Broken Flower escrita por Fleur dHiver


Capítulo 32
Nós


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu ainda vivo, respiro e me alimento.
Primeiramente queria dizer o quanto eu estou surpresa e feliz pq desde a última atualização BF recebeu seis recomendações. Deboracarvalho, Jebs, Winter, Vany, Collie e Lety muito obrigada! Eu amei cada palavra de vocês e é viceral sim, BF se sente na carne ♥333
Sem mais delongas cá está a primeira metade do último capítulo.



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— Sakura, depois de tudo, ainda existe possibilidade para um nós?

Essa pergunta entre todas as outras era a mais perturbadora. Levava a uma implicação que Sakura tinha divagado por um longo tempo após ouvir Gaara dizer algo bem parecido há algumas semanas atrás. Obviamente não era sobre o kazekage que ela refletido. As palavras dele a levaram para isso, no significado próprio desse termo de uma silaba só e no que ele imperava em sua vida.

Nós.

Algum dia eles foram nós? Em meio a indiferença, as brigas, a falta de diálogo de ambas as partes... ficava difícil dizer. Até porque ela já quis tanto que fossem que tinha medo de enxergar um por essa vontade e não pela realidade. Era mais um eu e ele, disfarçado de nós que só a enganava. Mesmo que ‘nós’ e ‘ele e eu’ tenha o mesmo significado semântico, os sentidos divergiam na interpretação dos fatos. A separação tinha uma razão pessoal muito forte.

Sakura sempre os enxergou de uma única forma e a outra era impensada; enxergou aos 12 anos de idade; depois e antes deles serem de fato. Em sua vida não poderia haver um outro alguém para ser um nós com ela, só ele. No entanto agora ela via que o plural foi por muito tempo unilateral. 

Por que agora, Sasuke? O que mudou? O que vai ser diferente?

As perguntas morreram na sua garganta.  

— Eu não... bem, acredito — engoliu em seco sobre o olhar atento de Sasuke, que a observava com o cenho ligeiramente franzido — que não sei. Eu sinceramente não sei, uma parte de mim sempre vai dizer que tem e uma outra que nunca existiu... — Sasuke se agitou e ela ergueu a mão, impedindo-o de interrompe-la —, mas independentemente de qual parte dentro de mim vença, eu acredito que não estou pronta para embarcar em algo com você. Não agora — as palavras tinham um peso real, ela o sentiu antes mesmo de dize-las.

Poderia até mesmo dizer que tinham dois pesos. Doeu, não tinha como negar isso, fitando os olhos negros de Sasuke, cada palavra parecia uma ferroada, forte e profunda. Foi difícil, mas ao mesmo tempo que tinha toda essa carga, tinha uma sensação correndo por fora, uma plenitude, uma pulsação, um alivio. E por isso que ela soube que tinha tomado a decisão certa.

Não era uma decisão equivocada, medrosa. Nem amargurada e raivosa. Ela não queria ferir ninguém, espezinhar de ninguém. Só pensou nela própria e na confusão de sentimentos que a dominava. E isso não tinha nada a ver com o Sasuke, propriamente, só com ela mesma e com o espaço que ainda precisava, sem magoas e rancores.

— Se é o que acredita e deseja... — magoa, o tom grave, que queria soar neutro não conseguiu esconder tudo. Ela quase ficou irritada, mas quando o fitou no fundo dos olhos não sentiu magoa nenhuma de si e não entendeu; para quem era afinal?

Sasuke parou de encara-la, abaixou a cabeça, abriu e fechou a boca algumas vezes. Pesava as palavras? Buscava? Estava tentando não transparecer o que sentia? Não tinha como dizer ao certo.

— Sakura, não cabe a mim pedir algo a você, mas... — ele cerrou os punhos sobre as pernas, apertados, quase fincando os dedos nas palmas. Os olhos negros vibrantes e intensos, não dançavam, porque ele estava exultante. Mas explodiam, com um sentimento bruto e indecifrável que consumia o folego dela, que a puxava e a mantinha presa.

Sasuke se inclinou para frente e levou uma mão a nuca dela, puxando-a para junto de si e depositando um beijo leve na testa de Sakura que foi pega totalmente de surpresa pelo gesto.

— Estarei esperando — sussurrou, antes de se levantar e sair. Deixando para trás uma Sakura completamente petrificada na cadeira.

Tocou o ponto em que ele tinha beijado, a respiração agitada. Sasuke foi tão avulso que ela ficou realmente surpresa, mesmo que o gesto em si tenha sido tão simplório. Rodou a aliança em seu dedo anelar, era engraçado não ter pensado em tira-lo, mas talvez deveria, principalmente agora.

Sakura não voltou a vê-lo durante um mês e na primeira semana, após o encontro no Hospital, se pegava pensando se poderia ou não escrever alguma coisa, qualquer coisa. Mas qualquer coisa era tanta opção que ela acabava se perdendo e não conseguindo falar nada. Além do que pensava se não era besteira querer falar algo, quando não se tinha nada de importante a dizer.

