Broken Flower escrita por Fleur dHiver


Capítulo 13
Promessas


Notas iniciais do capítulo

Ressurgia das cinzas. o/
Olá, gente nova, gente velha. Sejam todos bem-vindos ao show da Fleur! Não esqueçam de ler as notas finas, vou dar uma pequena explicação sobre o meu sumiço.
Gostaria de dedicar esse capítulo a michellinha611, essa dedicação deveria ter acontecido há alguns capítulos atrás, mas eu sempre me esqueço, porque sou avoada abeça. Mas então é dedicado a ela, porque nossa flor, lindamente chorou lendo BF na fila do banco. Chorar em público é dose, então para que você sorria da próxima vez, dedico a você, querida.
Além do que, quem chora, me agrada. Está é a minha motivação. `-´
Beijos e boa leitura a todos.



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“Eu não sou bom, Sakura. Isso não faz parte de mim.”

Por mais torpe que sua mente estivesse essa frase continuava a atormenta-la.

Seus olhos claros observaram o contorno perfeito do rosto dele, as pequenas saliências, a ponta fina do nariz, os ossos protuberantes nas maçãs de seu rosto. Perfeito em todos os detalhes.

O rosto quadrado e másculo mantinha-se voltado para baixo, com a atenção fixa ao corpo de Sakura que agora encontrava-se quase todo a mostra, coberto apenas pela pequena calcinha de renda.

Os dedos calejados tocaram a cintura dela, deslizando pela pele macia, arrepiando-a por inteiro. Seus olhares se encontraram por um breve segundo, antes que seus lábios voltassem a se procurar em mais um beijo abrasador.

Não houve resistência, não houve tentativa de fuga, ao invés disso, os braços finos da garota passaram por sobre os ombros dele, abraçando-o, enquanto as mãos de Sasuke desbravavam suas curvas. Sem pressa, sem brusquidão. A mesa de centro foi afastada e ali, no centro de sua residência, Sakura, poderia dizer que eles quase se amaram.

Os gestos minimamente deliciosos e tortuosos, proporcionaram a ela um deletei sem procedentes. Arqueou, seu corpo foi desenhado, quase gravado pelas mãos hábeis, seus gemidos se misturam com os deles como em poucas vezes aconteceu. Nenhum dos dois parecia querer se afastar, durante todo o ato a conexão foi mantida, toques delicados, beijos sinuosos, por muito pouco não se sentia parte da mesma matéria que o formava.

Seus olhos espreitaram cada mínimo movimento por parte dele, mantendo-se atenta a cada mudança, a cada variação. E apesar de Sasuke evitar ao máximo encara-la, nas poucas vezes em que seus olhares se encontraram, os negros, outrora sempre tão vazios, pareciam preenchidos por algo a mais, que não era puro desejo, nem pura luxuria, mas, para seu tormento, também não era amor. Pareciam repletos de pedidos.

Pedidos silenciosos, pedidos que eram quase suplicas. Pedidos esses que ela nunca perguntaria quais eram e ele nunca lhes contaria.

E no meio de todo o prazer de toda a excitação, Sakura notou a maior de todas as verdades, aquela que se esconde por trás das ações duras, por trás das palavras rudes, Sasuke na verdade era bom, só não era convencional.

A adrenalina estourou dentro de suas veias, seus dedos afundaram nas costas másculas, um gemido foi contido pelos lábios vorazes dele, enquanto todo o seu corpo vibrava pelo clímax alcançado, mas algumas breves estocadas e foi a vez de Sasuke render-se, tremulando sobre o corpo feminino.

— Sakura... — O gemido chamou-lhe a atenção, os lábios dele roçaram sobre os seus. — Você me enlouquece. — O corpo dele desabou sobre o de Sakura, mas o peso não foi incomodo. A cabeça arrastou-se de encontro ao colo desnudo, apoiando-se nos seios delgados cce sua respiração desregular aos poucos encontrou o compasso com a respiração dele.

