Broken Flower escrita por Fleur dHiver


Capítulo 7
De Volta a Rotina


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas. Agradeço pelos comentários, a quem favorita e acompanha a história. Um forte abraço a todos vocês e aos novos leitores.
Capítulo novo e fresco para fechar o mês com chave de ouro, é mais leve, tem nossa dose diária de melancolia, mas foge um pouco do drama super pesado.
Vem cá, vocês estão lendo a história para chegar a parte que a Sakura mete o pé, né? SJAISJAISJAISJA Todo mundo aguardando ela não suportar mais isso.
Vamos lá.
Uma boa leitura a todos. ;*



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Apesar dos pesares tinha sido uma noite estranhamente agradável. Após o jantar Sasuke não ficou muito tempo, conversou um pouco com Juugo e depois se recolheu, Sakura quem ficou fazendo companhia aos dois garotos, mas não se arrependeu nenhum um pouco. Tinha sido um final de noite engraçado com Suigetsu falando besteira sobre tudo que podia e Juugo pedindo desculpas constantes pela falta de tato de seu amigo.

Sakura quase ficara sem fôlego quando o assunto da paternidade de Lee surgiu e a imitação de Suigetsu do cabelo de Rock Lee era tão impressionante que ela chegou a hiperventilar pensou que iria desmaiar no meio da sala, mas foi quase forçada a se controlar quando o Uchiha surgiu perguntando se os garotos já não tinham ficado tempo demais em sua casa. E educadamente eles partiram sobre resmungos e cochichos do mau humor do Sr. Uchiha.

E agora ali, enquanto lavava a louça, Sakura refletia se não tinha sido injusta com o Time Hebi durante muito tempo. Foi com muito custo que deu espaço aos dois meninos para entrarem em sua vida e em seu convívio social. Odiar Karin fazia com que toda a equipe se denegrisse, mas a verdade é que ambos tinham suas esquisitices e peculiaridades e eram garotos legais e adoraria treinar com eles qualquer dia desses. Segundo Juugo Karin tinha largado os treinos. Não via problemas para partilhar esse momento com eles e tinha certeza que ela ia adorar.

Terminou de arrumar a cozinha e antes de subir os degraus para o quarto, passou um tempo parada em frente à escada olhando para os próprios pés e depois para o corredor que se alongava mais acima a ideia de subir e dividir a mesma cama que Sasuke não parecia tão tentadora. A ideia já não vinha sendo tentadora desde a fatídica noite da lua de mel, agora com a suposta traição iminente e o fato de que fez tudo isso durante todo o, curto, relacionamento deles tornava o ato de partilhar a cama quase insuportável. Um bolo se formou em seus estomago e antes que vomitasse subiu os degraus. Não queria pensar muito.

Respirou fundo antes de abrir a porta do aposento e ao fazê-lo parou um pouco espantada. O quarto ainda se encontrava com todos os apetrechos posto pelas suas amigas, flores e seda espalhada pelos cantos, a garrafa vazia de champanhe não se encontrava mais ali, mas a outra, a que ela nem chegou a abrir ainda estava sobre o pé da cama onde Sasuke tinha jogado.

Mas o que a espantou não foi o estado do quarto e sim o fato de Sasuke esta segurando seu vestido de noiva com uma das mãos, parado no meio do quarto. Ele olhava para ela e ela olhava dele para a peça em suas mãos, entrou no quarto fechando a porta, sentindo uma ansiedade crescendo pelo seu corpo, seus dedos ficaram trêmulos de repente como se só o fato dele tocar a peça pudesse estraga-la também.

Sakura precipitou-se pegando o vestido das mãos dele.

– Desculpa não ter guardado, eu... – Ela olhou em volta agarrando o vestido com força. – Eu acabei me descuidando, vou arrumar o quarto amanhã. – Abaixou a cabeça fitando a peça, podendo sentir o olhar dele sobre sua nuca.

Então ele se afastou retirando o resto de sua roupa e caminhando para a cama, Sakura não o fitou e correu para dentro do closet. A maioria de suas roupas já estava perfeitamente arrumada sobre as prateleiras lustrosas, mas algumas ainda estavam nas malas, observou o cômodo organizado e minimalista, principalmente o lado sóbrio de Sasuke, com todas as roupas dobradas e arrumadas da mesma forma.