Rascunhou algumas coisas, mas desistiu. Não gostava de nada e para ela, tudo parecia tão bobo e superficial que no final perdeu a vontade de enviar algo. Nesses dias ela leu e releu a carta de Sasuke, mas vezes do que desejava, pensando se não valeria falar de algum dos pontos ali descritos.

Acabou que não foi preciso que tomasse a iniciativa. Dez dias após a partida dele, um falcão pousou no batente da janela do quarto dela e ficou batendo no vidro até ela levantar e atende-lo:

Não deixe de me avisar quando vai ser a próxima ultra.

— Sasuke

Ele ainda recebia os relatórios médicos, não? Eles informavam esse tipo de coisa, certo? Porque se não qual seria a outra explicação para ele estar no hospital no mesmo dia que ela na semana passada. Mesmo ciente dessas questões ela o respondeu, até porque o falcão ainda estava ali, a encarando:

A ultra é daqui há três semanas.

Alguém ficou muito chateada com o lance do copo de água gelada e minhas noites de sono tranquilo foram sequestradas e impedidas de acontecer.

— Sakura

 Depois de ter enviado se achou boba por ter dito aquilo. Não estava reclamando, dormia a tarde inteira para compensar. Era algo bem irrelevante não tinha nada que Sasuke pudesse fazer para ajudar e ele provavelmente não saberia como reagir a uma mensagem tão banal. Se tiver alguma resposta de volta será ignorando esse pequeno momento dela, talvez perguntado alguma outra coisa ao estilo “constrangimento via mensagem de papel”. Talvez ele nem envie nada de volta, já tinha respondido à pergunta dele de qualquer forma. A (tortura) espera de Sakura durou três dias inteiros, com ela até mesmo cogitando mandar uma mensagem por Katsuyu pedindo desculpas, quando sua resposta veio em uma tarde bem abafada, estava com a janela aberta quando o falcão voou pelo quarto:

Ok. Estarei aí.

Alguma chance de ser pago um resgate pelo seu sono?

— Sasuke

E foi isso, foi isso mesmo! Sasuke fez uma piada, isso era humanamente possível. Sakura não conseguiu responde-lo na mesma hora, ficou um bom tempo apenas admirando e absorvendo o que ele tinha dito. Assim que leu nem rir ela tinha conseguido, de tão surpresa que ficou, agora sorria todas as vezes que fitava aquele pedaço de papel. Tinha uma nova mensagem para carregar para cima e para baixo, para onde fosse.

Não cheguei a dizer, mas aquelas aulas de meditação estão sendo uteis. Eu ainda não consigo esvaziar totalmente a mente, nem ficar parada por muito tempo – é incomodo demais; no entanto faço os exercícios de respiração que você ensinou. Os médicos daqui apoiaram e aprendi até algumas outras técnicas durante o período em que estive internada.

A meditação me mantendo mais calma e centra me ajudaram em muito a ter alta do Hospital. Então, obrigada!

— Sakura

As três semanas passaram com uma troca agitada de mensagens, Sakura as respondia quase imediatamente, mas nem sempre recebia logo uma resposta. Sasuke estava em missão, entendia a demora. Então passava os dias imaginando o que ele diria e o que diria de volta e sobre o que mais eles poderiam falar. 

Sasuke chegou a Suna um dia antes da ultra, mas ela só ficou sabendo disso no dia da consulta mesmo, em frente ao Hospital. Ele tinha alugado um quarto em uma pousada qualquer, estava de roupa trocada, banho tomado e sem mochila de viagem quando a encontrou. Ela não perguntou o porquê dele não a ter procurado e ficado na casa que ele paga metade do aluguel. Em partes porque sabia da resposta dele e também as razões dela por ter se sentido um pouco amuada, era melhor não falar nada mesmo.

— Olá, é a primeira vez do papai aqui, não? — A pergunta era obviamente retórica, mas Sasuke a respondeu, assumindo o lugar ao lado de Sakura.

As explicações que ela já tinha ouvido antes sobre como identificar cada parte do bebê na tela foram recitadas calmamente para o novo integrante da turma.

O ligeiro desconforto que tinha sentido com o encontro e seus pensamentos passou ao analisar as expressões de Sasuke enquanto observava a ultrassonografia e ouvia a doutora. Ele mal piscava, toda a sua atenção estava cravada no monitor e volta e meia ele espremia os olhos para tentar identificar tudo que a médica apontava da filha deles. A expressão dele era tensa pela concentração, mas em alguns momentos os olhos dele relaxavam com uma suavidade incomum, um brilho curioso e ela teve certeza de ter visto um sorriso ligeiro que passou tão rápido quanto surgiu. Nenhum dos dois falou, apenas a voz da médica preenchia o ambiente e o som das batidas constantes do coração da bebê.