Inconscientemente seus dedos começaram a enrolar uma mecha negra, uma moleza característica e nostálgica a assolou e naquele instante enquanto brincava com os cabelos negros e macios, se perguntava se Sasuke também tinha ciência da suave caricia que fazia em sua cintura.

O Uchiha moveu-se, jogando o corpo para o lado. Poderia ter tido tempo de sentir falta do peso dele sobre si, aquecendo-a, ou da caricia suave, mas nada disso importou pois logo em seguida seus ombros foram puxados e seu corpo levado de encontro ao dele. Apoiou a cabeça no peito quente e soltou um suspiro, aconchegando-se junto ao dorso bem torneado, sentindo os dedos dele brincarem de forma despreocupada com os fios de seu cabelo.

— Sasuke... — Por um momento temeu que sua voz quebrasse a áurea que se formou entre eles.

— Hum? — Virou o rosto para cima, fitando-o, Sasuke estava lindo, não sorria, não parecia apaixonado como era comum em suas visões infantis, mas estava sereno, tranquilo. Sua postura tão leve que ela quase desistiu de continuar a conversa, mas estava tão cansada de desistir de tudo.

— Eu não quero viver uma ilusão. — O cenho dele se franziu minimamente e ela desviou o olhar. — Passar os meus dias achando que isso é real e no final... — Parou de sentir o toque dele em seus cabelos, mas logo as mãos fortes fizeram uma leve pressão em seus ombros.

— Sakura... — Fechou os olhos balançando a cabeça.

— Não, eu preciso falar, eu preciso por isso para fora. Você é grosso comigo, eu nem me sinto em casa aqui. — Sentiu as pequenas gotículas se formando no canto de seus olhos. — Sinto que sou parte da mobília e as vezes que sou um móvel indesejável. — Suas lágrimas que não chegaram a cair foram secadas e seus lábios foram tomados. — Não me cale com beijos.

— Só estaria calando se você de fato ficasse calada. — Sakura apoiou um cotovelo no tapete e afastou-se, sentando de frente para ele.

— A Karin... — O viu respirar fundo e fechar os olhos, essa reação apenas voltou a atiçar suas velhas incertezas. — Você tem que entender, você não sabe as coisas que ela me fala.

— Não a nada entre nós, merda, você já não jogou isso na minha cara hoje? — Esbravejou sentando-se também e passando as mãos pelo rosto. — Escuta...

— Não. Você sempre acha que eu estou errada! Porque você só vê, só nota na parte que eu estouro. Você nunca está por perto quando ela me provoca e quando chega ela banca a vítima e a errada sou eu! E você nem ao menos se dá ao trabalho de ouvir a minha parte. — Seu coração se comprimiu, a cabeça dele mantinha-se baixa fitando os próprios joelhos. — Quando você não me defende... Eu sinto como... — Sua voz embargou e sua visão se tornou completamente turva, levou a palma das mãos ao rosto, tentando, a todo custo, secar as lágrimas que não paravam, sabia o quanto ele detestava mulheres chorando, mas não conseguia parar, não dava mais para segurar.

Sentiu um toque quente em sua nuca, em pouco tempo sua cabeça foi levada aos ombros largos que ela conhecia tão bem, afundou o rosto na curva do pescoço dele, sentindo os dedos de Sasuke voltarem a acariciar seus cabelos. Afastou-se do toque tomando o rosto dele em suas mãos, mantendo o contato fixo, encarando sem pestanejar aqueles olhos negros que tanto a perturbavam.

— Prometa-me que não há mais ninguém na sua vida? Prometa que eu sou a única. — Sasuke segurou ambos os punhos dela, afastando as mãos pequenas de seu rosto, por um breve momento Sakura pensou que voltaria a chorar pela falta de resposta.

— Como pode ser tão irritante? — Fechou o rosto, preparando-se para se levantar mais uma vez, no entanto foi impedida pelos braços fortes de Sasuke que voltou a toma-la para si, beijando-a de forma suave e entre um beijo e outro um sussurro surgiu e agora o que ecoava em sua mente era uma única palavra que significa um mundo inteiro: Prometo.

(...)