Sentou no meio do aposento fitando as blusas negras, sentia-se diminuída até pelas roupas dele, agarrou-se ao vestido. No tinha parado para fita-lo desde o casamento. Sakura se agarrou ao vestido, poderia parecer besteira, sua realidade era tão atribulada e triste, mas aquela peça tinha sido idealizada para algo incrível e perfeito e por mais que não fosse ela gostava de pensar que ela representava uma coisa boa, ela estava imensamente feliz quando o colocou, quando o idealizou. Sasuke tinha destruído tudo mais, mas algo dentro dela ainda se aquecia ao lembrar-se da garota com o vestido de noiva de renda. No fundo não queria que aquela parte sua tivesse morrido.

Deixou o vestido sobre uma das malas, depois o colocaria na caixa, agora estava cansada. Trocou de roupa e correu para cama, virando-se de costas para Sasuke se encolhendo em seu canto da cama, tentando pensar que o dia seguinte seria melhor e que ela daria um jeito para descobrir se tudo que Karin disse era realmente verdade.

Mas e se fosse o que ela faria?

Essa era a pergunta que a atormentava desde o momento em que aquelas palavras saíram da boca de Karin e depois de Suigetsu. O que ela faria?

–------


Os dias foram passando, uma semana se foi, outra veio e correu. Estava casada com o Uchiha Sasuke há exatas duas semanas e até agora não tinha chegado à conclusão alguma, nem sobre Karin, nem sobre sua vida, muito menos sobre o que Sasuke realmente queria, apesar dela desconfiar. Remexeu-se sobre a cama, estava sozinha, largou as cobertas e correu nua para o chuveiro.

Deixou a água escorrer pelo seu corpo, a verdade é que, em suma, tudo parecia igual. Ele parecia igual. Acordava no mesmo horário, treinava, saia para missões, voltava, comia e transava. Na época que namoraram os três meses antes do casamento isso era divertido, era sempre excitante ter o Sasuke entrando pela janela do seu quarto quando chegava de uma missão. Mas agora não era tão bom assim, porque só tinha isso.

E tinha Karin, se não fosse o suficiente encontrar o cheiro dela nas roupas dele às vezes quando voltava para casa tinha uma coisa ou outra largada pelos cantos que ela “acidentalmente” tinha esquecido por ali.

Todo o seu conto de fadas tinha ruído e o Sasuke não era um príncipe que se revelaria para ela no meio da noite e para mais ninguém. O sonho de que eles compartilhariam uma vida e segredos, que ele a amaria nos detalhes, porque ele não era de grandes demonstrações, tudo isso tinha se desfeito. Só conseguia recordar com melancolia, na maioria das vezes em que ele chegava sedento e ela nem ao menos afastava.
No começo de tudo quando Sasuke a tocava ela sentia alguma coisa, ela sempre achava que podia vislumbrar algo diferente nos olhos negros sempre tão inexpressivos, mas desde o dia seguinte ao casamento isso tinha mudado, quando eles dormiam juntos não era mais incrível, perfeito. Na maioria das vezes ela evitava vislumbrar os olhos negros, com medo do que poderia ver neles. Não queria mais decifrar a alma dele. No entanto noite passada ela acabou fitando e teve a impressão de ter visto algo fugaz, aquela velha mudança que alimentava essa seu maldito amor.

Balançou a cabeça, pensar em tais coisas não melhorava em nada sua vida e seus nervos. Sai do boxe enrolando-se em uma toalha, correndo direto para o closet. Hoje seria o seu primeiro dia no Hospital desde que tinha casado. Estava praticamente dando pulos de alegria por voltar a trabalhar. Terminou de se vestir e voltou para o quarto usando um vestido branco de renda, secava os cabelos quando se deparou com Sasuke terminando de se arrumar. Segurou a toalha torcendo-a com ambas as mãos.

– Você vai para uma missão? – Ele demorou um pouco para respondê-la apenas a fitou de forma intensa, Sakura mordeu o lábio inferior, odiava ser observada daquela forma por ele.

– Sim, mas devo voltar hoje mesmo. Não precisa se preocupar. – Ela apenas maneou a cabeça vendo-o embainhar a kusanagi.

– Você quer que eu deixe algo especial pronto para quando chegar?