— Ela está em um bom tamanho e já está quase encaixada na posição certa — a médica sorriu, limpando o gel da barriga de Sakura — O parto deve vir a acontecer daqui a umas três semanas mesmo. O suspense está enfim acabando. — Sakura sorriu, acompanhando a doutora.

— Finalmente. Estar gravida cansa — a médica aquiesceu com um sorriso gentil.

— Agora pais, devem pensar no depois é bom que tudo já esteja pronto para a chegada — ela puxou a sua agenda de cima do ultrassom — Vou deixar minha agenda em aberto durante a última semana e um sobreaviso no hospital que podem me notificar a qualquer momento. Porque só ela — tocou a barriga de Sakura com uma caricia gentil — sabe exatamente quando pretende vir, mas qualquer desconforto, qualquer pressão que você sentir e não achar normal pode me ligar — concordou com um aceno e desceu da maca para se trocar.

Quando Sakura terminou de se trocar e saiu do consultório, Sasuke estava a sua espera, segurando a pasta com as fotografias da ultra, ele passava de uma a outra se esforçando para ver entre os borrões em preto e branco.

— Está conseguindo identificar algo?

— Estou e é estranho. — Sakura franziu o cenho, pegando as fotos das mãos dele.

— Estranho por que?

— Porque não tem como ter uma perspectiva por essas imagens, mas ao mesmo tempo só de olha-las é como se eu já soubesse como ela vai ser. — ela sorriu, sentando ao lado dele, pegando as outras fotografias. 

Sim, era esse o sentimento. Sasuke descreveu com perfeição a sensação de parecer conhecer alguém tão bem e ao mesmo tempo ainda não saber nem mesmo os traços de sua fisionomia. Até nisso a gravidez era uma montanha-russa, porque ela passava por isso todo santo dia, imaginando quando teria seu bebê em seus braços, como ela pareceria, se seria calma, agitada.

— Eu entendo, é algo estranho mesmo — quando Sakura voltou sua atenção para Sasuke, ele a fitava, sereno, com a cabeça inclinada para o lado. — O que foi?

— Nada.

Sakura fez o caminho de volta para casa junto com Sasuke. Eles não conversaram muito durante o trajeto. Antes ela temia que os silêncios fossem sempre carregados de tensão e constrangimento, mas não foi assim. Apesar da quietude tinha um ar contemplativo, afável, muito tranquilo entre eles.

— É incrível como nem mesmo o clima em Suna me agrada. — Sakura não pode deixar de sorrir ao ouvir aquele comentário ácido de Sasuke. Ele não a fitava, mantinha sua atenção na vizinhança, com uma expressão de desagrado explicita.

— É um pouco seco, mas com o tempo da para se acostumar — deu de ombros, ainda sorrindo, observou também a paisagem em tom arenoso, com o tempo dava até para achar uma beleza bucólica no lugar.

Quando o fitou teve a impressão de ver uma pergunta se formar nos olhos negros, que queimavam em cima dela. Não sabia a quanto tempo Sasuke a olhava ou o que tinha levado ele a ficar daquela forma. Nem saberia no futuro, a questão que vislumbrou não foi verbalizada.

— Você quer ficar para almoçar? — questionou assim que viu sua residência despontar na rua larga.

— Se não for incomodar.

A casa era de um andar só para evitar que Sakura precisasse subir escadas, uma recomendação que recebeu assim que teve alta. Era pequena, tinha um banheiro, dois quartos que se juntasse daria um quarto grande, cozinha e sala conjugada, com um terreno aos fundos que servia como quintal relativamente amplo. Ele deu uma boa olhada no lugar assim que entrou, no meio da sala ele já podia enxergar o corredor, com o quarto principal e as duas portas laterais. Acompanhou Sakura até a cozinha e assim que ela se adiantou para o fogão, se enfiou entre os dois.

— Não é melhor eu fazer isso? Só me dizer onde estão as coisas — ela negou, empurrando-o para o lado com o ombro.

— Está tudo bem, a comida já está pronta, é só esquentar. E eu posso cozinhar, de qualquer forma. Tenho muito tempo vago — disse enquanto tirava as conservas da geladeira arrumando o que iria servir — Às vezes vou para o hospital ler para as crianças também, não me deixam fazer mais do que isso — sorriu, encolhendo os ombros. — Acho que sinto falta da rotina hospitalar — era uma verdade, sentia falta de cuidar das pessoas, do sentimento que isso despertava nela, a rotina com os materiais, os remédios, era difícil ficar tanto tempo ociosa.

Sasuke não disse nada, entendia o que ela passava, mas também entendia a necessidade de ela ficar afastada. Puxou uma das cadeiras da mesa redonda as costas de Sakura e se sentou.  

— Você já voltou a dormir bem? — ela se virou para ele, dando uma breve risada.