Sobre a lareira o fogo crepitava bem baixo, apenas algumas pequenas brasas persistiam em queimar. No meio da noite, eles descobriram que a casa precisava de um novo ajuste no aquecedor, a sala se tornou, abruptamente, fria, mas sem querer deixar o nicho confortável em que estavam, a manta, sobre o sofá, serviu de coberta e Sasuke com seu jutsu acendeu as toras que já estavam dentro da lareira, permitindo assim que ambos tivessem um sono aquecido e acolhedor.

Nem mesmo os fracos raios de Sol que invadiam a sala atrapalharam o descanso do casal, mas aos poucos um som continuo e persistente começou a desperta-los.

A cada eco o corpo de Sakura estremecia, como se sentisse nela mesma a pressão que parecia está sendo exercida em uma madeira. Remexeu-se tentando ignorar aquele som incomodo. Podia sentir os braços de Sasuke em volta de sua cintura e a respiração dele contra sua nuca, acomodou-se ao corpo do marido, virando-se para ele e encostando a ponta do nariz no tórax forte, apreciando aquele cheiro amendoado tão característico. Não queria despertar, não queria voltar a realidade.

Sentiu um aperto singelo em torno da sua cintura e uma baforada de ar em sua testa, ergueu minimamente a cabeça para ver Sasuke começando a despertar também, com sua carranca já formada pela irritação matinal exercida por alguém...

— Hey, eu sei que vocês estão ai! — Ergueu o tronco, sobressaltada, ao reconhecer o dono daquela voz.

— É o Naruto? — Sasuke suspirou e praguejou um baixo “droga”. Sem cerimônia alguma ele jogou a manta para o lado e se ergueu sumindo no corredor que dava para o escritório. — Que lindo, ele fica com raiva e foge. — Enrolou o corpo na manta e passou por entre as poltronas em busca de sua calcinha e vestido que estavam perdidos em alguma parte da casa.

Encontrou o vestido no vão para o hall e enquanto agachava-se para pega-lo, algo foi jogado sobre sua cabeça, ao tirar o pano viu que era uma calça de moletom. A sua frente, estava o Uchiha usando uma também.

— Vista isso e a minha blusa, que eu vou ver o que o dobe quer. — Sakura o fitou abismada, pegou a calça e a colocou as pressas, vendo ele caminhar em direção a porta. Voltou para a sala em busca da blusa perdida

— Caramba que demora... — Ouviu o loiro esbravejar, enfiou-se na peça de roupa de Sasuke e meio hesitante se aproximou do ponto onde eles estavam.

Levou as mãos à cabeça tentando arrumar os cabelos bagunçados, depois as passou pelo rosto, nem mesmo a higiene matinal tinha feito, deveria estar um lixo.

— Já viu que horas são? Você não tem casa? — Respirou fundo, era estranho pensar que tinha evitado Naruto por tanto tempo, mas agora ouvir sua voz também não parecia algo normal. Algo dentro dela se apertou. Como tinha sido boba, seu amigo só tinha tentado ajuda-la, alerta-la do que estava por vir. Além do que ela tinha dado um selinho nele, não? O que andava ocorrendo com a cabeça dela?

— Até parece que você tem o costume de dormir até tarde. Eu já sabia que o encontraria acordado. — Esbravejou, passando pela porta. Ao ver a sombra dele no hall Sakura deu dois passos à frente, podendo ser vista pelos rapazes.

— Hey... Como você tá? — A risada sem graça ecoou pela casa, Naruto levou uma das mãos à cabeça.

— Bem... — Sentiu uma ansiedade fora do comum a tomou, enrolou os dedos na borda da camisa. — E você? E a Hinata? — Sasuke olhava de um para o outro achando todo aquele nervosismo, de ambas as partes, desnecessário.

— A Hina está ótima, está grávida. — Os olhos de Sakura se arregalaram e ele corou, mas logo relaxou vendo o sorriso da amiga surgir.

— Fico muito feliz por vocês. Ela deve estar explodindo de felicidade.

— É, mais ou menos por ai. — Sakura franziu o cenho, abriu a boca para protestar, mas Naruto foi mais rápido — O que é isso?

