Não Vou Te Perder De Novo... escrita por Hatake Harumaki


Capítulo 8
A Situação se Complica


Notas iniciais do capítulo

Antepenúltimo Capítulo... :(



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Seis horas da manhã. Era essa a hora que marcava o relógio do homem de cabelos negros, que ainda estava com os olhos semifechados. Ele começou a acordar com muita dificuldade, e com os raios de sol atravessando a cortina fechada da janela do quarto, ainda estava se recuperando da noite anterior. Ele olhou para o lado e a viu dormindo.

Ele olhou atentamente para ela. Dormindo serenamente, como um anjo, seu corpo completamente nu estava coberto apenas por um lençol branco. E ele também estava nu. Eles tinham feito coisas inimagináveis na noite anterior, coisas que nem faziam quando namoravam. Ele levantou-se cuidadosamente para não acordá-la, e vestiu cada peça de sua roupa.

Depois que terminou de se vestir, ele começou a procurar desesperadamente por um pedaço de papel e uma caneta. Quase deu um grito quando encontrou um no bolso de sua calça. Escreveu o recado e depositou o bilhete ao lado dela, que ainda dormia. Ele acarinhou o cabelo castanho macio dela, e saiu para resolver o problema mais importante de sua vida, até então.

Ele seguiu para sua casa, onde certamente o irmão de sua “noiva” estaria com ela. O casamento seria naquela tarde. E já passava das sete horas da manhã, e conhecendo bem Natalie, Harry tinha certeza de que ela já estava enfiada no apartamento, com o vestido de noiva e outras coisas. Mas ele não estava com pressa. Subiu para o apartamento e tomou o café da manhã com seu pai. Depois foi ver um pouco de TV com o mesmo e perguntou se a dita cuja já havia chegado. O patriarca dos Potter assentiu que sim, e indicou a porta na qual ela estava com o irmão. Depois que James foi embora, ele rumou para a porta e ficou escutando a conversa de irmãos que rolava lá dentro.

–Veja, meu irmão. Não é lindo? – Perguntou a loira. Harry deduziu que ela estava mostrando o vestido de noiva pra ele.

–Até quando você vai continuar com essa palhaçada? – Disparou David, a loira deu um grito de fúria para o irmão.

–Maninho, eu já tenho vinte e quatro anos. Tudo bem que você é dez anos mais velho que eu, mas eu não preciso da sua proteção. Eu vou me casar com ele e pronto.

–Sim, irá se casar e viver totalmente infeliz, ao lado de um homem que não te ama.

–E o que importa? No começo eu nem queria me casar com ele, a mãe dele me pediu apenas para separá-lo da namoradinha xexelenta, mas quando eu vi que a velha era podre de rica, pensei melhor.

Harry ouvia cada palavra em silêncio. Lágrimas rolavam pela sua face, e pensando o quanto a sua mãe deve ter sido chantageada por ela, antes de morrer. Ele tinha certeza de que ela agravara o estado de saúde de Lily. Ele olhou para a sua mão direita, e sentiu-se aliviado ao ver que não estava mais usando aliança.

–E como você conseguiu fazer o trabalho sujo?

–Ah, você sabe. Com o remédio certo, a hora certa, eu consegui dopá-lo sem ele perceber. E quando percebeu, o trabalho já estava feito.

–Então quer dizer que está se casando pelo dinheiro? – Perguntou David interessado. Natalie assentiu.

–Escuta maninho, eu nasci pra viver bem, viver no luxo. E consegui ter uma vida boa, antes mesmo de noivar com o Harry. Precisava ver, eu tocava o terror na mãe dele. A velha ficou doente de tanto que eu a irritava, mas ela sempre me dava dinheiro. Senão eu contava todo o plano dela para o filho. Ela falou mal de mim, me jogou praga, mas quem acabou morrendo foi ela. E hoje eu vou ser uma mulher rica.

Harry não aguentou mais ouvir os absurdos que aquela mulher estava dizendo. Ela levara sua mãe à morte. O médico irrompeu quarto adentro, assustando a loira, o único que não parecia surpreso era seu irmão.

–Eu só tenho uma coisa pra te dizer. Não haverá mais casamento. E retire-se de minha casa. – Disse o moreno, autoritário.

–Como assim? Você vai se casar sim. Pra redimir o erro daquela noite!

–O único erro que alguém cometeu aqui, foi a minha mãe confiando em você. Você acabou levando-a para a morte, você a levou para a ruína. Agora saia desse apartamento e não volte nunca mais! – Disse alterando o tom de voz.