— Eu durmo bem, só não a noite. Costumo dormir na parte da tarde e à noite acompanho uma maratona incansável de treinos. Vai ser uma ninja muito dedicada, essa daqui. — Terminou de aquecer o almoço dele. Servindo o arroz com peixe, junto de algumas verduras salteadas e missoshiro.

— Por que isso ocorre? Você já falou com a médica? — Sakura deu de ombros, despreocupada, se servindo.

— Eu sou médica também, lembra? Não acho que precise, teve uma época que eu dormia a tarde e acordava de madrugada e isso pode ter mudado o horário dela também — ele se agitou, parando de tomar o seu caldo, fitando-a intensamente, com um toque de exasperação.

— Sim, desculpe, eu não quis... — Sakura balançou a cabeça, ainda sorrindo, abanando com a mão.

— Tudo bem, eu sei que você não quis. E eu estou dramatizando um pouco, só quando ela se mexe muito que não dá para dormir, fora isso eu consigo. — Sasuke parou, fitando seu prato e o de Sakura.

— Quando começa?

— O que?

— Os... treinos noturnos. — Sakura o fitou com curiosidade.

— Não tem um horário fixo, nove, dez horas da noite, por aí. — Ele concordou com um aceno e voltou sua atenção para a comida. — A refeição está muito boa.

— Obrigada.

A familiaridade era tão comum e ao mesmo tempo tão estranha. A última refeição que eles fizeram juntas tinha meses já e na época um clima tenso pairava entre os dois. A última vez afável então, não conseguia nem contabilizar. Talvez quando ela descobriu que estava gravida, com Hinata e Naruto na mesa, ou alguma um pouco depois disso só com eles dois. A lembrança já tinha se perdido em meio a tudo.

— Você tem certeza que não precisa de alguém que fique aqui com você? — Ela negou com a cabeça. Sentada a mesa, enquanto Sasuke lavava a louça do almoço.

— Não, estou bem sozinha. Mas acho que quando estiver perto de nascer, talvez eu chame alguém. — Sakura percebeu quando ele curvou bastante os ombros, ensaboando um prato com mais força do que ela achava necessário.

— Se... caso, não vá te incomodar eu posso ficar aqui, quando estiver perto do bebê nascer. — Sasuke a fitou por cima do ombro, Sakura tentou não transparecer toda a surpresa que sentiu com aquele comentário e apenas aquiesceu, desviando o olhar para a mesa.

— Claro, seria ótimo! — Ela fitou o corredor, fazendo padrões aleatórios sobre a toalha. — O segundo quarto está vago... pode ficar aqui se quiser.

— Achei que estava montando um quarto — Sakura negou com um aceno.

— Não, ela vai ficar comigo. Comprei um cesto, algumas roupas e o resto só quando voltar para Konoha — Ao erguer a cabeça se deparou com os olhos negros de Sasuke sobre si outra vez, já não era nem mais uma novidade. Quantas vezes Sasuke a tinha encarado hoje?

— O que foi?

— Nada, pensei que não planejasse voltar. Afinal já está acostumada com Suna — Sakura segurou a vontade de rir.

— Sim, eu realmente já me acostumei, mas se não quer dizer que eu queira viver aqui. O que te faz pensar que eu vou querer ficar?

— Nada, eu só me precipitei.

— Bom, assim que eu me recuperar do parto e for recomendável fazer essa viagem com um bebê eu vou voltar para Konoha. — Sasuke aquiesceu, secando a pia e arrumando os pratos limpos na lateral.

— Ok, me avise que eu venho acompanhar vocês.

No meio da tarde Sasuke pegou suas coisas na hospedaria em que estava e levou para a casa de Sakura, era engraçado ver como ele parecia um pouco sem jeito estando ali, mas ela fez o possível para não rir e deixa-lo ainda mais fora do eixo.

Não tinha uma explicação para a falta de exibições noturnas, talvez ela só estivesse muito atenta aquela voz nova no convívio diário. Mesmo com os poucos movimentos do bebê Sasuke conseguiu sentir em dois momentos específicos. O primeiro foi logo após ele terminar de falar sobre como Naruto estava desde o nascimento de Boruto e que eles mal tinham se visto. O silêncio trouxe os chutes e a reação de Sakura ao senti-lo, despertou a curiosidade dele.

— Dói?

— Não, só quando são muitos, agora está tudo bem — ele não conseguia tirar os olhos da barriga dela, desviava, mas voltava a encarar abertamente, de soslaio. — Quer tentar sentir? — Ele a encarou circunspecto.

— Posso mesmo? — ela aquiesceu estendendo a mão para ele, ainda incerto segurou a mão dela.

