Não Vou Te Perder De Novo... escrita por Hatake Harumaki


Capítulo 4
Lembranças de Uma Tarde


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que aqui tem 19 leitores, achou que ia ler sem comentar? Pensam que não vi? Não mesmo, quero você participando comentando minha história! Leu? Então comenta! Só me dá motivo pra continuar a escrever...

Sem mais delongas, vamos ao capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/408667/chapter/4

Havia sido um baque, o garoto frágil que ele conhecera ontem tinha uma doença grave. Ele não disse nada ao garoto, apenas colocou o cateter na veia de seu braço para que ele começasse a quimioterapia, o menino olhava para tudo curioso com a situação em sua volta. Tudo para ele era novidade, nunca havia ido ao hospital, aquela era a primeira vez.

–Você vai ficar um tempinho com esse cateter no braço, mas não o tire. Depois eu venho e retiro ele. – Explicou o doutor Potter para o garoto, ele assentiu e começou a brincar com um brinquedo que havia levado. Era incrível como ele não demonstrava nenhum sinal de tristeza por estar doente. Talvez a mãe dele disse que ele logo ficaria bom, pensava o médico.

Quando saiu do quarto onde Ian estava, Harry deu de cara com Hermione, que olhava para o filho triste. Ele a chamou para tomar um chá e ela o acompanhou em silêncio.

Eles tomavam um chá perdidos em pensamentos. Os pensamentos, é claro, eram sobre Ian e sua doença. Harry ainda não acreditava que ele estivesse doente. Ele tomou coragem e decidiu perguntar a Hermione sobre a doença.

–Então é isso que ele tem? Leucemia? – Perguntou o médico para a mulher, ela assentiu triste e de cabeça baixa. Estava sendo difícil para ela também, nunca imaginava ter que passar por aquilo um dia.

–Eu descobri há pouco tempo em um exame de rotina dele, foi um choque pra mim, não esperava que ele tivesse isso. – Respondeu Hermione enquanto arrumava seu rabo de cavalo. O jovem médico apenas prestava atenção no que ela dizia.

–Foi por isso que voltou, para dar o tratamento adequado a ele? – Ela assentiu que sim, enquanto saboreava docemente seu chá.

Ele não sabia o que dizer naquele momento, aquela era uma doença muito séria e o tratamento era devastador, principalmente para uma criança tão pequena. Ian não era o primeiro paciente que ele pegava com aquela doença, mas pra ele o garoto se tornara especial, como se fosse seu próprio filho. Pedia do fundo do coração que ele não tivesse o trágico destino que os outros pacientes dele tiveram anos atrás.

–E o transplante? Você é mãe dele, deve ser compatível. – Sugeriu com os olhos marejados e evitando o contanto com os olhos negros da castanha. Nessa hora ela começou a chorar.

–Eu não posso doar, antes de vir pra cá eu fiz o teste e não sou compatível com ele. – Disse ela chorosa. Ele não gostava de vê-la triste, e não tinha como não ficar triste naquela situação.

–Não se preocupe, eu vou tentar te ajudar. É o mínimo que eu posso fazer pra tentar reparar meu erro. – Disse o homem segurando a mão dela. Era como se aquilo a acalmasse, segurando as mãos fortes dele, ela esquecia todos os problemas, queria continuar ali e esquecer-se de tudo, mas não podia.

–Não precisa me ajudar. – Respondeu a mulher se desvencilhando das mãos dele.

–Mas eu pensei que... – Ele tentou continuar, mas a castanha o interrompeu e se levantou da mesa onde eles estavam sentados.

–Não vai mudar o que você fez no passado me ajudando, você não tem que me ajudar. Ian não é nada seu, então me deixe em paz. – Pediu.

–Eu pensei que a gente pudesse pelo menos tentar mais uma vez... – Lamentou o médico. Ela se tornara uma pessoa amargurada por causa de tudo o que aconteceu. Ela havia jurado para si mesma que nunca mais iria amar ninguém, somente seu filho.

–Não é certo, você está noivo, não deu certo da primeira vez, por que iria dar certo agora? Você não vê, o tempo passa e as pessoas mudam, eu mudei, não sou mais a mesma. Não insista, por favor.

Ele ainda poderia ficar ali por horas e mais horas, insistindo, mas não podia deixar seu paciente esperando. Pagou a conta, e seguiu com ela de volta para o hospital, em silêncio. Quando chegaram à porta do quarto ele disse uma última coisa para ela, antes de liberar o garoto.

–Você pode não me querer por perto, mas eu não vou desistir. Se ele for mesmo meu filho, eu irei até o fim.

–Faça como quiser, mas vai perder seu tempo. – Murmurou.

Antes de ir embora, Ian pegou um pacote de doces que estava em seu bolso. Sua mãe, é claro, não sabia que ele havia pegado aqueles doces na cozinha antes de ir para o hospital. Ainda cambaleante devido aos remédios da quimioterapia, ele foi até o seu médico e entregou o pequeno saco de papel com jujubas.