– Não. Não precisa eu como o que tiver, ou na casa da Karin. – Essas palavras pesaram fundo e ela se afastou sem mais nada a dizer, não tinha o que se falar depois daquilo. - Boa sorte no seu retorno ao hospital. – Ela ouviu dizer, mas não queria responde-lo, virou de costas a ele, pegando o pente sobre a penteadeira, forçou-se a respondê-lo.

– Boa sorte na sua missão e que tudo dê certo. – Ela não se virou em momento algum, terminando de pentear o cabelo e se abaixou para ajeitar os sapatos. Podia sentir a presença dele, os pelos de sua nuca se eriçar como sempre ocorria, quando ele a fitava, mas logo ele desapareceu deixando apenas a sensação que as palavras dele tinham causado.

Assim que chegou ao hospital Sakura sentiu uma onda de puro de êxtase. As paredes brancas, a recepção de mármore, os bancos, o carpete, as velhas revistas tudo parecia igual, respirou fundo tinha sentido saudade do cheiro de amônia que os corredores possuíam.

Começou o seu trajeto caminhando despreocupada pelas alas do grande prédio, cumprimentando alguns médicos e enfermeiras. Estava completamente despreocupada, andar por aquele lugar fazia com que qualquer problema que tivesse fora dali fosse pequeno e insignificante. Sorriu para uma doce velhinha que lhe estendia uma flor, não viu que logo a sua frente estava Ino com a porta do armário de mantimentos aberta, esbarrou sem querer chamando a atenção da loira.

– Ei, testuda. – Ino soltou um risinho de deboche do estado da amiga. – O que o casamento não faz. – Sakura forçou um sorriso, abaixando a cabeça, não queria encontrar com a Yamanaka, não mesmo.

– Pois é... – Olhou para os lados em busca de algo que pudesse afasta-la dali. – Ino... Eu... – Mas foi cortada.

– Então você está de volta ao serviço? Que saco. – Falou Ino enquanto verificava algumas caixas e anotava tudo em uma prancheta.

– Não. Não. Muito pelo contrário. Eu estava sentindo falta disso aqui. – Sorriu sonhadora a garota, então voltou sua atenção para o pequeno armário onde ficava os remédios já prontos e as ervas e matérias-primas para as soluções que faziam no Hospital. – Ino, o que está fazendo?

– Estou fazendo a contagem do estoque de remédios. – Disse a loira, nada animada voltando a sua amarga realidade. – Ah antes que eu me esqueça. – Sakura não entendeu nada pois depois da frase a garota sumiu pelo pequeno armário, não era muito espaçoso e sim um cubículo cheio de prateleiras com uma enorme variedade de remédios sintéticos e ervas medicinais. A rosada observava a pilha de coisas sobre o balcão, pensando no quão Ino ficaria ocupada e que talvez não voltasse a vê-la aquele dia quando a loira regressou segurando duas caixinhas brancas. – Toma sua quantidade do mês. – E deu um sorriso sacana. – Tome direitinho, não queremos imprevistos logo no começo do casamento, né? – Piscou a Yamanaka. No entanto Sakura gelou ao ver o que eram as caixinhas. Anticoncepcionais, sua mente vagou até o dia do seu casamento:

“– Não! É o Sasuke deixando você fingir que está realizando um sonho, para ele pode brincar de casinha e foder com você até ter Uchihinhas e não servir para mais nada.”

Apertou a caixa entre suas mãos, enquanto sua mente voltava a vagar, simplesmente não conseguia se concentrar no que Ino falava, por mais que se esforçasse.

“– Foi a mim que ele pediu em casamento antes de falar com você, mas eu recusei. Porque eu sabia o que ele queria. – Um silêncio se fez presente enquanto Sakura esforçava-se para absorver aquelas palavras. – Uma coisinha bonitinha, bem comportada e sem vontade própria para carregar seus bebês, reconstruir seu clã e ser completamente submissa as suas vontades, ou melhor, ele se tornar o dono da pessoa.”

E por alguns segundos o hospital não parecia mais um lugar confortável e acolhedor, porque a lembrança de Karin tinha invadido até mesmo o seu recanto, o seu espaço.

– Você sabe, seria legal se tivessem filhos, mas o começo do casamento é para curtir não para limpar fraudas. – A Yamanaka fez uma careta, completamente alheia as questões pessoais que sua amiga passava e Sakura já não prestava menor atenção no que ela falava.