Sakura guiou o caminho pela parte de cima de sua barriga, ele sentiu as ondulações pela região, até parar no ponto onde ela estava chutando. Livremente ele estendeu a outra mão, segurando na outra ponta da barriga dela. Não houve mais necessidade de conversa, ou mesmo que Sakura quisesse abrir um diálogo Sasuke estava preso, entretido demais para focar em dizer qualquer coisa. A segunda vez que ele sentiu foi quando decidiram ir dormir, caminhando pelo corredor estreito o braço dele roçou na barriga de Sakura e ele sentiu o movimento ligeiro meio de raspão. Sem dúvida os chutes permaneceram em sua mente mesmo depois que o sono veio.

Partiu logo pela manhã com a promessa de que voltaria uma semana antes do parto e que faria o possível para ficar com a semana do nascimento liberada de missões. Durante o tempo que seguiu não houve troca de mensagens, nem necessidade por assim dizendo. Em menos de um mês estaria de volta, decidiu que só mandaria algo caso precisasse.

(...)

— Você parece maior — ela soltou um suspiro cansado, acariciando a barriga proeminente e dando espaço para que ele passasse.

— Muito lisonjeiro da sua parte reparar isso. — fechou a porta com força. Não andava no melhor de seus humores.

O final da gravidez estava acabando com ela, dormia mal tanto de dia quanto de noite. Não andava, bamboleava por aí com sua barriga imensa, se sentia cansada atoa. Suas pernas doíam, suas costas doíam e quando sua beber se mexia demais até uma ligeira dificuldade em respirar surgia. Sem contar que era um inferno para achar uma posição boa, seja para dormir, sentar, relaxar. O calor de Suna não colaborava, muito menos o ar pesado com umidade baixa.

Com a chegada de Sasuke as coisas melhoraram um pouco porque ele não deixava que ela fizesse as coisas, não reclamou dessa mordomia. Na verdade, se culpava por não ter arranjado alguém antes. A semana transcorreu naturalmente e apesar de tudo indicar que era a hora do parto nada aconteceu. Houve apenas um alarme falso, mas nem um sinal do nascimento do bebê.

— Eu preciso mesmo ir a médica? — disse agarrada a uma almofada, fitando-o a porta do quarto.

— A consulta já está marcada, Sakura — ela suspirou, soltando um muxoxo.

— Ela não pode vir aqui? Eu não vou aguentar ter de ir até o hospital. Eu não quero sair dessa cama — choramingou, afundando a cabeça em seu travesseiro.

Não houve jeito e ela sabia disso. Conseguiu até enrolar mais do que o necessário para saírem de casa, mas lá foi ela a medica. Estava ansiosa para saber o que vinha acontecendo, mas ao mesmo tempo tão cansada e saturada que não queria fazer nada.

— Isso não é prejudicial? — questionou o Uchiha no consultório da obstetra, após todo o exame clinico ter sido realizado.

— Não, as vezes acontece de passar um pouco do tempo previsto. Não vejo nenhum um problema com a bebê, podemos esperar. — ela tirou as luvas descartáveis, jogando-as na lixeira. — Vou recomendar uma lista de coisas a se fazer que podem ou não dar uma acelerada no parto.

— Como assim?

— São opções naturais, para algumas pessoas funcionam para outras não, por isso sem garantias. Se essa situação se arrastar por mais 10 dias, forçaremos o parto.

Mais 10 dias. Já estava   a mais e queria levantar bandeira branca e desistir, imagina ter de encarar mais dez dias. Sakura não queria nem pensar nisso, ficou logo de mal humor. Um mal humor totalmente justificado.

Não falou nada na volta para casa, foi direto para o quarto dormir um pouco, além do que ficaria sozinha outra vez. O prazo extra de mais uma semana após a data do nascimento já estava expirando e isso também era ruim, já estava habituada a tê-lo por perto. Acordou no meio da tarde, com um pouco de dificuldade para respirar. Tinha posto uma toalha sobre os olhos para que a claridade não a incomodasse, a puxou um pouco para cima, procurando o umidificador de ar pelo aposento, nem sinal dele.

— Sasuke, onde está o umidificador? — gritou, não houve resposta, mas ela escutou a movimentação agitada dele, deve ter pego para limpar ou algo assim. Suspirou apertando a lateral da lombar, era só acordar para todas as dores surgirem.

— Aqui — ela o fitou enquanto ele ligava o aparelho ao lado da cama. Sasuke se virou para ela, fitando com aquela expressão odiosa que ele tinha arranjado nos últimos dias. Talvez não fosse tão ruim, mas nas atuais circunstâncias ela detestava sempre que ele a olhava com piedade. — Quer uma massagem?

— Quero, por favor. — Sasuke deu a volta na cama e ela sentiu o afundar quando ele subiu.

Já tinha recebido massagem nas costas outras vezes, mas todas elas causaram um frio na barriga irracional, um nervosismo fora de hora, preferia não pensar nisso agora. Não tinha tempo e nem animo.