–Tome senhor, eu não posso comer, então quero que fique com elas. – Falou o pequeno se esticando ao máximo para entregar o presente. Harry pegou o pacote e sorriu para o menino que ainda disse mais uma coisa, Hermione não escutou o que ele havia dito.

–Por favor, não brigue com a minha mãe. Ela é muito triste. Não deixe de nos visitar, por favor. – Implorou o garoto.

–Não é tão fácil, Ian. Mas eu não vou deixar de te visitar, eu prometo.

Depois que Ian foi embora, Harry começou a saborear as jujubas que havia ganhado. Conforme comia, se lembrava do passado antes mesmo de começar a namorar Hermione. Mais especificamente quando foi visitá-la na Austrália.

*Flashback*

Um estranho em um mundo diferente. Era assim que ele se sentia desde que chegara aquele país de cultura e costumes diferentes. Mas aquilo não importava, ele estava ali para visitar uma pessoa muito especial. Harry não via Hermione há três meses. Então a mãe dela o havia convidado para passar umas semanas com eles. E ele foi prontamente.

–Oi Harry, fico feliz que você tenha vindo nos visitar. – Disse a Sra. Granger alegremente ao ver o jovem na sua sala.

–Eu que fico feliz por a senhora e o Sr. Granger terem me convidado. Onde está Mione?

–Ela está no quarto. Quero que você converse com ela, ela tem andado muito triste nesses últimos dias. Acompanhe-me.

Ele seguiu a Sra. Granger até uma porta onde estava uma placa que dizia “Hermione” com as letras da cor rosa. Ela abriu a porta cuidadosamente, dando passagem para ele entrar.

–Filha, tem uma pessoa aqui querendo te ver. – Disse docemente.

–Eu não quero ver ninguém, mãe. – Respondeu a garota, ela estava deitada e enrolada em um cobertor.

–Nem mesmo eu?

Ao escutar aquela voz, Hermione se sentou em sua cama. Ela estava com uma aparência horrível, seu cabelo estava todo bagunçado, estava com profundas olheiras e muito pálida. Ela deveria estar confinada ali há alguns dias já. A mãe dela deu licença para que os dois pudessem conversar e saiu do quarto.

–O que aconteceu? Você nunca foi de ficar assim. – Perguntou.

–É que eu estava gostando do Joe, mas ele está namorando outra garota. – Respondeu Hermione chorando.

–E por causa disso você vai ficar assim?

–E não é pra ficar? – Perguntou a garota enxugando as lágrimas.

–Você não pode ficar triste desse jeito. Há quantos dias você não sai desse quarto?

–Tem cinco dias.

–Você precisa se valorizar mais, você é linda. Não vale a pena ficar chorando por algo que nunca aconteceu e que nem vai acontecer. Eu quero que você se arrume e desça para a gente dar uma volta por aí. Eu vou te esperar lá embaixo.

Ela pensou bem no que ele havia dito. Ela foi se olhar no espelho e se assustou com o que vira. Realmente ela estava horrível, o pijama largo deixava-a ainda pior. Ela decidiu seguir o conselho dele e foi se arrumar, não iria mofar o resto da sua vida em um quarto.

Harry estava sentado em um sofá olhando para a decoração da sala, quando viu Hermione descer já arrumada. Pelo menos agora ela estava com uma aparência melhor e já não estava mais triste.

–Decidi seguir seu conselho, não vou ficar mofando o resto dos meus dias naquele quarto. – Respondeu a castanha.

–Então vamos dar uma volta por aí, quero conhecer a cidade.

Os dois saíram, foram ao parque, andaram de pedalinho e no final estavam sentados em um banco de praça comendo jujubas. Havia sido um dia muito divertido.

*Fim de flashback*

Sempre que ele via uma criança comendo aquele doce se lembrava daquela tarde. Agora que ela estava passando por aquele problema, uma simples ordem pra se arrumar não iria ajuda-la em nada. Ele viu que seu plantão estava perto do fim e começou a arrumar suas coisas para ir pra casa. Foi um dia cansativo, e ele queria colocar as ideias em ordem naquela noite.

Chegando em casa, ele encontra seu pai, com uma cara de poucos amigos. Aquela cara só poderia significar uma coisa, Natalie estava ali. A loira estava o esperando há horas e seu pai deu licença para que eles conversassem.

–Você sabe há quanto tempo eu estou aqui? Já estou aqui há duas horas lhe esperando. – Disse a loira com cara de poucos amigos, ela estava exalando um cheiro muito forte de álcool.

–Eu trabalho! Você acha que comida cai do céu?

–Ah estava trabalhando, então deveria estar bem divertido naquela cafeteria onde você estava com aquela mulher hoje cedo não é?

Por um momento ele arregalou os olhos, não pensava que Natalie estivesse vigiando seus passos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olha quem reapareceu! Chatalie, mais conhecida como Natalie! O que será que ela vai querer com seu "noivo", hein?

Até o próximo!
Ah, COMENTE!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Não Vou Te Perder De Novo..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.