Sakura virou a cabeça para ver do que ele falava e no canto próximo a porta estava a sua mala, caída da mesma forma como tinha deixado na noite passada.

— Está tudo bem aqui? — Naruto fitou a expressão apática de Sasuke e depois Sakura que parecia um pouco sobressaltada. — Quer dizer o lance na festa do Gaara, vocês sumiram depois daqui e ontem... — Voltou sua atenção para o amigo mais uma vez que já tinha fechado a cara e mantinha um olhar ameaçador em direção a ele.

Sakura se precipitou e puxou a mala para o pequeno armário de casacos que havia logo ao lado da escada, guardando-a dentro dele.

— Está tudo bem, Naruto. Isso são só roupas para doar. — Sorriu, puxando-o pela mão, começando a atravessar o pequeno corredor em direção a cozinha. — Quer tomar café com a gente?

— Eu posso? — Perguntou esfuziante.

— Não! — Respondeu o Uchiha acompanhando os dois que o ignoraram por completo.

— Claro que pode. — Passou as mãos pelas costas fortes do amigo, aproximando a boca do ouvido dele. — É uma boa desculpa para fazer panquecas, você sabe que o Sasuke não gosta de doces e eu estou doida para comer isso. — Naruto a fitou de forma conspiratória e sorriu

— Eu adoro doces! — Sua resposta não foi sussurrada como a da amiga, na verdade ele gritou a todos pulmões, fazendo Sasuke franzir o cenho. — Suas panquecas sempre foram tão gostosas, já está me dando água na boa.

Ambos deram uma risada cumplice e Naruto se sentiu aliviado, deveria saber que Sakura sempre seria receptiva a ele, se afastar de sua amiga tinha sido um erro tremendo, era óbvio que a amizade deles jamais seria abalada por algo do tipo.

Ao virar-se para bancada e começar a separar os ingredientes para o café da manhã a garota não podia deixar de sorrir e sentir-se imensamente feliz pelas coisas estarem começando a voltar ao normal ou quem sabe até mesmo melhores que o usual, seus medos com relação a Sasuke e até mesmo Naruto pareciam tão sem fundamento naquele momento.

Não demorou muito para que as primeiras panquecas ficassem prontas, Sasuke tomou seu café com suco, torradas e a pasta especial que Sakura fazia com queijo, tomate e alguns outros temperos. Enquanto Naruto devorava todas as panquecas que eram postas sobre a mesa.

A refeição transcorreu de forma alegre e agitada. Como era de se esperar a conversa rodou em torno de Sakura e Naruto, ambos tinham tanta coisa a falar que às vezes se atropelavam com os assuntos variados e a Sasuke cabia apenas observar os dois e alfinetar o Uzumaki nas oportunidades que lhe eram dadas.

— Vou treinar. — A fala dele silenciou os outros dois sobre a mesa, Sakura apenas o fitou levantar-se abruptamente e começar a se afastar da mesa, levando seu prato e copo para a pia.

— Calma, teme. — Remexeu-se sobre a cadeira, fitando o amigo lavando a louça de forma metódica. — A conversa está boa. Fica mais um pouco, depois nós vamos.

— Não, vou fazer alguns exercícios agora, sozinho. — Secou as próprias mãos, virando-se para fitar o amigo. — Depois nós lutamos, vou estar aqui no jardim. Podem continua a conversa de vocês. — Sem mais delongas ele arrastou a janela e caminhou para o jardim vasto que havia atrás da residência.

Durante o transcorrer do pequeno diálogo entre os dois Sakura nada disse, continuou a comer suas panquecas cabisbaixa, sem se meter em momento algum, já conhecia os costumes de Sasuke e seus horários.

Além do que em grande parte da refeição ele parecia perdido em pensamentos, volta e meia ela virava-se para fita-lo e ele estava completamente alheio ao que eles conversavam e observavam o nada com muita compenetração. Seja o que for que o atormentava, ela preferia não saber, ele parecia tenso demais e por alguma razão isso a atormentou.