Sasuke pressionou o meio das costas dela com calma, suavidade, fazendo movimentos circulares com os polegares de início, descendo sua massagem com precisão e fazendo pressão nos pontos certos, ele já sabia os locais em que ela ficava mais dolorida. Sakura relaxou, apreciando o toque gentil dele.

— Eu queria que ela nascesse logo. — suspirou baixinho, fechando os olhos, bem mais confortável do que tinha se sentindo a tarde inteira.

— Eu sei, eu também queria.

Entre uma apertada e outra na sua lombar ela acabou pegando no sono outra vez. Acordou quando já estava escurecendo, os últimos raios de Sol desaparecendo no horizonte. A noite em Suna era fresca, as vezes chegava a ficar gelada, esticou o braço para desligar o umidificador de ar e quando voltou para sua posição notou que não estava sozinha na cama. Sasuke dormia ao seu lado, um braço esticado em direção as costas dela e o outro dobrado sobre a cabeça.

Ela se virou da melhor forma que podia para não o acordar, ficou a fita-lo em seu sono. Quando ainda eram casados as vezes acordava com os olhos negros taciturnos em cima dele. Sasuke disse uma vez ter pesadelos, sonhos com o irmão, com o clã. Perguntou-se se isso ainda acontecia, se ele ainda acordava no meio da noite agitado por uma lembrança ruim. Sakura abraçou a si mesmo, subitamente ele acordou, agitou os braços e soltou um longo suspiro, encarando-a com o ar ainda sonolento.

— Sinto muito ter dormido aqui — a voz de sono de Sasuke era mais grossa que habitual e dessa vez parecia um ronronar, ele tossiu, encarando-a de volta.

— Está tudo bem, não tem problema. — sorriu de leve e eles ficaram quietos, os dois contemplativos, Sakura tinha fechado os olhos outra vez, mas podia sentir os de Sasuke queimando sobre si.

— Eu queria que ela tivesse os seus olhos — Sakura prendeu a respiração ao ouvir aquela frase, encarando-o intensamente por alguns segundos.

— Por que? Os seus são tão bonitos e profundos — ela estendeu a mão tocando na lateral do rosto dele, próximo aos olhos. — Eu ia ficar feliz com esses olhos na nossa filha.

— Geralmente me sinto bem quando encaro os seus olhos — o sussurro no silencio da noite a fez sorrir. — Vou preparar algo para a gente comer — antes que ele levantasse, Sakura o segurou pelo braço, retendo-o.

— Sasuke, eu... — ele virou de lado para enxerga-la, àquela altura a silhueta de Sakura já estava sombreada pela noite. Por mais que desejasse muito pedir para que ele ficasse ali mais um pouco o soltou, voltando a se ajeitar na cama — queria que você fizesse comida apimentada, como a médica sugeriu na lista.

— Pode deixar.

Dessa vez, antes de partir, ele não precisou insistir muito para que alguém fosse contratada para ficar com Sakura, era melhor mesmo. Afinal já tinha até passado do dia certo para o nascimento, noves meses e contando.

— Sabe como me contatar — disse enquanto fechava a bolsa de viagem e a colocava nas costas.

Quando se virou para ela, Sakura chegou a pensar que ele faria alguma coisa, ele parecia meio inclinado, meio incerto, olhava a bochecha, a boca, a testa dela. Mas por fim o que teve foi um toque meio desengonçado no ombro. E uma palpitação inquieta por parte dela.

— Vai ser estranho voltar a uma rotina sem você aqui. — Sasuke deu um meio sorriso antes de virar.

— Faço minha as suas palavras. — Sasuke partiu sem beijos, sem abraços, sem nada sufocante sendo deixado para trás.

(...)

Seis dias, seis longos dias de espera e martírio foi o que Sakura aguentou antes de finalmente entrar em trabalho de parto. Nesse meio tempo houveram outras duas falsas contrações, a primeira eram apenas pontadas muito severas que vinha sentindo nas costas – talvez a falta de uma boa massagem; a segunda era só ansiedade mesmo, desejava tão profundamente que a hora do parto chegasse que ficava paranoica pensando se qualquer mínima sensação diferenciada não era o início do trabalho.

Quando o dia finalmente chegou o primeiro sinal veio de sua própria filha. Ela estava estranhamente quieta aquela noite, tão quieta que Sakura caiu em um sono profundo antes de acordar com frio e as pernas molhadas. O coração de Sakura bateu forte, não conseguia nem acreditar que era mesmo aquilo, respirando fundo e devagar saiu da cama. Tinha tempo, não precisava se desesperar.

— Kaede!

Caminhou até a cômoda do quarto a procura de um pedaço de papel que fosse e uma caneta. Não tinha nada por perto! Ela tinha papel ali, foi de onde enviou a mensagem há dois dias atrás e depois dizendo que era um alarme falso.

— Sakura, o que está... — fitou a senhora a porta de seu quarto.

— Eu preciso de papel e canet... — então veio, como uma ferroada nas costas a primeira contração. Inclinou-se sobre a cômoda, bateu com o punho fechado no tampão. Kaede correu em seu auxilio.