Claro que ela não queria sair, mas foi arrastada pelo seu irmão até a saída do prédio. Depois de agradecer a David pelo favor, Harry foi até um canto da sala. Ali tinha um porta-retrato com a foto de sua mãe. Ele pegou um incenso e acendeu, depositando-o do lado da foto. E lá ficou por um bom tempo, até que lembrar-se que tinha que levar Ian para a escola. Ele pegou a chave de seu carro, olhou para a foto e saiu.

Hermione ainda estava sonolenta quando apalpou o lado da cama e percebeu que estava vazio. A única coisa que ela sentiu ali foi um pedaço de papel. Ela pegou, sentou-se na cama e leu o que estava escrito.

“Meu amor, fui resolver alguns assuntos que ficaram pendentes. Assim que resolver, volto para levarmos Ian pra escola. Beijos, Harry.”

Mil coisas passaram pela cabeça dela, ele não poderia tê-la usado e jogado fora. Não depois da noite que tiveram. Ela amassou o papel de tão nervosa que estava.

–Ele não pode ter ido embora pra se casar com ela. Nem aliança ele usa, ele não faria isso comigo. – Disse para si mesma enquanto retirava o lençol que estava lhe cobrindo.

Seguiu para o guarda-roupa e escolheu a roupa que iria usar. De repente, ela sente um aperto no coração. Como se algo não estivesse no lugar certo. Um calafrio percorreu por sua espinha, até que ela derrubou as roupas que segurava no chão.

–Ian...

Ela vestiu-se rapidamente e foi para a porta do quarto de seu filho. Bateu uma, duas, três vezes. Até que num ato de desespero, arrombou a porta, não sabia de onde tinha tirado tamanha força para aquele ato. E desesperou-se ao ver o que não queria.

–IAN!

Já havia se passado meia hora desde que Harry saíra de seu apartamento. Ele estava indo em direção ao apartamento de Mione, quando uma ambulância que vinha no sentido contrário passou a mil.

“Com certeza deve ser algum acidente de trânsito.” – Pensou o moreno.

Ele estacionou em frente ao prédio onde Hermione morava e subiu para falar com porteiro, que ficou extremamente aliviado ao vê-lo.

–Bom dia, eu sai pra resolver um problema e voltei para levar o filho da senhorita Granger para a escola. Eu posso subir?

O porteiro olhou para ele e seu rosto empalideceu. Coçou a barba rala que crescia em seu rosto e saiu de dentro da cabine em que ficava.

–A senhorita Granger não está. A essa hora ela está no hospital.

–Hospital?! – Perguntou o médico assustado.

–Sim, parece que o menininho, o filho dela piorou hoje de manhã. A ambulância acabou de sair daqui com eles. Ela me disse que se o senhor voltasse era pra dar esse endereço pra você. É onde o filho dela está.

Ele saiu em disparada pelas ruas, mas dirigia abaixo dos oitenta por hora, não queria levar uma multa ou correr o risco de ser preso. Chegando ao hospital, ele andou por dez minutos, sempre algum colega de trabalho vinha perguntar o que ele estava fazendo ali, já que ele estava de licença por causa do casamento. Chegando a um corredor, ele a viu de cabeça baixa, sentada em uma cadeira.

–MIONE! – A voz firme tirou a mulher de seus tristes pensamentos. Ela ergueu a cabeça e com dificuldade viu quem era, já que sua visão estava embaçada pelas lágrimas. – O que houve? O que aconteceu com o Ian?

–Pensei que você tivesse ido se casar, pensei mesmo. – Disse chorosa.

–Não haverá casamento. Eu terminei o compromisso, mas não é sobre isso que eu quero falar. O que aconteceu?

–Ian não acordou hoje de manhã. Eu estou com medo de que... – Ela foi impedida de terminar a frase, o médico que estava com o menino apareceu, e estava muito sério.

–Não precisa ter medo, ele é meu amigo. Ele vai salvar o Ian. – Disse Harry tentando tranquiliza-la.

–Então doutor? Como está o meu filho? – Perguntou Hermione, nervosa.

–A situação é grave. Se não encontrarmos um doador pelas próximas quarenta e oito horas, ele não irá sobreviver.

Hermione não aguentou ouvir aquilo do médico. Ela acabou desmaiando de nervoso, ficou caída no chão do hospital, enquanto Harry e seu amigo a amparavam e outros médicos a socorriam.

–A pressão dela caiu, ela terá que ficar em observação aqui. Pelo menos por um dia. – Disse uma médica que estava checando o pulso de Mione.

–Tudo bem, eu tenho algo pra fazer agora. Tome conta dela por mim. – Pediu Harry, a médica assentiu.

Ele caminhou até a área onde ficavam os pacientes que esperavam por transplante e pediu para falar com o médico que estava cuidando de Ian. O médico veio rapidamente falar com ele.