Voltou sua atenção para o jardim, depois de uma série de movimentos ele tinha parado e se sentado, desde então não saíra mais da mesma posição. Manteve o garfo preso entre os dedos, observando o subir e descer das costas largas dele em um compasso tranquilo e sereno. Um pequeno ruído a sua frente chamou sua atenção e ela voltou-se para o amigo que sorria ao fita-la.

— O que acha que ele está fazendo? — Disse dando mais uma garfada em sua panqueca e se voltando para Sasuke.

— Não sei, acho que está meditando. — Deu de ombros, fingindo não se importar.

— Você sabia que ele meditava?

— Na verdade não. — Remexeu o copo entre seus dedos, fitando o suco em seu interior, adotando uma expressão contemplativa que fez Naruto enrugar o nariz.

— As coisas vão bem mesmo com vocês?

— Não... — Suspirou, tomando um pouco do suco e molhando os lábios, sem vontade alguma de encarar o amigo, apesar de sentir o seu olhar inquisidor. — Para ser bem sincera elas estavam péssimas...

— Então por que insistir? — Levantou a cabeça, prestando atenção em todas as inclinações que aquela frase remetia.

— Por que não? — Sua frase saiu tão baixa que até mesmo ela teve dificuldade em ouvi-la, mas ele escutou perfeitamente.

— Sakura...

— Naruto, me diga você, como está o seu casamento? — O questionamento o deixou sem fala por alguns instantes, piscou seus grandes olhos azuis diversas vezes, sendo observado de forma determinada pelos esmeraldinos da Uchiha. Desconcertado voltou a se ajeitar em sua cadeira, dando de ombros. Não era um assunto que ele queria abordar de qualquer forma. — Como assim a Hinata não está pura felicidade com a gravidez?

— Ela está, eu que... — Girou o prato a sua frente, desviando o olhar, levou uma das mãos a nuca alisando os cabelos loiros, suspirando logo em seguida. — São muito problemas e muitas questões... Não é falta de felicidade, mas ter que lidar com tudo ao mesmo tempo... Tem o clã, a casa, a instabilidade emocional dela, o dinheiro que é apertado... Muita coisa, você já tem seus próprios problemas para ainda ter que lidar com os meus.

— Então vocês estão passando por problemas...

— Muitos! As vezes a vontade que dá é de jogar tudo para o alto. — Apoiou os cotovelos na mesa, mantendo o rosto escorado no antebraço estirado, passando as mãos pelo couro cabeludo.

— Mas você não joga. — Tocou o antebraço do amigo, fazendo com que ele a fita-se. — Porque algo te mantem lá... Então, é a mesma coisa... Algo me mantem aqui.

— É diferente...

— Claro que não, Naruto. Os problemas sim, mas as situações...

— Ela me ama! — E essas pequenas palavras a silenciaram, deixou sua mão cair sobre a mesa, fitando os utensílios a sua volta. — Da mesma forma como eu a amo e se eu pedisse para Hinata abrir mão de tudo ela abriria, da mesma forma que se ela me pedisse para abrir mão do sonho de ser Hokage, eu faria. — Um silencio pesado tomou conta do ambiente.

Naruto passou as mãos pela cabeça, molhando os lábios e buscando algo a dizer enquanto Sakura amargava as palavras dele.

— Eu não queria falar isso, falar disso. Não queria vir aqui e brigar com você, só queria fazer as pazes, só queria tê-la de volta em minha vida.

— Depois da confusão do aniversário do Gaara, eu não vou mentir para você, as coisas ficam péssimas, eu pensei em tudo que vocês me disseram e eu quase o larguei. — O semblante de Sakura era tão sério que o Uzumaki não poderia deixar de acreditar naquelas palavras, apesar de serem quase impossíveis de se crer. — Mas então... Nós meio que conversamos, meio que discutimos... Meio que fizemos tudo. — Naruto deu uma risada pelo nariz. — É sério, e eu resolvi dar uma segunda chance a mim, a ele, a nós. Por que casamento é isso, não? Nem sempre vai ser tudo ótimo, mas nós precisamos tentar apostar naquilo que vislumbramos, crer em algo e se esforçar para transforma-lo em algo bom para todos.