— Agora é real, querida, venha. Precisa, se trocar. — Sakura negou com a cabeça, sem sair do lugar.

— Eu preciso de papel e caneta! — Tinha prometido a Sasuke que o avisaria assim que começasse. Respirou fundo, buscando se acalmar. Kaede já tinha sumido de sua vista, Sakura pensou que ela tinha ido procurar o que pediu, mas não. A senhora voltou trazendo a mala da bebê que já estava pronta há quase um mês, segurou Sakura pela cintura, tentando afasta-la da cômoda.

— Não! Eu tenho que avisa-lo!

— Depois a senhora faz isso. Precisamos ir para o hospital. — Sakura soltou um suspiro exasperado, parecia que tudo a sua volta estava fora do lugar. Como último recurso fez uma invocação às pressas.

— Meu deus, Sakura. Não deveria estar fazendo uma invocação... — disse a pequena lesma em cima do móvel.

— Katsuyu eu preciso que você vá depressa e encontre o Sasuke. Avise que o bebê está nascendo, vá agora! — só depois que a lesma desapareceu, que ela fez o que Kaede desejava, com ajuda, trocou de roupa, calçou os sapatos e saiu do quarto.

Não tinha condições de caminhar até o centro médico por isso Kaede já tinha providenciado que fossem busca-la. Não demoraram para chegar e logo Sakura estava sendo levada para o Hospital de Suna.

Todo o desenrolar era bem confuso, estava dormindo, não confortável, porque desconhecia isso já algum tempo, mas bem, sonhando com um dia de primavera em Konoha. Quando ficou frio, ela acordou, sua filha ia nascer, precisava chamar Sasuke, contrações, agitação, Katsuyu, ser carregada, todo mundo sério, concentrado, a ansiedade latente, felicidade, agonia, uma ponta de desespero. Era muita coisa para se assimilar em tão pouco tempo. Já estava cansada e o parto nem tinha começado.

Assim que chegou ao hospital a levaram direto para o quarto, Kaede não a acompanhou até o Hospital e apesar de não ser uma conhecida, Sakura desejou ter a senhora ali com ela, faria bem ter uma pessoa. Fechou os olhos tentando não pensar se Sasuke já tinha recebido sua mensagem ou não. Não faria diferença, ele estava muito longe.

— Finalmente chegou o dia! — Disse a obstetra de Sakura ao entrar no quarto, ela pegava as luvas descartáveis de dentro do bolso — Vamos ver quanto tempo falta, de quanto em quanto tempo estão suas contrações?

— Eu não sei ao certo, mas elas ainda estão bem espaçadas — a médica aquiesceu, mas quando ela fez o exame de toque a expressão animada dela suavizou e um tom sério surgiu — O que houve? Alguma complicação.

— Não, sua dilatação ainda é bem pouca, não chega a cinco centímetros, mas não é nada que deva se preocupar. Vamos aguardar que isso com certeza vai ser revertido com mais um tempinho — Sakura respirou fundo, fitando o teto, sabia quando um médico estava tentando ser mais positivo do que realmente a situação pedia.

— Não quero remédios.

— Sakura, vamos ver o que é melhor para as duas, por enquanto não precisamos discutir isso, vou colocar esse aparelhinho na sua barriga para monitora-la, ok? — concordou e os batimentos da bebê apareceram na tela em que os seus já estavam sendo monitorados. Os batimentos dela estavam normais, uma preocupação a menos.

As contrações voltaram, cada vez mais fortes e menos espaçadas. A dor era tão intensa em alguns momentos que até respirar ficava difícil. Volta e meia alguém aparecia para checa-las, a médica voltou duas vezes e a dilatação ainda era muito pouco. Sakura não aguentou ficar deitada, carregando seu carrinho com a máquina de batimentos ela rodou o quarto inteiro, sentou em uma das poltronas.

Foi informada que Temari e o kazekage apareceram, mas não quis recebe-los, pois estava irritada, com dor, a cara inchada, os cabelos bagunçados, tendo surtos de riso e de choro. Não queria receber visitas. Estava andando ao redor da cama quando mais uma contração veio, tentou manter a respiração como aprendeu, mas era difícil manter o ritmo e não jogar tudo para as ares. Levou as mãos nas costas, estava sentindo uma pontada profunda na sua lombar. Apoiou a outra mão na beirada da cama buscando por equilíbrio.

Um, dois, três...

Uma mão gentil tocou o meio das suas costas e um farfalhar de tecido surgiu em sua visão periférica. Inclinou a cabeça para ver qual enfermeira a estava amparando, mas não era ninguém que trabalhava no Hospital, era Sasuke observando o entorno com sua expressão fechada e ligeiramente preocupada.

— Por que de pé? Por que está sozinha nesse quarto? — Sakura continuou concentrada na sua respiração até a contração passar.