– Ino, eu... Vou para minha sala, obrigada pelos... – E levantou as caixinhas sem conseguir dizer o nome. E antes que pudesse dizer qualquer besteira ou Ino notar qualquer coisa correu dali. Enfiou-se na sua sala sem falar com mais ninguém, fechou a porta com força, largando-se sobre a cadeira de seu consultório.

Passou a mão pela testa largando as caixinhas em cima da mesa e durante um bom tempo, Sakura nada vez, apenas as fitou.

“Uma coisinha bonitinha, bem comportada e sem vontade própria para carregar seus bebês, reconstruir seu clã e ser completamente submissa as suas vontades.”

As palavras cruéis de Karin continuavam a atormenta-la, queria dizer que aquilo era ridículo e que Sasuke não se importaria se ela simplesmente decidir engravidar depois, no entanto a ideia já lhe parecia absurda essa não seria uma típica reação dele. Retirou a cartela com os remédios de dentro das caixas, pegou dentro de sua bolsa uma nécessaire e guardou as cartelas bem no fundo, não lhe custava nada tê-las consigo. Por enquanto era melhor que estivessem por perto.

Uma batida ecoou pelo consultório e Sakura largou a bolsa sobre o chão, como se Sasuke fosse surgir ali e acusa-la por guardar aquilo, levantou ignorando esse fato jogou as caixas foras e abriu a porta. Ino estava parada em frente a sua amiga, com os braços cruzados e um olhar incerto.

– Olha, Sakura. – Ino passou as mãos pelos cabelos claros deixando obvio seu desconforto. – Eu não quero me meter na sua vida, sabe? – Sakura maneou a cabeça dando a loira a chance de continuar. – Mas aquele dia na cafeteria você saiu de uma forma tão esquisita e agora... com os remédios. Se você quer ter bebês agora, você pode ter. Eu não to te pressionando, testuda se quer destruir seu corpo antes dos 30 eu te apoio – E sorriu, Sakura não pode deixar de sorrir também dando espaço para que a loira entrasse.

– Não é nada disso, Ino. – Caminhou até a mesa enquanto a loira fechava a porta, visualizou o tampão de vidro sobre sua mesa de mogno. – É que... Tem algumas coisas acontecendo... E

– O Sasuke quem quer os bebês? Você pode dizer a ele que não ta pronta, ele casou com você, vai entender. – E Sakura quase chorou com aquelas palavras.

– Ah questão não é sobre bebês. Mas possivelmente ele não ficaria feliz se me visse tomando pílula. Se é que ele sabe para que elas servem. – Fitou a cafeteira no canto da sala.

– Eles raramente sabem, fique despreocupada quanto a isso. – Sorriu à loira, piscando para sua amiga/rival.

– É a Karin. – E ao dizer aquilo as feições de Ino se endureceram.

– O que ela faz? Pode me contar, eu vou lá e acabo com aquela ruiva ridícula. – Dizia convicta a Yamanaka.

– Não! Quer dizer, se alguém tem que acabar com ela sou eu. Ela fez insinuações de que tenha um caso com Sasuke. – Sakura não fitava sua amiga e brincava com uma caneta, passando-a por entre seus dedos finos.

– E você... Acha que são verdades? – Sakura fitou Ino por um longo tempo e nada foi dito, então deu de ombros. – Sakura isso é intriga, ela quer desestabilizar você. Tenho certeza que é tudo mentira. – Sakura queria contar a Ino sobre o que conversou com Juugo e Suigetsu, mordeu o lábio para não falar nada, seria complicado demais explicar tudo.

– Pode ser. – Deu de ombro.

– Pode ser não. É! E você deve se arrumar para seduzir seu marido gostosão e deixar ele em suas mãos, para que essa lambisgoia nunca mais abra a boca para falar essas besteiras. – A Senhora Uchiha sorriu sua melhor amiga geralmente falava a coisa errada no momento certo e isso era perfeito. Levantou e abraçou a amiga.

– Obrigada, Ino. Eu não vou deixar a Karin me atrapalhar.


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Notas finais do capítulo

Então suas lindas o que acharam? Foi mais leve é só a Sakura e seus velhos fantasmas e a Ino, dando uma forcinha a amiga.
Dessa vez o meu objetivo darkevil de fazer vocês chorarem não vai se cumprir, como eu disse, esse é bem mais leve.
Bem, vejo vocês mês que vem. Espero comentários.
Beijos e até mais. ;*