–Como está a mãe do paciente? – Perguntou o médico.

–Está em observação, eu vim te perguntar se é apenas quarenta e oito horas mesmo o tempo para o transplante. Já encontraram algum doador?

–Não. Verificamos todo o estoque e não encontramos ninguém compatível, estou começando a ficar preocupado, já que nem a mãe é compatível.

–Eu quero tentar. Eu quero fazer o teste. – Disse Harry decidido.

–Você tem certeza? As chances são remotas de você ser compatível. – Alertou o médico que se chamava Albert.

–Tenho Albert, ele foi meu paciente durante o tratamento, e digamos que eu tenho uma forte suspeita de que ele seja meu filho.

–Tudo bem, se for por isso venha comigo e tiraremos essa dúvida.

Os dois seguiram para o laboratório, onde foi coletado o sangue para o teste de compatibilidade. O médico de cabelos negros estava apreensivo e ao mesmo tempo ansioso. Para ele, parecia que o tempo não passava, e tempo era algo precioso naquele momento. Demorou, mas o exame ficara pronto e Albert estava com ele em mãos, e o que era dúvida se transformou em verdade.

–Parabéns, além de ganhar um filho, você vai poder salvar a vida dele. – Disse Albert enquanto lia o exame.

Salvar a vida de seu filho. A frase ecoava pela mente de Harry, ele sempre quis ter um filho, e agora ele estava prestes a salvar a vida dele. Ele queria ir o mais rápido possível, mas Albert o tranquilizou, dizendo que ainda era preciso preparar a sala de cirurgia e outras coisas. Harry assentiu e foi mais uma vez ver seu filho. O menino estava respirando com a ajuda de aparelhos, e estava mais pálido que de costume. Ele afagou os poucos cabelos castanhos que o menino tinha e ficou por um bom tempo olhando pra ele, até a hora do transplante.

Mione ficou um bom tempo desmaiada, pra dizer a verdade, ela ficou a manhã toda e o começo da tarde desacordada. Acordou um pouco tonta por causa do remédio que injetaram em sua veia. Quando a médica disse que estava tudo bem com ela, ela levantou-se e seguiu para onde seu filho estava. E tomou um grande susto ao ver a cama vazia e uma enfermeira arrumando o lençol.

–Com licença, cadê o menino que estava internado aqui neste quarto? – Perguntou nervosa, ela temia que o pior tivesse acontecido.

–O menininho com leucemia? Ele encontrou um doador.

Hermione respirou aliviada. Finalmente depois de tanto tempo, seu filho encontrara um doador, agora só faltava ela encontrar o pai do menino e dizer a verdade pra ele, o único problema era que ela não sabia onde encontrá-lo naquele hospital enorme.

–E você sabe onde está o Doutor Potter? – Perguntou para a enfermeira. Ela que havia terminado de arrumar a cama, sorriu para a castanha que ficou sem entender nada.

–Ele está na mesa de cirurgias, ele é o doador.

Ela sentiu como se o teto do hospital fosse desabar sobre si. Ela não queria que ele soubesse que era pai daquela maneira, queria que ele soubesse pela boca dela. Enquanto ela digeria toda aquela informação, Dr. Albert apareceu na porta do quarto, disse pra ela que a coleta de medula havia sido um sucesso, e que agora ele iria transplantar para o menino, disse também que se ela quisesse ficar com Harry no quarto poderia ir, já que o transplante ainda demoraria um pouco. Ela seguiu com ele para o quarto onde o outro médico estava.

Ela hesitou em entrar, mas percebeu que teria que encara-lo uma hora ou outra. E entrou. Ele ainda estava dormindo por causa da anestesia, então resolveu ficar sentada em um pequeno sofá que tinha no quarto, e continuou olhando pra ele. De repente ele começa a se remexer na cama, estava acordando, ela sentiu seu coração ir parar na garganta quando ele olhou pra ela.

–Onde eu estou? – Disse levantando-se abruptamente da cama.

–Não se esforce, você acabou de sair de uma cirurgia. Não se esforce demais, você está no quarto agora.

–Ah, agora eu me lembro.

–Eu não sei o que dizer. Não sei nem por onde começar. – Disse Hermione abaixando a cabeça.

–Que tal começar do começo, começar com o que aconteceu no dia em que você sumiu?

Era a hora de explicar tudo o que aconteceu, e Mione estava preparada para aquilo.


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Notas finais do capítulo

Harry descobriu que era pai do Ian de um jeito que vocês nem desconfiavam, né? Mas o que vai acontecer agora que ele descobriu? Não perca o penúltimo episódio!



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