— Porque a sua filha não quer nascer. Eu estou a três horas aqui e nada — com cuidado ele a amparou a voltar para cima da cama

— Quer uma massagem? — Sakura soltou um suspiro ao ouvir aquilo e apertou bem forte a mão que Sasuke tinha oferecido para ajudá-la a ter apoio na hora da subida.

— Quero — nem pensou que estava um pouco patética com aquela voz embargada só pela oferta de uma massagem, mas realmente estava comovida.

— Como chegou aqui tão rápido? — As mãos de Sasuke eram mágicas, pois ela já estava se sentindo aliviada com a precisão dele, a dor e a pulsação estava passando. Já estava a caminho?

— Não, corri parte do trajeto e depois usei a técnica de teletransporte de Kakashi. Pensei que não iria aguentar se viesse direto de Konoha até aqui só com ele.

— Entendo. Achei que não fosse conseguir chegar. Ai — outra contração, Sasuke se inclinou sobre a cama, estendendo uma das mãos para que ela segurasse enquanto, continuava a massageá-la.

A médica voltou para examinar Sakura, tinha aumentado a dilatação, mas ainda faltava para os 10 centímetros. Assim que ficaram a sós outra vez, ela não conseguiu segurar o choro.

— Tem alguma coisa errada comigo.

— Não, não tem — com cuidado ele secou as lágrimas que insistiam em escorrer pelo rosto dela.

— Tem sim, eu deveria ter chegada aqui com uma dilatação maior, ou ter progredido mais...

— Shiuu... — ela podia sentir a mão dele afagando seus cabelos, mas não estava se sentindo melhor com carinho. Fitou os olhos negros de Sasuke, o rosto dele estava próximo, inclinado sobre o ferro de proteção da cama.

— A médica não está dizendo, mas eu conheço aquele tom, ela está cogitando que eu não vá conseguir ter parto normal... — Sakura se agitou, voltando a chorar, se mexendo sem parar na cama.

— Sakura.

— Não é bom uma cesárea quando se está em trabalho de parto, eu sei disso. Eu sou médica, Sasuke. Esses recursos só são usados em último caso e eu sei que ela está cogitando isso. Eu sei! — Com cuidado ele segurou o rosto dela, forçando-a a encara-lo.

— Você vai conseguir. Eu entendo todos os seus medos, mas como médica você também sabe que o corpo de ninguém funciona igual. Pode ser comum que as mulheres dilatem antes, mas também tem as que não dilatam. Isso é prova de um problema?

— Não.

— Então, vai ficar tudo bem. Ela só está confortável aí dentro — teve vontade de rir ao ouvi-lo dizer isso.

— Confortável em cima do meu total desconforto. — outra contração, Sakura segurou a mão de Sasuke com ambas as suas, apertando com força, ele falava alguma coisa baixinho, mas não conseguia assimilar o que era. Essa tinha sido mais intensa do que todas as outras.

Quando abriu os olhos focou na imensidão negra tão cálida, tão quente, não soltou a mão dele, com uma toalhinha de rosto ele estava secando o suor da testa e do pescoço dela. Subitamente ela se inclinou para frente e o beijou, foi um beijo curto, acompanhado de outro e mais outro com um toque intenso que nenhum dos dois esperava.

— Fica aqui comigo?

— Sempre, eu sempre vou estar aqui com você.

— Não me deixa entrar sozinha — ela sussurrou.

— Você não vai, estarei ao seu lado.

Página: Fleur D'Hiver


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Notas finais do capítulo

Você está fez com esse capítulo, Fleur? Não sou capaz de opinar. Primeiro pq não era bem ai que eu queria cortar, mas eu não tenho mais tempo. Amanhã eu tenho que fazer relatório da faculdade e eu queria postar uma metade no feriado; O segundo pq quem me acompanha na página já me viu reclamar de que o capítulo não está como eu queria. Eu não sei, eu sinto que sei lá... kkkkkkkkkkk Não consigo descrever, acho que é último e eu fico tão tensa quanto vocês e com medo de fazer um final bosta, acabo achando que nada tá bom. Foi por isso que demorou, eu devo ter reescrito esse capítulo um zilhão de vezes. Atualmente ele tá batendo na casa dos 13k e meio e contando. Mas enfim resolvi trazer o primeiro pedaço ao mundo pq ou vai ou racha. A faculdade esse semestre tá me pegando de um jeito absurdo, eu tenho uns trabalhos monstros e até o dia 16 desse mês eu não vou conseguir tocar no resto do capítulo. Então segunda parte só depois dessa data.
Gente, muito obrigada pelo carinho, pelas recomendação, pelos comentários MARAVILHOSOS tem quase 940 comentários, eu to locaaaaaa, surtando para responder tudo isso, mas estamos na luta. ;DDDD
Não deixem de me dizer o que acharam e até a próxima;*