíamos nos conhecido um pouco depois de eu ter me mudado para Nova York, em uma festa da escola. Ele esta um ano a frente, portanto, esta no primeiro semestre da faculdade. Quando nos conhecemos, implicávamos um com o outro direto. Até ele se declarar para mim e eu dizer que sentia o mesmo.

Meus pais gostavam dele, o que aumentava minha felicidade. Eles achavam Max inteligente e divertido.

– Você precisa ir para casa agora? - ele perguntou e balancei a cabeça. - Então vamos ver um filme. O que acha?

– Acho ótimo, portanto que eu possa escolher dessa vez. - disse sorrindo.

– E quem disse que eu vou te deixar ver o filme? - ele murmurou.

Lhe dei um tapa no braço e ele reclamou, mas ignorei. Passou o braço pelos meus ombros e saímos do beco, em direção à uma cafeteria que havia ali perto.

– Por que estamos indo para lá? - perguntei.

– Estacionei o carro lá, - ergui uma sobrancelha e ele continuou - por segurança, sabe.

– Está sendo procurado pela polícia, Sr. Max? - perguntei em um tom sarcástico.

– Claro, roubei duas joalherias no caminho para cá e você vai ser minha cúmplice para roubar aquela cafeteria. - ele ergueu um pouco a camisa - Tem uma arma aqui e eu espero que você esteja com o carro ligado quando eu sair de lá. - ele fez uma careta, tentando fazer cara de mal.

Não que ele não conseguisse fazer uma cara de mal. Pelo contrário, ele faz muito bem. Max é um badboy com um coração de manteiga, digamos assim.

– Ei, você soube que o PJ resolveu completar o último ano como um "cara normal"? - ele perguntou.

Max sabia de tudo que havia acontecido entre mim e Percy, já que achei estúpido esconder isso dele. Desde então, ele se refere à Percy como PJ, o que sempre me arranca uma gargalhada.

– É, fiquei sabendo. - eu disse - E ele resolveu fazer isso na Goode.

Max parou e me olhou espantado.

– Mesmo?

– Sim, - murmurei - ele me pediu "desculpas" - fiz aspas com os dedos - por tudo que aconteceu e eu resolvi deixar isso de lado. Afinal, agora ele tem a vida dele e eu a minha.

– E você também tem um namorado. - ele resmungou.

Max estava com ciúmes?

– Não precisa ficar com ciúmes, cachinhos. - disse rindo e ele fez cara feia ao ouvir o apelido.

Max tinha um corpo bem definido, olhos de um tom de azul impressionante e cabelos cacheados, os quais viviam bagunçados.

Ele fez bico e lhe dei um selinho. Continuamos nossa caminhada até a cafeteria e entramos no carro, que estava estacionado nos fundos.