— Sakura, eu amo o Sasuke. Ele é o meu melhor amigo, mas, às vezes, eu olho para ele e o que eu vejo... — Balançou a cabeça e tomou as mãos da amiga que ainda estavam sobre a mesa. — Não é que eu ache que ele seja ruim, mas a partes da história dele.... Partes dele que estão longe do alcance de qualquer um. Não cabe à eu lhe contar, espero que um dia ele o faça. Mas você não faz ideia da proporção disso, a negritude e a densidão que o tomam. Não tem como saber o quanto isso o consome, o quanto ele luta e o quanto ele se deixa consumir e o meu maior medo é que um dia toda essa carga negativa que o envolve, consuma você também.

Nada mais foi dito, Sakura voltou a comer o resto das panquecas que estavam em seu prato, ele tinha perdido a fome e naquele momento enquanto ela empurrava a comida para dentro e segurava a vontade de chorar de forma tão determinada e altiva, Naruto notou as mudanças na amiga, parecia mais magra e abatida, mas ainda havia um frescor nela, como se algo tivesse se renovado, no entanto seus olhos, outrora vivazes, estavam sem o brilho costumeiro, incertos e temerosos demais para o seu gosto.

— Você está diferente. — Remexeu o pedaço de panqueca que estava em seu prato e deu de ombros.

— Eu me sinto diferente, talvez seja uma mudança boa. — Deu uma última garfada e sorriu, voltando a observar a calmaria no jardim.

— Prometa-me que caso não dê certo essa última investida, você não vai ficar e sofrer. Vai pegar suas coisas, ir embora e nunca mais deixar que ele a persuada a voltar. — Observou a suposta meditação de Sasuke acabar e ele esticar os braços e aos poucos começar a se erguer, fazendo mais uma nova série de movimentos, dessa vez bem mais leves que os anteriores.

Por um momento ele virou-se para a cozinha e seus olhares se encontraram, o contato não durou mais que um piscar de olhos, porém diferente dos seus sonhos juvenis não teve um sorriso escondido, uma piscada, afago e confiança. Teve o apenas o vazio que ela já estava habituada.

— Eu prometo, Naruto.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Como eu disse, as coisas vão ficar tranquilas por enquanto. Está todo mundo feliz, ou quase, ou não. GG' MUHAHAHAHA
Vamos lá, eu tinha criado um sistema muito eficaz, para não me atrasar e ser feliz, sou uma pessoa sistemática e estava tudo dando certo, até outubro chegar, outubro fodeu com a minha vida em muitos sentidos, como eu já disse aqui antes estou passando por um problema bem intenso com relação a saúde do meu avô que está internado há duas semanas e não volta mais para casa, do hospital para um outro lugar... Pois é e lidar com isso é algo que não tem nem como explicar, sei que vocês não tem nada a ver com isso, mas eu não tinha cabeça para escrever. Ainda vem o trabalho e a faculdade, tudo ao mesmo tempo. Eu tive um belo bloquei criativo. Esse capítulo ou parte dele estava escrito há um mês pelo menos, mas eu não conseguia aceita-lo, ou escrever algo melhor, porque eu não conseguia escrever porra nenhuma. Forcei, reescrevi ele três vezes, até chegar ao que estamos agora. Ele foi revisado por uma amiga minha e ela disse que tá bom, mas eu não sei também fica a cargo de vocês definirem. Peço desculpas e a compreensão de todos novamente.
Agradeço a linda da Nis, por ter revisado essa história e as outras, por disponibilizar o tempo dela. Obrigada, Nis.sz
Agradeço a quem comenta, quem favorita, quem acompanha e quem não desiste da história e de mim. Obrigada, gente. Adoro todos vocês.
Vida que segue, próximo capítulo nós temos alguém que não fala nada há bons capítulos, mas ela não é esquecida por leitor algum, muito menos pela Sakura: Karin!
Beijos e até mais;*